Fios do Destino
Os dias se arrastavam lentamente. Durante o dia, eu fazia o que precisava ser feito na empresa, cumprindo minhas obrigações de forma quase automática. Mas, à noite, minha verdadeira missão começava: vagar pelas estradas desertas, perder-me em bares cheios de fumaça ou encontrar algum canto solitário onde pudesse acender um cigarro e tentar, inutilmente, silenciar minha mente.
Quando Han não estava por perto me irritando com suas piadas e provocações, era Seokjin que surgia com seus sermões intermináveis, tentando me fazer enxergar algo que eu não queria – ou não podia – ver. Tudo parecia um ciclo monótono e sem cor.
A ausência de Jungkook era um peso constante, uma sombra que eu carregava comigo. Ele era o caos e a energia que mantinham meu mundo em movimento. Sem ele, tudo parecia vazio, como se faltasse uma peça essencial no quebra-cabeça da minha vida. E a verdade era essa: faltava algo.
Mas, por mais que eu sentisse sua falta, por mais que cada fibra do meu ser gritasse por sua presença, eu sabia que não podia tê-lo por perto. Mantê-lo afastado não era uma escolha fácil – era uma necessidade cruel. Porque, às vezes, amar alguém significa deixá-lo ir, mesmo que isso te destrua por dentro.
As noites continuavam sendo um refúgio silencioso, mas também uma prisão. Eu fazia de tudo para não demonstrar o que sentia, mascarando a saudade de Jungkook com uma fachada inabalável. Ninguém podia perceber o vazio que me acompanhava. Eu sabia esconder bem, mas às vezes, o silêncio falava mais alto do que qualquer palavra.
Naquela tarde, enquanto revisava alguns relatórios na sala da Dreams, Hanna entrou sem bater, como sempre fazia. Ela era uma mulher de personalidade forte, mas sabia ser cuidadosa quando queria. Levantei os olhos por um instante, voltando rapidamente ao que fazia.
— Posso falar com você? — perguntou ela, apoiando-se na beirada da mesa.
— Fale. — Não desviei o olhar dos papéis, mas o tom seco denunciava que eu não estava com paciência para conversas.
— Tenho notado que você anda meio... cabisbaixo. Não é nada muito óbvio, mas eu percebo as coisas. Estava pensando... que tal sair um pouco? Uma boate, talvez? Alguns membros da empresa vão sair hoje à noite. Pode ser bom para você se distrair.
Finalmente levantei o olhar, estreitando os olhos.
— Não estou afim de sair em grupinhos, Hanna. Prefiro ficar sozinho. Sem barulho, sem gente me perguntando coisas o tempo todo.
Hanna suspirou, cruzando os braços.
— Eu entendo. Às vezes, estar rodeado de gente não ajuda em nada. Na verdade, pode até piorar. Principalmente quando... — Ela hesitou, desviando o olhar por um momento antes de continuar. — Quando você está com alguém que gosta, mas precisa tratá-lo apenas como amigo.
Franzi o cenho, surpreso pela confissão. Não respondi de imediato, mas entendi o que ela quis dizer. "Bangchan", pensei. Era óbvio. Eu sabia que havia algo entre eles, mesmo que nenhum dos dois admitisse.
Sem querer prolongar o assunto, soltei uma risada curta, quase irônica, e me levantei da cadeira.
— Parece que você não é a única que gosta de alguém que não deveria.
Hanna me encarou, confusa, tentando decifrar o que eu queria dizer.
— Espera, o que você quer dizer com isso?
Mas eu já estava caminhando em direção à porta. Não olhei para trás, nem respondi. Apenas levantei a mão em um gesto de despedida antes de sair da sala, deixando Hanna com mais perguntas do que respostas.
A caminhada até meu apartamento era sempre a mesma. As ruas movimentadas ao meu redor pareciam distantes, como se eu estivesse preso em uma bolha de silêncio. Cada passo que eu dava me aproximava do que eu já sabia que encontraria: a solidão.
Quando finalmente abri a porta, o vazio do apartamento me envolveu como um velho conhecido. Tudo ali parecia ser uma lembrança dos meus fracassos. Cada móvel, cada detalhe das paredes, carregava ecos de escolhas erradas, de momentos que eu preferia esquecer. O silêncio era quase ensurdecedor, mas eu já havia me acostumado com ele.
Deixei minhas coisas em qualquer lugar e fui direto para o banheiro. A água quente do chuveiro escorria pelo meu corpo, mas não levava embora o peso que eu carregava. Era como se a sensação de estar preso dentro de mim mesmo fosse impossível de lavar.
Quando saí do banho, vesti apenas uma calça de moletom cinza, deixando o tronco nu. Meus pés descalços tocavam o chão frio enquanto eu passava a toalha nos cabelos molhados, deixando-os bagunçados. Minha pele pálida refletia a luz fraca do quarto, dando ao ambiente um ar ainda mais melancólico.
Caminhei até o armário e peguei uma garrafa de whisky. Não me preocupei em buscar um copo; levei a garrafa direto para o quarto. Sentei-me na beirada da cama, apoiando os cotovelos nos joelhos, e dei o primeiro gole. O líquido queimava a garganta, mas isso não me importava.
Outro gole. Depois mais um.
Perdi a conta de quantas vezes levei a garrafa à boca. O álcool era uma fuga, um alívio temporário para a dor que eu insistia em esconder. Mas, mesmo assim, não era suficiente.
Abri a gaveta do criado-mudo, onde guardava algo que sabia ser um erro, mas que me oferecia uma saída ainda mais rápida da realidade. Usei as drogas com a mesma indiferença com que bebia. A tarde se transformou em noite, mas para mim, o tempo parecia não existir.
O quarto, que já era uma lembrança dos meus fracassos, agora era um reflexo da minha autodestruição. Eu sabia que estava me afundando, mas, naquele momento, não me importava. Era mais fácil ceder do que lutar.
Depois de exagerar em tudo, meu corpo finalmente cedeu. A mistura de álcool e drogas me deixou sonolento, o tipo de cansaço que parecia mais um peso esmagador do que uma vontade natural de dormir. Sentia um leve mal-estar, mas não dei importância. O teto girava acima de mim, e, antes que pudesse processar qualquer pensamento, meus olhos se fecharam, me levando a um sono pesado e profundo.
As horas passaram. O apartamento permanecia mergulhado em silêncio, até que o som insistente da campainha ecoou pela sala. Ninguém atendeu. Do lado de fora, Lee, o marido do meu irmão Han, apertava o botão repetidamente, sem obter resposta. Depois de alguns minutos, ele suspirou, já irritado, e decidiu entrar usando a chave extra que Han havia lhe dado.
— Yoongi? — chamou, enquanto fechava a porta atrás de si.
Ele deu uma olhada rápida pela sala. Estava tudo em ordem, como se ninguém tivesse estado ali. Caminhou até a cozinha, esperando encontrar sinais de atividade, talvez louça suja ou algo que indicasse minha presença. Mas a cozinha estava impecavelmente limpa.
— Estranho... — murmurou para si mesmo.
Lee coçou a cabeça, achando que eu não estava em casa. Ele voltou para a sala e já ia em direção à porta para ir embora, mas algo o fez hesitar. Um instinto, talvez. Ele parou, respirou fundo e decidiu verificar o quarto antes de sair.
O corredor estava escuro e silencioso enquanto ele caminhava até a porta do meu quarto. Ao abri-la, viu-me deitado na cama, imóvel. Meus cabelos ainda estavam bagunçados, e a calça de moletom era a única peça que eu vestia.
— Dormindo a essa hora? — murmurou, já se virando para sair novamente.
Foi então que algo chamou sua atenção: uma garrafa vazia jogada no chão, próxima à cama. Ele soltou um palavrão baixo enquanto se abaixava para pegá-la, mas, ao olhar ao redor, percebeu outras garrafas espalhadas.
— Ah, merda... — sussurrou, agora preocupado.
Ele subiu na cama, sentando-se ao meu lado.
— Yoongi! — chamou, sacudindo meu ombro. — Ei, acorda!
Nada. Meu corpo permanecia inerte, minha respiração lenta, mas perceptível.
— Droga, Yoongi! — exclamou, o tom de sua voz agora carregado de desespero.
Ele pegou o celular com mãos trêmulas e discou o número de Han.
— Han! É o Lee... Eu tô no apartamento do Yoongi. Ele tá desacordado, não responde! Eu tô levando ele pro hospital agora! — disse rapidamente, a voz repleta de urgência.
Sem perder tempo, Lee me puxou com cuidado, apoiando meu corpo mole sobre si. Ele me carregou para fora do quarto, decidido a não perder mais nenhum segundo.
Lee dirigia como se sua vida dependesse disso. E, de certa forma, dependia. Cada segundo parecia crucial enquanto ele olhava para mim no banco do passageiro, desacordado, sem responder a seus chamados.
— Fica comigo, Yoongi... — murmurava, com a voz trêmula, enquanto acelerava pelas ruas quase desertas da cidade.
O silêncio no carro era interrompido apenas pelo som do motor e pela respiração pesada de Lee, que tentava manter o foco na direção, embora o medo estivesse tomando conta dele.
Chegando ao hospital, Lee estacionou como pôde, sem se importar se o carro estava alinhado ou não. Saiu correndo, gritando por ajuda.
— Preciso de ajuda! Ele tá desacordado! — berrou, enquanto enfermeiros corriam com uma maca em sua direção.
Com cuidado, colocaram meu corpo sobre a maca e me levaram rapidamente para dentro. Lee seguiu o grupo até o corredor, mas foi barrado antes que pudesse entrar na sala de exames.
— Senhor, precisamos que espere aqui. Vamos cuidar dele.
Lee assentiu, ainda ofegante, e se afastou, mas não conseguia ficar parado. Andava de um lado para o outro, as mãos tremendo enquanto tentava processar o que estava acontecendo. Minutos depois, um médico se aproximou.
— Você é parente dele?
— Não, sou cunhado. O irmão dele está a caminho.
— Pode me dizer o que aconteceu?
— Eu... Eu o encontrei desacordado no quarto. Havia várias garrafas de álcool espalhadas pelo chão. Não sei o que ele tomou ou quanto bebeu, mas... — Lee fez uma pausa, tentando controlar a voz. — Ele não respondia.
O médico franziu o cenho e, sem dizer mais nada, entrou apressado na sala onde eu estava.
Do lado de fora, Lee continuava andando de um lado para o outro, o coração apertado. Cada minuto parecia uma eternidade. Finalmente, após horas de espera, o médico voltou, com um semblante mais tranquilo.
— Ele está estável agora. Conseguimos estabilizá-lo e ele já foi levado para um quarto. Pode visitá-lo, mas preciso avisar: o nível de álcool e drogas no sangue dele estava extremamente alto. Ele quase entrou em coma alcoólico.
Lee soltou um suspiro pesado, misturado com alívio e preocupação.
— Ele vai ficar bem?
— Fisicamente, sim. Mas é importante que ele receba acompanhamento. Essa não é uma situação que se resolve sozinha.
Lee assentiu e seguiu o médico até o quarto. Quando entrou, me viu deitado na cama, pálido, com os cabelos ainda bagunçados e um soro preso ao braço.
Poucos minutos depois, Han entrou apressado, o rosto marcado pela preocupação.
— Como ele está? — perguntou, olhando diretamente para Lee antes de se aproximar da cama.
— O médico disse que ele quase entrou em coma alcoólico. O nível de álcool e drogas no sangue estava muito alto. Encontrei ele desacordado no quarto, com garrafas espalhadas pelo chão.
Han passou as mãos pelo rosto, tentando conter a culpa que o consumia.
— Eu devia ter percebido... Ele estava diferente nos últimos dias. Por que não insisti?
Lee colocou a mão no ombro do marido.
— Não é culpa sua, Han. Ele precisa de ajuda, mas isso é algo que ele tem que querer.
Han olhou para mim, imóvel na cama, e respirou fundo.
— Eu avisei Jungkook. Achei que ele deveria saber... São amigos, afinal. Talvez ele consiga falar com Yoongi de um jeito que a gente não consegue.
Lee assentiu, mas não disse nada. Ambos sabiam que a ligação entre mim e Jungkook era mais complicada do que parecia.
As horas se arrastaram lentamente. A madrugada chegou, e o silêncio do hospital era interrompido apenas pelo som constante das máquinas e pelo murmúrio distante de enfermeiros no corredor. Durante esse tempo, o soro que estava ligado ao meu braço já havia sido trocado pelo menos três vezes.
Lee olhou para Han, que permanecia sentado ao lado da cama, com os olhos fixos em mim.
— Vou descer para tomar um café. Você fica aqui?
Han assentiu, os olhos cansados, mas firmes.
— Claro. Eu não vou sair daqui.
Lee deixou o quarto, e apenas alguns minutos depois, comecei a me mover na cama. Meus dedos se mexeram levemente, e um gemido baixo escapou dos meus lábios. Com dificuldade, abri os olhos, piscando contra a luz fraca do quarto.
Han se aproximou rapidamente, inclinando-se sobre a cama.
— Yoongi? Você tá me ouvindo?
Eu virei a cabeça lentamente, tentando focar nele. Minha voz saiu rouca e fraca.
— Han...?
Han respirou fundo, o alívio evidente em seu rosto, mas sua expressão logo se endureceu.
— Yoongi, eu preciso que você me escute. — Sua voz era quase um sussurro, mas carregava uma firmeza que eu não esperava. — Eu vou parar de te dar essas porcarias. Eu não vou ser o motivo de perder você.
Revirei os olhos, mesmo com o cansaço ainda pesando em meu corpo.
— Não começa, Han. Eu sei o que tô fazendo.
— Sabe? — Han rebateu, o tom amargo. — Porque, pelo que eu vi hoje, você não sabe.
Antes que a discussão pudesse continuar, a porta do quarto se abriu bruscamente. Jungkook entrou, o rosto aflito, os olhos cheios de preocupação. Nossos olhares se encontraram, e por um momento, o silêncio tomou conta do ambiente.
— O que você tá fazendo aqui? — perguntei, minha voz ainda fraca.
Jungkook deu alguns passos em minha direção, os olhos fixos em mim.
— O que você acha, Yoongi? É óbvio. Eu fiquei preocupado com o meu melhor amigo!
Ele se aproximou ainda mais, parando ao lado da cama, os braços cruzados enquanto me encarava com uma mistura de raiva e preocupação.
— O que diabos você tem na cabeça? Beber até quase morrer? Se drogar assim? Você sabe que isso podia ter te matado?
Suspirei, desviando o olhar.
— Você tá exagerando. Não foi pra tanto. E, sinceramente, você deveria estar em casa, com sua família, cuidando dos seus machucados.
Jungkook bufou, visivelmente irritado.
— Foda-se, Yoongi! — exclamou, a voz firme. — Eu não vou te deixar sozinho. Não depois disso.
O silêncio voltou a preencher o quarto, mas agora estava carregado de tensão. Eu não sabia o que responder, e Jungkook permaneceu ali, me encarando, como se esperasse que eu finalmente entendesse o quanto ele se importava.
Depois de um silêncio desconfortável, Jungkook finalmente quebrou o momento, olhando para mim com um sorriso forçado.
— Yoongi... Que droga, cara. — Ele murmurou, tentando aliviar a tensão.
Eu ri baixinho, talvez pelo cansaço, talvez pelo absurdo da situação. Jungkook franziu o cenho, confuso.
— O que tá rindo, idiota? — perguntou, se aproximando novamente da cama. Ele deu um leve tapa no meu ombro, o que me fez soltar um pequeno gemido de dor.
— Se você morrer, eu juro que te revivo só pra te matar de novo! — disse, a voz carregada de preocupação disfarçada em irritação.
— Você tá exagerando, Jungkook... — respondi, tentando minimizar a situação. — Eu tô acostumado com isso. Não é como se fosse frequente...
Sem perceber, deixei escapar:
— Sempre que preciso, pego com o Han.
O quarto ficou em silêncio por um segundo. Então, como um furacão, Jungkook se virou bruscamente para Han, os olhos brilhando de indignação.
— Você só pode estar de brincadeira comigo! — gritou, apontando o dedo para Han. — Você é louco? Como pode dar essas porcarias pra ele? Você sabe que ele é dependente disso! Ao invés de ajudar, você incentiva?!
Han cruzou os braços, a expressão endurecida.
— Não é da sua conta, Jungkook. Isso é assunto de família.
— Não é da minha conta? — Jungkook rebateu, a voz aumentando. — É da minha conta quando o seu irmão quase morre por causa disso!
A tensão entre os dois aumentou rapidamente. Eu, ainda deitado, tentei intervir.
— Ei, parem com isso... — falei, minha voz fraca.
Mas era tarde demais. Han deu um passo à frente, apontando o dedo no peito de Jungkook.
— Se você não fosse meu amigo, eu já teria te dado um tiro aqui mesmo por se meter onde não deve!
Jungkook deu um passo à frente, encarando Han sem medo.
— Então atira! Vai em frente! Porque o que você tá fazendo é errado, e eu não vou retirar o que disse.
Han, no impulso, puxou a arma da cintura e apontou diretamente para Jungkook.
Meu coração disparou.
— Han, não! — gritei, minha voz carregada de desespero.
Jungkook permaneceu imóvel, encarando Han com firmeza, sem recuar um centímetro.
— Abaixa essa arma, Han! — implorei, vendo o caos se desenrolar diante de mim.
A discussão continuava, os dois gritando um com o outro, mas eu não conseguia ouvir mais nada além do som do meu próprio coração batendo descontroladamente. Num movimento desesperado, puxei a agulha do soro do meu braço e me levantei, ignorando a tontura que tomou conta de mim. Fiquei entre os dois, protegendo Jungkook com meu corpo.
— Abaixa a porra da arma, Han! — gritei, a voz trêmula, mas firme. — Se você puxar esse gatilho, vai me matar antes, mas não vai tocar nele!
Nesse momento, a porta do quarto se abriu com força. Lee entrou, seus olhos se arregalando ao ver a cena.
— Que merda é essa?! — ele gritou, avançando rapidamente e tirando a arma da mão de Han antes que ele pudesse reagir.
Lee olhou para todos no quarto, a raiva estampada em seu rosto.
— Isso aqui é um hospital! Vocês têm ideia do que estão fazendo? — Ele apontou para Han. — Você, ameaçando um amigo que só tá preocupado com seu irmão? Perdeu a cabeça?
Depois, virou-se para Jungkook.
— E você, provocando ele em um lugar como esse? Não é hora nem lugar!
Por fim, olhou para mim.
— E você, Yoongi? Não se importa com sua própria vida? Fazendo essas loucuras? Olha onde isso nos trouxe!
Lee respirou fundo, tentando se acalmar, mas sua voz ainda carregava emoção. Han, envergonhado, sentou-se em uma cadeira próxima, passando as mãos pelos cabelos.
— Eu... Eu sinto muito, Jungkook. — disse Han, finalmente, com a voz baixa. — Deixei a raiva me dominar. Eu jamais machucaria você, você sabe disso.
Jungkook relaxou um pouco, mas ainda estava tenso.
— Eu também sinto muito... Não devia ter me metido, mas vocês são como minha família. Eu só estava preocupado.
Eu observei a cena, tentando processar tudo, mas meu coração acelerou ainda mais ao ouvir Jungkook se referir a mim como parte da família. Tentei não demonstrar nada, mas era impossível ignorar o que aquilo significava para mim.
Jungkook se aproximou novamente, pegou o soro e, com cuidado, conectou-o de volta ao meu braço. Ele fez um carinho suave nos meus cabelos, os olhos lacrimejando.
— Nunca mais faz isso, Yoongi... — sussurrou, a voz embargada. — Eu não saberia o que fazer se algo acontecesse com você.
Do outro lado do quarto, Han estava abraçado a Lee, que tentava confortá-lo. Ambos observavam Jungkook e eu em silêncio, enquanto o peso de tudo o que havia acontecido pairava no ar.
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