𝑻𝒘𝒆𝒍𝒗𝒆
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Uma lufada de ar atingiu Wendy, que tinha sua atenção focada no som calmo do ambiente em que se encontrava. Com os olhos fechados e um vestido florido em seu corpo, a jovem estava deitada em uma toalha de piquenique, no meio do que parecia ser um campo vasto. Naquele momento ela não se preocupava com mais nada, não tinha medo, apenas se sentia bem. Estranhamente bem. Até poderia pegar no sono, sem se preocupar com nada ao redor. No entanto, uma voz familiar chamou a atenção da acastanhada, tirando-a de seu momento introspectivo.
— Cuidado para não pegar no sono. — Haruto disse repentinamente, com seu tom brincalhão já conhecido pela Watanabe.
— Você não deixaria isso acontecer. — Wendy abriu seus olhos, com certa dificuldade devido aos raios solares, vendo o amigo sentado ao seu lado esquerdo.
— É para isso que servem os amigos, certo? — Ele deu de ombros. — Perturbar sempre que tiver uma brecha. — A garota gargalhou, juntamente de Mina, que estava deitada ao seu lado na toalha xadrez.
— Então, quanto a isso, você é um ótimo amigo, Haruto. — Mina comentou, recebendo uma careta de indignação do garoto.
— Eu não perturbo vocês tanto assim. Wendy, eu te perturbo muito?
Quanto à personalidade, apesar de serem bastante parecidos, cada um tinha sua particularidade. Haruto sempre foi brincalhão e confiante, Mina sempre foi mais discreta e calma, já Wendy sempre conseguiu ter uma certa energia animada ou calma, a depender do que o momento pedisse.
Enquanto Haruto e Mina entraram em uma conversa sobre o comportamento do garoto, Wendy apenas assistia a discussão com um sorriso no rosto. Apesar de implicarem um com o outro, o trio não conseguia viver sem um deles. Como irmãos que depois de todas as brigas, continuam se amando. Inseparáveis, essa palavra os definia bem. Enquanto Haruto falava seu argumento para a jovem de cabelo preto, Wendy sentou-se na toalha ao dar conta de uma coisa, o sentimento que tomou conta de em seu peito: saudade.
— Sabe, eu senti falta de vocês. — Sorriu, entretanto seus olhos começaram a arder com a vontade inevitável de chorar.
— Ei, não chora. — Mina comentou apressada, ficando sentada também. — Nós estamos aqui e nada vai nos tirar do seu lado.
— Isso! Você está presa a nossa amizade, senhorita. E não tem mais como fugir, ou então eu vou atrás de você... E vou te perturbar mais do que o normal. — Haruto completou, fazendo a acastanhada rir em meio as lágrimas que insistiam em surgir.
Eles a abraçaram e no meio dos braços de seus amigos, Wendy se sentiu segura. Se pudesse, ela ficaria naquele lugar que transmitia uma calmaria fora do comum para sempre. Entretanto, a acastanhada foi puxada para a realidade terrível em que ela se encontrava, tirando-a do paraíso onírico que sua mente fantasiou.
A Watanabe havia passado a noite no quarto do Chapeleiro, porém ao varrer o cômodo com o olhar, não o encontrou na suíte e nem no banheiro. A jovem pensou que talvez ele tenha a deixado dormir mais por conta dos acontecimentos da noite anterior. Talvez por pena ou compaixão, nunca se sabe.
De qualquer forma, ela não precisava daquilo, seja lá qual fosse o sentimento que o mais velho estava sentindo. Seus pais ensinaram a mais nova a ser forte, não perderia essa sua força naquele lugar. Não poderia, mesmo que doesse, mesmo que se sentisse traída. Talvez o fato de ter alguém com quem pudesse conversar sobre coisas bobas e dar boas risadas tenha amolecido o coração da Watanabe, que constantemente sentia falta de seus amigos. Quando sua mente insistia em voltar nos acontecimentos da noite anterior, o rosto de Shiori surgia em sua mente como uma fotografia. Um momento eternizado. Confiança é uma coisa engraçada. É muito fácil de se tirar proveito, diferentemente da traição, que deixa um gosto amargo.
Após alguns minutos nessa situação, a acastanhada decidiu pular da cama, mesmo que em sua mente tal acontecimento se repetisse como um looping. Ela tinha outra coisa para se preocupar, já que precisava renovar seu visto. Então, focaria suas energias nisso, realizar a prova e tentar não morrer no jogo.
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Após ter sido traída por uma pessoa que considerava confiável, Wendy passou mais tempo com Chishiya e Kuina, além de encontrar Arisu e Usagi mais vezes. Quando a garota não estava com o Chapeleiro, estava com seus companheiros da praia.
Enquanto caminhava pelos corredores da praia, Watanabe foi abordada por alguém que, de todos os habitantes daquele lugar, era quem ela menos gostaria de ver em sua frente. A mulher baixinha que carregava em seu rosto uma expressão de arrependimento. Shiori chamou Wendy pelo nome, mas foi ignorada pela acastanhada. Então andou atrás da mais alta, seguindo seus passos.
— Pelo menos escute o que eu tenho a dizer. — Wendy parou ao ouvir tais palavras.
— E o que você tem a dizer? — Franziu o cenho, indignada — "Desculpe por ser uma babaca"?! Sabe, de todos daqui, eu não esperava isso de você, Shiori. — Wendy girou nos seus calcanhares para retornar a sua caminhada, quando foi interrompida novamente.
— Eu ouvi você e o Chishiya no quarto, falando sobre roubar as cartas do Chapeleiro.
— Ouviu tão bem que entendeu tudo errado, certo? — Sorriu ladino, aproximando-se da mais baixa novamente enquanto mantinha o contato visual. E logo proferiu a seguinte frase em um tom ameno e firme: — Por que você não faz um favor a si mesma e esquece tudo que você acha que ouviu?
Com a última palavra dita, Wendy virou as costas para a mais baixa, deixando-a sozinha no extenso corredor. A Watanabe tentou esquecer a conversa com Shiori a partir do momento que viu os rostos conhecidos de Chishiya e Kuina no saguão, cercados pelos outros habitantes da praia. A acastanhada foi até a dupla, que se encontravam na parte externa do local, cercados pelos outros moradores, estes que festejavam sob o anoitecer.
— E aí? — A mulher os cumprimentou, sentando-se em uma espreguiçadeira. — Quando vamos voltar com o plano?
— Temos que esperar a poeira baixar. — Chishiya, que estava sentado ao seu lado, respondeu.
— Acham que o Chapeleiro ainda pode estar desconfiado? — Kuina saiu da espreguiçadeira que estava, indo até a de Chishiya para sentar ao lado dele.
— Ele caiu no meu papo e desde então não tocou mais no assunto. — Wendy deu de ombros.
— Pensando bem, acho que foi melhor não termos conseguido abrir o cofre naquele dia. — Chishiya refletiu, recebendo um olhar confuso de ambas. — Poderia ser o cofre errado.
— Ele não seria burro de deixar tão simples, não é? — Wendy acompanhou o raciocínio do platinado.
— Então nos arriscamos por um cofre falso? — A de tranças arregalou os olhos. — Eu preciso de uma bebida. — Disse, levantando para buscar algo para beber.
— O que aconteceu? — O platinado perguntou, notando a expressão diferente que se apossou do rosto de Wendy.
— Encontrei a Shiori no corredor e ela disse que nos ouviu, falando sobre roubar as cartas. — Shuntaro manteve sua expressão impassível no rosto, mas algo em seu olhar transmitia uma preocupação para a Watanabe. — Eu neguei, afinal, não tem como provar nada.
— De qualquer forma, fique atenta nela. Se ela tentar fazer algo de novo, vamos estar um passo na frente. — Ele suspirou, olhando ao redor. — Nesse tempo eu consigo pensar num plano novo.
— Conte com imprevistos dessa vez. Como cofres falsos e, talvez, algo que faça você se esconder embaixo da cama de novo. — Chishiya soltou uma risada anasalada com o comentário. — Admita. Foi um ótimo improviso. — Ela apontou o indicador na direção dele.
— Não posso negar — O platinado voltou a encarar o rosto de Wendy —, você foi incrível.
Wendy sorriu involuntariamente, relembrando da adrenalina que sentiu no dia. O medo de ser pega no flagra, junto com a forma que sua mente trabalhou rápido ao pensar uma solução para o problema deles. Wendy foi puxada de seus pensamentos ao notar que Chishiya se levantou da espreguiçadeira.
— Eu preciso jogar hoje. — Disse colocando as mãos no bolso da bermuda clara.
— Nos vemos depois, então. — Ele assentiu, dando início a uma caminhada lenta, até que Wendy chamou sua atenção — Não morra!
— Vou tentar... Ficarei atento aos imprevistos durante a prova — O platinado respondeu, levantando levemente os cantos da boca ao ver a acastanhada fazer um sinal de positivo com as mãos, antes de virar as costas para Watanabe.
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Oi, gente!
Eu sumi estou tendo alguns problemas pessoais e, para falar a verdade, esses últimos meses estão sendo difíceis. Mas recentemente eu comecei a sentir muita saudade de postar e interagir com vocês nos comentários, então me animei um pouco com isso. Espero que tenham gostado do capítulo, confesso que esse não é um dos meus favoritos, mas tivemos aqui uma interação (migalha) entre Wendy e o Chishiya. Esperem que em breve serão mais. Inclusive, a do próximo capítulo: eu simplesmente amo.
AVISO IMPORTANTE: Faltam mais ou menos cinco capítulos para a primeira temporada de Mastermind chegar ao fim! Espero que gostem do rumo que as coisas vão seguir. Nos vemos na próxima atualização!
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