03. 𝐏𝐄𝐑𝐈𝐆𝐎 𝐄𝐌 𝐇𝐀𝐖𝐊𝐈𝐍𝐒
🩸── 𝐏𝐄𝐑𝐈𝐆𝐎 𝐄𝐌 𝐇𝐀𝐖𝐊𝐈𝐍𝐒 ── 🔦
❝ Long nights, daydreams
Sugar and smoke rings,
I've been a fool ❞
── strawberries & cigarettes
O Starcout estava vazio, as lojas estavam fechadas e tudo estava em completo silêncio. As demais luzes do shopping já estavam apagadas, sendo iluminado apenas pelas luzes de led brilhando em um vermelho e azul vibrante.
O único local que ainda estava aberto era a sorveteria Scoop's Ahoy.
Entrando pelo estabelecimento, passando pelo saguão e vendo por de trás da pequena porta que dá acesso a área dos funcionários, estava os três mais velhos e Dustin encarando o quadro branco, onde já havia boa parte da gravação traduzida.
── ''A semana é longa, o gato prateado come quando o azul encontro amarelo no oeste" ── os quatro liam ao mesmo tempo a frase, os deixando confusos sobre o possível significado.
Steve fechava a grade da sorveteria e o restante o esperava em pé pensando ainda sobre o código, quando começaram a discutir sobre.
── Gente, não dá, não pode ser isso.
── Mas é isso ── as duas garotas afirmaram.
── Sinceramente? Eu achei ótimo.
── Como isso é ótimo? Lá se vão os hérois americanos, isso nem faz sentido.
── Faz sentido sim ── o Henderson discorda do outro garoto ── É muito específico, é óbvio que é um código.
── Como assim, um código?
── É só você começar a usar o seu cérebro, Harrington ── Hailey diz enquanto girava seu chápeu em seu dedo.
Os quatro caminhavam um do lado do outro pelo shopping.
── Eu tô usando meu cerébro ── Steve rebate a afirmação da garota.
── Desde quando? ── ela se vira para ele com um tom de falsa surpresa na voz.
── É um código supersecreto de espião ── Dustin faz a atenção dos dois voltarem a ele novamente.
── Tá forçando a barra.
── Não sei, será? ── Robin questiona.
── É uma hipótese muito válida, na verdade ── Hailey entra na de Dustin ── Só acho que nenhum russo seria burro o suficiente para entregar o plano deles de bandeja, né?
── Vocês vão entrar nessa? ── o mais velho se refer as duas garotas.
── Claramente a Hailey tá certa ── Dustin aponta a amiga, concordando com sua fala.
── Tá bom, vamos pensar na possibilidade de ser mesmo uma transmissão secreta russa. O que você acha que iam dizer? ''Disparem a ogiva ao meio dia''?
── Exato ── a morena e o de boné dão razão a fala da loira.
── A nossa tradução tá certa, eu tenho certeza ── Robin afirma ── Então...''o gato prateado come''. Por que alguém falaria assim se não fosse para esconder o significado da mensagem?
── Exato.
── E por que iam tentar esconder o que significa a mensagem se ela não for confidencial? ── Hailey segue o mesmo raciocínio que a Buckley.
── Exato.
── Então isso confirma as suas suspeitas.
── Russos malignos ── Dustin e Hailey falam ao mesmo tempo e fazem um high-five por estarem certos desde o começo.
── Eu não acredito que vou concordar com esse pirralho estranho e a Hopper, mas sim, com certeza russos malignos.
── E como a gente desvenda?
── A gente pode traduzir o resto e torcer para achar um padrão ── Robin dá de ombros.
── Ou seja, basciamente é um tiro no escuro ── Hailey ironizou.
── Mais ou menos isso ── Dustin concorda ──Talvez ''gato prateado'' seja um lugar.
── Ou uma pessoa ── a loira sugere.
── Ou uma arma, por alguma razão russos tem um fetiche estranho por armas ── Hailey comentava até que para de repente de caminhar quando nota a ausência de uma pessoa.
── A gente precisa de um supergênio para resolver, mas...
Robin continuava falando enquanto a Hopper olhava confusa para o garoto um pouco afastado de si, ele procurava apressado algo em seus bolsos e estava parado em frente a um cavalinho de brinquedo para as crianças.
── Cadê o Steve? ── a outra pergunta atrás de Hailey que apenas aponta para o garoto.
── Ô Harrington, você quer ajuda para subir? ── a morena pergunta a Steve em tom de piada.
── O que você tá fazendo, cara? ── Robin pergunta.
── Uma moeda ── é tudo o que o rapaz diz ── Tem uma moeda aí?
O trio se aproxima do outro ainda confusos pelo seu comportamento.
── Você não é alto demais para isso?
── Dá a moeda! ── ele exclama já impaciente.
Hailey tira do bolso uma moeda e joga para o garoto que rapidamente a agarra no ar. Coloca no brinquedo que começa a funcionar e a tocar uma música, familiar no ponto de vista da garota.
── Eu acho que a Hailey tava brincando quando disse que você não usa o cerébro, mas cara...── Steve silenciou Robin e Dustin quando o mesmo riu da fala da garota.
── Xiu! Dá para calarem a boca e ouvirem?
Eles ficaram em silêncio até que Hailey arregala os olhos e olha para o mais novo que compartilhava a mesma reação.
── Puta merda, essa é...
── A música ── o cacheado completa a frase da outra e retira a mochila das costas a abrindo ── A música! ── ele pega a fita e a tocou.
A voz do homem começou novamente e no fundo, eles observaram que tocava a mesma música que estava saíndo do brinquedo naquele exato momento.
── Eu não tô entendendo.
── É a mesma música da gravação ── Dustin explica a loira.
── Eu sei que vou me arrepender no extato momento em que dizer isso ── Hailey começa ── Mas, caralho, Steve, você foi um gênio! Fez algo que preste pela primeira vez, parabéns.
── E eu quase estava me sentindo tocado ── ele rebate a fala da Hopper.
── Talvez tenha um cavalo desse na Rússia ── A Buckley sugere.
── ''Indiana Flyer''? Eu acho...eu acho que não ── Steve afirma sério ── Esse código não veio da Rússia. Veio daqui.
De repente Hailey sente como se estivesse passando um arrepio pela sua nuca, ela estranha e leva a mão até o local sentindo um desconforto. A garota olha para atrás de si mesma quando sente como se alguém estivesse os figiando.
── Hailey...
── Oi ── ela responde o chamado se virando para os outros três.
Eles a olham confusos.
── O que foi? ── Steve é quem pergunta a ela.
── Nenhum de vocês me chamou?
── Não ── os três afirmam ao mesmo tempo.
Hailey estranha e sente todo seu corpo ficando rigido, algo de estranho estava acontecendo com ela e isso a deixava com medo.
(...)
Depois de algumas insistências vindas do Harrington, Hailey se encontrava no carro do mesmo no banco da frente ao lado do motorista enquanto acenava para Dustin pela janela abaixada.
Steve deu a partida em seu carro quando o mais novo entrou em sua casa.
Hailey se perguntava se tinha sido uma boa ideia ter aceitado a carona do Harrington. O mesmo tinha oferecido a ela e Dustin que como tinham vindo de bicicleta ficava perigoso irem sozinhos a pé, principalmente Hailey que morava mais afastada Robin tinha ido embora na sua bicleta porque morava perto do shopping.
Agora ela observa enquanto as ruas de Hawkins iam sumindo enquanto cada vez eles iam adetrando a parte da floresta que se localizava a cabana dos Hopper's. Seus cabelos agora já soltos, voavam sentindo a brisa notruna agradável da cidade.
── Então, o que acha que os russos querem aqui em Hawkins? ── Steve quebra o silêncio que havia se instalado desde que deixaram Dustin. Steve odiava o silêncio, sua casa era replata disso o que causava incomodo no rapaz.
── Nenhuma ideia ── Hailey o responde ── Tem esse negócio de eles tarem em guerra com nosso país, mas por que aqui? De tantos lugares por que nesse fim de mundo?
Harrington tinha uma ideia do que eles poderiam ter vindo fazer aqui, desde que o laboratório de Hawkins foi exposto e fechado de vez, as coisas vinham se acertando. Mas ele não duvidaria se os russos tivessem algo haver com isso.
── Não acha melhor a gente falar com a polícia? ── a garota o tira de seus pensamentos, o fazendo a encarar ── Tipo, meu pai com certeza nos ajudaria.
── Sem provas o suficientes? Eu acho que não, tudo que temos é só ideias jogadas ── ele volta a olhar para a estrada ── E ter a chance de seu pai me ameaçar de novo com uma arma? Tô fora, essa eu dispenso.
A Hopper se vira confusa para o outro. Quando que isso havia acontecido que ela não ficou sabendo?
── Meu pai já te ameaçou com uma arma?
Steve pensa em alguma desculpa rápida, mas não vem nada na cabeça. Sim, Hopper fez prometer a todos que iriam deixa Hailey bem longe daquela confusão de mundo invertido.
E por um lado o garoto entendia o mais velho, queria proteger a filha cada vez mais já que não pode proteger a outra. Steve sabia do que aconteceu com Sarah, mas ele achava que Hailey merecia a verdade porque uma hora ou outra ela descobriria.
E o garotou comenteu o erro de ter dito isso ao outro.
Ele nunca se calou tão rápido na sua vida quando o delegado foi em sua direção com uma arma em suas mãos já que estavam no meio da confusão com os demo-cães ano passado. De certa forma ele não apontou a arma para si, mas a usou para intimidá-lo.
── Águas passadas, deixa para lá ── ele rapidamente encerra o assunto para não falar algo a mais, ele Steve não sabia mentir muito bem.
E eles afundaram novamente no silêncio para a infelecidade do outro. Mas ele nota que já haviam chegado na casa da garota. Steve comessa a parar o carro lentamente.
── Bom ── ela retira o sinto e põe a mochila nas costas ── Valeu pela carona, Harrington.
── Por nada, Hopper ── ele se despede de Hailey quando ela abre a porta do carro.
A morena começa a andar em direção a sua casa, ela tira a chave do bolso menor da mochila e destranca a porta da frente. Quando ela fecha a porta, ouve o som do motor do carro do garoto embora.
Hailey pensa que esse foi um raro momento entre eles dois de trégua, onde nenhum dos dois se xingava ou insultava de alguma maneira. Deveria ser considerado um milagre isso. Ela ri disso.
Mas seu sorriso some assim que ela se vira e encontra seu pai sentado no sofá com os braços cruzados com uma cara nada boa em sua direção. Ele vestia uma camisa de botões verde com alguns desenhos rosa. A garota presumiu ser nova já que nunca tinha o visto com ela antes.
── Boa noite pai, como vai o senhor? ── ela sorri novamente tentando acalmar o pai, mesmo sem saber o que o deixou desse jeito.
── De quem era aquele carro lá fora, Grace? ── Hopper perguntou ainda se mantendo sério ── Você tinha ido de bicicleta para o trabalho.
Merda. Ele a chamou pelo nome do meio, sabia que estava ferrada.
E se repreendeu também quando o mais velho citou sua bicicleta e percebeu que havia a esquecido no porta malas do carro de Steve.
── Era do Harrington ── ela resolve contar a verdade ── Mas foi só uma carona, nada de mais, só tava perigoso e ele se ofereceu para vir me deixar.
── Harrington ── seu pai repete novamente o nome do garoto ── Você não odiava esse cara?
── E ainda odeio ── Hailey concorda ── Ele é um baita de um idiota, mas quis fazer um favor.
── Eu não ando no mesmo carro que pessoas que eu odeio.
── Ah pai por favor, não começa ── a garota desiste desse jogo e se senta ao lado do mais velho ── Você devia saber que o Harrington é a ultima pessoa que devia se preocupar, porque convenhamos, nunca rolaria algo entre nós dois.
De repente Hopper deita sua cabeça no ombro da filha, que não acha estranho, mas não diz nada. Mas ainda com a mesma carranca.
── Vocês mulheres que são complicadas ── ele diz com uma voz meio arrastada ── Dizem uma coisa e agem totalmente o oposto.
Agora sim Hailey estranha ainda mais o comportamento de seu pai. De quem ele estava falando? Sentiu que ela não era mais o assunto da conversa.
── Como é que é a história?
Mas ele não deu ao trabalho de responder e se levantou rapidamente do sofá, andando em direção ao seu quarto em passos arrastados.
── Boa noite, Grace.
Antes que ele fechasse a porta, ela fez uma pergunta que já estava na sua cabeça a algum tempo. Desde que havia descido do carro de Steve.
── Pai, o senhor ameaçou o Harrington com uma arma?
── Jamais! ── ele responde atrás da porta fechada.
E Hailey apenas confirmou que, sim, ele havia feito.
Quando a garota se levantou, ia em direção ao seu prórprio quarto, mas quando passou pelo o de Onze ouviu algumas risadas e uma música tocando.
Ela abriu a porta lentamente para não fazer barulho, lá encontrou Max e Onze rindo de alguma coisa que a ruiva falava. Hailey se aponhou no batente da porta as observando, feliz pelas duas terem construído uma amizade.
── É sério, tô te falando ── Max diz entre risos ── A Hailey tá caidinha pelo Steve, ela não o tem moral de fala.
A citada arregala os olhos ao ouvir o absurdo que Maxine tinha falado, ainda mais para sua irmã.
── Vocês sabem que eu tô aqui, né? ── ela se pronuncia fazendo as duas virarem surpresas para ela ── Você nunca falou tanta merda, Mayfield.
── Conta outra, Hopper, todo mundo já sabe ── a ruiva rebate usando o mesmo jogo dos sobrenomes ── ''Aí, como você é insuportavél, Harrington'' ou ''Eu te odeio, Hopper''. Tudo fachada.
Hailey se surpreende pela ousadia da mais nova, mas não deixa barato.
── Isso não tem nada haver, você não sabe o que tá falando, pirralha.
── Ah não? ── ela pergunta com um sorriso irônico ── E como você acha que era eu e o Lucas no começo?
Agora a morena não sabia o que dizer para discordar da outra, lembrava bem das pequenas intrigas que os dois tinham antes de começar a namorar, quando a mesma era novata na cidade.
── Vão dormir vocês duas ── Hailey nega com a cabeça enquanto ria ── O sono já tá afetando o cerébro de vocês.
E com isso ela fecha a porta abafando o riso das mais novas, enquanto ela machava em direção ao seu quarto.
Nem se deu ao trabalho de fazer muita coisa, apenas precisou ver sua cama ali no meio do cômodo que se jogou de uma vez nela, escondendo a cara no meio dos travesseiros.
O dia havia sido longo e confuso.
Mas agora seu pai e amiga da sua irmã incinuarem aquilo havia sido uma absurdo completo.
Hailey e Steve juntos era uma completa piada, os dois não se suportavam. Era isso que a morena pensava.
── Isso é impossível.
── Então prova para mim?
── Provar?
── Sim, prova. Me leva para lá.
Hailey estava acordada há algumas horas, essa noite foi livre de pesadelos, algo raro. Mas a enxaqueca não lhe deu paz naquele dia.
Assim que acordou tomou um banho rápido e colocou o uniforme do Scoop's Ahoy. Preparou um cereal com leite e levou e encontrou um recado de On na geladeira dizendo que foi dormir na casa da Max. Hailey levou seu café para o quarto enquanto terminava de se arrumar. Ela estava caçando seus tênis quando começou a ouvir a briga do lado de fora do quarto.
── Para o laboratório?
── Sim, eu quero voltar.
── Por que os ímas caíram da sua geladeira?
── É isso aí.
Um silêncio se instalou de repente, não podendo ser mais ouvida nem a voz de Joyce ou Hopper vindo da sala. A garota decidiu ir ver o que havia acontecido.
O barulho da porta de seu quarto quebrou o silêncio ali instaurado na sala.
Os dois adultos ali que antes se encaravam, se viraram em direção a mais nova que estava parada em frente a porta do quarto segurando uma tigela vazia, os encarando confusa.
Seu pai vestia apenas o colete de delegado e tinha uma toalha amarrada na cintura, fazendo a cituação ficar ainda mais estranha, na opinião de Hailey.
── Tia Joyce ── ela comprimentou a mais velha ── Como vai?
── Hailey, querida ── a Byers abre um sorriso sem graça tentando disfarçar ── Que bom te ver. Não sabia que estava em casa.
── Pois é ── a garota passa alguns segundos quieta analisando ── Eu prefiro não saber o que tá rolando. Bom, vou para o trabalho.
Hailey rapidamente deixou a tigela vazia na mesinha que ficava ao lado do sofá e foi em direção a porta de casa, passando pelos outros dois.
── Tchau pai ── ela acenou para ele ── E tchau tia Joyce, também.
Assim que ela fecha a porta escuta seu pai soltar um suspiro frustado. Tinha alguma coisa naquela conversa de muito estranho e Hailey decidiu ficar para ouvir.
── Isso tudo é maluquice, Joyce ── ele resmungava ── A Hailey quase que ouviu sobre aquele lugar, isso tá passando dos limites.
── Hopper, não pode proteger ela para sempre, ela vai acabar descobrindo.
── Não se depender de mim. Já basta a Onze envolvida nisso tudo.
Hailey ficou cada vez mais apreensiva. O que estava acontecendo afinal? Dustin, Steve, Joyce e até mesmo seu pai a escondia alguma coisa, ela percebeu quando eles ficavam nervosos de repente.
A garota já estava farta de segredos.
A fita de Dustin tinha duas entradas que podia ser colocados fones de ouvidos. Enquanto Hailey ouvia do lado da janela em que ficava o balcão, Robin ouvia do lado da sala dos funcionários enquanto passava as páginas do dicionário.
Elas estavam bastante concentradas na voz do homem, quando começaram a ouvir um barulho da campainha dos clientes sendo tocada várias vezes.
── Marujas!
As duas se viraram vendo Erica Sinclair que aparatemente estava as chamando, sendo acompanhada pelo rebanho de suas amigas. Elas tiram o fone para ouvir a criança.
── Eu gostaria de provar o Furacão de Chocolate e Amendoim, por favor ── a garotinha abre um sorriso ''doce'' quando foi notada.
── Não. Chega de amostras por hoje ── Robin nega seu pedido.
── Por que não?
── Porque você tá abusando da política da empresa, pirralha mirin ── Hailey diz.
── Você tá mesmo distratando uma cliente? ── Erica aponta para a Hopper ── O que o chefe de vocês vai achar quando souber disso?
── E o que sua mãe vai achar quando souber o que você faz zanzanando pelo shopping? ── a mais velha retruca ── Por que você querendo ou não, ainda sou a babá preferida dela, Erica.
A irmã de Lucas fecha a cara quando viu que não podia discutir com Hailey e foi atrás de outra solução.
── Cadê o outro marinheiro?
── Desculpa, ele não pode ajudar. Tá ocupado ── Robin diz.
── Ocupado com o quê?
── Espionagem ── a loira e a morena dizem ao mesmo tempo e compartilham um sorriso maroto.
(...)
Dustin olhava cautelosamente para todos os lados do shopping enquanto Steve procurava por um dos russos malvados utilizando um binóculo. Estavam ali há um bom tempo e nada
── Tá vendo alguma coisa? ── o cacheado perguntou.
── Acho que eu não sei bem o que eu tô procurando aqui.
── Russos do mal.
── É, exato, eu não sei como seria um russo do mal
── Alto, loiro, nuca sorri ── Dustin descreve para o rapaz ── Procura alguém de fone, camuflagem, sacolão algo assim.
── Tá, entendi, sacolão ── Steve parece que finalmente entende ── Não, tá de sacanagem.
── O quê?
── Anna Jacoby falando com aquele mané do Mark Lewinsky.
── Cara, se concentra ou passa o binóculo ── o Henderson repreende o mais velho, mas ele não é escutado.
── Eu não acredito, cadê a noção dessa garota? Lewinsky sempre ficou na reserva.
── Steve, você é o pior espião da história, sabia? ── Dustin tenta pegar o binóculos do Harrington.
── Para. Ei, para ── Steve entrega de vez o objeto ao de boné.
── Fora que não sei porque está atrás de garotas, você já tem a perfeita bem na sua frente ── ele começa a observar o shopping.
── Sério, se falar Hailey de novo...
── Hailey.
── Não, não.
── Hailey, Hailey, Hailey.
── Para, não.
── Hailey, Hailey.
── Para cara, nós não dariamos certos nunca, eu não suporto aquela garota e só para você saber o sentimento é mútuo ── Steve nega de todas as formas ── Fora que ela nem faz meu tipo. Ela não chega nem perto do meu tipo.
── Qual é seu tipo mesmo? Não ser incrível? ── o cacheado o lança um olhar debochado.
── Obrigado. Para sua informação, ela era amiga da Nancy, o que não sei para você, mas para mim pega meio mal. E ela é estranha. E doida. Não gosto de gente doida. Ela vivia com a cara enfiada em livros. Isso pega mal também
── Agora que você saiu da escola, ou seja, em tese, virou adulto, não tá na hora de evoluir de conceitos tão primitivos como popularidade?
── ''Conceitos primitivos?'' Aprendeu essa besteira lá na... ── parou para pensar ── Colônia Lugar Perdido?
── Lugar nenhum ── Dustin o corrige ── E não eu aprendi com a vida. Em vez de sair com alguém porque vai te fazer parecer legal, porque não sai com alguém que você goste de estar? Assim como eu e a Suzie.
── Esse é o problema seu idiota, Hailey e eu não nos damos bem, odiamos a compainha do outro, somos água e óleo ── Steve rebateu ── E falando na Suzie, pensa comigo. Como foi que você conquistou essa namorada bonita? Ah é, com o meu conselho. Porque é assim que funciona, Henderson. Eu dou os conselhos para você e você segue, e não o caso contrário, tá, fedelho?
── Segui os conselhos da Hailey ── o ''fedelho'' sussura bem baixo.
── O quê?
── Segui os conselhos da Hailey ── ele aumenta o tom de voz.
── Você o quê? Quando foi que isso aconteceu? ── Harrington pergunta com um tom de indgnação em sua fala.
── Baile de inverno. Ano passado ── Dustin dá de ombros ── Nenhuma garota quis dançar comigo, mas a Hailey tava lá e me chamou para dançar com ela. Por isso que eu digo, incrível ── ele desvia o olhar para Steve por um momento ressaltando e o outro apenas revira os olhos.
── Aí eu contei para ela os seus conselhos e ela disse para eu não dar ouvidos a você porque você só fala besteira e começou falar.
── Ok, Henderson. Não fale mais comigo ── o mais velho se virou ofendido.
── Não começa, Steve.
── Não, fale com sua amiga Hailey ── pronunciou o nome da garota com uma careta.
── Você tá parecendo uma criança mimada. Que nem a filha dos Benson's que a Hailey teve que cuidar.
── Aí de novo ── ele levanta os braços no ar desacreditado ── Você adora falar da Hailey, não é mesmo?
Dustin resolveu ignorar o mais velho e continuou procurando algo com seus binóculos.
🩸🔦
© liapzw9_
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