CAPÍTULO 32

❛ o último dia. ❜

- Hoje é lua cheia. Devemos supor que Klaus está preparado para quebrar a maldição. - Elijah diz nos encarando.

Já era um novo dia e hoje, era o fim da minha curta vida. Eu, Elena e Stefan estávamos sentados em poltronas enquanto encaramos Elijah que estava de pé a nossa frente. Damon não havia descido desde o ocorrido de ontem, apenas vi Andie ajustando as roupas e cobrindo o enorme machucado em seu pescoço com um lenço antes de sair.

- Elena disse que a maldição do sol e da lua é falsa. - Stefan diz. - É que na verdade é uma maldição colocada no Klaus.

- Klaus é um vampiro nascido de uma linhagem de lobsomens. - Elijah diz. - A maldição impede que seu aspecto lobsomem se manifeste. Mas quebrando-a, ele será um verdadeiro híbrido.

Suspiro enquanto Stefan e Elena me encaravam.

- Então por que vamos deixá-lo quebrar a maldição? - A voz de Damon ecoa, fazendo Elijah se virar para encara-lo. - Podemos matá-lo hoje. Com a Bonnie.

- Damon..- Stefan diz.

- Não. Bonnie não pode usar tanto poder sem morrer. - Digo.

- Eu escrevo um discurso pro funeral. - Ele exclama.

- Não é uma opção, Damon. - Digo firme.

- Certo, como quebramos essa maldição. - Elena desvia o assunto.

- O ritual é bastante direto. - Elijah diz. - Os ingredientes vocês já conhecem.

- A pedra-da-lua. - Stefan diz.

- Uma bruxa canalizará o poder da lua cheia para canalizar o feitiço que foi preso dentro da pedra-da-lua. - Explica Elijah. - Depois disso, Klaus, sendo lobsomem e vampiro sacrificará um de cada espécie.

- E onde eu entro nisso? - O encaro.

- Na parte final do ritual. - Ele diz e anda até uma prateleira pegando um médio baú de madeira. - Klaus deve beber o sangue da Doppelgänger até você morrer.

Vejo Damon me encarar e Elena pegar em meu braço o agarrando nervosamente.

- E é aí que você entra. - Digo suspirando. Ele abre o baú.

- Este é um elixir que adiquiri há quinhentos anos para Katerina. - Explica Elijah pegando um pequeno frasco empoeirado e velho. - Possui propriedades místicas de ressurreição.

- Então eu estarei morta? - Questiono.

- E depois não. - Diz.

- Esse é o seu plano? - A voz de Damon corta o ar depois do silêncio que ficou. - Uma poção mágica sem data de validade? - Ele me encara. - Se que voltar á vida, que tal o anel do John?

- Os anéis só funcionam em humanos. - Elijah diz. - Doppelgängers são uma ocorrência sobrenatural. Pode ser que o anel não funcione.

- Eu prefiro ele do que o seu elixir. - Damon se apressa a dizer. E então se vira me encarando suplicante. - E se não funcionar, Alyssa?

- Acho que ficarei morta. - Digo sem encara-lo.

- O quê? - Ele gagueja e então olha pra Stefan, acho que não esperava essa resposta.

- E se você tomar sangue de vampiro? - Sugere Elena. A encaro incrédula.

- Não é uma opção. - Digo.

Não que eu não tenha pensado nisso, mas eu seria tudo que meus pais não queriam que eu fosse. Uma aberração da natureza que mata, com certeza John ficaria decepcionado e acho que Miranda e Grayson rolariam no túmulo.

Damon suspira irritado e então nega com a cabeça se retirando.

- Você sabe se Klaus tem tudo o que precisa para fazer isso? - Questiona Elena suspirando. - Ele tem um lobsomem?

- Klaus espera quebrar essa maldição há mais de mil anos. Se ele ainda não tem um lobsomem, á noite, ele terá. - Elijah diz.

Elena suspira e se levanta saindo com Stefan, provavelmente para conversar com Damon.

- Achei que iriam entender por que estou disposta a fazer isso. - Suspiro indo até Elijah e pegando o frasco de elixir.

- Se quer a minha opinião, achei muito nobre da sua parte se sacrificar, mesmo não sendo necessário. Você está protegendo sua irmã, acho que nunca irei esquecer esse sacrifício. - Ele diz.

- Lembre - se do nosso acordo. Não pode contar a ninguém que não existe Doppelgänger com mais magia no sangue. - Murmuro e ele assente. - Klaus está aqui pela Doppelgänger e se eu não fizer nada ele machucará quem eu amo.

- Existe uma possibilidade do elixir não funcionar. - Elijah confessa. - Tem certeza que não considera virar uma vampira?

- Klaus vai me caçar se isso acontecer, como fez com Katherine. Não quero passar minha possível vida imortal fugindo. - Digo. - Eu sei o risco que estou assumindo.

- Vai embora! - A voz de Jenna é ouvida junto com o rompante da porta que nos chama a atenção.

- Jenna, Jenna..- A voz de Ric ecoa nos fazendo nos entreolhamos preocupados. Saio correndo em direção aos gritos com Elijah em meu encalço. - Jenna abaixe a besta, está bem? Sou eu.

Vejo Stefan, Damon e Elena entrando por um corredor.

- Fique longe. - Jenna diz, a besta tremendo em suas mãos.

- O que está acontecendo? - Elena questiona.

- Sou eu Elena, eu juro. - Ric ou Klaus, nem sem mais, diz. - Klaus me deixou ir.

- Prove. - Cruzo os braços.

- Em uma noite em que Jenna e eu estávamos "comendo sorvete", Alyssa e Elena acordaram e nos pegaram quase nus...

- Já chega. - Peço, a imagem vindo a minha mente.

- É ele. - Jenna diz.

Damon e Stefan arqueiam as sombrancelhas nos encarando.

- Por que ele te soltou? - Stefan pergunta.

- Ele queria que eu desse um recado. - Ric diz e me encara. - O sacrifício acontece hoje a noite.

Elena, Stefan e Damon também me encaram e Jenna suspira. Respiro fundo me virando para Elijah que observava tudo neutro.

Todos seguimos até a sala de estar onde nos acomodamos.

- Então você não se lembra de nada do que aconteceu? - Stefan questiona, ele estava de pé na minha frente, eu estava sentada ao lado de Jenna com Damon encostado no braço do sofá ao meu lado, Elena estava sentada em uma poltrona também ao meu lado, separada do sofá por um espaço enquanto Ric estava sentado em um sofá afastado a nossa frente.

- Não, é como se eu tivesse morrido e ressuscitado. - Ric diz. - Katherine está lá.

- Ela está hipnotizada. Damon deu verbena pra ela, mas ela não pode sair até o Klaus deixar. - Explica Stefan. Damon acaba saindo da sala sem dizer mas nada, provavelmente achando o plano absurdo.

- Eu vou atrás do Damon. - Anúncio me levantando sobre o olhar de todos. Subo as escadas e paro no batente da porta o encarando. - Por que saiu?

- Não queria mais ouvir. - Declara, continuando de costas para mim.

- Preciso que você entenda por que estou fazendo isso. - Suspiro entrando no quarto.

Eu sinceramente não sabia o que dizer, não podia dizer sobre o meu pacto com Elijah, sobre a verdade das Doppelgängers.

- Por quê? - Ele se vira me encarando. - Não impota o que eu penso.

Ah sim, importa muito.

- Eu ficarei bem, Damon. - Digo enquanto ele se aproxima. Não tenho certeza, mas espero que sim. - Vou beber o elixir, Bonnie matará o Klaus..- Uma pausa. - e tudo isso finalmente vai acabar.

- Se funcionar. - Diz.

- Vai funcionar. - Paro a sua frente.

- Você acha que vai funcionar, quer que funcione. - Diz. - Por que só eu estou convencido do contrário?

Respiro fundo o encarando.

- Não quero virar vampira. - Digo suspirando. - Vai contra tudo aquilo que minha família acredita..- Paro me corrigindo. - acreditava.

- Tem que ter outra maneira. - Diz frustrado.

- Não tem. - Me aproximo. Ele me encara com intensidade.

Sinto minhas mãos começarem a soar descontroladamente, minha respiração fica mais curta com a pequena distância entre nós. Eu sei que é errado, mas eu tenho tão pouco tempo pra viver se aquele elixir der errado, o que de mal há em amar? Essa era a pergunta que eu fazia para minha mãe, ela nunca me respondeu.

- Você vai morrer, Alyssa. - Ele murmura me encarando.

- E depois vou voltar a viver..- Murmuro e se possível, abaixo ainda mais o tom de voz. - pra você.

- Eu não quero correr esse risco. - Murmura.

Apenas balanço a cabeça, incapaz de falar alguma coisa. Pego em suas mãos que estavam próximas das minhas.

- Eu ficarei bem. - Afirmo.

- Apenas seja um pouco mais egoísta. - Ele pede.

- É a minha vida, Damon. - Murmuro. - Essa é a minha escolha.

- Não posso te perder. - Ele diz.

- Não vai. - Sussuro.

Engulo seco. Eu tinha que ser egoísta, esquecer Elena e todos mas eu não conseguia. Sempre vou colocar minha família em primeiro lugar.

Encurto mais a distância entre nós e com a minha última gota de coragem, selo nossos lábios.

Foi como um choque, Damon agarra minha cintura e minhas mãos vão oara sua nuca tentando-o aproximar mais.

Nos separamos por falta de ar e antes de sair Damon diz.

- Eu não vou perder você.

[...]

Não demora muito e anoitece. Meu coração estava a mil, eu tinha pelo menos realizado um dos meus desejos: pintar o meu cabelo de rosa. Definitivamente foi uma das melhores coisas que eu fiz.

Me encarei no espelho, havia escolhido minha melhor roupa, se eu fosse morrer teria de ser com classe. Escuro um barulho de motor, Elena e Stefan havia chegado. Eu estava na pensão Salvatore, não aguentaria ver meu pai agora. Apenas deixei uma carta, me despedindo e pedi para ele dar uma carta para Elena, uma para Jeremy, Jenna, Stefan e Damon. Não me esquecendo é claro de Caroline e Bonnie. São muitas pessoas para se despedir.

Saio da casa silenciosamente e vejo Stefan e Elena conversando próximos. Elena percebe minha presença e assim que me olha seus olhos se enchem de lágrimas e ela vem correndo me abraçar. Encaro Stefan enquanto abraço a minha gêmea e sussuro um cuida bem dela.

Ele assente tristemente e então se vira bruscamente, se pondo a nossa frente enquanto nos separamos rapidamente.

- Você me deixou nervoso. - O homem com um estranho sotaque britânico diz me encarando. Klaus. O maldito conseguia ser belo em seu corpo original. - Pensei que tivesse feito algo estúpido. Está pronta, querida?

Elena me encara derramando lágrimas e vejo os olhos de Stefan banhado delas também. Engulo seco e dou um passo a frente.

- Estou pronta. - Digo. Meio decepcionada por Damon ter sumido. Stefan me segura delicadamente pela mão.

- Não..- Ele diz.

- Eu não faria isso. - Klaus diz e ouço um soluço vindo da minha gêmea. - Não há razão para você morrer também.

- Não..- Murmura Elena. Corro para frente de Stefan, desesperada.

- Stefan, está tudo bem. - Digo. - Eu vou. Cuide de Elena e Jeremy para mim e impeça Damon de fazer alguma bobagem. Ninguém precisa se machucar.

Não preciso me virar para saber que Klaus sorria. Stefan engole seco e então me solta de seu aperto. Sorrio uma última vez para minha gêmea antes de ser levada em uma velocidade anormal.

Sou deixada em uma clareira e encaro uma mulher negra a minha frente. Greta. Ela começa a andar e começo a acompanhá-la.

- Ouvi falar de você. - Me pronuncio. - Seu irmão e seu pai estavam a sua procura.

- Bom, estavam perdendo tempo. - Ela diz. - Eu não estava perdida.

Continuo a andar atrás da bruxa e descemos uma escadaria de pedra bem escorregadia.

- Eu não consigo ver nada. - Reclamo.

Em um movimento de mãos, Greta faz várias fogueiras aparecerem, acabo soltando um guincho de susto. Encaro assombrada um corpo a minha frente.

- Jenna? - Questiono. Corro até ela me abaixando desesperada. - Jenna? Jenna?! Não, não não! - Me viro para Greta. - Ele matou ela? Eu fiz tudo o que ele pediu!

Jenna de repente acorda assutada. Ela me encara.

- Ela não está morta. - Responde Greta sorrindo. - Está em transição.

- Não..- Susurro.

A pazz tá acabando.. é só o começo.

Beijo de Dalyssa finalmente!!! Eu ouvi um amém?

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