❥004
CHARLI D'AMELIO
— Aviso ⚠️
Neste capítulo, tem uma cena que retrata um episódio de bulimia,
e pode ser gatilho.
Chegamos a casa e eu levei a minha comida para o quarto.
Entro no quarto e sento na minha cama, retiro a comida e coloco sobre a cama.
Abro a caixa do hambúrguer e doeu uma mordida enquanto pego o meu celular do bolso.
Bebo um gole do refrigerante e vejo algumas publicações do instagram.
Algum tempo depois, dou a última mordida no meu hambúrguer e levanto-me da cama.
Eu sei que não deveria estar comendo fast-food e muito menos bebendo Coca, mas ontem, Hudson me obrigou a mastigar pão sírio com peito de peru, creme de ricota e alface, então acho que mereço uma folga. Digo, sem contar carboidratos em cada refeição, coisa e tal.
Deito fora os papéis das comidas e Chase entra no meu quarto, sem mais nem menos.
— Oxi, como você entrou aqui? — Olho para o garoto.
— Não interessa agora, Alison me mandou uma mensagem falando sobre o seu desfile em Londres — Ele senta na minha cama.
— E...
— E, aí que as roupas já foram todas definidas. Os tamanhos são os originais da marca, e ela disse que se houver alguma mudança no seu corpo ou nas suas medidas, você está fora do desfile.
— O que? Ela não pode fazer isso!
— Pode sim, e com a Dixie igual.
— Não, não pode! Eu e a Dixie somos as modelos mais importantes do desfile! — Suspiro.
— Sim, Charli, você e a Dixie são as modelos mais importantes, mas ajustes de última hora nas modelos principais, o fariam perder.
— Não... — Puxo meus cabelos para trás. — O que eu vou fazer se ficar fora do desfile?
— Não vai, Charli... — Seu tom é mais calmo. — Mas você precisa parar de comer tanta porcaria, sabe disso.
Estava demorando.
— Certo. Chase, eu... eu vou dormir e...
— Ok, entendi. — Ele se levanta da cama. — Vai dar tudo certo no desfile, Char.
Hudson beija minha bochecha e sai do quarto, batendo a porta atrás de si.
Minhas mãos se fecham ao lado dos meus quadris, como palavras de Hudson retumbando como se estivessem num gravador que cospe como palavras duramente.
O primeiro espasmo surge no fundo do meu estômago, aumento conforme eu também aumenta o ritmo da respiração.
Imploro mentalmente para que isso não volte a acontecer.
Não, de novo não.
Não depois de 6 meses. Período em que meu cérebro e meu próprio corpo me deram uma folga, um descanso das incontáveis madrugadas passadas ajoelhada em frente à privada vomitando até que não sobrasse mais nada no meu estômago a não ser a própria sensação dilacerante e amarga.
Mas a ânsia vem. E lá no fundo, algo diz que eu devo vomitar para eliminar toda essa gordura no meu estômago.
Não posso ficar fora do desfile amanhã, não posso perder tudo o que lutei para conquistar até aqui.
Quando o segundo espasmo faz uma dor inexplicável percorrer minha barriga, forço meus pés a correrem até o banheiro, e é só uma questão de instantes até que eu esteja de joelhos e vomitando.
Eu me odeio desde o primeiro segundo, passando por toda a agonia de estar expulsando tudo o que eu comi durante o dia, até o último, onde eu me sento no chão e fecho a tampa, inclinando-me para apertar a descarga.
Limpo o suor acumulado no meu pescoço e subo a mão para meus cabelos, puxando-os para trás e tentando não acumular meus pensamentos bagunçados com as repreensões pelo que acabei de fazer.
A pior coisa é saber que não posso controlar isso, não posso me obrigar a parar de vomitar, não posso dizer "chega, meu corpo não aguenta mais isso", embora minha parte consciente da gravidade da situação grite "Pare! Você está se destruindo".
Tudo o que eu posso fazer é diminuir a quantidade de comida e beber água como se estivesse acordando de ressaca após uma festa, já que é a única coisa que meu estômago aceita.
Levanto me e me apoio na pia para escovar os dentes, encarando meu reflexo pálido no espelho.
Tudo de novo...
Espero que gostem!
Deixem estrelinha e comentem :)
xoxo, joana
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