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Ecos de uma Noite Inquieta


No carro, permaneci sentado, observando pela janela enquanto ele dava a volta para entrar. O silêncio entre nós ainda pairava, denso, mas não era como antes. Agora, ele parecia carregado de algo diferente, uma mistura de lembranças e embaraço. Meu rosto ainda queimava ao lembrar do que havia acontecido no quarto poucos minutos atrás, e eu me esforçava para parecer tranquilo, apesar do nó na garganta.

Assim que ele entrou e fechou a porta, o som abafado da cidade lá fora preencheu o espaço. Liguei o motor, tentando focar em algo além da tensão que parecia crescer entre nós.

— Vou te deixar em casa para que possa descansar — falei, minha voz soando mais firme do que eu esperava, enquanto ajustava o retrovisor e acelerava em direção à via principal.

Ele soltou uma risada leve, quase nostálgica, enquanto olhava para frente, seus olhos fixos nas luzes dos carros que passavam.

— Eu nunca me diverti tanto quanto na noite passada. — O sorriso dele era sincero, mas seus olhos carregavam uma suavidade que me pegou de surpresa.

Virei o rosto por um instante, incapaz de evitar um pequeno sorriso que escapou.

— Ah, é? — perguntei, tentando parecer casual, mas meu coração batia mais rápido. — Achei que no evento você estava com raiva porque não deixei você beber.

Ele me lançou um olhar de canto de olho, seus lábios se curvando em uma expressão meio divertida, meio culpada.

— Naquela hora eu fiquei — admitiu, fazendo uma cara chateada que logo se desfez em um sorriso travesso. — Mas eu estava só fazendo birra.

Não consegui conter uma risada espontânea, aquelas que fazem a gente mostrar todos os dentes, até mesmo as gengivas.

— Nem percebi, acredita? — falei, ainda rindo, enquanto sentia o clima finalmente aliviar um pouco.

Ele riu também, o som leve e caloroso preenchendo o carro, dissipando de vez o desconforto que antes nos envolvia. A estrada seguia movimentada, mas dentro do carro o mundo parecia ter desacelerado, como se estivéssemos presos em um pequeno momento só nosso.

O carro seguia pela avenida numa velocidade moderada, e o mundo lá fora começava a despertar. O sol nascia lentamente, tingindo o céu em tons quentes de laranja e rosa, como uma pintura em movimento. A luz suave invadia o interior do veículo, iluminando o perfil de Jungkook, que parecia perdido em pensamentos. Sua postura estava mais relaxada agora; ele apoiava o cotovelo na janela, a cabeça descansando na mão, mas havia algo em sua expressão que me deixava inquieto.

Eu evitava encará-lo diretamente, mas vez ou outra arriscava um olhar de canto, tentando decifrar o que se passava em sua mente. Seu silêncio era diferente, carregado de algo que parecia prestes a transbordar.

— Sabe? — ele finalmente quebrou o silêncio, sua voz soando baixa, quase hesitante.

— Hm? — murmurei, sem tirar os olhos da estrada, embora cada fibra do meu corpo estivesse focada nele.

— Sempre tive medo de fazer amizades — confessou ele, com um tom que misturava vulnerabilidade e seriedade. — Nunca entendi por que, toda vez que eu tentava, as coisas mudavam. De repente, as pessoas começavam a sentir algo por mim. — Ele pausou, suspirando profundamente, como se estivesse aliviando um peso. — E, sabe... eu não quero que isso aconteça com a gente. Não quero perder sua amizade, hyung.

Sua última frase veio acompanhada de um olhar direto, tão sincero que me fez apertar levemente o volante. O impacto de suas palavras bateu em mim com força.

— Você não vai perder — respondi, minha voz firme, mesmo que internamente eu estivesse me debatendo. Eu queria acreditar naquelas palavras tanto quanto ele precisava ouvi-las.

— Promete? — Ele virou o rosto em minha direção, seus olhos grandes e esperançosos, como se aquela promessa fosse a única coisa capaz de mantê-lo seguro.

— Prometo — falei, minha voz saindo mais baixa, quase como um sussurro.

Depois disso, o silêncio voltou a se instalar entre nós, mas agora tinha um peso diferente. Não era mais vazio; estava preenchido por pensamentos e emoções não ditas. Enquanto dirigia, uma batalha interna acontecia em minha mente, uma parte de mim questionando se eu conseguiria manter aquela promessa.

Quando finalmente chegamos à casa de Jungkook, estacionei o carro em frente ao portão. Ele ficou parado por alguns segundos, como se hesitasse em sair. Por fim, abriu a porta lentamente e desceu, mas antes de ir embora, inclinou-se na janela do carro, um pequeno sorriso brincando em seus lábios.

— Não esquece de dormir um pouco, tá? — disse ele, seu tom leve, mas cheio de cuidado.

— Pode deixar — respondi, tentando retribuir o sorriso, embora o meu parecesse forçado. — E... obrigado por ter me acompanhado ao evento.

— Imagina, hyung. Eu me diverti muito. — Ele sorriu mais uma vez, sincero, antes de se despedir. — Tchau, hyung.

Ele se afastou, caminhando em direção à porta de sua casa. Antes de entrar, virou-se mais uma vez, acenando com a mão em um gesto simples, mas cheio de significados. Levantei a mão e retribuí o gesto, vendo-o desaparecer para dentro de casa.

Fiquei ali por mais alguns minutos, o motor do carro desligado, olhando para a porta que havia se fechado. Meus pensamentos estavam um caos, uma mistura de dúvidas, medos e algo mais profundo que eu não conseguia nomear. Por fim, suspirei, liguei o motor novamente e dirigi de volta para casa, sentindo que aquela promessa seria mais difícil de cumprir do que eu imaginava.

De volta ao meu apartamento, estacionei o carro e caminhei lentamente até a entrada do prédio. O cansaço pesava sobre mim, tanto no corpo quanto na mente. Apertei o botão do elevador e esperei. O silêncio do hall, interrompido apenas pelo som ocasional de passos ou portas se abrindo, era quase reconfortante, mas minha mente permanecia inquieta.

Quando o elevador chegou, entrei naquele pequeno espaço frio e vazio. Apertei o botão do meu andar e me encostei na parede metálica, sentindo o gelo contra as costas. Olhei para o reflexo no espelho diante de mim: eu estava um completo caos. As olheiras denunciavam o cansaço acumulado, os cabelos bagunçados pareciam refletir a desordem dentro de mim. Depois de tudo o que aconteceu na noite passada, esse estado era quase previsível.

Mas, enquanto meu exterior parecia desfeito, era a bagunça interior que me deixava mais exausto. Minha mente estava à deriva, embaralhada entre lembranças e emoções conflitantes. Eu podia sentir a linha tênue entre amizade, proteção e algo que... algo que eu me recusava a nomear. Essa confusão me consumia, insistindo em transformar cada momento compartilhado com ele em uma mistura de sentimentos que eu não sabia como lidar.

O "ding" do elevador me trouxe de volta à realidade. As portas se abriram, e eu saí em direção ao meu apartamento. A chave girou na fechadura, e a porta se abriu para a escuridão e o silêncio familiar de casa. Tirei os sapatos no corredor, deixando-os de lado com um movimento quase automático, e fechei a porta atrás de mim. Meus passos eram lentos, arrastados, como se cada movimento fosse um esforço.

Ao chegar no quarto, puxei a camisa que vestia e a joguei em algum canto do chão. Não me preocupei em trocar de roupa nem em apagar as luzes. Apenas me joguei na cama, a cabeça afundando no travesseiro. O teto acima parecia um vazio imenso, mas, ao fechar os olhos, ele rapidamente se encheu de imagens. A cena no quarto de hospital ainda me perseguia, como um filme que se recusava a parar.

Suspirei profundamente e virei o rosto para a janela. A luz do amanhecer começava a clarear o céu, um lembrete de que mais um dia estava começando. Apertei os olhos, tentando expulsar as memórias e as emoções que me rondavam.

Então, firmei o pensamento em uma única ideia, como se estivesse tentando me convencer.

"Isso não vai passar de amizade."

Repeti essas palavras para mim mesmo, quase como um mantra, mesmo sabendo que havia algo dentro de mim que começava a duvidar.

O cansaço finalmente me venceu, e o sono veio rápido, me puxando para um estado profundo de inconsciência. Não sonhei, ou pelo menos não me lembrava de nada, apenas o vazio, como se meu corpo e minha mente tivessem se desligado por completo.

Quando despertei, não fazia ideia de quanto tempo havia passado. Os olhos ainda estavam pesados, e uma sensação de desconforto tomou conta de mim: boca seca, músculos doloridos, e a cabeça como se estivesse mergulhada em algodão. Permaneci deitado por alguns instantes, encarando o teto sem realmente enxergá-lo, enquanto minha mente vagava, lentamente despertando junto ao corpo.

Levantei o braço com esforço para olhar o relógio no pulso. Quase cinco horas da tarde. Suspirei, um misto de alívio e incredulidade por ter dormido tanto.

Sentando na cama, alcancei o celular ao lado do travesseiro e deslizei o dedo pela tela. Várias mensagens haviam chegado, a maioria sobre o evento da noite passada. Entre elas, uma notificação da dona da empresa informando que teríamos alguns dias de descanso.

Sorri para mim mesmo. Era exatamente o que eu precisava. Sem pensar duas vezes, levantei e caminhei em direção ao banheiro. Decidi que merecia um banho longo e relaxante, algo que lavasse não apenas o cansaço físico, mas também a bagunça mental que ainda insistia em me acompanhar.

A água quente escorria pelo meu corpo, e por um momento me permiti não pensar em nada, apenas sentir o vapor envolver o ambiente. Depois de um tempo, finalmente desliguei o chuveiro, me sequei e vesti uma calça de moletom confortável, uma camisa branca e uma blusa de moletom aberta. Enxuguei o cabelo, mas deixei-o levemente bagunçado, sem me preocupar muito com a aparência.

Saí do quarto e fui direto para a cozinha. Enchi um copo de água e bebi lentamente, sentindo o líquido frio aliviar a secura da garganta. Encostei no balcão por um momento, olhando para o espaço silencioso e familiar ao meu redor.

Talvez essa noite fosse ser apenas eu, meu uísque e meu cigarro. Meus companheiros fiéis de solidão. Soltei uma risada curta e amarga ao pensar nisso, balançando a cabeça. Havia algo de reconfortante e, ao mesmo tempo, desolador nessa rotina solitária. Mas, por enquanto, isso bastava.

Voltei para a sala em busca da chave do carro, revistando os móveis próximos à porta de entrada. Finalmente as encontrei, exatamente onde as havia deixado. Calcei os sapatos que estavam ali mesmo, destranquei a porta e saí.

Enquanto passava a chave para trancar a porta novamente, algo me fez olhar para trás, talvez por instinto. E lá estava ele. Jungkook, de costas, aparentemente distraído, mexendo no celular ou procurando algo. Ele vestia uma camisa azul clara, que delineava seus braços fortes, deixando suas tatuagens à mostra. A calça jeans preta ajustada completava o visual descontraído e casual que parecia tão natural para ele.

— Jungkook? — chamei, ainda surpreso e confuso ao vê-lo ali. — O que você está fazendo aqui?

Ele se virou ao ouvir minha voz, e um sorriso genuíno iluminou seu rosto.

— Graças a Deus, hyung — disse ele, vindo em minha direção com passos rápidos e decididos. — Eu vim te ver, mas acabei me perdendo porque não sabia em qual andar você morava.

Eu pisquei, tentando processar a situação.

— Quer entrar? — perguntei, meio hesitante. Era o único convite que me ocorreu naquele momento.

Mas ele balançou a cabeça, ainda sorrindo, recusando com naturalidade.

— Não, na verdade, eu vim te convidar pra sair.

Fiquei parado por um momento, encarando-o, ainda processando a surpresa de encontrá-lo ali. O convite soava inesperado, mas o jeito despreocupado de Jungkook me fazia sentir que talvez fosse exatamente disso que eu precisava.

— Sair? Agora? — perguntei, arqueando uma sobrancelha.

— Sim, agora — ele confirmou, cruzando os braços e me olhando com aquele brilho travesso nos olhos. — Vai dizer que tem algo mais interessante pra fazer?

Eu ri, sem conseguir evitar, e balancei a cabeça.

— Na verdade, não. Me dá só um minuto.

Guardei a chave do carro no bolso e voltei para dentro por um instante, apenas para pegar a carteira e garantir que estava apresentável. Ao sair novamente, Jungkook já me esperava, encostado na parede do corredor, os braços cruzados e um sorriso leve no rosto.

— Pronto? — perguntou ele, endireitando-se e gesticulando em direção ao elevador.

— Pronto. — respondi, com um misto de curiosidade e antecipação.

E assim seguimos, descendo juntos pelo elevador e deixando o silêncio do meu apartamento para trás, prontos para o que quer que aquela tarde reservasse.

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