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Robyn Jenkins sempre considerou-se uma pessoa meio estranha. Desde quando era apenas uma criança, seus gostos quase nunca condiziam com os das crianças à sua volta. A diferença ia de roupas excêntricas à conversas com assuntos que geralmente não eram entendidos pelas pessoas da sua idade.
Na escola, enquanto outras crianças se divertiam brincando, a diversão para Robyn era pegar seus livros, sentar-se em um lugar calmo- que geralmente eram as salas vazias dos alunos mais velhos- e estudar. Sabia que atualmente isso era considerado incrível e motivo para se vangloriar, mas na sua época era apenas motivo de chacota entre as crianças. Juntar o fato de ser uma nerd excêntrica com a sua timidez em excesso, fez com que fosse motivo piada durante toda sua infância.
Até certa idade se importava ao ponto de tentar mudar tudo em si mesma. Mas o ensino médio chegou, e com ele decisões para o futuro, foi naquela mesma época que Robyn decidiu que queria seguir os passos de Thomas, seu pai. Então simplesmente deixou tudo aquilo para trás.
Aos dezoito ingressou nas forças armadas. Seu pai à apoiou sem hesitar, já sua mãe precisou de tempo para acostumar-se com a ideia. Robyn à entendia, sabia que não seria algo fácil. E realmente não foi. O seu primeiro mês foi terrível, era considerada a pior entre todos. Sabia o que fazer, mas não como fazer.
Até que em um dia, conheceu James Rhodes, um tenente da força área. Ele não só à ajudou, como se tornou seu amigo. A partir dali, Robyn viu sua carreira deslanchar de uma forma que nem ao menos esperava.
Quando parava para pensar que foi de uma simples soldada do exército para secretária de estado, não conseguia acreditar. Aos dezoito aquilo era uma realidade distante e quase impossível.
Ao contrário do que parecia, sua primeira resposta ao convite para ser secretária havia sido um sonoro não. No início achava que aquele cargo exigia uma pessoa pragmática e metódica, o que ela não era. Porém tudo mudou quando o presidente falou do tratado de Sokovia. Quando o homem contou sobre o acordo e que ela iria supervisioná-lo, em um instante a decisão de Robyn mudou.
Tornar-se secretária mudou algumas coisas na sua vida. Começando por largar a liderança das forças especiais, já que teria que focar na sua nova função, que exigiria um foco ainda maior por causa do tratado.
Quando sugeriram para Robyn que seria interessante que algum dos vingadores participasse do desenvolvimento do tratado, a primeira sugestão havia sido o famoso Capitão América. Mas Jenkins logo negou, sabia que Steve Rogers seria a pior escolha, pois tinha a leve impressão que o super soldado não apoiaria tão facilmente o acordo. Então quando pensou em Tony Stark, foi como se uma lâmpada se acendesse na sua mente. Uma parte sua sentia e sabia que ele era a pessoa com quem deveria falar. E felizmente não havia errado.
Algumas pessoas haviam advertido a mulher pela decisão, argumentando que Stark era um homem que não levava as coisas a sério, além é claro de ser egocêntrico. Ainda sim, Robyn manteve sua decisão, e não se arrependia.
Tony Stark não era o homem superficial que as pessoas o jugavam de ser, pelo contrário. Na percepção de Robyn, Stark era como um livro. Um livro que as pessoas paravam na primeira página por achar que a história vai iria ser superficial e estranha, ou até sem graça. Mas com o passar das páginas, se revelava um dos livros mais belos que existia, e à cada capítulo fazia com quem a curiosidade e a ansiedade só aumentasse para que chegasse logo o fim.
Enquanto Robyn trançava seus cabelos em frente ao espelho, lembrava do homem cuidando dela quando estava doente. Quem além de pais e amigos de longa data segurariam os cabelos de um uma pessoa enquanto ela vomitava?, questionou-se. Mas Stark havia feito. Sorriu ao constatar que cada vez que encontrava o homem, se surpreendia mais com a pessoa que ele era.
Ainda imersa nos seus pensamentos, sobressaltou-se ao ouvir uma batida na porta do seu quarto.
— Entra.- gritou ela, ainda prendendo os cabelos em uma trança
Ouviu o barulho da porta abrindo-se e ao olhar pelo reflexo do espelho deu um largo sorriso ao vê que era Tony. Ela virou-se e disse:
— Achei que não ia vir mais, Stark.
— Eu estava na sala conversando com seu pai há quase trinta minutos- respondeu Tony se aproximando- Acho que a atrasada é você, baixinha.
— Você sabe que pequena e baixinha são os apelidos mais clichês que existem, não é?- indagou ela com a voz tediosa
— Eu sei, mas é que você é tão baixa, não consigo resistir.
Robyn revirou os olhos, mas sorriu. Ia respondê-lo, mas notou a pequena caixa que Tony segurava.
— O que isso?- questionou curiosa, apontando para a caixinha
— Ah já ia me esquecendo- Tony estendeu-a para ela- Seu presente de natal.
Robyn o olhou surpresa, não esperava um presente natal, mas logo pegou a caixinha das mãos do homem.
— Bom... não vou falar que não precisava, amo presentes.- murmurou ela divertida
— É, eu sei, abre.
Robyn notou que ele parecia curioso e talvez até levemente ansiosa para a reação do presente. Jenkins sentou-se na cama e em seguida começou à desembrulhar a caixa vermelha. E ao abri-la e observar o que havia ali, Robyn olhou para Tony com os olhos brilhando.
— Como você...- murmurou tirando o globo de vidro de dentro da caixinha
— Eu vi no seu quarto todos aqueles globos numa prateleira e então deduzi que você gostava.- explicou-se- Foi só uma suposição, se não tiver gostado tudo-
Tony foi interrompido por um abraço de Robyn. A mulher envolveu seus braços ao redor da cintura do homem e com a voz abafada por está com o rosto no peitoral de Tony, ela murmurou:
— Eu amei, Stark! Sua suposição não poderia está mais certa.
Tony sorriu, apoiou o queixo no topo da cabeça de Robyn e sentiu o aroma de baunilha vindo dos fios dourados invadir suas narinas. E Robyn sentiu o cheiro levemente amadeirado do perfume do homem, com o rosto enterrado no seu peito. Ficaram naquele abraço por quase um minuto inteiro, e quando se afastaram sorriram um para o outro.
Robyn sentiu-se levemente envergonhada pelo abraço repentino que havia dado, então desviou o olhar e pegou o globo que estava em cima da cama, e com ele entre suas mãos observou a neve flutuando em volta da pequena árvore amarela dentro da bola de cristal.
— Ganhei meu primeiro globo de neve com cinco anos, presente da minha mãe, desde então sou meio obcecada por eles.- confidenciou ela- Sério, obrigada, Stark. Agora fiquei envergonhada, pois o meu presente nem ao menos é realmente um presente.
— Agora eu fiquei confuso.- disse ele franzindo o senho
Robyn caminhou até o armário e pegou o "presente". Voltou-se outra vez para Tony e o entregou.
— Minha mãe sempre dizia que no natal a única coisa que não podia faltar eram os suéters feios- Robyn apontou para a roupa que ela mesma vestia- É meio que uma tradição, então mandei fazer um igual aos nossos pra você. E eu sei que é brega, tá?
— Um pouquinho, mas eu gostei.- respondeu Tony sorrindo, aquele sorriso que fazia Robyn se perguntar como alguém tinha um sorriso tão bonito e caloroso como aquele
— Então vai vestir, você tá muito arrumadinho com esse terno.- Tony riu e Robyn apontou para o banheiro que ficava no quarto
Robyn esperou sentada na cama, enquanto o homem se trocava. Depois de um tempo Tony saiu vestido com o suéter.
— Fiquei ainda mais bonito, não é? Por favor não poupe elogios.- disse Tony abrindo os braços
Jenkins o olhou com tédio. Mas não pôde deixar de notar que Tony Stark ficava gostoso vestido com qualquer coisa. Não que fosse dizer isso para ele.
— Na verdade eu ia dizer que ficou ridículo, mas tudo bem já que é a intenção dos suéters.
Tony girou os calcanhares e começou à observar todo o lugar pela primeira vez desde que havia entrado.
— Então esse era seu quarto?- indagou ele
Robyn parou ao lado de Tony observando o quarto que havia sido seu durante a infância e adolescência. Era nostálgico está na casa que havia crescido. Podia contar nos dedos quantas vezes ela e o pai haviam ido ali nos últimos anos.
— Era, o que achou?- perguntou Robyn
— Estou tentando não julgar o fato de você ter sido fã de boy bands.- brincou ele se aproximando dos poster's que havia ao lado da cama
— Eram ótimas bandas, ok?- afirmou ofendida
— Aham.
Robyn acompanhou Tony andando pelo quarto, até que ele parou à frente de seus desenhos infantis, que ela considerava mais garranchos.
— E esse desenho?- Tony apontou para a folha desgastada que estava colada na parede
— Essa era minha futura família imaginaria, a minha eu de nove anos gostava muito de pensar no futuro.
— Interessante...- murmurou ele observando melhor o desenho- Estou com medo de perguntar se isso é um cachorro ou um gato.
— É um cachorro- respondeu rindo levemente- Meu sonho era ter um, mas o Garrett, meu irmão, era alérgico.
— Você não fala muito dele, do seu irmão.- falou Tony
Robyn notou o receio de Tony em falar aquilo.
— Garrett era o completo oposto de mim, em todos os sentidos possíveis.- contou ela
— Menos na aparência.- comentou Tony
— Sim- concordou sorrindo- Algumas pessoas achavam até que éramos gêmeos.
Robyn recordou-se que em todos os lugares que chegava com o irmão, a primeira pergunta que era feita, era se eles eram gêmeos. Mas as semelhanças com Garrett paravam ali.
— Ele era fotógrafo.- falou ela
— Mesmo?- indagou surpreso
— Por que a surpresa?
— É que parece tão...- Tony não sou soube definir
— Normal?- sugeriu ela
— É.
— Ele nunca se interessou pelo trabalho do nosso pai, a paixão dele sempre foi fotografia. Não importava o momento do dia, sempre que eu o encontrava ele estava com uma câmera nas mãos.
Robyn se virou e pegou algumas fotos que estavam guardadas numa gaveta qualquer, e às entregou para Tony.
A primeira foto que Tony deparou-se foi de Robyn, a mulher não devia ter mais de dezoito na fotografia. Ela estava sentada encostada numa árvore, seus olhos estavam estreitos por causa do largo sorriso que ela esbanjava. Tony não conseguiu segurar o sorriso ao vê-la, pois até mesmo por uma foto, Robyn transmitia toda sua essência.
— Você era muito linda.- murmurou ele sem pensar
Robyn tentou não corar com o elogio, mas falhou na tentativa, elogios sempre à deixavam sem graça. Mesmo assim não desviou os olhos do homem, quando indagou divertida:
— Era? Isso quer dizer que não sou mais?
Tony virou-se para totalmente para Robyn.
— Isso quer dizer que só linda não definiria você agora.
Robyn o viu dar um sorriso ladino ao terminar de falar. Se já estava com vergonha pelo o que o homem havia dito, o sorriso havia à desmontado por completo. Jenkins sentiu seu rosto esquentar, e sabia que devia está realmente muito corada. Ergueu a cabeça quando ouviu a risada de Tony, e o olhou indignada.
— Desgraçado! Você faz de propósito.- esbravejou Robyn o dando um leve empurrão
-Você fica toda envergonhada com qualquer tipo de elogio, é divertido.- falou rindo, não só achava divertido, como adorava
Robyn maneou a cabeça em negação. Quando o iria responder, ouviu um um grito de seu pai os chamando.
— Vamos- chamou Robyn saindo quarto
— Você sabe que seu pai realmente acha que estamos juntos, não é?- questionou Tony andando ao seu lado pelo longo corredor
— Com certeza sei, mas relaxa, acho que você sobrevive aos comentários inconvenientes dele.
Tony assentiu em concordância. Não era como se estivesse incomodado com a suposição, estranhamente não estava nem um pouco. Ao terminarem de descerem as escadas, viram Thomas Jenkins de pé, colocando uma vitrola para tocar.
— Por que demoraram tanto?- Robyn iria responder mas Thomas à interrompeu- Esperem! Não falem, eu não quero saber.
Robyn bufou e não retrucou. Já havia perdido as contas de quantas vezes havia falado que ela e Tony não estavam juntos.
Robyn se jogou no sofá, e Tony logo sentou-se ao seu lado.
— E aí? Preparados?- indagou Thomas colocando uma maleta sobre a mesa de centro
— Preparados pra que?- questionou Tony, confuso
Robyn ajeitou a postura e olhou para Tony animada. Fez um sinal para que ele olhasse para a maleta aberta, e o homem observou Thomas retirar diversas fichas e cartas de poker.
— Sabe jogar poker, Stark?- perguntou Thomas
— Não só sei, como sou o melhor.- gabou-se
— Você não disse isso.- debochou Robyn rindo
— Stark- sibilou Thomas- Vamos jogar, e logo saberemos realmente quem é o melhor.
Enquanto o homem organizava a mesa, Robyn aproximou de Tony.
— Já vou logo avisando que ele é muito competitivo.- sussurrou ela no ouvido de Tony
Tony ficou rígido e sentiu um formigamento percorrer todo o seu corpo quando os lábios da mulher tocaram levemente o lóbulo da sua orelha.
Ao notar a mudança de postura do de Tony, Robyn lhe lançou um sorriso atrevido e ao mesmo tempo inocente, e perguntou:
— Algum problema, Stark?
— Nenhum.- pigarreou e forçou-se a esquecer a reação que seu corpo havia acabado de ter
Robyn focou sua atenção no jogo que iria se iniciar na sua frente. Não era competitiva como o pai, mas também não iria se deixar ser humilhada no jogo. Logo a primeira partida começou, e Robyn à definiria como quase sanguinária, mas como ela esperava, Thomas ganhou. Já a segunda partida havia sido mais tranquila, os dois homens trocavam confidências, pareciam amigos de anos, o que fez Robyn estranhar já que sabia que o pai não era um homem muito aberto a amizades, mesmo sendo bem humorado e simpático. Ainda sim Robyn sentiu uma estranha satisfação em vê-los se dando tão bem.
Já estavam na terceira partida e Robyn descia e subia perna, batendo pé no chão em um movimento inquieto, estavam na jogada final, queria ganhar ao menos aquela partida. Sentiu a mão de Tony pousar no seu joelho para ela parar o movimento, ele lhe lançou um rápido olhar e continuou com a mão ali, para à acalmar.
Thomas fez sua jogada e pela terceira vez ganhou, fazendo Tony e Robyn bufarem.
— Até que vocês foram bons adversários, mas realmente nunca tiveram chance.- falou Thomas- Só existia uma pessoa capaz de me ganhar no poker, e era minha esposa.
Robyn sorriu ao ver o pai falar tão abertamente de Violet, sua mãe.
— Nós podemos ir jantar? Estou com fome.- disse Robyn pondo-se de pé
— Você é muito impaciente, estrelinha.- murmurou Thomas indo na direção da sala de jantar, com Tony ao seu lado
Tony lançou um olhar divertido para Robyn ao ouvir o apelido, fazendo com que a mulher revira-se os olhos.
Os três se sentaram à mesa e logo começaram a comer. Tony não lembrava qual havia sido a última vez que havia rido e sorrido tanto. Conversaram sobre absolutamente tudo. O pai de Robyn havia falado sobre o seu trabalho na CIA, e sobre como a esposa adorava arte e até lhe apontou um dos quadros que a própria mulher havia pintado, e chegou até a sair da mesa para buscar o álbum de fotos, com as fotografias tiradas pelo irmão de Robyn. Tony também notou como os olhos do homem brilhavam de orgulho enquanto falavam sobre Robyn.
Já passava de meia noite quando Thomas anunciou que iria para seu quarto, já para dormir. Deu um longo abraço na filha, e o que Tony não esperava era que o homem também lhe abraçasse e desejasse um feliz natal.
Depois que o homem sumiu pelas escadas, Robyn disse:
— Ele gostou mesmo de você.
— Sou Tony Stark, não tem como não gostar de mim.
— Você é tão modesto.- comentou irônica
Tony observou a mulher parar de pé na sua frente e lhe estender a mão.
— Vamos lá pra fora.
Ele assentiu e segurou a mão de Robyn, que logo lhe guiou até os fundos da casa. Quando chegaram no quintal, Robyn o puxou na direção de dois largos balanços que ficavam ao lado de uma velha casa pequena infantil. Os dois sentaram cada um em um balanço e ficaram em silêncio por um tempo.
Robyn olhava com os olhos marejados para cada canto daquele quintal, lembrando de cada momento que havia vivido ali com o pais e com o irmão.
Ela olhou para Tony, que estava distraído se balançando levemente. Robyn hesitou por um momento, mas decidiu falar.
— O prédio onde eles estavam foi atingido durante a batalha.- confidenciou ela
Tony virou-se rápido para à encarar. Decidiu não falar nada ao notar que aquilo parecia um certo desabafo, e que Robyn ainda não havia terminado.
— Analisando algumas coisas hoje, aquele dia inteiro pareceu uma despedida- ela fungou- Quando eu me despedi do Garrett naquele dia, foi um abraço diferente dos outros, foi demorado. Ele me disse eu te amo, sabe? E ele nunca falava isso porque ele era todo fechado, mas naquele dia ele disse e eu sei que era uma despedida.
Tony se levantou e sentou ao lado de Robyn no outro balanço que ela estava, e Robyn sentiu Tony entrelaçar os dedos dele aos seus.
— Minha mãe me deixou um recado.- murmurou ela
— O que ela disse?- questionou Tony com a voz baixa, fazendo um leve carinho com o polegar na mão da mulher
— Que a nossa família foi tudo que ela desejou, que éramos tudo que ela mais amava e que tinha orgulho de mim- ela sorriu em meio as lágrimas, lembrando de cada palavra daquela ligação não atendida- Disse que eu à ensinei a sentir um amor que ela achava que não existia. Amor incondicional. Eu já conseguia escutar os gritos e o barulho do prédio começando à desabar, quando ela me pediu pra cuidar do meu pai.
Tony engoliu em seco ao ouvir cada palavra. Robyn Jenkins não merecia ter perdido a mãe e o irmão tão cedo. Eles mereciam mais tempo. Ao ouvir o choro da mulher ao seu lado, ele segurou o rosto de Robyn entre as mãos e enxugou as lágrimas que escorriam pelo seu rosto. Ele sabia que nada do que dissesse à confortaria de verdade, pois Tony sabia que talvez nunca houvesse um jeito de superar totalmente a morte de quem se ama.
— Sinto muito, Robyn.
As lágrimas cessaram quando Robyn o ouviu falar seu nome. Era só seu nome, uma coisa simples e que ouvia todos os dias, mas à fez sentir um frio gostoso na barriga, não reconheceu aquela sensação já que nunca havia sentido na sua vida. Ela assentiu e apoiou sua cabeça no ombro de Tony. Voltaram a ficar em silêncio, mas ainda com Tony tentando à confortar. E naquele momento Robyn soube que conforto não necessariamente necessitava de palavras.
— Como o prédio...- Tony não sabia se deveria perguntar ou se ao menos queria saber
Robyn ergueu a cabeça e só naquele momento se deu conta que o seu desabafo poderia acarretar em mais culpa para Tony. Havia sido tão fácil falar com ele sobre aquilo, e nunca havia conseguido falar sobre os dois com ninguém, além de seu pai.
— Hulk.- respondeu ela simplesmente
Tony abaixou a cabeça como se estivesse envergonhado.
— Me desculpa.- murmurou baixo
— Tá tendo uma crise de identidade? Preciso lembrá-lo que não é o Hulk?- brincou Robyn- E além do mais, nem o Hulk é o culpado, estava apenas nos protegendo. Se queremos realmente culpar alguém, vamos culpar os alienígenas que invadiram nosso planeta.
— Nunca nos culpou?- perguntou Tony, pois na sua cabeça fazia total sentido de elas os culpasse
— No começo sim, estaria mentindo se dissesse que não. Mas eu não gosto nem de pensar na situação que estaríamos se vocês não tivessem interferido- Ela fez uma pausa e respirou fundo- Não posso mudar o que aconteceu naquele dia, mas posso tentar evitar que outras pessoas percam quem amam, e eu vou fazer isso com o tratado.
Tony à olhou admirado, cada vez se encantava mais com a mulher ao seu lado. Ela poderia sim usar aquele tratado como forma de vingança, poderia até deixar o tratado do jeito que lhe foi entregue, rígido e que dificultaria a vida de todos os Vingadores. Mas durante aquele tempo que passou com Robyn discutindo o acordo, ela havia o ouvido, havia procurado uma forma daquele acordo ser o melhor para todos os lados, principalmente que ele não prejudicasse ninguém.
— Você deveria me odiar.- falou Tony
— Correndo o risco de aumentar ainda mais seu ego...- murmurou Robyn, sorrindo minimamente- Acho que é impossível te odiar.
Tony sorriu para a mulher, e respirou fundo antes de fixar seus olhos nas orbes coloridas.
— Nós vamos fazer de tudo para esse tratado funcionar, juntos. Vamos fazer isso pelas pessoas como sua mãe e seu irmão.- disse Tony com a voz firme
Robyn mordeu o lábio inferior para segurar o largo sorriso ao ouvir aquilo. Não poderia desejar alguém melhor que Tony ao seu lado em algo que era tão importante para ela. Ela apoiou outra vez a cabeça no ombro do homem, enquanto abraçava o seu braço, ela disse:
— Somos um boa dupla.
— Boa?- debochou ele- Somos a melhor.
Robyn riu, e os ficaram sentados no balanço apenas trocando piadas e pequenas confidências. Aquele definitivamente era o melhor natal que tinham em muito tempo.
NOTAS DA AUTORA:
Simplesmente meu capítulo favorito!!!
Eu tava tão ansiosa pra esse capítulo que resolvi publicar logo hoje. Nele ficamos sabendo mais um pouquinho sobre a Robyn, infância, personalidade, e até a motivação dela pro tratado.
E nesse capítulo ficou mais do que claro que esse casalzinho vai ser friends to lovers.
Por hoje é só... até a próxima bjssss.
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