Noite de Expectativas
...
Chegamos ao Dreams, o local do evento, e o brilho das luzes contrastava com a escuridão da noite. A atmosfera estava carregada de uma energia vibrante, com uma multidão de convidados conversando animadamente, seus risos se misturando ao som suave da música ambiente. Era como se o próprio espaço estivesse impregnado de uma eletricidade invisível, aguardando o que estava por vir.
Estacionei o carro em um lugar próximo à entrada e desliguei o motor. Quando olhei para Jungkook, ele ainda parecia um pouco nervoso, os dedos brincando com o botão da camisa enquanto observava os convidados se reunindo na entrada.
— Estamos aqui — falei, tentando manter a voz firme, mas algo em meu tom trêmulo denunciava a ansiedade.
Ele sorriu para mim, um sorriso reconfortante que parecia dissipar qualquer resquício de tensão em mim.
— Vai dar tudo certo, hyung. Vamos fazer isso juntos.
Com um último suspiro de alívio, saímos do carro e nos dirigimos para a entrada, onde o segurança nos cumprimentou com um aceno. Ao passarmos pela porta, fui imediatamente envolvido pela energia do evento. O som da música, as luzes cintilantes e o murmúrio das conversas criavam um ambiente animado, quase mágico. Porém, eu não conseguia tirar da cabeça o fato de que o discurso estava logo ali, aguardando para ser feito.
Caminhamos pela sala, cumprimentando algumas pessoas, mas minha mente estava fixada no palco e no evento à frente. Seokjin havia me dado o apoio que eu precisava de manhã, mas agora, era o momento de fazer tudo acontecer. Eu só podia esperar que minha performance, tanto no discurso quanto na canção, fosse algo que todos lembrassem.
A anfitrião do evento, uma moça baixa e de aparência elegante, logo se aproximou e nos cumprimentou com um aperto de mão firme.
— Que bom que chegaram! — ele disse com um sorriso caloroso. — O evento está prestes a começar. Por favor, sintam-se à vontade.
Eu acenei, agradecendo, mas não consegui deixar de sentir o peso da responsabilidade em meus ombros. Era um momento importante para a empresa, e eu precisava fazer a diferença. Meu olhar encontrou o palco novamente, e meu coração acelerou. A ideia de estar em frente a tantas pessoas, falando e cantando, ainda era intimidante.
Jungkook percebeu minha apreensão e se aproximou, colocando uma mão leve em meu ombro.
— Você está pronto, Yoongi. Eu sei que está — disse com convicção, fazendo com que o nervosismo se dissipasse um pouco mais.
Foi então que vi uma figura familiar se aproximando. Han, meu irmão mais velho, chegou com sua postura característica, um sorriso fácil no rosto. Ele parecia relaxado, mas sua presença sempre trazia um alívio reconfortante.
— Yoongi! — Ele me cumprimentou com um abraço rápido. — Como você está? Preparado para o grande momento?
— Ah, Han... Estou indo. Só um pouco nervoso. — Respondi, tentando disfarçar o quanto eu realmente estava tenso. — E você, tudo certo?
— Claro. Só estava aguardando vocês. Quem é esse aqui? — Ele se virou para Jungkook, que estava ao meu lado.
Eu sorri, sentindo um pouco da tensão se dissipar com a chegada de Han.
— Este é Jungkook, meu amigo. Ele veio como meu acompanhante. Jungkook, esse é meu irmão, Han.
Jungkook sorriu timidamente e fez uma leve saudação.
— Prazer, Han! — Ele disse, um pouco nervoso, mas a simpatia no tom de sua voz fez Han sorrir e acenar.
— O prazer é meu. Eu já estava ouvindo coisas boas sobre você. Vamos encontrar um bom lugar para ficarmos, hein?
Com a recomendação de Han, nos dirigimos para uma mesa próxima, onde pudemos ficar os três juntos e conversar antes do evento começar. A mesa estava posicionada perto da área onde o palco seria montado, o que nos dava uma boa visão de tudo que estava acontecendo ao redor.
Enquanto conversávamos sobre coisas triviais, Jungkook olhou para o relógio e se levantou.
— Preciso ir ao banheiro rápido, mas já volto, hyung. — Ele disse, sorrindo e fazendo um gesto para indicar que seria só um minuto.
— Tudo bem, vai lá. — Respondi, observando-o se afastar entre as pessoas.
Alguns minutos depois, percebi que Jungkook ainda não havia retornado. O evento estava prestes a começar e ele não aparecia. Fui até o local mais próximo do banheiro, mas não o vi em lugar algum. A tensão voltou a tomar conta de mim.
Puxei o celular e, ao desbloqueá-lo, vi que Jungkook havia me mandado uma mensagem.
— Hyung, pelo amor de Deus... eu me perdi pelos corredores aqui. Onde você está?
Olhei ao redor, a sala agora mais cheia de gente, e percebi que o tempo estava se esgotando. A mensagem de Jungkook me deixou apreensivo. Eu não queria deixá-lo sozinho, mas também não podia perder mais tempo.
— Estou na mesa perto do palco, com Han. Vou te procurar agora! Não saí daí! — respondi rapidamente, antes de sair em direção aos corredores.
Eu sentia meu coração acelerar enquanto procurava por Jungkook, perguntando a algumas pessoas se o haviam visto. A multidão era grande, e ele poderia estar em qualquer lugar. Cada segundo que passava parecia aumentar minha preocupação.
Finalmente, depois de alguns minutos, encontrei Jungkook, parado em um canto, com um olhar ligeiramente perdido, mas ainda sorrindo de forma constrangida.
— Eu devia ter esperado um pouco mais, hyung... Acabei me confundindo. — Ele riu, se sentindo um pouco desconfortável.
Senti uma onda de alívio e fui até ele, sorri amigavelmente.
— Não tem problema. Vamos voltar, o evento vai começar. Já estamos quase na hora. — Eu o conduzi de volta para a mesa, onde Han nos esperava.
Assim que chegamos, Han olhou para Jungkook e então para mim, sorrindo.
— Vocês são uma dupla e tanto, hein? Eu estava começando a achar que ia ter que fazer o discurso no lugar de vocês.
Eu sorri de volta, agradecido por sua leveza, e, ao olhar para o relógio, vi que o evento estava prestes a começar. Sentia um peso no peito, mas também uma sensação crescente de que, com Jungkook ao meu lado, eu poderia enfrentar qualquer coisa.
— Eu vou ficar bem — murmurei para mim mesmo, como um lembrete.
O evento começou em breve, e as luzes se apagaram, deixando o ambiente ainda mais eletricamente carregado. O foco foi imediatamente para o palco, onde uma figura começou a dar início à apresentação, a anfitriã Hanna Palmer subiu ao palco e a sala logo se encheu de aplausos. Ela começou a falar sobre o propósito do evento e os avanços da empresa, mas minha mente estava ainda no palco e no que estava por vir.
Primeiro, os fotógrafos foram chamados para se apresentarem e destacaram seus trabalhos realizados ao longo do ano. Entre eles, o mais mencionado foi Pietro Palmer, o filho adotivo de Hanna, que ganhou atenção especial por suas fotos impactantes que haviam sido destaque em várias campanhas da empresa e o registro pessoal de sua recente lua de mel. O aplauso foi intenso e logo o palco se preparava para a próxima atração.
Em seguida, os embaixadores da marca subiram ao palco para agradecerem pela oportunidade de trabalhar com a empresa. Eles estavam emocionados ao poder representar as marcas com as quais estavam envolvidos, e suas palavras sobre o impacto que o trabalho deles teve na indústria geraram aplausos e risos espontâneos entre os convidados. Cada embaixador falou com um brilho nos olhos, orgulhoso do que haviam conquistado ao lado da empresa.
Logo depois, chegou a vez dos cantores. Cinco artistas se apresentaram, cada um deles trazendo sua própria energia e estilo. As canções eram diversas, de pop a baladas emocionantes, e o palco brilhou com cada performance. Quando o último cantor terminou, os aplausos ecoaram pela sala, criando uma sensação de expectativa no ar.
Foi então que a anfitriã subiu novamente ao palco e fez alguns anúncios, agradecendo a todos pela presença, até que meu nome foi chamado. A multidão se silenciou, e todos os olhos se voltaram para mim. Respirei fundo, levantei do local onde estava e subir ao palco lentamente tentando me acalmar enquanto o microfone era colocado em minhas mãos. Meu coração disparou mais uma vez. Era o momento que me fazia sentir mais confortável, mas, ao mesmo tempo, o peso de ser observado por tantas pessoas me fazia ter uma sensação de vulnerabilidade.
Jungkook me deu um olhar tranquilo, como se dissesse "Você vai se sair bem", e foi o último empurrão que eu precisava. Subi ao palco, peguei o microfone e comecei a cantar. Cada nota parecia fluir com facilidade, como se a música estivesse me envolvendo e me protegendo. O nervosismo, que antes era uma sombra constante, desapareceu por completo.
O som da minha voz se misturava com a música e com os aplausos da plateia, mas o único foco era a canção, que me dava a confiança de que tudo estava indo bem. A presença de Jungkook no meu pensamento, apoiando-me sem dizer uma palavra, me fez sentir imbatível.
Ao terminar a música, a sala explodiu em aplausos, e eu senti uma onda de satisfação que não conseguia descrever. Estava feito. Eu havia superado o medo e a ansiedade, e estava, finalmente, em paz comigo mesmo.
Quando desci do palco, Jungkook estava lá, com um sorriso largo e os olhos brilhando de orgulho. Ele me cumprimentou com um abraço apertado.
— Eu sabia que você arrasaria — ele disse, e naquele momento, percebi que sua presença ao meu lado não só me deu força, mas também me fez acreditar em mim de uma maneira que eu nunca imaginei ser possível.
Minhas mãos ainda estavam trêmulas após a apresentação, mas ao voltar para a mesa com Jungkook e meu irmão, Han, me senti estranhamente confortável, envolto pela sensação de ter aqueles dois comigo enquanto o evento continuava. Hanna, a anfitriã, anunciou a próxima fase da noite, onde os modelos da empresa desfilariam as mais recentes criações.
Assim que me sentei, Han, sempre atento, estendeu um copo de coquetel para mim. Era uma mistura forte, que ele mesmo havia preparado.
— Pegue, bebi um pouco antes, sei que está precisando — disse Han, com um sorriso tranquilizador.
— Estou mesmo — respondi, e virei o copo de uma vez. A bebida desceu queimando, mas, ao mesmo tempo, ajudou a relaxar os músculos tensos. Ao lado, percebi que Jungkook estava totalmente imerso no desfile, seus olhos brilhando a cada entrada dos modelos na passarela.
Nosso canto era discreto e parecia o refúgio perfeito no meio do grande salão. A mesa era reservada apenas para nós três, com garrafas de vinho e destilados cuidadosamente dispostos. Jungkook se serviu de vinho, enquanto Han e eu optávamos por bebidas mais fortes, brindando em silêncio ao bom andamento da noite.
Após o desfile, a anfitriã Hanna voltou ao palco, e um breve silêncio caiu sobre o ambiente enquanto todos aguardavam o anúncio das próximas atrações. Ela pegou o microfone com graça, fazendo um sinal para que os aplausos se acalmassem, e então anunciou:
— Agora, senhores e senhoras, chegamos a um dos momentos mais aguardados. Convidaremos nossos escritores para fazerem seus discursos e compartilharem algumas palavras sobre o trabalho incrível que desenvolveram conosco ao longo do ano.
Ao ouvir as palavras dela, senti uma onda de ansiedade subir. Era minha vez novamente, e desta vez com o discurso que eu tanto ensaiei. Automaticamente, minha respiração acelerou. Jungkook, que estava atento, tocou meu ombro, como se percebesse minha apreensão.
— Ei, você vai se sair bem — ele disse, a voz baixa, mas firme.
Olhei para ele e depois para Han, que deu um breve aceno de incentivo, os olhos serenos e confiantes. Aquela breve troca de olhares foi o suficiente para me lembrar que não estava sozinho. Respirei fundo, tentando canalizar a segurança que Jungkook e Han transmitiam.
Enquanto aguardava meu nome ser chamado, o coquetel começou a surtir efeito, aquecendo-me e ajudando a suavizar as emoções. Hanna seguiu anunciando alguns dos outros escritores e, a cada novo discurso, o público respondia com aplausos calorosos.
Foi então que novamente meu nome foi anunciado, até pensei em fugir, talvez desse tempo, pois para mim discursar era mil vezes mais difícil que cantar, mais subir ao palco e com microfone em mãos, respirei fundo antes de começar.
Minha voz, que inicialmente soava um pouco trêmula, foi se ajustando aos poucos. Com cada palavra, eu sentia a tensão começar a se dissipar. O discurso que havia escrito, as palavras que pareciam tão difíceis de articular algumas horas atrás, começaram a sair com naturalidade.
— Boa noite a todos — comecei, minha voz agora firme, ecoando pela sala. — Estou aqui hoje para falar não apenas da nossa jornada, mas também da nossa visão para o futuro...
A medida que continuei, algo incrível aconteceu. O nervosismo foi substituído pela sensação de poder, uma sensação que eu só experimentava quando estava no palco, falando ou cantando. O que antes parecia um desafio insuperável tornou-se uma oportunidade de conexão. Eu falava para todos, mas, ao mesmo tempo, me sentia conectado a Jungkook, cuja presença ao meu lado me dava força.
O discurso seguiu bem, e quando cheguei ao fim, um alívio imediato tomou conta de mim. A plateia aplaudiu e eu sorri, sem saber se estava mais aliviado ou feliz por ter conseguido cumprir a tarefa.
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