• 001 - Olá, Senhor Mung.
• Olá, Senhor Mung.
UMA LUZ FRACA FOI O QUE fez a garota acordar naquela manhã. Não fora o despertador e também não havia sido sua mãe.
A um tempo vinha acontecendo, a insônia. O fato de acordar algumas horas mais cedo do que o normal não lhe assustava mais.
Observou, ainda despertando, a janela semi-aberta e a leveza da cortina que voava com o fraco vento matutino. Estava sol, ela logo notou.
Não demorou para estar pronta. O uniforme estampava seu corpo, assim como um grande casaco azul como sua cortina, mas diferente dela, felpudo.
Uma rápida olhada no espelho foi o necessário.
Borrões.
Achou irônico o fato de acordar um dia em um hospital e não reconhecer nada e nem ninguém, inclusive o próprio rosto. Se perdera tão profundamente que nem se reconhecia mais.
Seria engraçado se não fosse tão trágico, ela pensou ao colocar uma máscara.
Mais uma mudança, uma máscara branca agora a acompanhava como uma fiel escudeira. Não havia sido proposital a dependência em um pedaço de pano, mas quando pegou se sentindo mais segura ali, já não tinha mais para onde correr.
Para Ga-ram, nunca havia sido tão difícil se adaptar como nos últimos quatro meses. Um baita processo, mudanças e uma doença visual.
Acredite, sempre tem como piorar.
Após ter fotos vazadas pelo ex-namorado de sua mãe, Shin Bo-ra abriu um processo por danos morais, o que acabou resultando também na busca de Kim Joo Sung, que agora era um fugitivo em algum lugar dos Estados Unidos.
E toda essa confusão, resultou na mudança de cidade. Agora viviam em um povoado que tinha mais de seiscentos anos, a cidade era grande e com muitas casas tradicionais. Não que Shin Ga-ram tivesse confirmado tal informação com os próprios olhos, na verdade essa era a primeira vez que saía da casa desde que chegara.
A casa era maior que a antiga, talvez devido ao grande quintal da frente. Seu quarto também havia aumentado, e agora tinha varanda. O jardim tinha diversas árvores, dentre elas, uma pessegueira que ainda não tinha frutos.
A vizinhança era calma, exceto pelo fato de ter três ou quatro comércios na sua rua. O que a fazia ter que escutar uma alta e longa orquestra de bom dias toda a manhã.
Sua mãe estava na cozinha quando desceu, e recebeu a filha com um grande sorriso e uma omelete com desenhos em cima. Sorriso de culpa, ela pode notar, sua mãe não tinha mais seu tão charmoso sorriso.
━━ Ga-ram, já acordou!– Shin Bo-ra tinha uma aparência jovial, seus cabelos tingidos naturalmente lhe davam a aparência de estrangeira. Ela tinha um sorriso gentil e alegre, ou costumava ter. E era muito boa cozinhando.
Sua mãe havia engravidado muito nova, um amor que não deu tão certo ao se tornar viúva pouco tempo depois de dar à luz. Vivia então na luta de achar o amor, mas nunca entendia que não precisava de nenhum homem para estar completa.
Ela dizia que seu pai havia sido sua metade, por isso nunca dava certo com ninguém.
Talvez, ela só devesse parar de procurar tão incisivamente. Era o que a primogênita pensava.
━━ Bom dia.– Sua voz saiu baixa, como habitual nos últimos tempos.
Um suspiro foi escutado, enquanto a adolescente se sentava na mesa de quatro lugares.
━━ Escute, pretendo escurecer um pouco mais meu cabelo durante a tarde. Não se assuste quando chegar em casa.
Ah! Ali estava outra mudança.
Ela tinha que usar o pouco que lhe restava de sua visão para lembrar de trejeitos, acessórios, dentre outros que se destacavam. Caso contrário, só teria sentimentos e expressões para lhe ajudar.
Posso ver que está bravo, mas não sei quem você é.
Isso era uma piada.
Sua mãe tentava lhe ajudar, mas ambas sabiam que não seria tão fácil a partir de hoje.
Difícil mesmo foi convencer Shin Bo-ra a não acompanhar a filha até a escola, ou até o ponto de ônibus. Conseguiu seguir para fora da casa quando deixou claro que conseguiria ir sozinha, e que preferia assim.
Ga-ram ajeitou o casaco antes de começar a andar, mas logo foi parada por um tropeço.
Ao olhar para baixo pode notar seu sapato desamarrado, e logo na ponta de seu cadarço olhos brilhantes lhe encaravam enquanto o mordiam.
━━ Olá, está sozinho?– A adolescente observou o cachorro marrom porte médio curvar a cabeça com dúvida.– Você quase me fez cair, sabia?
Au!
Foi a resposta que teve, entusiasmada demais para a acusação que havia feito.
━━ Mung!– Um grito chegou até seus ouvidos, acompanhado de uma figura masculina que corria de forma estabanada.– Mung Mung!?
O homem parou a poucos metros de distância se curvando enquanto respirava com dificuldade. Sua mão carregava uma coleira azulada, e suas roupas eram casuais.
Ela pode sentir um cheiro de perfume fraco, e também de comida, talvez molho. Já sua expressão, exaustão.
━━ Te encontrei, corri atrás de você por três quarteirões.– O homem, que parecia alheio da presença da mais nova enquanto conversava com o cachorro, se ajoelhou próximo ao pulguento.– A ideia era eu te levar para passear e não o contrário.
Ele continuaria, se não tivesse observado o cadarço na boca de, agora nomeado, Mung, esse o qual apenas o encarava enquanto abanava o rabo.
Zero arrependimentos, era o que seu focinho dizia.
O moreno logo se levantou, fazendo algumas caretas pela rapidez.
━━ Me desculpa.– Repetiu de forma atrapalhada, enquanto voltava a se abaixar e tirar o cachorro de perto de Ga-ram.
Sua resposta foi apenas uma leve reverência. Logo se afastou, voltando ao seu caminho.
━━ Espera!– O grito a fez parar automaticamente, apenas para se virar e observar o homem correr desajeitadamente.– Aqui está, como pedido de desculpas.
Ela observou o cartão na mão carregada de band-aids.
SUN WOO O FRANGÃO
Estampava o cartão, junto com uma caricatura de uma pessoa com corpo de frango.
━━ Sou eu, Jung Sun Woo.– Disse o homem orgulhoso.– O melhor frango da cidade, vá e leve seus amigos.
━━ Obrigada.– Falou sem manter o contato visual, após uma segunda reverência voltou a caminhar.
━━ Boa aula, jovem!– Pode escutar a voz masculina sendo acompanhada por latidos.
A rua era reta, quase impossível se perder. Notou que haviam algumas lojas na mesma, dentre elas a loja de frango frito de Jung Sun Woo, a qual ela ignorou.
Não demorou para chegar no ponto de ônibus, onde seu ônibus havia acabado de estacionar.
Não cumprimentou o motorista, apenas seguiu para o fundo do ônibus com o olhar baixo, logo se sentando em um dos bancos vazios.
Ela logo confirmou estar indo para escola um pouco mais cedo que o comum, quando viu que apenas três estudantes estavam presentes no ônibus. Colocou um lado do fone e encostou a cabeça no vidro, logo relaxando pela música tranquila.
Para sua sorte, passar despercebida não foi um trabalho difícil. E quando notou, já estava na sala dos professores sendo recepcionada.
━━ Seja muito bem vinda, Senhorita Shin.– Ela observou o professor à frente, esse carregava um sorriso amigável.
Suas roupas estavam alinhadas, e com um cheiro razoável de loção, assim como seu cabelo. Era algo fresco, talvez frutas cítricas.
Seu cabelo provavelmente lhe dava um ar jovial, mas aparentava passar dos trinta.
━━ Muito obrigada.– A leve reverência se fez presente.
━━ Nós estamos por dentro do seu estado, se sinta confortável para me perguntar sempre que tiver dúvidas.– O Senhor Han continuou.
Estava tentando ser amigável, o sorriso e postura disposta deixava isso claro. Mas no momento, tudo que Ga-ram queria era sumir em meio a tantos alunos, e a atenção especial de um educador não lhe ajudaria nisso.
━━ Eu gostaria de lidar com isso sozinha, Senhor.– A voz baixa quase não foi escutada, mas o Professor Han conseguiu. Demonstrando estar cem por cento atento à garota.
Ele sorriu amigavelmente outra vez, estava prestes a falar algo quando dois alunos adentraram a sala.
A Shin não os olhou diretamente por muito tempo, mas conseguiu notar a diferença de altura e intimidade quando a garota deu uma leve cotovelada no rapaz.
Namorados, amigos ou talvez familiares.
Não observou muito sobre o garoto, que logo descobriu ser mais novo.
Mas a garota, que agora estava ao seu lado, cheirava a morango. Notou seu nervosismo ao apertar as mãos na frente do corpo, mas não olhou seu rosto.
━━ Agora são alunas do Colégio Saebom.– O mais velho estendeu dois crachás. Ga-ram aceitou o seu, rapidamente o colocando no bolso.– Já que são da mesma sala, por que não se apresentam?
Ela observou a garota se virar e lhe entregar um sorriso aberto, a de máscara por sua vez logo desviou o olhar.
━━ Oi!– A voz soou como um sino, animado e amigável.– Eu me chamo Lim Ju-kyung.
━━ Me chamo Shin Ga-ram.
Sua fala pareceu uma piada si, mas para a Lim foi diferente.
Sentiu-se feliz com a pequena interação.
━━ Minha nossa!– Uma voz alta chamou sua atenção, assim como um forte cheiro de gel de cabelo e menta.– Fiquei sabendo que dois dos alunos novos eram os melhores da turma.
O homem tinha uma altura baixa, e suas roupas eram uma grande mistura de estampas. Coisa que destoava de seus cabelos grisalhos.
━━ Devem ser vocês, não é?– O grisalho se aproxima das duas jovens.– Vejamos, essas jovens parecem alunas exemplares.
Ele observou o boletim de ambas, logo deixando seu sorriso morrer ao ver o de Lim Ju-kyung.
━━ Nem todas.– Resmungou antes de se virar ao aluno do outro lado da sala.– Olhe só esses rostinhos, podemos ver que são inteligentes só de olhar.
Seu sorriso murchou novamente ao ver Shin Ga-ram que agora o encarava enquanto ajeitava sua máscara.
━━ Bom..– Coçou a garganta, logo voltando a andar e seguir a professora do mais novo.– Isso mesmo, deve ser apresentado para a sua turma.
Logo os dois deixaram a sala, que ficou silenciosa por um breve momento.
━━ Esse é o Vice-Diretor.– Começou o Professor enquanto suspirava.– Não ligue para o que ele diz, a vida não é só sobre notas.
Shin Ga-ram quis se desligar ao ouvir a voz alta do Vice-Diretor começar a tagarelar novamente.
Poxa, gostaria de estar em casa.
━━ Que lindo.– Escutou o murmurar da mais alta, logo se virando em direção a quem ela encarava.
Borrões.
O garoto parecia neutro a se aproximar, cabelos alinhados, assim como sua roupa. Ele tinha um cheiro suave, talvez até infantil.
Beleza? Bom, Ga-ram gostaria de enxergar novamente beleza nas coisas. Como gostaria de concordar com sua nova colega de classe.
"Sim, ele é lindo.", sua eu antiga diria.
━━ Eu sou obrigado?– A voz do garoto despertou seus pensamentos, sua postura era ereta.
Suas costas deveriam doer.
━━ Pois é.– O Professor Han o respondeu.– Você é obrigado.
A resposta não veio, o rapaz apenas se retirou da sala.
━━ Podem acompanhar ele.– A Lim logo obedeceu, correndo de forma apressada. Ga-ram por sua vez, se preparou para os seguir.– Shin Ga-ram?!
Ela se virou em direção ao mais velho que havia lhe chamado.
━━ Boa sorte!– Fechou os punhos em sinal de encorajamento.
A mais baixa fez uma reverência mais longa, logo voltando ao seu caminho.
Observou Lim Ju-kyung o seguir apressada, e logo notou que ambos chamavam a atenção dos alunos que ainda estavam no corredor.
Eles devem ser muito bonitos.
Decidiu então os seguir um pouco mais distante, assim a atenção não cairia sobre si.
Observou o garoto recusar uma declaração de forma rude mais à frente. A morena logo se viu pegando a caixa de bombom do chão e devolvendo para a garota, que agradeceu com um leve aceno antes de se juntar a suas amigas.
Do que adianta ser bonito?
A garota bufou, logo voltando a seguir os dois e assistir o garoto jogar uma jaqueta, aparentemente dele, em Lim Ju-kyung.
Esse cara é um pesadelo!
━━ Era novinho.– A mais baixa se aproximou pegando a maquiagem que a menina encarava chorosa, logo os encaixando e devolvendo.
━━ Obrigada.– A expressão da Lim mudou rapidamente, assim como sua voz que ficou mais doce.– Eu acho que sujei o casaco dele sem querer.
━━ Lave com vinagre e sabão.– A voz baixa da Shin soou.
━━ Mesmo? Vou testar em casa.– Ambas observaram o Senhor Han se aproximar, e as convidar para entrar na sala.
━━ Atenção!– Disse entrando, assistindo cada aluno voltar para o seu devido lugar de forma bagunçada.– A partir de hoje terão mais duas alunas na turma, por que não se apresentam?
━━ Oi, eu me chamo Lim Ju-kyung.– Pode notar que a garota estava acanhada, mas logo se soltou. Seu cheiro de morango era ótimo na verdade.– Muito prazer.
A turma se pôr a gritar foi uma surpresa, e devido a reação da mais alta, Ga-ram não foi a única a se sentir assim.
Seus olhos foram em direção ao homem ao seu lado, que lhe encarava com certa expectativa.
━━ Eu..– Começou, logo se virando para a turma.– Eu me chamo Shin Ga-Ram.
Um compilado de palmas foi ouvido, não para ela em específico. E isso a deixava mais relaxada.
━━ Temos três lugares disponíveis.– Senhor Han continuou após um longo discurso.– Ju-kyung pode se sentar ao lado de Su-ho.
━━ Eu não enxergo bem.– A voz da Lim soou urgente.
━━ Bom, Ga-ram se importa de se sentar lá?– O homem recebe um aceno de negação, logo observando a jovem caminhar até o lugar desocupado com o olhar baixo.– Ju-kyung pode se sentar atrás de Soo-ah.
Ga-ram retirou seu material da bolsa em silêncio. As cores pastéis se destacavam, e sua caligrafia delicada estampava algumas anotações no caderno de uma matéria.
A sala era aconchegante, as janelas grandes permitiam que muita luz entrasse. O papel de parede tinha flores alaranjadas que lembravam pêssegos. A lousa era grande e limpa, assim como as carteiras.
Sentiu algo pequeno colidir com seu sapato, logo notando ser uma caneta. Pegou a encarando, era azul com formas geométricas em branco, e logo na ponta um nome escrito tinha destaque.
Lee Su-ho
A morena se virou levemente para observar o garoto que agora a encarava de volta, expressão neutra, quase superior.
Provavelmente era superior de fato, qualquer um conseguiria ser superior a Ga-ram do presente.
Ela observou o garoto estender a mão, demonstrando que gostaria da caneta de volta. E continuou o encarando, para logo em seguida se virar para a frente e deixar a caneta de volta no mesmo lugar que encontrara.
A cena seria cômica se não trágica.
Su-ho ao se levantar para pegar a caneta, que se encontrava no chão ao lado da carteira da aluna nova, sentiu que estava sofrendo uma injustiça.
Isso foi extremamente rude. Pensou ele.
Observando a garota abrir o caderno e voltar a prestar atenção no educador no centro da sala, o rapaz, logo voltou a sua atenção ao mais velho também.
As aulas acabaram rapidamente. Logo Ga-ram se viu guardando seu material às pressas, e antes que alguém tentasse qualquer aproximação. Colocou seu fone e saiu da sala.
Desviava dos alunos no corredor, animados e juvenis.
Um leve sorriso brotou em seu rosto ao notar que parecia uma senhora falando sobre adolescentes.
Já estava próxima a escada quando alguém esbarrou nela de forma bruta, fazendo com que seu celular caísse de suas mãos, assim como seu fone de ouvido. Seus olhos arregalaram quando notou que o fone, puxado com força devido ao esbarrão, acabou enroscado na máscara e a puxando junto.
Não ligou de estar ajoelhada no chão, e nem do fato de ter alguém lhe encarando no momento. Ela rapidamente procurou a máscara com a cabeça baixa, a avistando próxima a porta ao lado da escada.
A morena sentiu suas pernas arderem pelo contato com o chão, mas fez seus joelhos caminharem em direção a máscara. Logo a pegando e colocando, só aí notando que estava com falta de ar.
Fechou os olhos respirando e inspirando diversas vezes seguidas.
"Está tudo bem, Ga-ram." Repetia para si mesma.
Quando uma tosse falsa lhe chamou atenção, ela logo sentiu seu corpo arder em irritação. Se levantando com rapidez.
━━ Como pode subir a escadaria sem olhar para frente?– Seu tom era baixo para alguém tão irritada, e talvez isso a tornasse ainda mais ameaçadora.– Se tivesse caído poderia ter danos sérios, os dois.
Não o olhou nos olhos, não iria o reconhecer de qualquer maneira. Simplesmente suspirou e caminhou em direção ao seu celular que se encontrava no chão.
━━ Sua mão.– Foi tudo que escutou ao se virar novamente para o aluno. Dessa vez seu olhar foi em direção ao seu peito, em busca do casaco com uma tag com seu nome. Notando que ele estava sem.
Ótimo.
━━ Preste mais atenção.– Foi tudo o que disse antes de voltar a caminhar para a saída, agora com mais pressa.
Alguns alunos já estavam no ônibus, já outros caminhavam pelas ruas em grupo. Ga-ram logo se sentou no banco solitário, suspirando.
Se pegou torcendo para que o garoto do esbarrão não tivesse visto seu rosto. Logo sentiu que o ar do ônibus não era suficiente, mas desistiu de abrir a janela quando sentiu ardência ao tentar.
Um arranhão não tão grande estampava a palma da sua mão direita, o sangue não chegava a escorrer, mas estava lá.
Hoje com toda certeza não está sendo um bom dia.
Outro suspiro saiu de seus lábios, antes de dar play na música e notar que não estava mais tocando. Seu fone estava quebrado.
Shin Ga-ram definitivamente não gostava de segundas-feiras.
01| primeiro capítulo postadoo! Esse capítulo está grande, com quase 3000 palavras..
02| O que acham da Ga-ram?? Nos próximos capítulos vão ter um pouco mais de noção da personalidade dela que vai sendo cultivada conforme eu escrevo. Já estou com o 5 capítulo escrito, e confesso que a história está indo bem diferente do que eu imaginava, assim como a personalidade da prota..em um sentido bom.
03| Não seja um leitor fantasma! Comente, vote, interaja..mas lembre-se, todos aqui tem sentimentos. Seja legal com o coleguinha.
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