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Reflexos de Um Sentimento


O silêncio era confortável, preenchido apenas pelo som suave da água e o canto ocasional de algum pássaro perdido no fim do dia. O lago refletia o céu, que aos poucos ia se pontilhando de estrelas, enquanto o sol se despedia no horizonte. Eu e Jungkook estávamos sentados embaixo de uma grande árvore, apenas aproveitando aquele momento simples, mas único.

De repente, ele resolveu quebrar o silêncio.

— Isso é tão bonito. — disse Jungkook, sua voz baixa e calma, quase um sussurro. — Esse lugar me lembrou um amigo.

Virei o rosto para ele, curioso.

— Ah, é?

— Uhum. — Ele murmurou, fitando o horizonte. — Só que tivemos que nos afastar porque ele... — Jungkook fez uma pausa, o que me fez olhar para ele com mais atenção. — Ele começou a sentir algo por mim.

Aquelas palavras caíram sobre mim como um peso. Era impossível não sentir como se fossem ditas diretamente para mim. Meu coração apertou, e naquele instante eu não podia mais negar para mim mesmo: meus sentimentos por Jungkook estavam ali, claros, inegáveis.

Às vezes, quando ele falava sobre se afastar de pessoas que sentiam algo por ele, era como se fosse um aviso para mim. Afinal, era tão errado gostar de alguém que já tinha um compromisso, uma família, uma esposa, filhos. Que diabos eu tinha feito da minha vida? Deveria ter me mantido longe quando ainda podia.

Engoli em seco, tentando afastar o peso daquele pensamento. Olhei novamente para o horizonte, evitando seus olhos. Jungkook não sabia dos meus sentimentos, e talvez fosse melhor assim. Sem dizer nada, me levantei e caminhei em direção ao carro. Abri a porta do passageiro e me sentei ali, tentando organizar meus pensamentos.

De longe, Jungkook me observou por um momento antes de se levantar e vir na minha direção. Ele abriu a porta e sentou-se ao meu lado, novamente quebrando o silêncio.

— Nossa, tá frio, né? — disse ele, passando as mãos pelos braços, tentando se aquecer.

— Um pouco. — respondi, curvando-me para ligar o ar quente do carro. — Fecha a porta, assim você se esquenta. Logo a gente vai embora.

— Ah... Jura? Pensei que a gente ia explorar essa mata toda. — ele disse, olhando para frente com um sorriso travesso.

Não consegui evitar um riso.

— Não tem muito o que explorar por aqui. É só um lugar calmo pra pensar. Um pouco mais pra dentro da mata — apontei na direção da trilha — tem uma cachoeira lindíssima. E, se andar mais um pouco, tem uma cabana. Simples, mas bem aconchegante.

— Mentira!? — Ele exclamou, animado. — Vamos, eu quero ir lá!

Antes que pudesse reagir, ele abriu a porta do carro, mas segurei seu braço rapidamente.

— Ei, nada disso. Já tá escuro, e eu não conheço o caminho à noite. A gente ia se perder facilmente.

— Mas eu queria ver... — ele murmurou, com um olhar quase infantil de quem não queria aceitar um "não".

Suspirei, tentando pensar em algo que o agradasse.

— Podemos voltar amanhã cedo. Que tal?

Ele franziu o cenho, claramente insatisfeito, mas logo abriu um sorriso.

— Nada disso. A gente fica aqui no carro e vai pela manhã.

Olhei para ele, surpreso com a proposta. Jungkook estava decidido, e sua animação era quase contagiante.

— Você tá falando sério? — perguntei, um pouco incrédulo.

— Claro que tô! Você disse que o lugar é incrível. Então, vamos aproveitar, ué.

Sorri de canto, sem conseguir dizer "não" para ele.

— Tá bom, então. Mas você vai ter que aguentar passar a noite nesse carro comigo.

— Fácil. — Ele respondeu, rindo. — Só não ronca, hein?

Eu ri, balançando a cabeça. A noite prometia ser longa, mas, de alguma forma, estar ali com Jungkook fazia tudo parecer menos complicado.

A noite caiu completamente, e o silêncio no carro era quase palpável. A única luz vinha do céu estrelado e da lua que brilhava timidamente entre as árvores. Jungkook estava recostado no banco, os olhos fechados, respirando profundamente enquanto dormia.

Eu, por outro lado, não conseguia encontrar paz. Minha mente era um emaranhado de pensamentos confusos, sentimentos que insistiam em se fazer presentes. Ele estava ali, tão perto que eu podia ouvir sua respiração ritmada, mas ao mesmo tempo, parecia tão inalcançável.

— Por que eu me permiti chegar a esse ponto? —  pensei, desviando o olhar para fora da janela. Tentei afastar os pensamentos, me concentrar no som dos grilos ou na brisa que balançava as folhas lá fora, mas nada funcionava. Tudo me levava de volta a ele.

O silêncio parecia me abraçar, mas ao mesmo tempo, me sufocava. Era como se a confusão dentro de mim fosse amplificada pela quietude ao redor.

Por um momento, me virei e o observei. Jungkook dormia tranquilamente, o rosto sereno, os cabelos negros caindo levemente sobre a testa. Ele parecia tão vulnerável, tão diferente do Jungkook animado e brincalhão de sempre. Sem pensar, minha mão se moveu por conta própria, tocando suavemente seus cabelos.

Deslizei os dedos pelos fios macios, quase como um gesto de conforto para mim mesmo. Mas então, ele se mexeu levemente, murmurando algo inaudível. Retirei minha mão rapidamente, como se tivesse sido pego em flagrante.

— Isso é errado — pensei, sentindo o coração acelerar.

Abri a porta do carro silenciosamente e saí, deixando o ar frio da noite envolver meu corpo. Caminhei até a beira do lago, sentando-me na grama úmida. Fiquei ali, sozinho, encarando o reflexo das estrelas na água.

O tempo passou devagar, mas eu não me movi. Quando o sol começou a nascer, tingindo o céu de tons laranja e rosa, eu ainda estava no mesmo lugar.

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Ao amanhecer

Os primeiros raios de sol já iluminavam o lago quando ouvi o som da porta do carro se abrindo. Virei o rosto e vi Jungkook saindo, os cabelos bagunçados e os olhos apertados pela claridade. Ele parecia perdido entre o sono e o despertar, mas ainda assim, de alguma forma, encantador.

— Você acordou cedo... ou nem dormiu? — ele perguntou, a voz rouca pelo sono, enquanto se aproximava de mim.

Não respondi de imediato, apenas observei enquanto ele se abaixava para lavar o rosto na água do lago.

— Tá com fome. — disse ele, mais como uma afirmação do que uma pergunta, enquanto passava as mãos molhadas pelo rosto.

Suspirei, olhando na direção da mata.

— A única solução é entrar na mata e procurar alguma fruta.

Os olhos de Jungkook se iluminaram com a ideia.

— Sério? Vamos fazer isso!

Ele parecia tão animado que não consegui evitar um pequeno sorriso. Levantei-me, caminhando de volta até o carro. Peguei uma garrafa de água e duas lanternas, colocando-as em uma pequena mochila que sempre deixava no porta-malas. Depois de travar o carro, voltei para onde ele estava.

— Pronto? — perguntei, entregando-lhe uma das lanternas.

— Mais do que pronto. — ele respondeu, com um sorriso que parecia iluminar mais do que o próprio sol.

E assim, lado a lado, entramos na mata, prontos para explorar aquele pequeno pedaço de mundo.

O caminho pela mata era como entrar em um mundo novo. O chão estava coberto de folhas secas e galhos quebrados, que estalavam suavemente sob os passos. As árvores eram altas e densas, com troncos grossos que se erguiam como pilares em direção ao céu, bloqueando boa parte da luz do sol. À medida que avançávamos, a mata ficava mais densa, e o cheiro de terra molhada se intensificava, misturado ao frescor da vegetação ao nosso redor.

Jungkook estava animado, como uma criança explorando um novo brinquedo. Ele falava sem parar, apontando para pequenos detalhes, como a textura de um tronco ou o formato curioso de uma folha.

— Isso aqui parece cenário de filme de aventura, não acha? — ele disse, rindo enquanto chutava um galho caído.

— É, só espero que não vire filme de terror. — respondi, rindo junto.

— Ah, para! Você é o herói misterioso que me salva, tenho certeza. — ele brincou, me lançando um olhar divertido.

Rimos juntos de bobagens, o som ecoando pela mata. O ambiente, que poderia ser assustador para alguns, parecia acolhedor com ele ali ao meu lado.

Logo, avistamos uma árvore carregada de frutas pequenas e coloridas. Fizemos uma pausa para comer, sentando-nos em um tronco caído. Jungkook pegou uma fruta e a examinou com cuidado antes de dar uma mordida.

— Isso é tão bom! — ele exclamou, com um sorriso largo.

— Só não exagera. Não quero ter que te carregar de volta se passar mal. — brinquei, mas não pude evitar um sorriso ao vê-lo tão feliz.

Depois de comer, continuamos a caminhada, e o ambiente ficou ainda mais denso. O som de galhos se quebrando e folhas sendo esmagadas sob nossos pés era constante. De repente, ouvi um som distante de água caindo. Parei e levantei a mão, pedindo silêncio.

— O que foi? — Jungkook perguntou, curioso.

— Estamos perto da cachoeira. — respondi, olhando ao redor para identificar a direção do som. — Fecha os olhos.

Ele me olhou desconfiado, mas acabou obedecendo, cruzando os braços e sorrindo de lado.

— Tá bom, mas se você me assustar, eu te jogo na água.

Aproximando-me por trás dele, quase sussurrei:

— Agora, faz silêncio. Só ouve.

Ele relaxou os ombros e ficou quieto, o sorriso se suavizando enquanto o som da cachoeira ficava mais claro. O barulho da água caindo, o vento entre as árvores, os passos suaves no chão de folhas… Tudo parecia mágico.

Quando ele abriu os olhos, sorriu largamente, os olhos brilhando.

— Isso é incrível! Vamos logo! — disse ele, puxando-me pelo braço.

Quanto mais nos aprofundávamos na mata, mais o dia dava sinais de que estava acabando. A luz do sol enfraquecia, e eu ficava atento ao caminho, sempre olhando para onde pisávamos.

— Cuidado onde pisa, Jungkook. — avisei, vendo-o quase tropeçar em uma raiz exposta.

— Tá, tá... Você parece minha mãe. — ele respondeu, rindo, mas seguiu meu conselho.

Finalmente, chegamos à cachoeira. Era uma visão deslumbrante. A água cristalina caía de uma altura impressionante, formando uma piscina natural cercada por pedras cobertas de musgo. O verde ao redor era intenso, com plantas e flores brotando por toda parte. Alguns pequenos animais, como aves coloridas e sapos, estavam próximos da água, completando o cenário paradisíaco.

Jungkook parou, os olhos marejados, claramente emocionado.

— Isso é... inacreditável. — ele murmurou, quase sem palavras.

Eu fiquei em silêncio, observando-o se maravilhar. Ele passou a mão pelo rosto, como se lamentasse.

— Queria tanto poder pintar isso. Mas nada que eu faça vai ser tão bonito quanto isso aqui.

Enquanto ele admirava a paisagem, algo chamou sua atenção. Um pequeno gato amarelo com rajadas pretas surgiu entre as pedras, caminhando em nossa direção.

— Um gatinho! — Jungkook exclamou, agachando-se para pegá-lo. O animal miou suavemente, aconchegando-se em seus braços.

— Você já tem nome, sabia? Vou te chamar de Gui. — ele disse, acariciando o gato com um sorriso enorme.

Revirei os olhos, cruzando os braços.

— Você vai levar esse gato?

— Claro que vou! Olha pra ele, é perfeito. — respondeu ele, animado, enquanto o gato ronronava.

Suspirei, balançando a cabeça.

— Tá bom, mas agora vamos seguir caminho. Se demorarmos mais, vai anoitecer antes de chegarmos à cabana. E eu não sei se as lanternas vão durar tanto tempo.

Ele assentiu, ainda segurando Gui nos braços, e começamos a caminhada novamente, agora com um novo companheiro de viagem.

O caminho até a cabana não era tão longe do lago, mas o cansaço começava a pesar. As pernas já não obedeciam como antes, e a caminhada era interrompida vez ou outra para um descanso rápido.

— Meus pés estão me matando. — reclamou Jungkook, parando e apoiando as mãos nos joelhos. — Sério, você tem certeza que essa cabana existe?

— Existe, sim. Não falta muito. — respondi, tentando não rir da expressão de exaustão no rosto dele.

— Você diz isso há meia hora. — ele rebateu, sentando-se em uma pedra próxima e cruzando os braços.

Suspirei e me sentei ao lado dele, pegando a garrafa de água da mochila e estendendo-a.

— Bebe um pouco. Vai ajudar.

Jungkook pegou a garrafa, bebendo longos goles antes de suspirar aliviado.

— Sabe, se eu soubesse que ia ser uma trilha de sobrevivência, teria trazido um par de botas decente. — ele brincou, me lançando um sorriso cansado.

— Da próxima vez, eu trago um mapa e um carro com tração nas quatro rodas. — respondi, rindo.

Ele riu junto, o som ecoando suavemente pela mata. Mas o descanso foi curto, porque a noite já começava a cair, tingindo o céu de um azul profundo.

A mata à noite era um espetáculo à parte. O som dos pássaros deu lugar ao canto dos grilos e ao coaxar distante de sapos. A brisa carregava o cheiro fresco de terra e folhas, e as árvores projetavam sombras longas e sinuosas sob a luz da lua.

Acendi minha lanterna, o feixe de luz cortando a escuridão à frente. Jungkook fez o mesmo, iluminando o caminho com cuidado.

— Anda aqui perto. — falei, vendo-o tropeçar levemente em uma raiz.

Sem dizer nada, ele segurou meu braço, apoiando-se em mim enquanto caminhávamos.

— Isso é tão assustador quanto fascinante. — ele comentou, olhando ao redor com um misto de curiosidade e receio.

— É só fascinante. Assustador é quando você se perde. — brinquei, e ele apertou meu braço, fingindo indignação.

Depois de alguns minutos, paramos abruptamente diante de um morro íngreme.

— Tá brincando comigo... — Jungkook murmurou, suspirando enquanto olhava para o alto. — A cabana tá lá em cima, né?

— Talvez. — respondi, rindo da expressão dele. — Vamos lá, eu vou primeiro.

Comecei a subir com cuidado, usando as mãos para me apoiar nas pedras e raízes. Quando cheguei ao topo, estendi a mão para Jungkook, que hesitou por um momento antes de aceitar.

— Vai devagar. — falei, puxando-o com força para ajudá-lo a subir.

Quando ele finalmente chegou ao topo, caiu ao meu lado, deitando-se no chão e respirando fundo.

— Nunca mais confio em você pra escolher passeios. — ele disse, entre risos.

Deitei-me também, encarando o céu. As estrelas brilhavam intensamente, parecendo mais próximas do que nunca. O silêncio era quebrado apenas pelo som de nossas respirações e do vento suave que soprava.

— Olha isso... — murmurou Jungkook, apontando para o céu. — Parece uma pintura.

Eu concordei em silêncio, perdido naquele momento.

— Ei... — ele chamou minha atenção, mas antes que pudesse responder, ele se sentou e olhou para trás.

Ali, a poucos metros de onde estávamos, estava a cabana.

— Você tava escondendo isso de mim? — ele perguntou, animado, já se levantando para ir até lá.

Sorri, levantando-me também.

— Bem-vindo ao nosso refúgio. — falei, seguindo-o em direção à cabana.

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