𝚝𝚠𝚎𝚗𝚝𝚢
— O que você 'tá fazendo aqui? — A pergunta dele saiu tão baixa quanto um sussurro, enquanto os olhos azuis, ainda arregalados, tentavam encontrar qualquer evidência de que aquela cena era uma mentira.
— Meu nome é Mei Mei — Ela respondeu, com um sorriso divertido e pretensioso nos lábios — Sua mulher me contratou para ser a babá de Megumi a partir de hoje.
Satoru abriu a boca. Queria reclamar; queria xingar; queria gritar. Só queria poder ouvir da boca de Mei que tudo aquilo era uma piada e que não estava acontecendo de verdade. De todas as pessoas que Masamichi poderia escolher, por que justo ela? A única resposta plausível era que ele queria foder completamente com a vida do Gojo.
Mesmo assim, nenhum som saiu da boca dele. Antes mesmo que ele pudesse falar alguma coisa, a porta do apartamento do lado se abriu, revelando um Sasuke relativamente apressado.
Ótimo. Satoru pensou. É claro que tinha como ficar pior.
Sem pensar direito, o platinado agarrou o braço da de cabelos azuis e a puxou com tudo para dentro do apartamento. Mei também era uma agente secreta, não cairia apenas com aquilo, mas foi difícil se manter em pé depois que Satoru a largou e foi fechar a porta, se certificar de que o vizinho não tivesse visto a nova mulher. Sasuke não estava mais lá, mas pela forma como ele parecia apressado, o platinado duvidava que ele tivesse reparado em qualquer coisa na porta ao lado.
— Isso é jeito de tratar sua nova empregada? — Ela não sabia que não tinham câmeras implantadas ali.
— Megumi — O Gojo a ignorou e se virou para o filho, que já tinha conseguido descer do balcão sozinho — Será que você pode ir tomando banho? Eu preciso conversar com sua babá um pouquinho.
O olhar dele se voltou na direção de Mei uma única vez. Ela esboçou o sorriso mais verdadeiro que conseguiu, mas isso só fez com que o mais novo estreitasse ainda mais os olhos. Megumi nem tentou disfarçar que não tinha gostado dela.
— 'Tá bom.
Foi somente quando o mais novo entrou dentro do próprio quarto e fechou a porta, já sabendo que aquela era uma conversa que ele não poderia escutar, que Satoru voltou a encarar a antiga amante.
Não tinha como negar que era mesmo ela. O Gojo conhecia Mei Mei melhor do que ninguém, era realmente a própria, parada na frente dele, esperando que o platinado falasse alguma coisa. Milhares de pensamentos se passaram na cabeça dele em menos de três segundos, mas, ainda assim, ele estava com dificuldades para escolher as palavras.
A situação não poderia ser a pior. O relacionamento dele e com Mei nunca foi algo sério, mas foi o mais sério que ele tinha chegado na vida. As coisas estavam indo bem com você. Satoru finalmente tinha aceitado os próprios sentimentos por você e estava disposto a descobrir o motivo de você precisar abandonar tudo e ir embora depois que a missão acabasse. Ele estava decidido a fazer você ficar e não te largar nunca mais. Mas a mera existência de Mei naquela casa já estragava absolutamente tudo.
— Não tem câmeras nem escutas — Ele começou a falar, antes de suspirar alto, sem tentar esconder a frustração — Sério, Mei, por que Masamichi mandou você?
— Achei que você ficaria mais feliz em me ver — E ela não tentou esconder que estava se divertindo com cada segundo daquela situação — O chefe não me explicou o motivo, só me pediu pra vir.
— Fazer o que?
— Ajudar na missão? — A mulher falou, como se fosse muito óbvio, dando de ombros — Aparentemente você e a Espectro evoluíram bem mais do que o esperado — Ela pronunciou o seu apelido como se estivesse cuspindo alguma coisa ruim que colocou na boca — Acho que eles só queriam garantir que tudo acabasse bem.
— Tudo vai acabar bem se você não estiver aqui — Satoru sabia que não tinha jeito. Masamichi não voltaria atrás na decisão de colocar Mei Mei na jogada e muito menos ela pediria para sair — Se isso é algum tipo de vingança pelo que eu falei pra você naquele dia, sinto muito.
— Acha que o mundo gira ao seu redor, Satoru?
— O mundo talvez não, mas você aparentemente sim.
O sorrisinho malicioso sumiu dos lábios dela. O Gojo não tinha falado aquilo para atingir diretamente ela, mas era a verdade. Ele sabia que Mei não iria esquecer o que aconteceu tão fácil assim, mas também nunca imaginaria que as coisas acabariam indo tão longe.
— Foi você quem pediu pra vir? — Ele perguntou, mas já sabia a resposta.
— Eles disseram que precisavam de alguém — Mais uma vez, ela deu de ombros e o sorrisinho perigoso estava lá novamente — Eu só me comportei como uma boa agente e me voluntariei. Além disso, Masamichi achou que seria uma ótima ideia de mandar.
— E por que caralhos isso seria uma boa ideia?
O platinado estava se segurando o máximo que podia para não gritar. Não podia correr o risco de os vizinhos ouvirem a briga. Já seria difícil o suficiente convencer a todos de que Mei Mei era apenas a nova babá. Rumores se espalhariam independentemente de qualquer coisa que ele pudesse fazer. Aquela mulher era jovem, muito bonita, com um corpo incrível e qualquer um que visse acreditaria cegamente que ela não precisava de um trabalho como babá para se sustentar. Colocar ela ali era apenas burrice. Atrapalharia a missão mais do que ajudaria.
Não, Satoru sabia que aquilo era pessoal. Alguma coisa estava acontecendo na agência e ele não tinha sido informado. Talvez eles tivessem descoberto sobre os sentimentos que ele nutria por você e achassem que isso atrapalharia a missão. Mas era praticamente impossível eles saberem a verdade. Além do Gojo ser perfeito em esconder o que realmente sente, ele não tinha entrado em contato com quase ninguém da agência desde o início da missão. Vocês não estavam sendo monitorados e tirando seus encontros semanais com Nanami, não tiveram nenhum tipo de outro contato com a agência no último mês.
— Achei que ficaria feliz de ter uma antiga companheira aqui com você — Sarcasmo — Mas qual é? Você 'tá agindo como se eu estar aqui fosse a pior coisa do mundo — O olhar dela estreitou, mas o sorrisinho ainda estava lá — Ou será que você não quer que a Espectro saiba sobre a gente?
— Primeiro, não existe "a gente" e eu deixei isso muito claro da última vez — Ele deu um passo parra frente, encarando os olhos dela como um animal encara a presa, mas não de uma forma pretensiosa, não mais — Segundo, tem noção do quanto as pessoas vão falar quando virem que você é a nova babá?
— Se quer me elogiar, Satoru, não precisa insinuar que eu sou gata o suficiente pra fazer seus vizinhos pensarem que você trai sua mulher comigo.
— Não é isso, porra — Ele respirou fundo. Sabia que ela estava querendo mexer com ele, mas ela estava conseguindo, e muito. Mei sabia exatamente como tirar o platinado do sério e estava usando isso muito bem naquele momento — Já se olhou no espelho? Acha mesmo que algum deles vai acreditar que você precisa trabalhar como babá pra pagar as contas?
— Acha mesmo que Masamichi não ia se preocupar com isso? — Ela perguntou, desviando a atenção dele apenas para pegar um envelope da bolsa e estender na direção dele — Mei Mei, uma jovem mulher estadunidense que não entrou para a faculdade porque arriscou tudo na carreira de modelo, mas deu errado e agora ela está juntando dinheiro para voltar para os Estados Unidos.
Ele arrancou o envelope da mão dela e o abriu, pegando os papéis que tinham dentro dele. Era uma ficha com todas as informações da nova personagem que Mei assumiria. Não era o ideal, mas até bem condizente.
A verdade era que seria muito mais seguro se Masamichi mandasse outra pessoa, talvez uma que parecesse menos com uma CEO de empresa multimilionária. Mas era exatamente isso o que fazia Satoru pensar que todo esse cenário era exatamente pessoal. O chefe não costumava se arriscar, mas isso tudo era um risco, e dos grandes. Alguma coisa estava acontecendo e o Gojo já estava ficando maluco por não saber de nada. Pela primeira vez, ele estava no escuro.
— Onde a Espectro 'tá? Me pediram pra conhecer logo ela — Mei Mei o tirou dos próprios pensamentos, fazendo ele se lembrar de que ela ainda estava parada na frente dele.
— [Nome] — Foi tudo o que ele respondeu.
— O que?
— O nome dela é [Nome] — Ele suspirou e saiu de lá, passando por ela como se Mei não fosse nada além de uma estranha — Você é uma agente melhor que isso. Melhor parar de chamar o nome "Espectro" dentro dessa casa.
— Por que? — A risada dela fez com que os pelos da nuca de Satoru arrepiassem, e não de uma forma boa — Isso machuca ela?
— Geto é um dos maiores líderes de máfia desse país. Acha mesmo que ele não sabe quem é A Espectro? — Finalmente, ele se virou na direção dela novamente, no meio da sala de estar — O que acha que ele vai pensar se ouvir esse nome por aí?
Ela não respondeu.
Mais um suspiro escapou dos lábios de Satoru. Estava cansado. Queria apenas poder passar a tarde jogado no sofá, agarrado com você. Queria poder voltar para dois dias atrás, em que vocês passaram horas e horas juntos, assistindo um anime aleatório que ele nem tinha gostado, mas não ousou pedir para mudar porque percebeu que você estava entretida; quando seus corpos estavam completamente colados, deitados lado a lado, sem nenhum tipo de malícia ou segundas intenções, como ele nunca tinha feito com nenhuma mulher na vida.
Mas ele não podia. Agora, teria que esconder todo esse outro lado do relacionamento que vocês estavam criando. Não poderia, de forma alguma, deixar que Mei visse esse lado dele que ninguém conhecia, apenas você e Megumi.
— Eu senti sua falta — As íris azuis se voltaram mais uma vez na direção da mulher parada perto do balcão da cozinha, que tirou o sorriso pretensioso do rosto e colocou um sorriso triste. Ele não acreditou naquilo nem por um segundo — Agora que vamos ficar na mesma casa por um tempinho, podemos relembrar os velhos tempos.
Satoru nunca tinha se arrependido tanto de transar com uma mulher como se arrependia naquele momento. Ele abriu a boca para falar algo do tipo "sem chance", mas, antes que as primeiras sílabas saíssem dos lábios dele, a porta do quarto de vocês foi aberta.
Os olhos azuis se arregalaram. Já era ruim o suficiente ter Mei Mei no mesmo teto que eles, Satoru não precisava que você descobrisse sobre o "relacionamento" que ele teve com ela durante um tempo. Essa era uma parte que ele gostaria de lhe poupar e se poupar. Não queria que nem por um segundo você se sentisse insegura ou duvidasse dos sentimentos dele, por mais que você ainda não tivesse nem conhecimento deles.
Mas, assim que você entrou na sala, o coração dele voltou a bater. Os fones de ouvido sem fio estavam nas suas orelhas e você apenas os tirou quando viu os outros dois em pé na sala.
— Hm... Você deve ser a nova babá do...
— Sou a agente que Masamichi mandou — A mais velha de interrompeu e nenhum dos sorrisinhos estavam lá. Apenas uma expressão de puto tédio e indiferença — Você deve ser a Espectro.
Você não deixou que seu corpo reagisse ao ouvir aquele nome. Sabia que jamais poderia demonstrar absolutamente nada para aquela mulher.
— [Nome] Gojo — Mas, diferentemente de você, Mei não conseguiu disfarçar ao ouvir você usando o sobrenome de Satoru — É um prazer conhecer você.
— O prazer é todo meu — Muito diferente da vez que Satoru usou essas palavras com você, a voz de Mei apenas soou sarcástica e ríspida, como se estivesse cuspindo na sua cara.
Você manteve o sorriso inocente. Ela manteve a expressão de tédio. O clima não poderia estar melhor.
— Certo, eu preciso me arrumar pro trabalho — Satoru se virou na sua direção — Você pode apresar o Megumi? Ele vai acabar se atrasando — Esperou você confirmar com a cabeça para se virar na direção da outra mulher — Você pode arrumar suas coisas e ir se familiarizando com o apartamento. O ideal seria que você fosse com [Nome] deixar o Megumi na escola, já que é você que vai ficar fazendo isso nos próximos dias.
— Certo — Agora, ela voltou a sorrir.
Satoru suspirou e deu de costas para a mais velha, passando por você sem lhe olhar no rosto e entrando no quarto principal. Você aproveitou a deixa e também saiu, sem se importar em lançar um último olhar para Mei antes, e entrou no quarto de Megumi, fechado a porta atrás de si.
Por sorte ele ainda estava no banho. Você aprontou para se sentar na cama do seu filho e enterrar o rosto entre as mãos, com os cotovelos apoiados na sua coxa.
O Gojo achava que estava tudo bem já que você não ouviu o final da conversa dele e de Mei minutos antes. Ele achava que, com isso, você não teria a menor ideia do envolvimento passado deles. Mas você sabia muito bem.
Não tinha mentido quando disse que fez uma pesquisa completa sobre a vida de Satoru antes da missão começar. Mei Mei era algo que não ficou de fora da lista de informações que ela tinha acumulado. O mais perto que Satoru chegou de se envolver com uma mulher na vida. Uma mulher que era completamente apaixonada por ele. Uma mulher que faria de tudo para ter o platinado para ela. Uma mulher que conhecia ele tão bem quanto ele conhecia a si próprio. Uma mulher que talvez fosse importante demais para o Gojo e ele apenas era teimoso demais para admitir.
Queria chorar.
Tudo estava indo tão bem. Você e Satoru estavam mais próximos do que nunca. Estavam realmente começando a se entender e criando cada vez mais uma relação de intimidade. Por que cacete a agência mandaria justo ela para a missão?
Por mais que se fizesse essa pergunta, você sabia muito bem da resposta. Estava totalmente relacionado com o que você havia trabalhado nas últimas semanas, invadindo o sistema da própria agência e obtendo informações bem valiosas. Você sabia que a agência começaria a agir, só não achava que seria tão cedo. Queria ter mais tempo para se preparar; queria ter mais tempo com eles. Mas talvez isso fosse apenas o incentivo que você precisasse para encarar a triste realidade: você estava fadada a ir embora quando a missão acabasse; você teria que dar adeus aqueles dois, mais cedo ou mais tarde.
— Mãe? — Você não tinha ouvido ele saindo do banho. Megumi estava com uma toalha enrolada na cintura, com algumas gotas d'água ainda pingando dos fios negros do cabelo dele — Você 'tá bem?
— Claro que sim, meu amor.
Você estendeu a mão para ele e, quando ele lhe deu, o puxou para um abraço apertado. Não queria que as coisas mudassem.
— Eu não gostei daquela tia.
Seus olhos se arregalaram e você desfez o contato para encarar seu filho nos olhos. Então, quando raciocinou o que ele tinha dito, uma gargalhada muito sincera escapou de seus lábios. Megumi ficou apenas lhe encarando, com as sobrancelhas meio franzidas e um ponto de interrogação enorme no rosto, sem entender o motivo da sua risada. Claramente Mei Mei se sentiria muito ofendida se ouvisse o mais novo a chamando daquela forma.
— Se certifique de ficar chamando ela de "tia" toda vez, ok? — Você disse. Só então ele entendeu o motivo do riso e esboçou um sorriso brilhante e entusiasmado.
— Pode deixar!
Você queria prender ele, colocar num potinho e guardar para sempre em uma gaveta. Voltou a abraçá-lo e ficaram assim por alguns minutos, mas então o seu senso de responsabilidade bateu e você o ajudou a se arrumar para a escola.
A ideia de ter que percorrer todo o caminho de ida e de volta com Mei Mei não lhe deixava nem um pouco feliz, mas não tinha o que fazer. Pelo menos, talvez pudesse convencê-la a ir se encontrar com Nanami no seu lugar. Eles eram da mesma agência e obviamente teriam muito mais afinidade que você e ele. Não queria mais encontrar com o loiro. Se pudesse se poupar desse esforço, seria pelo menos uma vitória do meio de catastróficas derrotas.
Quando Megumi ficou pronto, vocês saíram do quarto e, assim que chegaram na sala, Satoru também saiu do quarto de vocês. Impecável como sempre, não tinha como alguém desconfiar que aquele homem era um médico renomado.
— Então vamos fazer o seguinte — Ele disse, obviamente apressado para sair logo dali. Você imaginava que seria para ficar longe do clima terrível que tinha se formado naquela casa, e não porque estava atrasado para o trabalho — Eu vou me encontrar com Geto depois do trabalho e...
— Já vai sair pra beber numa segunda-feira? — Mei Mei o interrompeu. Sim, ela tinha esse hábito.
— Não vamos beber — Foi a única resposta dele para ela, antes de se virar para o filho — Megumi, preciso que você convença Yuji a fazer outro programa em família daquele que fizemos na praça. Acha que consegue?
— Consigo sim! — O entusiasmo dele era admirável, mas você sabia que ele estava fazendo aquilo mais para passar um tempo com o amigo do que para ajudar na missão.
— Ótimo — O sorriso orgulhoso no rosto de Satoru não era fingimento — E [Nome], Suguro trocou alguns homens que cuidam da guarda dele nos finais de semana. Percebi isso quando a gente saiu da última vez. Você consegue a ficha deles ainda hoje?
Você franziu as sobrancelhas.
— Eu já fiz as fichas. Coloquei em cima da cabeceira do lado da sua cama.
Agora, era ele quem parecia confuso.
— Mas eu nem tinha te dito que os seguranças mudaram.
— Não disse, mas eu percebi ontem enquanto acompanhava ele saindo pra uma reunião pelas câmeras de segurança da cidade.
Ele piscou duas vezes antes de falar:
— As vezes eu esqueço o quanto você é boa no que faz — Você se forçou a não deixar que um sorriso envergonhado brotasse nos seus lábios com aquele elogio e ele percebeu isso — Então, bom trabalho pra todos.
Satoru depositou um beijo casto no topo da cabeça de Megumi, pegou as chaves do carro no balcão da cozinha e saiu sem olhar para trás. Poucos minutos depois, só o suficiente para Mei Mei pegar a bolsa e trocar os saltos por um par de tênis, vocês três também saíram, em direção ao colégio do mais novo, enquanto mantinham uma conversa aparentemente amigável e agradável.
Você queira acreditar que poderiam passar por aquilo. Mei Mei não passaria o dia inteiro na casa de vocês. Poderiam fazer com que as coisas não ficassem estranhas. Poderiam fazer aquilo funcionar. Mas, você começou a duvidar do seu próprio otimismo quando percebeu uma coisa, Satoru não havia lhe dado um selinho de despedida, como fez praticamente por todos os dias desde que aquela missão tinha começado, naquela manhã.
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