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𝟶𝟸𝟸 ─ em ruínas


꒰ 🥀 ꒱ capítulo vinte e dois:
── em ruínas

꒰ঌ 🗡 ໒꒱ hannah grimes:

QUANDO A CLARIDADE INVADIU o bloco de celas, eu despertei, me dando conta que já havia amanhecido. Tínhamos muitas coisas para resolver na prisão, muitas coisas para arrumar ainda se quiséssemos tornar o local bom para morarmos. Meu pai, Carol, T e Daryl já estavam de pé, realizando as tarefas, eles colocavam nossos veículos para dentro do presídio. Achei uma ideia inteligente até porque lá fora chamaria atenção e poderia atrair possíveis ameaças.

── Tudo bem vamos trazer outro carro pra cá. ── Papai falou enquanto eu manobrava um dos nossos carros. ── Vamos pôr todos na entrada oeste do pátio.

Quando Daryl terminou de estacionar um carro, desci. ── Ótimo. Nossos carros lá fora chamam muita atenção. ── disse ele.

── E depois precisamos carregar esses corpos para podermos queimá-los. ── Apontei para os corpos do gramado.

── O dia vai ser longo. ── T disse com preguiça pingando da sua voz.

Deixei que um suspiro preguiçoso escapasse dos meus lábios enquanto olhava os vários corpos de zumbis espalhados. ── É, acho que vai mesmo.

Quando o silêncio se instalou no ambiente, Carol apareceu, quebrando: ── Cadê o Glenn e a Maggie? Vamos precisar de ajuda.

Daryl apontou para a torre. ── Tão lá na torre de guarda.

Levantei meu olhar até a torre de guarda onde o casal supostamente estaria e dei um sorrisinho. Já imaginava bem o que tinham feito lá.

── Torre de guarda? ── Papai estranhou enquanto observava. ── Eles não estavam lá ontem à noite?

── Glenn! Maggie! ── Daryl gritou e logo vimos o Rhee saindo e olhando para nós enquanto prendia de volta o cinto da calça.

── Oi. E aí, gente? ── Glenn gritou de volta, tirando risadas nossas.

── Vocês vêm? ── Daryl indagou.

── O quê?

── Vocês vão nos ajudar? ── Eu perguntei.

── Anda, a gente precisa de ajuda. ── Dixon gesticulou enquanto os chamava.

Glenn fez um sinal positivo com o dedão. Ele ainda parecia meio confuso, mas respondeu: ── Tá, a gente já tá descendo.

Caminhei ao lado de Daryl até um dos carros que estavam próximos para pegarmos algumas coisas, mas antes que fizéssemos isso, ouvimos T-Dog chamar nossa atenção, principalmente a do meu pai. Segui o olhar dos outros, vendo aqueles presidiários que habitavam o local se aproximando de nós.

Eu sentia um pouco de dó deles, eles pareciam boas pessoas. Mas se eu tentasse falar algo, provavelmente iriam contra.

Meu pai deu um suspiro pesado ── Venham comigo. ── pediu, sendo seguido por nós. ── Já tá bom aí. A gente tinha um trato.

Axel parou e olhou para cada um, principalmente para o ex-xerife. ── Por favor, moço. A gente sabe disso. Fizemos um trato. Mas precisam entender, não podemos viver naquele lugar nem mais um minuto, entende? Muitos corpos de pessoas que conhecíamos. Sangue e cérebro pra todo lado. Tem fantasmas.

── Por que não tiram os corpos de lá? ── Daryl questionou.

── Ou por que não queimaram os corpos? ── Também questionei.

O loiro olhou para mim e Daryl. ── Nós tentamos, de verdade.

── A cerca caiu do outro lado da prisão. Sempre que levamos corpos pra fora, aquelas coisas aparecem. ── Oscar explicou depois do amigo. ── Jogamos os corpos e corremos de volta pra dentro.

Axel se aproximou de nós quatro. ── Olha, a gente não tinha nada a ver com Tomas e Andrew. Nada. Se queria provar alguma coisa, já provou, bro. A gente faz o que for necessário pra fazer parte do seu grupo. Mas, por favor, não faz a gente viver naquele lugar.

── Nosso trato não é negociável. ── Papai foi direto e firme. ── Ou ficam no seu bloco de celas. Ou vão embora.

Oscar fitou o amigo. ── Eu falei que seria perda de tempo. Eles não são diferentes dos canalhas que mataram nossos amigos. ── completou, olhando para o rosto do meu pai. ── Sabe quantos corpos de amigos tivemos que arrastar pra fora nessa semana? Só jogando os corpos pra fora. Eles eram gente boa. Homens bons que defendiam a gente contra caras ruins de verdade como Tomas e Andrew. Olha, nós cometemos erros pra vir pra cá, chefia. E não vou fingir ser um santo, mas pode acreditar, já pagamos nosso preço. O bastante pra gente preferir pegar a estrada do que voltar pra aquele buraco.

Meu pai virou seu olhar para mim e Daryl e nos observou em silêncio, aguardando alguma resposta nossa. ── Pai… talvez eles possam nos ajudar.

── Ou só nos atrapalhar e ser uma pedra no nosso sapato.  ── Daryl completou, indo contta.

Papai decidiu trancá-los atrás das cercas no outro lado da prisão. Daryl os levou até lá e após isso retornou até nós. T-Dog parecia não gostar da ideia de mandarmos eles embora. Ele se aproximou, confrontando a decisão.

── Qual é, Rick? Talvez devêssemos dar uma chance a eles. Os caras podem ser melhores do que parecem. ── Murmurou T-Dog, com um tom calmo.

── Tá falando sério? Quer eles morando numa cela perto de você? Eles vão esperar uma chance pra pegar nossas armas. Você quer voltar a dormir com um olho aberto? ── O ex-xerife perguntou, indignado.

── Ai, Rick, quer saber? Vamos dar uma chance. ── T insistiu. ── Se a gente mandar eles pra estrada, vai ser melhor executar.

── Eu não sei. O Axel parece meio instável. ── Glenn se intrometeu.

── Não confio tanto neles, mas eles têm cara que não teriam coragem de fazer mal pra uma mosca. ── Digo, me escorando num carro atrás de mim.

── Depois de tudo o que passamos… Lutamos muito por tudo isso, e se decidirem tomar de nós? ── Carol também foi do contra.

── Somos só nós há tanto tempo. ── Maggie falou. ── São desconhecidos. Sei lá… É estranho de repente ter outras pessoas com a gente.

── Você aceitou a gente. ── T rebateu.

── É, mas o Rick apareceu com a Hannah baleada nos braços. Não nos deu escolha. ── Maggie refutou.

── Eles parecem ser dois bobocas molengas, mas talvez possam aprender a usar armas, matar zumbis e a sobreviver. ── Continuei, dando de ombros. ── Só questão de paciência e tempo.

── Tempo é o que a gente menos tem atualmente. ── Daryl respondeu para mim. ── Esses dois não são problema nosso.

── Eles parecem ter menos sangue nas mãos do que a gente. ── T-Dog continuou insistindo.

── Eu conheço gente assim, eu cresci com eles. ── Daryl começou a falar, recebendo o nosso olhar novamente. ── São degenerados, mas não são loucos. Posso morar com eles no bloco assim como moro com vocês.

── Então você tá comigo.

── Nem a pau! ── Dixon respondeu, tendo o olhar imediato de T. ── Deixa eles tentarem na estrada assim como nós.

── Quando eu era um novato, prendi um rapaz. ── Meu pai começou a contar uma história enquanto fitava T-Dog. ── 19 anos, procurado por esfaquear a namorada. O rapaz chorou feito um bebê durante o interrogatório e no julgamento, enganou o júri. Ele foi inocentado por falta de provas. Duas semanas depois, baleou outra garota. Nós já passamos por muito. O trato com eles continua. ── disse, dando as costas.

Dei um suspiro profundo, desistindo. Talvez realmente fosse melhor do jeito que as coisas estão. Cada um do seu lado.

── Levem os carros pro pátio de cima, deixem todos virados pra saída. ── Meu pai deu as ordens, jogando o molho de chaves para o coreano. ── Vão ficar fora do caminho, mas prontos pra sair se a gente precisar fugir. Vamos dar aos prisioneiros uma semana de suprimentos pra estrada.

Enquanto andava ao lado da Greene, senti a mesma tocando meu ombro. ── Eu esqueci de te agradecer pelo o que fez pelo meu pai.

Olhei para a mais velha e assenti com a cabeça. ── Só retribuí o que ele fez por mim. Seu pai faz parte da nossa família. Eu apenas o ajudei assim como teria ajudado qualquer um aqui. Sei muito bem como é ficar desesperada por um pai, já passei por isso.

Maggie deu um pequeno sorriso amigável enquanto olhava no meu rosto. ── Muito obrigada, Nana. Eu e Beth somos muito gratas pelo o que fez pelo nosso pai.

── Bem, de nada então. ── Retribuí o pequeno sorriso. ── Como você e o coreia estão? ── fiz a pergunta de repente.

Greene deu uma risadinha. ── Estamos bem. E você e o Daryl?

Fiquei levemente corada, mas também dei uma risada. ── Glenn te contou, né?

Maggie assentiu com a cabeça. ── Aquele lá tem a boca de sacola, você esperava o quê? ── rimos novamente. ── Ele me disse que você e o Daryl estão afastados.

Dei um suspiro e desviei o olhar para baixo. ── Conversamos no dia que chegamos aqui, mas não dei como nossa relação tá ou vai ficar. E bem… tem meu pai. Ele ainda não curte muito o Daryl, apesar de parecer confiar bastante.

── Meu pai também não gostava tanto do Glenn no começo. Pais sempre são assim, preocupados com as filhas… ── Assenti com a cabeça, pois era uma verdade. ── Uma hora ele vai entender.

Dei um mínimo sorriso e assenti, mas sinceramente, eu não tinha toda essa certeza. Nós duas entramos no carro e estacionamos o veículo no exato local que meu pai havia pedido.

Quando desci do carro que estacionei, fechei a porta e andei até o pátio, vendo que Lori, Carl e Beth se aproximavam com Hershel que estava andando com a ajuda de muletas. Ele parecia bem e conseguia se locomover com um pouco de facilidade, apesar de ainda estar aprendendo.

Fiquei impressionada. Andar de muletas não era uma tarefa tão fácil. Lembro até hoje de quando quebrei o pé na escola e tive que ficar de bota e muleta por semanas. Pois é… eu escorregava toda hora com aquilo.

── Mandou bem, Hershel! ── Glenn comemorou alto, fazendo meu pai e Daryl olharem ele com um olhar repreendedor.

Eu me aproximei do grisalho que brincava com meu irmão. ── Você está bem?

── Estou perfeitamente bem, obrigado, Hannah. ── O Greene respondeu para mim, enquanto me olhava com seu olhar pacífico.

Assenti com a cabeça, mais tranquila por saber que ele estava bem. Acho que com o tempo que todos nós passamos juntos, nos tornamos uma enorme família, eu via Hershel como um avô praticamente ou um segundo pai.

Eu fitei o meu irmão e puxei o chapéu dele, colocando na minha cabeça.

── Ei, me devolve! ── Carl exclamou, mas apenas o ignorei, dando uma risadinha baixa.

Eu ia responder alguma coisa para o meu irmão, porém de repente ouvi grunhidos de zumbis, me fazendo virar de imediato. Os mortos estavam invadindo o nosso pátio e a cerca atrás estava aberta. Haviam vários zumbis vindo em nossas direções, sedentos por nossas carnes.

── Zumbis! Cuidado! ── Alertei, enquanto puxava meu revólver do coldre e colocava Carl atrás do meu corpo, querendo protegê-lo.

Comecei a atirar nos mortos, dando alguns tiros certeiros e matando os que estavam mais próximos de nós. Os outros que estavam aqui também me ajudaram a matar os podres. Estava tudo uma bagunça, quanto mais tiros dávamos, mais zumbis apareciam. Parecia uma horda infinita daquelas coisas.

── Lori! Aqui! ── Maggie gritou, chamando nossa atenção.

Eu peguei na mão do meu irmão e corri com ele e Lori até a porta que Maggie segurava. Eu e a Greene fomos na frente dando cobertura para minha madrasta e Carl, que estava atrás ajudando a mãe a correr. Assim que chegamos ao nosso bloco, demos de cara com um grupo de zumbis, nos fazendo ir diretamente até os túneis da prisão. O local estava ainda mais infestado de podres. Dessa vez, estávamos praticamente sem saída. Atrás tinha zumbis e na frente também.

E para piorar nossa situação, uma sirene começou a disparar incessantemente e deixou os zumbis ainda mais agitados.

── Maravilha. ── Resmunguei.

De repente, Lori encostou-se na parede e soltou um gemido de dor, fazendo nós pararmos e ficarmos preocupados com estado da mulher.

── Dá pra continuar? ── Indaguei, me aproximando dela, preocupada com sua situação.

── Alguma coisa tá errada. ── Lori respondeu com uma voz arrastada, levemente ofegante.

Maggie, com a mesma preocupação, se aproximou de nós duas. ── Foi mordida?

A Grimes se virou para nós e negou com a cabeça. ── Eu acho que o bebê vai nascer.

── Agora?! ── Exclamei, atônita.

Era só o que faltava. O bebê querer nascer no meio dessa horda.

Quando olhei para frente, notei que mais zumbis estavam se aproximando. Eu passei o braço de Lori pela minha nuca, ajudando ela a correr, enquanto Maggie e Carl cobriam nossa frente. Nós entramos em uma sala que achamos, eu tratei de trancar a porta, então nós quatro ficamos em total silêncio esperando os zumbis passarem por nós.

── Que alarmes são esses? ── Lori perguntou, ainda ofegante e suando frio.

── Não se preocupe com isso. ── Digo enquanto ainda ajudava ela a andar. ── É melhor você se deitar.

── O bebê já vai nascer. ── A Grimes disse enquanto se apoiava em uma mesa de madeira que tinha no local.

Carl se aproximou de nós. ── Temos que voltar pro nosso bloco e pedir pro Hershel ajudar.

── É perigoso sair daqui agora. ── Maggie respondeu e se virou para mim. ── Lori, você vai ter que ter o bebê aqui. E você vai ter que ajudar. ── disse a Greene, olhando para mim, me deixando ainda mais tensa.

── Tá falando que eu vou ter que fazer um… parto?! ── Indaguei, quase tendo uma crise de ansiedade.

Eu treinei isso por um tempo com Hershel, ele me ensinou, mas não sei se eu me sentia preparada para fazer na prática. A situação começou a me deixar tensa.

── Ótimo. ── Lori murmurou e começou a hiperventilar.

── O que ela tem? Não consegue respirar? ── Carl ficou em desespero com a situação da mãe.

Ainda aflita, me aproximei da minha madrasta e a ajudei. ── Ela tá bem. Vem cá, vamos ter que tirar sua calça. ── peguei no cós e arrastei a calça para baixo, em seguida a ajudei a deitar sobre o chão. ── Você vai ter que me ajudar no parto do nosso irmão ou irmã. Tá preparado? ── vi Carl um pouco hesitante, mas ele assentiu com a cabeça e murmurou um “aham”.── Vou examinar e ver se já tá dilatado.

── Como sabe?

Olhei para meu irmão. ── Tive algumas aulas na faculdade e Hershel me ensinou, mas, acredite, é minha primeira vez examinando uma pessoa de verdade. ── tentei analisar a dilatação. ── Eu não sei dizer. ── me levantei, ainda mais tensa.

── Eu preciso fazer força. ── Lori concluiu e se levantou devagar com a ajuda minha e de Maggie. A mulher se apoiou em um cano que havia ali e começou a fazer força.

── Você tá bem, Lori. Continue. ── Maggie a incentivou.

Assenti com a cabeça. ── É. Seu corpo sabe o que faz. Deixa ele fazer todo o trabalho. ── Lori fez força novamente, soltando gemidos de dor. ── Você tá indo bem. ── quando a mulher fez mais força, notei sangue em minhas mãos. ── Lori, para! Não força! Tem alguma coisa errada. ── a Grimes já estava sem forças, eu podia ver pela sua expressão. ── Maggie, me ajuda aqui.

Com a ajuda da mais velha, deitei Lori sobre o chão e me agachei ao lado da mesma. Carl ficou ao meu lado e pegou na mão da mãe.

── Mãe? Olha pra mim. Fica de olhos abertos. ── Meu irmão pediu. Eu via no seu rostinho como ele estava desesperado, com medo de perder sua mãe.

── Precisamos te levar pro meu pai. ── Disse Maggie.

Eu peguei na mão da minha madrasta e assenti. ── A Maggie tá certa. Eu não vou conseguir te ajudar a fazer o parto.

── Eu não vou conseguir chegar até lá. ── Lori respondeu olhando para cada um de nós.

── Mas Lori, com todo esse sangue, eu nem sei se você dilatou. Não adianta forçar. ── Respondi.

Lori olhou para mim. ── Eu sei o que significa e eu não vou perder meu bebê. Você vai ter que me abrir. ── respondeu seriamente, olhando para o meu rosto.

Eu congelei e devagar neguei com a cabeça. ── Não. Eu não consigo. ── comecei a sentir o meu corpo ficar trêmulo pela ansiedade.

── Não tem escolha. ── Murmurou para mim.

── Eu vou buscar ajuda, já volto…

── Não! ── Nós três dissemos em uníssono para meu irmão.

Olhei de volta para a minha madrasta. ── Olha, eu nunca pratiquei cesariana na faculdade, e o Hershel só me ensinou passo a passo.

A mulher olhou para meus olhos. ── Hannah, por favor. ── implorou, olhando para meus olhos.

Neguei mais vezes com a cabeça. ── Eu não tenho anestesia, equipamento…

── O Carl tem uma faca.

Senti meus olhos se enchendo de lágrimas. ── Mas não vai sobreviver.

── Meu bebê tem que sobreviver. Por favor. Meu bebê. ── continuou implorando. ── Por todos nós. Por favor, Hannah. Por favor! ── a minha visão se embaçou por conta das lágrimas, eu continuei negando com a cabeça. ── Por favor. ── Lori puxou a camisa para cima, deixando amostra uma cicatriz. ── Está vendo minha cicatriz de cesariana?

── Eu não consigo. ── Falei em tom choroso e baixo.

── Consegue. É necessário. Carl. ── Lori observou o filho que assim como nós chorava. ── Amor, eu não quero que fique com medo, tá bom? Eu quero isso. É o certo. Olha, toma conta do seu pai pra mim, tá bom? E cuide do seu irmãozinho ou irmãzinha… ── agora a mulher olhou para mim. ── Você também, Hannah. Ajude o Carl a tomar conta do Rick e do bebê.

Eu estava estática, sem saber o que falar. Eu apenas deixava as lágrimas deslizarem livremente pelo meu rosto. Lori parecia tão decidida naquilo que acho que nada que eu falasse a faria mudar de ideia.

── Não precisa fazer isso. ── Carl murmurou para a mãe.

── Você vai ficar bem. Você vai ganhar desse mundo. Sei que vai. Você é esperto, forte, e você é muito corajoso, e eu te amo. ── Falou em um tom firme para o filho. ── Eu amo vocês dois. ── Intercalou o olhar entre mim e Carl, colocando a mão em nossas bochechas.

── Nós também te amamos. ── Carl respondeu.

Lori limpou nossas lágrimas. ── Tem que fazer o que é certo, meu bem. Me prometa que vai fazer sempre o que é certo. É tão fácil fazer coisa errada nesse mundo. Então, se parecer errado, não faça, ouviu? Se parecer fácil, não faça. Não deixe o mundo ferrar você. Você é tão bom. Você é meu docinho. Você foi a melhor coisa que eu já fiz. ── ela também olhou para mim também. ── Você também, querida. Você foi a melhor enteada que eu pude ter. Você foi uma filhinha pra mim. Eu amo vocês.

Lori nos puxou para um enlace apertado, fazendo eu e Carl choramos juntos em seu peito. Quando nos soltou, olhou para meu rosto e voltou a falar, enquanto passava sua mão levemente nas minhas lágrimas:

── Eu não tenho dúvidas que você vai ser uma ótima irmã. Quero que ajude o Rick a cuidar do bebê por mim, tudo bem? ── Concordei com a cabeça e vi o pequeno sorriso que Lori deu. ── Hannah, quando isso acabar, você vai ter que… Não pode ser o Rick.

Assenti devagar com a cabeça. Era o nosso pacto, se alguém morresse, dávamos um tiro na cabeça da pessoa para que ela não se transformasse em um zumbi. Eu suspirei fundo e limpei as lágrimas do meu rosto e peguei a faca que Carl me entregou e firmei a mão.

Eu ainda estava tão trêmula, sentia que não conseguia fazer aquilo. Meu olhar pesava, as lágrimas ameaçavam a cair novamente enquanto olhava para o rosto de Lori.

── Boa noite, amor. ── Foi a última coisa que a Grimes murmurou para o filho.

Antes de fazer o corte, eu respirei fundo. ── Me desculpa. ── Pedi e logo em seguida comecei.

Ao ouvir os berros de dor de minha madrasta, me segurei para não voltar a chorar, as lágrimas atrapalhariam tudo e a última coisa que eu queria era machucar o bebê. Maggie abraçou meu irmão e impediu de que ele visse sua própria mãe morrer. Eu cortei as camadas da pele e aos poucos cheguei até o interior, onde enfiei minhas mãos. Era uma sensação horrível, pior do que enfiar facas no crânio dos zumbis.

── Carl, me dá suas mãos. Mantenha esse lugar limpo, ouviu? Se eu cortar fundo, eu vou cortar o bebê.

Eu pude ver a cabeça do bebê, então firmei minhas duas mãos e puxei com cuidado e fiz uma leve massagem nas costas da pequena, ouvindo seu choro em seguida. Meu irmão tirou seu casaco, eu a enrolei e depois cortei o cordão umbilical.

── Ei, tá tudo bem, calma. ── Digo baixinho, tentando acalmar a bebê, que chorava incessantemente.

Quando olhei para Lori, puxei seu colar do pescoço e guardei no bolso da minha calça. Talvez no futuro, ela possa ter uma lembrança de sua mãe, por mais simples que seja.

── Temos que ir embora. ── Maggie falou e me ajudou a me levantar do chão.

── Não podemos deixá-la aqui. ── Disse Carl, recebendo nossos olhares. ── A arma. Ela vai se transformar. ── eu peguei a arma para atirar na mulher, porém o mais novo me impediu: ── Não.

── Carl…. ── Murmurei, tentando impedir que ele fizesse isso.

── Ela é a minha mãe. ── Meu irmão insistiu.

Dei um suspiro fundo e longo, cedendo. Ele tinha razão, Lori era sua mãe. Eu tirei a arma do meu coldre e entreguei para o mesmo, vendo ele voltar até ela.

Eu e Maggie subimos as escadas para aguardar Carl e ouvimos o disparo alguns segundos depois. Meu irmão nos seguiu cabisbaixo e saiu da sala na nossa frente. Achamos a saída para fora do túnel e saímos no pátio, onde encontramos apenas meu pai, Daryl, Hershel, Beth, Axel e Oscar. O restante estava sumido.

Assim que meus olhos se encontraram com os do meu pai, eu não contive mais as lágrimas e comecei a me aproximar devagar. Maggie tentava me acalmar de alguma forma, mas percebia que assim como eu, chorava também.

Papai se aproximou de mim, confuso. ── Me… desculpa. ── pedi, com a voz quebrada pelo choro.

Ele se aproximou de mim. ── Onde… Onde ela está?

Ajeitei a nenê em meus braços e quando notei que meu pai queria entrar, o impedi. ── Não. Pai, não! ── ele começou a chorar ao se dar conta do que realmente aconteceu.

Eu caminhei até Daryl enquanto ainda chorava. ── Não tinha o que fazer… ── falei entre as lágrimas.

O mais velho me observou em silêncio e assentiu devagar com a cabeça, tentando ser o mais compreensível que podia. Devagar, ele puxou meu corpo e me envolveu em um enlace apertado, me fazendo me sentir confortável. Eu fechei meus olhos e me permiti chorar ainda mais.

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