00. 𝐔𝐒𝐄𝐋𝐄𝐒𝐒 𝐄𝐗𝐂𝐔𝐒𝐄𝐒
━━━━━━ 𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐎 🕰️
desculpas inúteis.
''Se estiver lendo isso, Grace, é porque algo aconteceu durante essa batalha contra o mundo invertido. Eu passei esses últimos dez anos te protegendo, fazendo tudo que tinha ao meu alcance para deixar você longe dessa confusão. Seria o meu fim se eu acabasse te perdendo. Mas se está lendo isso, é porque provavelmente falhei nessa missão e agora você sabe de tudo. Talvez saiba o que sua mãe fez. Talvez saiba a verdade sobre você.
Quero que saiba que não importa o que tenha acontecido comigo, por meio dessas palavras eu deixo marcado, sempre te amarei, moranguinho. Depois da Sarah, você foi a luz na minha vida, a única que me manteve firme. Agora é sua hora de se manter firme. Não se esqueça do que sempre lhe disse, se quiser a verdade, busque nos olhos da pessoa. Eles nunca mentem independente do que estão transmitindo. Não posso deixar de esquecer, se quer saber a verdade sobre você, procure sua mãe.
Com Amor, Papai.''
Já era a décima vez que Hailey relia a carta que seu pai havia a deixado durante esse período de cinco meses. Ela lia todas as vezes que sentia sua falta. Se alguém lhe perguntasse, ela poderia ditar aquela carta do começo até o fim de tantas vezes que já a leu. Sua intenção era aliviar um pouco do aperto que ainda estava presente em seu coração, mas parece que cada vez aumentava. Pelo menos, dessa vez ela não havia derramado uma lágrima.
A Hopper solta um suspiro de pesar. Ela coloca o papel de volta ao envelope com seu nome gravado com a letra de seu pai. Era um completo garrancho, mas Hailey não se importava, era algo que fazia ele ser ele. A saudades estava a matando. Por isso, passou a mão sobre o rosto, esfregando os olhos na tentativa de despertar. Havia acordado cedo em pleno domingo com apenas um objetivo.
Hailey desce da cama e vai em direção ao banheiro, ela havia ficado com o quarto de Joyce desde que tinha se mudado para a casa dos Byers. Às vezes as crianças dormiam na sua casa, e ficavam com os quartos de Will e Jonathan. Hailey encarou seu reflexo no espelho. Não estava tão ruim. As olheiras estavam menos visíveis e seu cabelo, curiosamente, estava mais ondulado do que o costume. Ela já havia notado essa mudança, mas apenas deu de ombros como da primeira vez.
De repente, ela ouve um barulho na cozinha fazendo a sobressaltar no lugar devido ao susto. A garota franziu o cenho, confusa. Até onde ela se lembrava, estava sozinha em casa dessa vez.
Caminhando cautelosamente, Hailey abre a porta de seu quarto com a maior delicadeza para não a deixar ranger e entregar sua presença. Com as pontas do pé, ela segue em direção a cozinha tentando ainda se manter silenciosa. A Hopper apenas estica sua cabeça para fora do corredor para tentar ver o que ou quem podia ter causado aquele barulho. Quando notou a típica presença por de trás do balcão não pode deixar de soltar um suspiro de alívio e deixar seus ombros relaxarem.
─── Harrington! ─── ela exclamou aparecendo por completo, assustando o outro no processo.
─── Bom dia ─── ele abre um sorriso sem graça ─── Te acordei?
Steve estava na sua cozinha com duas panelas em suas mãos, ele estava se levantando quando parou no meio do caminho quando notou a presença da Hopper no local. Hailey supôs que as panelas foram responsáveis pelo barulho que lhe chamou a atenção. A garota o encarou confusa. Ela se estica para trás para ver através da janela da sala e ao fazer isso encontra o típico conversível vermelho de Steve parado de frente a sua casa.
─── Como e quando você chegou aqui? ─── ela se volta para o garoto.
─── Bom, eu cheguei há uma hora, eu acho. Você ainda estava dormindo, então não quis te acordar ─── ele explica enquanto guardava as panelas de volta nos armários ─── E é impressionante como você sempre esquece que me deu a chave, Hopper.
Agora que o outro havia dito, Hailey pareceu se tocar disso. Sim, ela deu a Harrington a cópia da chave de sua casa, porque sinceramente, o garoto parecia que já vivia lá. Quase todas as noites depois do trabalho deles na Family Video, eles iam para a casa da morena. Ou às vezes ele aparecia de repente pela manhã durante os finais de semana ou na folga da Hopper.
─── E o que você tá fazendo na minha cozinha?
─── Seu café da manhã, porque se depender de você, você sai sem comer nada ─── ele disse como se fosse óbvio.
Hailey não pode deixar de notar o quão Steve a conhecia. Outra coisa que estava a matando por dentro. No dia que os Byers se mudaram, naquela noite também foi quando Hailey havia quebrado o coração de Steve. Aquilo estava a corroendo por conta da culpa. Cinco meses se passaram desde aquele dia, mas em nenhum momento o Harrington deixou a garota de lado, sempre estando ali para averiguar se a mesma estava bem. Eles não tiveram mais noite de filmes desde aquele dia. Para a falar a verdade, ele sempre mantém uma boa distância da garota na maior parte do tempo.
A Hopper sabia que esse era o jeito de Steve respeitar seu espaço. Mas ao mesmo tempo que aquilo era aliviante para ela, também era tortuoso. Ela sabia que não estava pronta. Não tinha condições emocionais o suficiente para se permitir sentir aquela sensação. Mas nada disso poderia retirar os sentimentos que a garota nutria pelo mais velho. E ela tentou bastante, tentou de tudo para sumir com tudo aquilo. Era impossível.
Eles nunca tocaram mais no assunto.
Steve estava terminando de organizar algumas coisas nos armários e logo em seguida que finalizou essa tarefa, pegou dois pratos que estavam sobre a pia e colocou em frente a garota. Hailey havia caminhado, sem ao menos perceber, para a mesa ainda perdida em seus pensamentos. O Harrington notou que a morena estava olhando muito para o nada e quieta.
─── Tem certeza que quer fazer isso? ─── ele questionou. Achando que a garota estava naquele estado por estar preocupada em relação ao que eles iriam resolver naquele dia.
Hailey pareceu despertar e não precisou de muitos esforços para entender a onde o outro queria chegar.
─── Eu preciso fazer isso, adiantei o suficiente ─── ela volta a encarar o garoto a sua frente ─── Preciso saber da verdade.
Steve permaneceu em silêncio durante um pequeno período de tempo, antes de balançar levemente a cabeça em compreensão. A garota encara o prato de ovos e bacon a sua frente com uma careta curiosa.
─── Desde quando o Rei Steve sabe cozinhar? ─── Hailey estreita os olhos em direção ao outro com uma voz carregada de um tom zombeteiro.
─── Sério? Nunca vai parar de me chamar desse jeito? ─── ele revira os olhos pelo uso do apelido vindo da garota.
─── Você sabe que não ─── ela abre o primeiro sorriso naquela manhã.
O mais velho apenas balança a cabeça em negação, mas se vira para a morena.
─── Saímos em quinze minutos, tá bom?
Hailey não respondeu em confirmação, Steve também sabia que ele não receberia. A garota apenas se limitou a começar a comer seu café da manhã em silêncio.
As árvores passavam como borrões devido a velocidade em que o carro se encontrava. Hailey nunca pensou que iria estar fazendo esse percurso novamente depois de quase onze anos. Nunca pensou que estaria indo atrás de sua mãe, onde a última vez que a viu foi quando tinha apenas oito anos.
Há uma semana atrás, Hailey criou coragem para mostrar a carta para que Steve a lesse. Especialmente o último recado que seu pai havia deixado. Encontrar a sua mãe. Antes de toda aquela confusão do ano passado, a garota apenas sentia falta de sua mãe e sentia culpa por achar que ela ter ido embora, era responsabilidade sua. De certa forma, foi por conta de si.
Agora tudo que ela sente é raiva. Algo que ela nunca sentiu tão intensamente. Ela ainda sentia a falta de uma presença materna. Mas a raiva que sentia de sua progenitora esmagava a saudade.
Mas ela precisava entender o que ela era. O que era para ser. Hailey achava engraçado ela ter que ir atrás da verdade sobre seu passado justamente pela pessoa que arruinou sua vida. O passado ainda a atormentava. Justamente por ela não ter nenhuma lembrança. Ela até tinha recebido algumas memórias com a ajuda dos russos, mas aquilo não se comparava com o que ainda estava oculto para ela. Seu pai foi claro, se ela quisesse a verdade, tinha que buscar sua mãe.
Então, quando Steve se ofereceu para levá-la até uma pequena cidade no Oregon, estado vizinho ao de Indiana, para onde sua mãe havia fugido quando Hopper havia descoberto a verdade e quando Sarah morreu. Ela se escondeu de Hailey por onze anos. Sem cartas, ou telefonemas, nem se quer uma visita. Mas arrumando as coisas de seu pai na cabana, Hailey havia achado um endereço que ela havia deixado há muitos anos atrás. A garota torcia para ainda ser o mesmo.
Hailey sai de seus pensamentos quando nota o carro começar a frear. Desviando o olhar da janela, ela olha para frente. Por estar no banco ao lado do motorista, pode ter uma visão privilegiada da pequena casa pintada de branco. Era bem simples, tinha apenas um andar depois do térreo. A varanda tinha apenas uma cadeira de balanço que parecia que não era usada por algum tempo.
─── Tem certeza que não quer que eu vá com você? ─── a garota se vira para Steve quando ouve a sua voz.
Ele mantinha o cenho franzido em sua direção.
─── Tenho, é melhor assim. Eu vou ficar bem ─── ela tenta garantir a ele, mas nem ao menos ela tinha certeza disso.
─── Tá bom, vou dar uma olhada na cidade, então ─── ele avisa ─── Volto em meia hora.
Hailey agradece Steve pela carona e abre a porta do carro para sair. Estava um pouco frio, por isso ela põe as mãos dentro do sobretudo preto que havia posto, também em sinal de nervosismo. Ela podia sentir suas pernas tremendo, mas mesmo assim as forçou a começar a caminhar. Em passos lentos, a garota começou a se dirigir para a varanda, subindo os poucos degraus que tinha ali, a lembrando da cabana.
Ao chegar em frente a porta, ela engoliu o nó que estava se formando na garganta e tocou a campainha. Seu coração errou a batida quando começou a ouvir passos vindo de dentro da casa. Ele batia cada vez mais rápido à medida que se aproximava.
A porta foi aberta e Hailey pode sentir todo o ar de seu pulmão evaporando quando viu os cabelos encaracolados e loiros de sua mãe depois de onze anos.
Diana Hopper estava mais velha do que ela se lembrava. Devia estar pela casas dos cinquenta, ela não se lembrava muito da idade da mulher quando a deixou. Ela parecia cansada, mas não totalmente acabada. Vestia roupas simples e apenas um casaco cinza fino, ao qual ela se encolheu nele ainda mais quando a brisa de Março a atingiu. A primeira reação de Diana foi franzir o cenho em sua direção.
─── Oi, como posso lhe ajudar?
Hailey piscou diversas vezes sem conseguir proferir nem uma letra sequer. Claro que ela não lhe reconheceria, era uma criança quando se viram pela última vez e agora a Hopper já estava quase adulta.
─── Me chamo Hailey Hopper ─── essas foram as primeiras palavras que a garota disse antes de completar ─── Oi, mãe.
Parecia que algo havia atingido a mulher com bastante força, ela não só encarava surpresa a filha, mas também estava horrorizada. Como se tivesse visto um fantasma. Para ela, talvez fosse o que Hailey era. Um fantasma de seu passado, assim como a loira era para a filha.
─── Hailey...? ─── ela até tentou se aproximar da mais nova, mas foi automático o passo que a morena deu para trás no mesmo segundo.
─── Eu quero saber da verdade.
Elas estavam sentadas em um silêncio agonizante há quase vinte minutos, nenhuma das duas havia ousado dizer alguma coisa. Elas estavam em um sofá meio apertado, mas onde Hailey ainda conseguia manter uma distância segura da mulher.
─── Como...anda o seu pai?
Hailey teve que se segurar para não atacar a outra de xingamentos por ousar tocar no nome de seu pai. Mas decidiu fazer melhor.
─── Meu pai morreu há oito meses ─── ela respondeu de forma curta e grossa.
Diana ficou sem graça no mesmo instante, ela ficou calada depois disso. Essa informação claramente causou um desconforto nela, até porque ele era sobre o ex-marido e pai de suas filhas. A mulher tentou abrir a boca para, provavelmente, dizer palavras de conforto, mas Hailey não deixaria isso.
─── Me poupe dos seus lamentos ─── a morena a cortou antes que pudesse falar algo ─── Eu só vim para saber a verdade. Meu pai deixou uma carta com instruções para te procurar.
A mais velha colocou a xícara de chá que estava sob seu colo na mesinha à frente das duas. Ela suspirou fundo antes de perguntar:
─── O que você quer saber?
─── Quero saber, o que eu sou? ─── Hailey foi direta ─── O que fizeram comigo? E porque fizeram?
─── Você já sabe de tudo? ─── Diana se recusou a encarar sua filha. A vergonha de seus atos estava a consumindo.
─── Que a minha mãe me entregou para um sádico maluco que fazia experimentos com crianças e que agora tenho habilidades e por isso, monstros de outro mundo querem me matar? Sim, sei disso tudo ─── respondeu a mais nova, com o tom de sua voz carregado de sarcasmo.
Diana fechou os olhos o apertando, como se o remorso estivesse voltando depois de anos. O remorso voltou como sua filha.
─── Eu quero que saiba, que eu me arrependo de...
─── Eu não vim aqui atrás de suas desculpas, eu não preciso de mais isso ─── o tom da voz de Hailey se elevou ─── Quero saber, o que aconteceu comigo?
Ainda sem olhar para a mais nova, Diana começou a tentar criar coragem para contar toda sua história. Isso era como cavar fundo coisas do passado que ela já havia enterrado com concreto. Mas mesmo assim, com os lábios trêmulos, ela começou a contar.
─── Eu era médica em um hospital pequeno na Califórnia ─── sua voz não passava de um fio ─── Era o suficiente na época para sustentar nós três, juntando com o emprego do Hopper na delegacia. Mas quando a Sarah nasceu...
O nome ficou preso na garganta da mulher. Ela se forçou a continuar.
─── Quando ela nasceu, o dinheiro começou a ficar apertado ─── ela engoliu seco ─── Foi quando ele apareceu, o doutor Brenner. Ele estava recrutando algumas enfermeiras em um projeto confidencial e oferecendo uma boa quantia. Era apenas nisso que eu trabalhava, como médica. Aquele trabalho me assustava no início, mas à medida que ele começou a me fascinar foi quando Brenner me ofereceu um aumento se eu trabalhasse como cientista.
''Crianças com habilidades surreais, temos que admitir, não era algo que se via todo dia. Eu fiquei obcecada por aquele projeto, sempre buscando cada vez mais pesquisas. Eu sempre quis mais. Foi justamente aí que comecei a ficar cega pelo egoísmo. Eu descobri uma forma de recrutar ainda mais crianças, já que o número de crianças que nasceram com as habilidades era pequeno, então descobri uma forma de tornar crianças normais em algo especial.''
Nesse momento, Diana já estava se debulhando em lágrimas. Mas em nenhum momento Hailey sentiu pena ou algo parecido. A raiva dentro de seu peito aumentava a cada palavra.
─── Só que eu nunca havia avançado neste teste, apenas pesquisas sobre essa possibilidade. Mas ambição me fez ir mais longe, comecei os testes em crianças. Se o que o Brenner fazia era doentio, o que eu comecei a fazer foi desumano. Vi crianças morrendo em meus braços porque eram fracas demais para aguentar os efeitos.
''Foi quando Brenner me descobriu. Várias crianças estavam desaparecendo e sendo encontradas sem vida pelos cantos da Califórnia e a suspeita estava caindo sobre nós. Eu estava tão frustrada pela minha falta de sucesso, que não estava nem ao menos me dando conta das atrocidades que eu estava fazendo. Brenner exigiu que eu pagasse pelo o que eu fiz. Acho que essa parte você já sabe. ''
A loira finalmente olhou para os olhos da filha. Eram iguais aos de Hopper. Hailey era um completa cópia do pai e nem ao menos tinha ideia disso. Ela viu a mesma raiva e repulsa nos olhos da garota de quando viu nos olhos do ex-marido há onze anos.
─── Eu não posso lhe dizer porquê de eu ter feito isso, porque nem ao menos eu mesma sei ─── ela apertou os lábios quando não obteve resposta da mais nova, apenas manteve um olhar duro ─── Brenner achou que você também não fosse sobreviver ao experimento. Ele usou todas as minhas pesquisas em você. Mas tinha algo diferente, você era diferente. Você sobreviveu, até mais do que o esperado. Estava progredindo muito bem.
'' Tinha alguma coisa no seu sangue que permitiu você se tornar imune ao soro que eu havia desenvolvido. Brenner se aproveitou disso para trazer você para o projeto dele. Ele nem ao menos ligava para as outras crianças, porque ele só tinha olhos para você. Ele pensava que se descobrisse o do porquê você ser imune, poderia achar outras crianças como você. Ele nunca conseguiu concluir isso. Mas você era conhecida como a 'favorita do doutor Brenner'. ''
Hailey achava que nunca havia sentido tantas emoções como agora. Raiva, repulsa, nojo. Tudo isso misturado em uma avalanche de sentimentos negativos que estavam a corroendo. Só de pensar no que ela havia passado naquele lugar, ela sentia vontade de vomitar. Era apenas uma criança.
─── O que são meus poderes? ─── sua voz saiu baixa.
─── Eles estão conectados com a sua alma. São linhas de energia que caminham junto com as células de seu sangue. Eles atuam como anticorpos que protegem seu corpo de outras formas. Quando suas emoções se sobressaem, eles são ativados como mecanismo de defesa. Quanto mais fortes são suas emoções, mais fortes eles podem ficar.
Hailey se lembrava de quando teve que usar os poderes. Ela sentia a corrente passando pelas suas veias quando estava sentindo medo durante a batalha ou raiva. Se lembrou que quando precisou libertar Robin e Steve das presilhas na base russa ou ajudar com o carro, seus poderes não foram liberados tão intensamente como quando precisou lutar contra o Devorador de Mentes.
Diana notou o silêncio de Hailey e voltou a lhe encarar.
─── Eu sei que não quer minhas desculpas ─── Hailey voltou a atenção para a progenitora e viu que ela voltou a chorar ─── Mas não sabe o quanto eu tenho sofrido nesses anos. O tanto que a culpa vem me matando.
─── O que você sofreu esses anos? Você não tem o direito de falar isso sem saber o que eu passei! ─── Hailey levantou de supetão do sofá, elevando a voz ─── Passei anos me culpando, tentando achar um maldito motivo plausível para você nos ter deixado. O quanto eu tive que cuidar do meu pai porque ele estava bêbado demais para comer porque você nos abandonou quando mais precisávamos.
A mais velha também se levantou, ficando diante da filha. Eram os primeiros índices de raiva que ela demonstrava desde que Hailey havia chegado.
─── A morte da Sarah me matou por dentro! Eu fiquei devastada, eu me culpei, me torturei por anos! EU PERDI MINHA FILHA!
─── MAS EU ERA SUA FILHA TAMBÉM! ─── Hailey exclamou.
Diana se calou e suavizou o olhar quando aquelas palavras lhe atingiram com força. As lágrimas rolando pelo rosto de Hailey também havia a machucado, ela chorava junto da filha.
─── Me perdoe, me perdoe por toda a dor que eu te causei ─── Diana tentou se aproximar novamente, mas como da última vez, Hailey se afastou.
─── É tarde demais para pedir desculpas ─── a mais nova negava com a cabeça ─── E eu não sou mais sua filha.
Se a mulher já estava chorando, aquilo foi o estopim para ela cair no choro mais desesperado que Hailey havia visto. Ela não podia ficar ali vendo sua mãe chorando, ela saiu correndo pela porta. Deixando para trás tudo de seu passado. Deixando sua mãe para trás. Isso foi a última coisa que Hailey teria que fazer para deixar o passado, no passado.
Pela primeira vez ela achava que conseguiria fazer isso.
Ainda chorando, ela se sentou nos degraus esperando desesperadamente por Steve. Ela não tinha noção de quanto tempo havia ficado na casa, mas sabia que era próximo do horário que o garoto havia combinado de voltar. Sua mãe não ousou ir atrás dela, e a mesma agradecia muito por isso.
Hailey fechou os olhos por um momento tentando absorver tudo.
Estava tudo em completo silêncio, mas ela poderia jurar que ouviu o som de um relógio bem lá no fundo de sua mente.
「 🌙 」O PRÓLOGO VEIO!!!
「 🌙 」Sinto que vão rolar mais ameaças aqui de novo pelo capítulo triste, mas ouso dizer que é só o começo.
「 🌙 」Sejam bem-vindos oficialmente ao ato dois, ou nova etapa, de Midnight Secrets.
「 🌙 」Apartir do primeiro capítulo irei focar na cronologia da série.
「 🌙 」Essa nova fase irá focar cada vez mais nos poderes da Hailey agora que eles foram revelados.
「 🌙 」Eu e mais quem que vamos caçar a mãe da Hailley? 🙋♀️
「 🌙 」Enfim, espero que tenham gostado desse capítulo e até semana que vem!!!
votem, comentem e divulguem para me ajudar <3
𝐁𝐎𝐀 𝐋𝐄𝐈𝐓𝐔𝐑𝐀!!
© liadxzreads
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