𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐔́𝐍𝐈𝐂𝐎
∾ 𖤍 ∾
Fins de tardes ensolarados constantemente vinham em ondas de angústia macias sobre Sasuke.
Os raios do sol eram fracos na pouca pele que se deixava mostrar, como um sussurro do fogo que trazia — além de luz, proporcionava calor. A brisa fresca agitava ligeiramente seu poncho marrom, fazendo-o parecer uma miragem a cada balançar dos cabelos escuros sobre olhos espantosamentes diferentes. O negro parecia uma escuridão tenebrosa, mostrando noites de sono mal dormidas em sutis bolsas, o outro guardava segredos em cada círculo rodeando a pupila levemente dilatada pelo estresse e tensão, visível pela cor roxeada da esclera e íris.
O tom combinava com a coloração incrustada nos nós do dedos de sua única mãos direita, presentes ganhos na última semana ao combater um pequeno grupo de ninjas buscando vingança vazia após a Quarta Grande Guerra Ninja. Muitos dos Jounins ficaram em divisões médicas e auxiliares durante a batalha, e não tiveram oportunidade de estarem no cerne do que quase foi o fim do mundo, e mesmo após notícias se espalharem aos quatro ventos sobre as proezas feitas em prol da humanidade, a volta de Uchiha Madara caiu como um peso sobre todo o restante juntamente de seus planos extremistas. Apenas reforçou a intolerância para com o clã entre os civis e os que perderam muito na catástrofe.
Dificilmente seus oponentes podiam ser imobilizados para uma troca pacífica, embora ele tentasse sair de qualquer embate sem mais sangue em mãos do que já tinha, e jutsus mortais não podiam ser usados nesses casos. Seus pés, punho e espada embainhada era tudo o que usava ao invés das medidas cruéis de antes. Aqueles homens cegos pela ira eram um espelho de seu antigo eu, retornando para mostrar seus erros.
Sasuke não conseguia evitar remoer pensamentos turbulentos mesmo nas horas mais calmas. Seu karma pendurado no ombro, deixando um rastro de escolhas ruins a cada passo naquela busca por redenção. O escape para amenizar suas transgressões evoluíam em passos tão pequenos que quase não os via.
O que diferenciava esse novo modelo de si, daquele que era ávido por extermínio? O desejo de matança esfriou como ferro quente mergulhado em água, mas não sumiu completamente. Estava ali, lembrando-o do que era, do que fizera e do que estava disposto a sacrificar para satisfazer seus impulsos doentios.
O pequeno nó em sua garganta indicou que estava pensando demais. Sasuke abaixou o rosto, massageando topo do nariz em uma vã tentativa de acalmar-se, embora suas lástimas tenham sido refletidas na superfície ondulante do saquê ao lado de seu cotovelo apoiado na mesa, em forma de olhos belos e serenos. Não os dele, mas aqueles que o hipnotizava, que o trazia mudanças físicas insuportáveis.
Ácido se enrolou em seu estômago junto dos aperitivos que comeu mais cedo, ameaçando mandar uma dor para a parte de trás de sua cabeça. Em contrapartida, seu coração pulsou forte em uma saudade terrível.
Se todos tinham um abismo a qual não conseguiam encarar, aquele era o de Sasuke. Ela. Seu abismo, sempre espreitando seus pensamentos, querendo que ele olhasse para dentro e visse tudo o que perdeu. Que remoesse tudo o que poderiam ter tido.
Seu passado infeliz iria se alojar no fundo do oceano composto por arrependimentos, as pessoas que matou eventualmente esquecidas entre uma garrafa e outra, as que amava, e perdeu, iriam acompanhá-lo por toda a sua vida. Mas isso não iria passar. Sasuke temia morrer e não superar o toque feito fogo planando em sua pele, o enviando a um paraíso divino tão pecaminoso quanto o inferno.
Ódio algum suplantaria a espiral enlouquecedora de “e se” não concretizados por mero capricho do destino. Ela era a primeira etapa para conseguir um único instante de conforto. E sabia que encontraria isso, se tivesse ao menos uma visão de seu rosto, o timbre suave de sua voz em seus ouvidos de novo, mesmo que em forma de insultos ou cinismo mordaz.
Deixando algumas moedas na mesa do bar, segurou intuitivamente o cabo da espada presa à cintura antes de sair para a rua, não conseguindo retribuir a despedida da funcionária sorridente.
Bastava pouco para que as voltas de culpa em sua mente se emaranhassem no nome dela, chamando incansavelmente, ameaçando vê-la na multidão passageira enchendo as ruas. Os olhares que o seguiam e o reconheciam não ousavam dar uma segunda olhada. Medrosos demais. Julgadores demais.
Sasuke perguntou-se o que [Nome] acharia quando o visse. Se sua personalidade indócil permaneceria por ser ele, o menino que levou meses para se adaptar a vida proposta pelo Orochimaru, o adolescente que vivia irritando por puro divertimento, ou se o veria diferente devido às mudanças corporais. Ela poderia parecer uma cobra sempre pronta para dar o bote, entretanto, o Uchiha conhecia aquela parte que tentava esconder do restante do mundo. Não havia espaço para julgamentos desse tipo no arsenal de amas dela.
Perdido em divagações, quase não percebeu a observação que sofria enquanto descia uma ladeira tranquila fora da área comercial. Por quanto tempo estavam espreitando? Um meio riso cansado ameaçou escapar de seus lábios, desacreditado da própria situação catastrófica. Pensar nela ainda o deixava aéreo, incapaz de compreender os arredores com a mesma minuciosidade habitual.
Voltando a vigilância cotidiana, analisou a situação em seu meio segundo de lucidez; Duas pessoas, uma pelo sul, poucos metros de longitude, e outro por leste, seguindo-o por cima dos telhados das casas altas. A fracassada tentativa de taciturnidade indicou certa experiência. Não eram ninjas com treinamento displicente, apesar da falta de maestria. Ou talvez eles só tiveram o azar de tentarem pegar justo ele de surpresa. Não daria certo, e a derrota viria em dois minutos, dada a velocidade crescente com que percorriam a distância que os separava. Sasuke apertou os dedos na espada, lamentando-se de mais uma briga que não teria meio de evitar.
Apreciando uma última vez a vista pacífica no final do morro, presenciou a grama viva balançando a passagem do vento suave, o riacho resplandecendo reflexos brilhantes da luz solar. A visão plácida arranhou uma parte dolorida em seu peito. Sasuke não foi feito para isso — momentos serenos não poderiam alcançá-lo, sentia que não merecia, porque não terminava um dia sem que a perturbação batesse a porta.
Virando à direita na entrada dos domicílios, ele contou os segundos gastos para começarem, e em menos de cinco, o primeiro, vindo do telhado mais próximo, tomou forma no final do beco. O uniforme anunciou o Esquadrão Especializado em Táticas de Assassinato, e a máscara de panda decorada em vermelho fez um pequeno raio surgir na mente de Sasuke: Anbu da Vila Da Folha. O segundo fechou a saída atrás, e portava uma máscara igualmente rubra de um cão.
Sem tempo para reparar mais, sua espada saiu da bainha em direção ao tórax do homem em sua frente, arranhando a armadura com um chiado, seguido pelo guincho da kunai mudando a rota da lâmina. Girando o pulso, o Uchiha conseguiu cortar seu ombro profundamente, tingindo os tecidos que o cobriam e o chão abaixo do líquido carmesim escapando do ferimento. Eles não eram ninjas ineptos, tentar qualquer abordagem além da que traria a morte seria ineficaz.
O estranho, porém, era que estava em bons termos com Konoha recentemente. Não fazia sentido mandarem dois exterminadores atrás dele. Até porque não funcionaria, de qualquer maneira. Atacar foi um reflexo defensivo, então decidiu esperar por uma explicação plausível antes de qualquer funebridade.
— Não viemos com intenções hostis. — a voz abafada veio da mulher na retaguarda, que com passos cautelosos, traçava um meio círculo para afastar-se da entrada do beco em direção ao outro sangrando silenciosamente. — Temos uma missão do Hokage. — Kakashi. Ou esperava que ainda fosse seu antigo professor o responsável pela aldeia. — É importante, e confidencial. — ela explicou devagar, parecendo estar mais atenta aos movimentos de Sasuke do que em qualquer outro aspecto daquele véu denso formando-se ao redor.
— Qual missão? — indagou, um tanto impaciente pela cautela exacerbada.
— A Cobra do Tormento foi vista invadindo antigos covis do Sannin Orochimaru. — Seu corpo, inconsequente e aparentemente indisciplinado, ficou tenso com a nomenclatura. — Sua interferência resultou na localização de laboratórios que a Folha não tinha ciência. Contudo, ela fez nosso esquadrão perder uma parte significativa de força militar.
Treinados para serem armas vivas, caçadores Anbus não demonstravam sentimentos desnecessariamente. Mas ali, agudamente ciente da presença deles, ouviu o chiado que o homem fez ao ter que respirar fundo em puro desgosto, a ação afetando o corte transpassando seu corpo.
— Seguindo protocolos pouco convencionais, foi decidido que você lidaria com o experimento 668, evitando adversidades–
Foi como acordar de um transe intenso que o Uchiha moveu-se, sua consciência mal acompanhando os comandos que seu corpo ordenou. Os dedos fecharam-se ao redor da garganta do Anbu, afundando com uma facilidade que acalmou a raiva esmaecida em si. Ele não sabia de onde veio a cólera, para onde canalizar, ou sua fonte. Mas pareceu certo interromper as palavras dele antes que quisesse arrancar sua língua.
— Ela não gosta que a chamem assim. — o sharingan, subitamente ativo, deslizou para o lado. Um aviso para a mulher não se mover. — Chame-a pelo nome, ou não se atrevam a usar meio desdém em títulos como esses.
Os meses em retiro, cultivando qualquer migalha de paz interior, foi absorvido pela reminiscência da arrogância com que os ninjas de Konoha tratavam-na por ter sido pupila e protegida de Orochimaru. E por, talvez, não curvar-se a eles cheia de lamúrias, como uma coisinha que precisava dos cuidados traiçoeiros daqueles que a matariam na primeira oportunidade.
Ela era o que eles não podiam controlar, a que não seguia um caminho puro buscando aceitação dos que a machucaram. [Nome] era poder e potência bruta não enjaulada. Todos da alta patente sabiam disso, e a maioria deles gostariam de liquida-lá apenas para dormirem melhor.
O Uchiha queria muito ouvir qual som os pescoços deles fariam quando quebrassem, no entanto, isso tiraria dele qualquer outra informação valiosa sobre ela. Foram dias transformados em semanas seguidas de meses buscando um sussurro de onde estava. O que fazia, quais ambições a tomavam. E tudo o que encontrou fora um extenso nada.
Com um impulso do braço, o jogou na direção de sua companheira, sabendo que por baixo das máscaras, haviam desviado o olhar de sua íris vermelha, brilhando com uma insistência para que continuassem a falar.
— Ela foi vista na fronteira do país do Relâmpago há duas semanas. Os cadáveres envenenados, a falta de sangue e a singularidade dos assassinatos não poderiam ser obras de outra pessoa. Não conseguimos pegá-la, e os Kages de Kirigakure e Iwagakure estão impacientes com a demora por uma retaliação direta da Vila Oculta Da Folha.
Sem dúvidas, Hatake estava por trás disso. Poucos se dariam o trabalho de se preocupar com o que acontecia ou deixava de acontecer entre eles. Mas o Ninja copiador portava uma perspicácia incomparável, e entendeu imediatamente o que se passava nas raras ocasiões que seu coração partido remendado com mágoa não conseguia esconder a falta que sentia dela. Ele não queria ver Sasuke passando por outra perda ao considerar a mulher uma ameaça real, com três de cinco países despejando suas potências sobre ela. A possibilidade fez sua pele se arrepiar com uma dose de desespero incomum.
Como a ilusão de um vulto passageiro, a figura de Sasuke sumiu diante dos olhos dos ninjas especiais Anbu. O preto de seus olhos não conseguia refletir nenhum feixe das luzes astrais do dia, opacos e fixos na saída da aldeia com um único objetivo em mente; o norte, direção das terras dos relâmpagos e névoas, mas seu coração estava claro e límpido, retumbando notas sonoras a cada batimento que clamavam por ela.
Não haveria pausa naquela noite. E nem nas próximas, caso não a achasse.
∾ 𖤍 ∾
O tempo úmido prevalecia incessante na extensa zona montanhosa e íngreme, cercando aldeias delimitadas por rios de água gélidas, embora potável. A jornada feita de escassos momentos de descanso o levou a labirintos de árvores altas, vestígios de orvalho pela garoa da manhã pingavam das copas amplas, escorrendo por folhas alvas para pingar em poças entre as pedras. A investigação que realizou sozinho, juntamente das informações oferecidas por Konoha indicava o extremo oeste do país do Relâmpago.
As proximidades não estavam em alarde por causa de uma assassina à solta, o rastro de corpos foi esfriando, sumindo debaixo da guarda de Sasuke. A busca por um acerto de contas das vilas ocultas deveria tê-la deixado mais cautelosa acerca de onde e quando agir. Ele se apegou a essa ideia, pois não gostaria de pensar no pior. A outra, seria que ela mudou de rumo e deixou Kumogakure em direção a outro lugar.
Acarretaria em mais dias extensos de procura, e mais aflição sobre seus temores tornando-se realidade. Cada farfalhar de pequenos animais o atraia, impaciência marcando cada passo silencioso entre galhos secos e tocas fundas próximas das raízes grossas das plantas. A paisagem parecia a mesma de horas atrás; vegetação e cantos de pássaros. Nada dela. [Nome] buscava os covis do Orochimaru, o problema, porém, era que seu último mestre dominava a arte da enganação, e conseguiria montar refúgio nos lugares mais inusitados.
A esperança de ter qualquer avanço diminuía à medida que o frio noturno aumentava, trazendo consigo uma escuridão que recaia em cima da mata como um manto lúgubre. O Uchiha decidiu, assim, pegar o retorno para a estrada após o pequeno barranco a frente. Pulando um rochedo partido em dois, seus pés fixaram na superfície rochosa, analisando a forma não natural que fora quebrado. Verificando os arredores por meio da densa névoa espiralando com as sutis rajadas de ar, achou três troncos caídos adiante, brutalmente retalhados em inegável indício de luta.
Caminhando mais perto das ramagens, avistou mais delas seguindo caminho desorganizado em meio ao labirinto de enormes rochas. O barulho da cachoeira ia florescendo mais a cada passo, os sons da natureza misturavam-se em um só, entretanto, a sinfonia fora arruinada pelo grito de dor ecoando através do silêncio. De forma imediata, moveu-se com precisão, desviando dos galhos e obstáculos como um raio, o único pensamento cravado em sua mente retumbava com expectativa.
A clareira abriu-se diante dele após uma amurada de arbustos cheios, nascendo dos limites de terra rente à nascente da queda de água. O poncho ondulou-se ao seu redor com a parada abrupta, movimentando a bruma pelo espaço em torvelinos suaves, dissipando-se devagar. Como se espelhasse seus atos, um redemoinho feito de neblina formou-se diante de seus olhos, delimitando os corpos jogados no chão, alguns boiando na margem da lagoa. Contudo, não foi a visão de assassinato que capturou a atenção de Sasuke como se tivesse laçado por cordas de ferro, e sim a silhueta elevando-se entre eles, segurando uma faca curva e longa nos dedos. Ajoelhado aos pés de [Nome], um shinobi da Vila Oculta da Nuvem tentava tapar o ferimento na clavícula com a mão, agonizando os últimos momentos de vida em borbulhos de sangue escorrendo pela boca.
Ela estava aterrorizantemente bela. O Uchiha não pensou em mais nada por segundos inteiros, apenas apreciando o vislumbre dela em meio a turva densidade do ar, parecendo tão amedrontadora como uma ilusão do deserto.
Foi fácil perceber a presença de Sasuke na cena que pintava tão minuciosamente. O peso que ele carregava com um simples olhar era intenso demais para suportar levianamente. A distância não apagou os contornos de seu rosto, tão parecidos com o que guardava na memória, naquela parte de si mesma que adoraria arrancar. Mas não podia, porque era preciosa, ainda que cruciante.
Cada piscar parecia sincronizado, não querendo perdê-lo de vista, apesar de ser capaz de entender que não era a adrenalina que fizera seu coração bater mais rápido contra sua caixa torácica. [Nome] quis se repreender pela reação, mas se viu observando cada detalhe dele precisamente. Claro, ouviu falar da nova aquisição pós-guerra — dōjutsu de mais alto nível. Suas habilidades ainda dançavam no mistério para ela, fazendo-a se questionar o quão poderoso ele ficou durante o período que passaram separados.
A espada presa à cintura era a única arma visível, e ao procurar mais delas, encontrou-se inquieta pela falta do braço esquerdo em seu corpo. Aquela foi a única coisa que quis acreditar ser mentira. Não por imaginá-lo menos apto, e sim por ter mais uma coisa na lista de perdas que ele deveria levar consigo.
Pegando o derradeiro sopro de vida, o ninja desabou com um baque, arrancando-a dos sentimentos caóticos que a deixava vulnerável como um nervo exposto. O imenso nada entre eles a deixou repentinamente irritada, as brigas revoltas e sem desfecho que tiveram antigamente veio como um borrão na mente dela, deixando-a alerta.
O motivo de Sasuke estar ali tornou-se uma incógnita que precisava ser resolvida imediatamente, pois outros poderiam aparecer se suas conclusões pessimistas estivessem certas e seu objetivo fosse prendê-la, assim como Orochimaru estava atualmente. Um cativo de Konoha.
Nos treinos compartilhados muitos ciclos atrás, Sasuke nunca era ágil o bastante para prever seus ataques sem o uso do sharingan. Agora, com novas táticas, não soube dizer o motivo de não ter previsto a mudança de posição dela, pulando de um ponto a outro em ziguezague com fenomenal velocidade, a lâmina curva deslizando entre os dedos para desferir um golpe diretamente em seu coração.
Havia apenas uma chance de brigar e sair vitoriosa, pois por mais que doesse em sua dignidade admitir, o Uchiha estava em níveis diferentes daqueles shinobis inábeis. Se antes travar uma luta contra ele destruiria uma construção, atualmente, erradicaria a floresta.
Sasuke flexionou os joelhos reflexivamente, puxando a espada embainhada o suficiente para redirecionar o ataque. Não era o que esperava, mesmo que não soubesse distinguir a expectativa da realidade. [Nome] deveria guardar rancor das atitudes tomadas por ele no passado, entretanto, uma investida direta o pegou desprevenido.
Palavras não teriam utilidades no ápice da tensão, não quando recebia golpes de Taijutsu precisos combinados com o deslocamento da longa faca. Agressiva, dotada de inteligência no campo de batalha para fazer cálculos e acertar pontos propositalmente. Vê-la agir sempre o deixava encantado, não importava quantas vezes fosse, se estivessem ou não do mesmo lado. Dando ouvidos aos seus desejos impetuosos, Sasuke moveu os pés de modo a mudar o ritmo da troca ofensiva, aproximando-se para segurar seu pulso. Aproveitando o impulso, a puxou para perto, deixando uma perna travada com dela, bloqueando uma saída pela lateral.
— Acalme-se. — o pedido veio em um sussurro quase ofegante, refletindo a suavidade incomum em seu olhar. Não teria modo de continuar sustentando a defesa, e não queria passar a impressão de que tentava sobrepuja-la. — Eu não quero brigar.
Ouvi-lo soar tão complacente a atingiu mais forte que o esperado. Ser suscetível às próprias emoções a enfurecia como um espinho em seu sapato. Ira selvagem, direcionada a ele, e a si mesma. Não deveria ser assim o reencontro, não que ousasse admitir que queria um. Sasuke havia morrido para ela naquela época, e permanecia assim. Então por que, apesar do avassalador excesso de ódio, uma parcela de sua mente parecia estar em demasiado júbilo?
[Nome] agarrou a nuca dele fortemente, derrubando-o no chão com hábil lepidez. Tentando reparar a desvantagem, o Uchiha a desarmou com o cotovelo, evitando ser atingido pela ponta da lâmina quase alcançando suas costelas. Os galhos secos amassaram sob suas costas, os pequenos pedregulhos pareciam agulhas através das roupas com o impacto.
Sentindo-a em seu abraço, a pele macia de seu braço contra os dedos, Sasuke teve certeza de que era real. A dor poderia ser refeita em seus sonhos, mas a maciez que somente ela tinha nunca seria recriada por imaginação. Cair na tentação de apenas apreciá-la seria simples, porém, precisava acalmar os instintos dela, conquistar sua confiança para terem uma conversa. Visando prender sua atenção, ele dobrou as pernas e as usou de alavanca para o quadril, a empurrando para rolarem e ficar por cima.
O peso de todos os músculos trabalhados de Sasuke sobre si a fez arfar, os sutis machucados das antecedentes e incansáveis lutas abrindo um buraco em sua percepção. Todos os xingamentos quiseram escapar de sua língua, todavia, o único suporte dele localizava-se em sua destra, e a presenteava com a melhor conquista.
Sem pensar, [Nome] inclinou-se mais alto, as duas presas superiores alongaram-se com o comando corporal e cravaram no pescoço de Sasuke como se tivessem nascido para estarem ali. Suas narinas respiraram o cheiro dele profundamente enquanto sugava, a boca enchendo-se com o líquido quente em questão de segundos. O paladar dela, próprio para a destruição, dividiu o gosto em dois, sentindo mais o doce de seu sangue que o ferro presente em cada gota.
Foi seu primeiro desejo egoísta e ilógico concretizado em anos. O bom senso nunca permitiu que tentasse tomar dele, ainda que cada momento passado juntos a fizesse salivar com o odor do alimento correndo dentro de Sasuke.
Agonia profunda enviou o Uchiha em um precipício que desconhecia, trazendo espasmos difíceis de serem contidos. A ciência do que significava ser mordido por ela martelava seu cérebro. Vira muitas vezes o fim que aqueles dentes venenosos traziam, e mesmo assim, tudo o que pôde fazer foi se deixar ser segurado pelas garras dela, e pela euforia enturvando sua visão.
Conforme a energia a preenchia, o corpo de Sasuke perdeu a vivacidade. Ela cravou as coxas ao redor de sua cintura, virando-os e o prendendo entre ela e a terra molhada pelos respingos da cachoeira. Assim que o soltou, com o requinte de seu gosto ainda presente na língua, lambeu as feridas roxeadas, o animal momentâneamente seguro pedindo por mais.
— [Nome]. — o suspiro foi baixo, trêmulo, seu rosto inclinando contra o solo, mas os olhos quase fechados estavam fixos nela, muito ciente de como seu sangue escorria pelos lábios que ele queria imensamente beijar. Sua morte chegaria em breve, e se pegou tranquilo com a perspectiva. Parecia uma piada cruel do destino morrer logo após reencontrá-la, com tantas coisas não ditas entaladas na garganta, todos os fardos acumulados, cada briga e tentativas de matar um ao outro.
[Nome] concretizou sua promessa de ceifá-lo.
Retraindo as presas, ela pegou os resquícios do sangue dele do canto da boca, movendo-se o suficiente para encará-lo corretamente, sentando-se em seus quadris. A calma dele a deixou confusa, quase sentindo falta da aura destruidora dele.
— Você parece derrotado. — comentou brandamente, sem querer.
— Você está linda. — foram as palavras que escaparam daqueles irresistíveis e irritantes lábios, o sorriso enfeitando sua feição como um indício do Sasuke que conhecia. Perfeito.
— Guarde as bajulações, Uchiha. — respondeu, abafando a satisfação que o elogio trouxe.
— O que ganharia um homem morto com a bajulação?
A afirmação — aceitação — mórbida a fez cerrar a mandíbula. Demorou muito para que possuísse a habilidade de não infectar a vítima sempre que se alimentava. Um processo atroz. Mais para o outro que para ela, mas não se abstinha de seu próprio mérito por ter passado tantos testes e tentativas de sobrevivência, passando fome com o intuito de melhorar.
Ele havia ido embora antes de ver sua evolução, e por um momento, quis deixá-lo remoendo um óbito que não chegaria. Ela sorriu levemente.
— Aceitou a morte? — virou a cabeça para o lado, analisando o local que mordera inchando aos poucos. Em breve, iria fechar.
— Se for pelas suas mãos, parece uma dádiva.
O punho dela apertou, assim como seu coração, reagindo à fala como se fosse uma adolescente. Ele nunca demonstrou nojo para com a condição genética que carregava desde o nascimento. Nunca foi excessivamente gentil, mas não a julgara. Entretanto, se não fosse o prenúncio da decadência, nunca falaria tais coisas.
— Quem diria… Sasuke Uchiha amoleceu como uma garotinha. — o olhou de cima, buscando passar a impressão de estar imperturbada.
— Você também. — Sasuke queria gravar aquela imagem profundamente dentro de si. Ainda apreciava a forma como ela o olhava, fosse qualquer emoção dentro daquelas orbes magníficas. Ele queria ser o motivo daquelas felizes, das intensas. E queria mudar qualquer uma que trouxesse dor e ressentimento. — Já vi homens morrerem em segundos após o veneno ser injetado… E eu ainda estou vivo. Uma prova de compaixão, talvez?
Sasuke ajustou os dedos, satisfazendo a ânsia de tocá-la, os pressionando na curva de sua cintura. O abraço da morte não deveria ser tão indolor, e a quietude dela falava alto demais, implicava alguma coisa.
— Não estou morrendo. — pegando uma respiração em reconhecimento, sentou-se, pela primeira vez em muito tempo sentindo-se aliviado. — Está conseguindo controlar. O veneno.
Uma das metas dela, a qual falou apenas uma vez durante o período que dividiram o covil, era a de se alimentar sem deixar um mar de corpos para trás. E conseguiu.
— Não fique surpreso, eu sempre consigo o que eu quero. Pode demorar anos ou décadas. — revirou os olhos, tentando não dar atenção ao quão próximos estavam de repente. — Ainda posso usar o veneno, se eu quiser.
— E você quer?
— Sim, se você tentar me levar para qualquer que seja a prisão esperando por mim.
— Não terá prisão. — Ao menos, se vier comigo. Quis completar, quase o fez, mas o antigo Sasuke, o renegado, sussurrava que mesmo que ela não fosse, não haveria possibilidade de deixar que a levassem. Não permitiria, não importava a circunstância.
— Ah, claro. Como os Anbus também não queriam.
— Sem prisão. — reiterou, mais seriamente. — Apenas eu.
Confiar não era um dos aspectos mais admiráveis de sua personalidade, no entanto, a sinceridade crua revestia cada pedaço daquele homem desde muito cedo. Ele nunca recusou um único desejo, passando por cima de qualquer regra para ter o que queria, e se tivesse mesmo a ambição de levá-la, já o teria feito.
— Posso te dar cinco minutos. — decidindo seguir sua intuição, deu-se por vencida.
— Cinco minutos? — repetiu, apertando a cintura dela inconscientemente. A escassez oferecida desafiava sua contenção. Tanta espera para vê-la, e só poderia tê-la por ínfimos minutos.
— Eu tenho um compromisso em meia hora e não posso atrasar.
— Com que propósito? Desmarque. — Sasuke não esperava que ela tivesse tempo para fugir da organização Anbu e se comprometer a encontrar alguém.
— Não sei se você vai querer saber, São detalhes que geralmente ficam guardados entre duas pessoas. — sorrindo sorrateiramente, subiu uma mão para tirar as folhas secas guardadas aos cabelos negros e na bandana ao redor deles, encontrando seu olhar em meio ao escuro que vinha com a noite. — Cinco minutos, Sasuke.
A intimidade contida em suas palavras o atingiu com uma possessividade ridiculamente grande. A maioria dos relacionamentos dela resumia-se à caça, e essas pessoas morriam logo após drená-los, ou em decorrência aos veneno fatal correndo pelas veias, liberadas com as retrações dos dentes. Ela não marcava de os encontrar. E a sugestão dela estar tendo contatos amorosos fez seu ciúmes incinerar sua cólera em chamas incandescentes.
A expressão tipicamente severa dele continha traços de um domínio desconhecido por ela, e foi o bastante para deixar um calor calmo se espalhar em seu interior. Satisfação queimava dentro dela por conseguir alcançar pontos tão sensíveis em Sasuke, considerado uma parede dura de penetrar.
Com a sensação de trabalho feito, tentou levantar-se, mas ele a empurrou de volta em seu colo com certa rispidez. Ela podia sentir cada centímetro de seu corpo, a intensidade vazava dele, condensando o oxigênio com tensão palpável. Em seu íntimo, o Uchiha sabia que não tinha o direito de sentir-se daquele modo, definitivamente não era da sua conta, mas como queria que fosse.
— Quem?
— Ele é um dos chefes de controle de informação de Kumogakure, e depois de duas doses de saquê, vai me dizer tudo o que eu preciso. — Um sorrisinho malandro desenhou os lábios de [Nome], segurando seu queixo entre duas unhas pontudas.
Aceitar a centelha de ciúmes subindo através de si foi quase impossível, mesmo sabendo que ela era livre para encontrar afeição em quem quisesse, e Sasuke queria tanto deixá-la longe do alcance de qualquer homem além dele. Sentindo as coisas mais vividamente, a ver com mais clareza os detalhes de sua vestimenta em tons de roxo escuro e preto, a sentir o peso de seu corpo pressionando seu colo, o toque dela em sua pele deixando-o inquieto quando os dedos desceram por seu pescoço, tão perto do leve latejar da ferida feita por suas presas.
— Sempre pensei se um dia você conseguiria beber de mim… E o que eu sentiria quando você fizesse. — Ele admitiu baixinho, olhando seus lábios avermelhados.
— E o que sentiu? — incerta do que esperar, ousou enfrentar seus temores mais amargos e autodestrutivos.
— Êxtase.
Nos instantes finais de cada padecedor sacrificado apenas para que ela vivesse mais um dia, [Nome] imaginava a dor lancinante que deveriam sentir, além do desgosto por serem levados de tal forma. Sasuke não passou pela árdua sensação de ser infectado, mas não sabia de onde vinha esse êxtase descrito. Ela rasgou suas pele e bebeu sangue como uma praga em forma de carne.
Uma consequência desastrosa de todos os experimentos realizados pelo Sannin lendário quando ainda respirava o ar do mundo pela primeira vez. Sua busca incansável pela imortalidade trouxe-lhe apenas uma menina com hábitos ruins, desumanos. Veneno da serpente mais bruta correndo ao lado das veias ligadas ao coração, fome por sangue humano apenas um adicional às peças que compunham o Experimento 668, o único que dera certo.
Conforto pela nova perspectiva atenuou-a, pois nunca pensou em suas habilidades como nada além de algo cruel que carregaria para sempre. Uma doença. Mas a aceitação encontrou lugar em seu coração não mais vazio. Era aterrorizante como um único meio elogio dele poderia fazê-la se sentir melhor.
No início, Sasuke não se importava com a outra criança dividindo seus treinos, os corredores obscuros de covis assustadores, suas práticas incomuns e escapadas em horários tardios o deixaram interessado, pouco a pouco. Na visão de muitos, estaria louco em considerá-la valiosa. Não confiável, hostil na maior parte do tempo, e a única coisa que o mantinha são. Esse foi o motivo de ter ido embora sem despedir-se, escolhendo o momento oportuno quando não estava presente.
Precisaria manter a imprudência se quisesse concluir seu objetivo mórbido. E ela era a única coisa que o fazia repensar seus planos quando deitava-se na cama e se imaginava sem seu calor.
— Quatro minutos, Sasuke. — murmurou, quase ameaçadora, mas Sasuke não a achava nada além de encantadora.
— Estou te seguindo há meses — Subiu a mão pela lateral dela, sentindo-a tão trocável, induzindo-o a se perder em seus olhos. — Não ache que vou aceitar apenas isso do seu tempo.
— Ser um herói ninja aumentou seu egocentrismo? — retrucou, controlando-se para não encarar seus lábios. — Quase três.
— Pare de fazer isso. — sua voz caiu para um sussurro. Ele não duvidava que tentasse ir embora, por isso, continuou. — Por que está procurando os esconderijos?
— Controlar o veneno trouxe resultados indesejáveis. — o assunto a fez desvencilhar-se de seu toque, o frio da noite banhando-a ao levantar, pegando a faca do chão para embainhá-la novamente no cinto de seu quadril. — Minha fome aumentou consideravelmente, e sei que Orochimaru deve ter algum supressor escondido.
O Uchiha sentiu-se vazio ao observá-la afastar-se, mas prestou atenção ao assunto, suprimindo seus desejos.
— Aquele maldito recusou-se a me ajudar depois de ter manipulado meu sangue como queria por anos.
O desentendimento entre eles foi algo que ouviu após a ressurreição feita por Sasuke. A confusão da guerra fez um penhasco surgir entre eles, e a falta de vontade dela de vê-lo tornou tudo pior. Se desencontraram tantas vezes, mas a oportunidade de apagar as intrigas estava em sua frente.
— Então, se te enviaram porque acham que você vai me fazer mudar de ideia sobre continuar procurando, sugiro que vá embora, ou tente me levar a julgamento.
— Você é tão teimosa, nunca escuta o que dizem. — inspirando fundo, inalou os odores ambientais e com uma dose de ousadia irreverente, aproximando-se dela para roubar toda a sua atenção para si. — Eu fiquei cego demais para ver o que tinha restado para mim… Eu não estou cego mais. Vejo tudo o que eu quero, o que me motiva.
Atônita, [Nome] não acreditou em seus próprios ouvidos. A menor lasca de declaração a fez considerar que tivesse levado alguma pancada em seu último confronto, para ouvir tais coisas vindas dele.
— Não achei que sentiria nada mais forte que meu ódio… Mas eu sentia alguma coisa por você. E isso me apavorava. O quanto eu sentia por você me deixava apavorado. — a confissão saiu em uma voz tênue, mostrando-lhe o quão frágil estava. — Ainda sinto esse medo. De te decepcionar, de não conseguir reparar o tempo perdido.
Como ele poderia dizer essas coisas sem preparo? [Nome] encontrava-se em estado de atordoamento, mas Sasuke ignorou isso, permitindo-se ser genuíno, sem restrições ou impedimentos que o fariam ter insônia por remorso.
— Não vou deixar que nada te machuque. — segurando seu rosto, o polegar desceu pela pele dela com uma carícia leve, apreciando poder tocá-la, e seu real propósito se derramou feito torrente, irrefreada. — Eu quero você. Você toda. Apenas não me odeie mais.
A espera pela resposta pareceu durar uma eternidade para o Uchiha, ciente de cada movimentação corporal da mulher que queria tão desesperadamente. A tonalidade rosa em seu rosto foi um bom indicativo de que compartilhavam os mesmos sentimentos, mas a necessidade de uma reação o impedia de reivindicá-la ali mesmo.
— Diga-me que ficará comigo, [Nome]. — inclinou-se, derramando sobre seus lábios a respiração quente e convidativa.
— Eu queria. — devolveu a franqueza que lhe foi concedida em cada palavra proferida. — Mas a sua jornada acabou… Você precisa de paz, Sasuke. Pode achar que não, mas merece aliviar o peso que carrega. — ela não sabia se o coração errando o pulsar no peito era de pesar ou excitação. — Eu tenho muito o que fazer, e não posso tirar sua oportunidade de ter um lar.
— Está falando sobre Konoha? — indagou, buscando seu olhar enquanto segurava sua nuca, entrelaçando os dedos em seus cabelos. — Meu coração está com você, para onde for, será onde farei morada. — sabia que se ela decidisse terminar o que haviam acabado de começar, não teria volta. E ao inferno que deixaria acontecer. — Não terei um dia de paz se acordar e não te ver ao meu lado.
[Nome] mal acreditava no que ouvia. Entre todas as suas fantasias de ter uma vida tranquila, elas nunca incluíam um parceiro. Tinha autoconsciência de seus próprios limites, até onde poderia ir antes de beirar o ridículo. Ela era destrutiva demais para o bem de qualquer um, uma bomba que precisa ser manuseada com cuidado para não explodir.
Se lhe dissessem que Sasuke Uchiha seria aquele que tomaria posse de seu coração e a faria querer estar com alguém, não acreditaria. Entretanto, não havia como negar que queria cada maldita coisa dita por ele.
Sem pensar, fechou o pequeno espaço entre seus rostos para beijá-lo profunda e ardentemente, finalmente cedendo ao que almejava. No instante que selaram a união, Sasuke derreteu contra ela, orientando seu rosto para tornar o beijo já voluptuoso mais quente.
Ele sonhou com esse momento, com seu gosto, a sensação de seu corpo pressionado-o. Mas nada poderia tê-lo preparado para a realidade, para os movimentos ousados de sua língua enrolando-se com a dele em uma dança sensual, e a devorou de volta com o desejo que preservava imaculadamente. Cada grama de excitação guardada para ela desde que descobriu o motivo do calor em sua virilha, desde que roubou um beijo depois do treino crepuscular.
Viajando as mãos sobre ele, tocou onde conseguia. Uma sob suas roupas para acariciar seu abdômen, provocando os músculos enquanto a outra subia os tecidos cobrindo seu torso. Apertou e arranhou suas costas, ouvindo os gemidos roucos que fizeram sua boceta apertar em necessidade. Avalanches a derrubavam e a erguiam na maré de prazer, obrigando seu corpo despreparado a aguentar todos apertos estimulantes em sua bunda e as mordidinhas em seu lábio inferior.
Um ofego alto saiu de sua boca ao ser erguida por ele, o braço serpenteando por seus quadris e a segurando firmemente contra ele, forçando suas pernas a envolvê-lo possessivamente. Sasuke perseguiu os lábios dela de novo, evitando quebrar o momento delicioso. Seu tesão excedia os limites do que deveria, a sobrecarrega ameaçando irromper com o roçar dos quadris dela em sua ereção tensa, prensando-o mais contra o calor dolorido entre as pernas de [Nome].
Sua vontade circulava apenas em tomá-la sem nenhum sentido de coerência, tê-la naquela noite e em todas as outras. Presenteá-la com seu sobrenome, dar a ela dias felizes em meio a tempestade ruim que foram suas vidas. Mas não era algo que pudesse ser decidido levianamente, e apesar de querer fodê-la até que nada mais estivesse em sua mente, levaria seu tempo e a amaria antes de tudo. O que lhe tirava a paciência era a falta de recato dela, esfregando-se contra ele, o contaminando com o prazer que o atrito fornecia, e com os arfares e gemidos manhosos escapando de seus lábios diretamente para sua boca.
Foi difícil pensar em algo além das sensações avassaladoras trazidas por Sasuke, tornando sua percepção de mundo muito estreita, fixada apenas neles e no calor compartilhado, e se não fosse pelos anos de experiência, simplesmente não teria notado a movimentação ao redor. Os sentidos aflorados dela diziam-lhe sobre a emboscada formando-se, e o Uchiha sentiu o mesmo.
Descontente com a interrupção, ele deixou um chupão suave em seu pescoço, aproveitando o calor de sua pele por mais alguns momentos.
— Posso lidar com isso. — murmurou em seu ouvido, sua língua passando em seu lóbulo devagar, causando arrepios maravilhosos nela.
— Eu sei que sim. — falou, quase se aninhando em seu abraço, sentindo-se mais confortável agora, com a iminência de problemas, mas em seus braços, do que em toda a sua vida. — Mas não são eles que estão na minha cabeça agora.
Relutantemente, impulsionou-se longe dele com uma respiração trêmula de Sasuke, percebendo a implicação em sua fala. Deleite correu por suas veias, mantendo-a em seu abraço, apesar da circunstância nada segura que estavam.
— Pelo tempo que você me quiser, sou seu. — prometeu, agarrando a esperança de felicidade com forças sobrenaturais, enchendo sua consciência com nada além dela.
O sentimento de pertencer a algo, e ser recíproco, alojou-se com um sussurro do que lhes seriam presenteados. E do que seria tomado se ousassem tocar o inabalável laço surgindo da poeira de amores antigos, escondidos em nuances imperceptíveis a olhos estranhos.
Eles nunca mais estariam sozinhos.
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