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𝟶𝟸𝟶 ─ lar, doce lar

PRIMEIRO ATO - TERCEIRA PARTE:
THE PRISON

꒰ 🥀 ꒱ capítulo vinte:
── lar, doce lar

꒰ঌ 🗡 ໒꒱ hannah grimes:


ESTAMOS DESDE O OUTONO do ano passado vagando por aí, sem um lar e comendo esquilos ou qualquer coisa que achamos em casas ou mercados abandonados. Geralmente são enlatados ou Daryl caça alguma coisa para nós. A fome é tanta que eu sinto que não tenho ânimo para absolutamente mais nada. Mal temos água e a desidratação é comum entre nós.

A barriga de Lori já estava enorme, ela já estava no oitavo mês de gestação, próximo ao nono, logo o bebê iria nascer. Eu estava ansiosa por esse dia, mas sabia que as coisas iriam complicar. Crianças são bênçãos, mas no meio do apocalipse é uma questão delicada.

Nesses meses, eu e Daryl acabamos nos afastando e eu sinto cada vez mais sua falta, falta de seu abraço, de seus olhos nos meus. Creio que o maior motivo do nosso afastamento seja por causa do meu pai. Ele e Dixon estão de boa, amigos até, mas… papai ainda não curte a ideia dele ter algo comigo. Eu vejo isso com o olhar que ele nos lança sempre que estamos conversando. Eu só sei que sinto falta daqueles momentos que nós tínhamos na fazenda. Sentar e conversar ou só ficar de bobeira na barraca dele… são momentos que deixaram de existir há meses quando tudo foi por água abaixo.

Havíamos acabado de encontrar uma casa, Daryl, meu pai, Carl e T-Dog foram na frente, enquanto eu e os outros ficamos esperando eles voltarem para entrarmos na residência.

Meu irmão também cresceu bastante nesses meses. Ele tá grande, aprendeu várias coisas com o meu pai, acho que um dia ele será tão forte quanto o nosso pai. Talvez ele seja um líder.

Quando olhei para frente, vi meu pai acenando com a mão, indicando para nós entrar. Seguimos em direção ao interior com nossos pertences, talvez fossemos passar a noite por aqui. Ficamos todos reunidos em uma sala havia nesta casa. Me sentei sobre o chão ao lado de Lori e observava Daryl tirando as penas de uma coruja que achou.

Meu irmão tinha acabado de voltar da cozinha com dois enlatados de comida para cachorro. Podia parecer nojento mas geralmente é o que comíamos quando estávamos com muita fome, principalmente Lori que sentia mais fome por conta do bebê que carregava.

Meu pai ao notar os enlatados os pegou e os jogou com força no chão. Ele era outro que havia mudado. Papai estava distante, mais frio, mais irritado… Eu odiava o ver daquela maneira, mas sabia que ele apenas queria nos proteger. Acho que todos nós nos tornamos um pouco frios nesse tempo que passamos andando por aí…

T-Dog chamou nossa atenção enquanto apontava para uma janela aberta, nos dando a visão de um bando de podres que estavam próximos da casa, nos fazendo levantar com pressa e ir embora do local. Andamos por um tempo na estrada, até pararmos novamente e estendermos um mapa do estado sobre o capô de um dos carros.

── A gente não tem mais lugar pra ir. ── T disse, enquanto eu observava em silêncio o mapa.

── Quando esse bando se juntar com esse, ficaremos bloqueados. ── Maggie disse também enquanto apontava para o mapa. ── Nunca chegaremos ao sul.

── O que você acha? Tinham uns 150? ── Daryl supôs, então o olhei.

── Isso foi semana passada. Pode ser o dobro disso agora. ── Glenn supôs e eu levei meu olhar até ele.

── Esse rio pode atrasá-los. Se formos rápidos, vamos ter a chance de cortar ao meio. ── Hershel disse.

Eu observei o mapa e assenti com a cabeça, concordando com o mais velho. ── É, mas se esse grupo se juntar com esse, podem espalhar por esse lado. ── Digo, enquanto apontava o dedo pelo mapa.

── Não tem saída. ── Maggie respondeu.

Meu pai se aproximou e apontou. ── Pessoal, a única coisa a se fazer é voltar até a 27 e ir pra Greenville.

T-Dog ajeitou a postura. ── É. A gente já vasculhou por lá. Passamos o inverno andando em círculos.

Meu pai se virou para o homem. ── É, eu sei. Em Newnan, vamos para o oeste. Não fomos por lá ainda. Não podemos continuar de casa em casa. Temos que achar um lugar pra ficarmos por umas semanas.

── Beleza. ── T expressou. Eu peguei o mapa e enrolei novamente. ── Tudo bem se a gente for pro riacho antes de irmos? Não vai demorar muito. É melhor pegar água, se não a gente ferve.

── Vai fundo então. ── Foi só o que meu pai disse, em seguida ele se afastou de nós.

Eu entrei novamente no carro para ficar com Lori e meu irmão. Depois de alguns minutos, papai e Daryl voltaram dizendo sobre uma prisão abandonada que poderia servir de abrigo temporário para o nosso grupo. Nós todos concordamos de ir até lá e fomos. Meu pai cortou a grade, e nós matamos os zumbis que se aproximavam, protegendo Lori de fazer esforços. Entramos e eu vi Glenn e Dixon amarrarem a parte aberta da cerca com uma corda.

Corremos em direção à entrada da prisão que dava em um grande gramado.

── É perfeito. ── Disse meu pai, olhando o local inteiro. ── Se a gente puder fechar aquele portão… impedir que mais chegue ao pátio. Podemos eliminar esses zumbis. Vamos tomar o campo até à noite. ── Explicou enquanto nos olhava.

── E como fechamos o portão? ── Hershel perguntou.

── Eu fecho. Vocês me dão cobertura. ── Rhee se ofereceu.

── Não. É uma ideia suicida. ── Maggie contestou.

── Eu sou o mais rápido. ── Glenn insistiu na ideia, olhando para a namorada.

Meu pai protestou: ── Não. Você, Maggie e Beth atraíam o máximo que puderem pra lá. Golpeie através da cerca. ── Apontou para o local. ── Daryl e Hannah, subam lá na outra torre. Carol, você já está atirando bem. Vá devagar. Não temos muita munição pra desperdiçar. ── Foi até o Greene e meu irmão. ── Hershel, você e o Carl pegam essa torre. Eu vou correr pro portão.

── Tem certeza que consegue? ── Indaguei, olhando um pouco preocupada para ele.

Assentiu confiante. ── Vai dar certo. ── Disse num tom positivo.

Eu não vou mentir, eu ainda estava preocupada, mas do que adiantaria falar alguma coisa? Ele não me ouviria e eu também confio nas coisas que ele faz. Quando me aproximei da bolsa de armas, peguei uma sniper e as munições, transpassei a alça pelo meu ombro e corri até à torre junto de Daryl e Carol. No topo do local, destravei a arma e me posicionei numa posição favorável para acertar os zumbis do gramado.

No segundo em que eu vi meu pai correr pelo campo, nós três começamos a atirar naqueles mortos. Meu pai usava sua famosa colt python para atirar nos zumbis que estavam mais próximos dele. Ele se saía muito bem, papai sempre teve uma mira excepcional. No fim, papai conseguiu fechar o portão do pátio e entrar na torre, nos ajudando a matar o restante dos zumbis.

Quando estava tudo limpo e sem nenhum podre, descemos da torre e comemoramos pela nossa vitória. Aquele local era enorme e se ajeitássemos direitinho teríamos um local ótimo para viver e prosperar.  

….

De noite, acendemos uma fogueira para nós e nos reunimos para comer aquela coruja que Daryl havia caçado mais cedo. Meu pai fazia a ronda pela cerca, se certificando que não havia nenhum furo onde zumbis pudessem entrar e Dixon estava com uma arma em cima de um caminhão capotado.

── Parece com o que a minha mãe fazia. ── Glenn falou enquanto jogava o osso da coruja para longe.

── Amanhã a gente vai colocar todos os corpos juntos e mantê-los longe da água. Se der pra cavar um canal sob a cerca, teremos bastante água fresca. ── T-Dog falou.

── E esse solo é bom. ── Hershel completou. ── Podemos plantar umas sementes, cultivar uns tomates, pepinos, grãos de soja. ── Sugeriu. ── Já é a terceira ronda dele. Se tivesse alguma parte comprometida, ele já teria encontrado. ── Se referiu ao meu pai que rondava ao redor sem parar.

Eu olhei novamente para ele e dei um suspiro. ── Eu parei de contar as rondas dele quando cheguei ao número cinco. ── Comentei.

── Este vai ser um bom lugar pra ter o bebê. ── Beth exprimiu para Lori. ── É seguro.

── E tem bastante espaço pra ele crescer. ── Completei as palavras da Greene.

Meu olhar foi até Dixon que estava no caminhão mais uma vez e pousou lá por alguns segundos. Daryl era outro que se esforçava muito pelo nosso grupo. Estava hesitante com que estava prestes a fazer, porém peguei um prato e coloquei uns pedaços de frango.

── Vou levar isso aqui pra aquele velho rabugento. Daryl já é chato sem fome, imagina com fome. ── Descontraí, me levantando do chão e andando até o caminhão. Eu me apoiei nas rodas e subi, entregando o pratinho para o homem. ── Não é muito, mas se eu não trouxer alguma coisa, você não vai comer nada.

── Parece que o Shanezinho ali tem um belo apetite. ── Daryl brincou enquanto colocava um pedaço do frango na boca.

Dei uma risada com a ironia dele. ── É. Tem sim. Tô orgulhosa pelo meu pai ter feito de tudo por nós. Shane nunca faria isso, mas pelo menos ele foi um bom padrinho. ── Dei de ombros e me sentei.

Daryl se sentou ao meu lado e continuou comendo. O silêncio permaneceu por alguns segundos. Eu levei a minha mão até o pingente do meu colar e fiquei brincando com ele de mexer de um lado para o outro, sempre fazia isso quando nervosa.

── O Rick pediu desculpas pra você?

Olhei para os olhos do caçador e dei um suspiro. ── Pediu desculpas do jeito dele. Não foi um pedido, mas demonstrou estar arrependido do que fez e disse.

Daryl olhou para meu pai e logo em seguida prestou atenção na minha mão que se mexia incessantemente.

── Arranjou outro colar, Grimes? ── Apontou para o meu pescoço. ── Esse significa o quê?

── É um quartzo rosa. Não tem significado. Minha mãe me deu quando eu fiz 15 anos. ── Expliquei.

── Você gosta de colares, não gosta?

Assenti. ── É. Eu costumava usar bastante antes disso tudo. Eu tinha muitos no meu armário. ── Eu levei meus olhos até os olhos de Daryl.

O homem também observou meus olhos e deu uma risada anasalada. ── É bem sua cara mesmo.

Eu espremi um sorriso. ── Senti falta de conversar com você.

── Eu tô aqui agora. ── Daryl respondeu, olhando para meus olhos.

── Por quanto tempo? ── Questionei, ainda me sentindo insegura.

Dixon ficou em silêncio por alguns segundos. ── Eu prometo que não vou mais me afastar.

O que eu queria reclamar? Eu também me afastei. Olhando a íris do homem dei um suspiro, eu estava quase o desculpando por tudo o que aconteceu por pressão do meu psicológico.

── Então não se afaste, eu gosto da sua presença. ── Confessei, vendo o semblante surpreso dele. ── Você fez uma promessa, é bom cumprir com sua palavra.

Daryl assentiu com a cabeça, o que trouxe um conforto para o meu coração. Claro, eu não estava pronta para acreditar 100% em suas palavras porque sabia como Daryl é. Mas por um lado, eu queria acreditar nele, ter fé.

── É melhor a gente voltar. ── Ele quebrou o silêncio que havia se formado entre nós.

── Mas já? Estava tão romântico. ── Comentei brincando. ── Por que não damos uns amassos?

O caçador ficou em silêncio, talvez um pouco sem jeito. ── Com seu pai andando na nossa volta? Nem pensar.

── Ele tá muito concentrado em achar buracos nas grades. ── Dei de ombros, olhando Daryl ainda me encarando seriamente. ── Tá, eu tô brincando. Já tô descendo.

Daryl pulou para o chão primeiro e depois me ajudou a descer de cima do caminhão, me pegando em seus braços e me colocando sobre o chão. Aquele toque e aquela aproximação me deram arrepios, mas tentei apenas ignorar os sentimentos e os hormônios que floresceram.

Depois do que houve na fazenda, meu pai estava muito atento, nunca tirava os olhos de nós dois e eu tentava fingir que não rolava nada com meus sentimentos, mas a realidade era totalmente oposta. Eu nunca me apaixonei por alguém como sou apaixonada por Daryl.

Quando nós nos aproximamos dos outros, Maggie e Beth cantavam uma música, me sentei novamente ao lado de Lori e percebi meu pai se aproximando de nós.

── É melhor a gente dormir. ── Papai exprimiu olhando para nós. ── Eu vou fazer a guarda ali. Temos um grande dia amanhã.

── O que quer dizer? ── Perguntei.

Papai olhou para mim e começou a explicar: ── Olha, eu sei que tá todo mundo exausto. Essa foi uma grande vitória. Mas temos que forçar. Só um pouco mais. A maioria dos zumbis está vestida como guardas e prisioneiros. Parece que esse lugar sucumbiu bem cedo. Pode significar que o suprimento está intacto. Pode ter uma enfermaria. Uma cantina, uma sala de armas. Ela fica fora da prisão, mas não muito longe. Pessoal, a sala do diretor tem informações do local. Tem armas, alimentos, remédios. Esse lugar pode ser uma mina de ouro.

── Estamos com pouca munição. ── Hershel falou. ── Vai acabar antes de fazermos a diferença.

── É por isso que temos que entrar lá, mano a mano. ── Respondeu ao ex-fazendeiro. ── Depois de tudo o que a gente passou, podemos conseguir, eu sei disso. Esses molengas não têm chance. ── Papai falou olhando para Carl e para mim.

Papai se afastou novamente, dessa vez, Lori foi atrás dele para conversarem. A relação deles estava péssima. Ambos ficaram uns minutos conversando e depois disso voltou e se sentou ao meu lado. Eu me levantei do chão e fui até ele, que começava aquela sua ronda tudo de novo.

── Você e a Lori ainda estão brigados? ── Notei que o ex-xerife apenas me olhou em total silêncio. ── Pai, você tem que falar com ela.

── Ela ficou contra mim. ── Exprimiu olhando para meus olhos.

── Para de persistir nisso, isso já tem meses! ── Exclamei com uma voz mais baixa. ── O bebê dela vai nascer em dias, semanas e você ainda tá nessa.

── Vai dormir, Hannah. Deixa que eu resolvo isso depois. ── Papai falou um pouco impaciente.

── Eu só quero que vocês se resolvam. Você ultimamente anda errando com todo mundo, nem ao menos me pediu desculpas pelo o que disse na fazenda.

Ele ficou de cabeça baixa por uns segundos e me olhou. ── Não é o momento pra falarmos disso. Você sabe disso e ela também.

── Quando vai ser o momento, então? Quando todo mundo estiver morto? Quando eu morrer? ── Retruquei, cruzando os braços. ── Você sempre fica adiando as coisas. Nunca tem tempo pra nada.

Ele olhou para mim com um semblante exausto. ── Eu tô tentando manter todos vivos. Isso é a minha prioridade agora. ── Disse firmemente.

── A Lori precisa de você. ── Respondi com o mesmo tom firme. ── E acho que você também precisa dela.

Meu pai franziu a testa com um pouco de impaciência. ── As coisas não são como você pensa que são.

── Então me explica. Porque do meu ponto de vista é exatamente do jeito que eu penso. Você tá sendo teimoso e não vê que a Lori tá querendo se redimir. ── Meu pai ficou em silêncio, apenas me olhando.

Dei um último olhar para ele antes de me afastar. Eu realmente queria que eles dois se resolvessem logo. Lori e meu pai estavam há meses desse jeito.

Na manhã seguinte, acordamos bem cedo para matar os zumbis do outro pátio. Papai fez uma formação conosco e nós fomos. T-Dog estava na nossa frente, enquanto eu fui atrás de Daryl ao lado de Glenn e Maggie. Enquanto a gente golpeava e matava os zumbis, os outros que estavam atrás das grades nos ajudavam golpeando outros zumbis.

── Vamos. ── Meu pai falou.

Fomos andando na mesma formação enquanto nós atacávamos os zumbis mais próximos. T-Dog saiu da formação para pegar um escudo jogado no chão, e no mesmo instante Rick chamou sua atenção:

── Não sai da formação, T! ── Nisso, um zumbi veio para cima dele, então quando ele jogou o caminhante no chão, corri e finalizei o zumbi com um golpe na cabeça. ── Hannah! Hannah! ── Papai chamou, logo eu e o homem voltamos à formação. ── A gente tá quase lá.

O mesmo abriu a porta de metal, mas de repente fez um sinal de silêncio com os dedos e sibilou para nós nos encostarmos na parede. O pátio ao lado estava cheio de zumbis e mais dois com armadura tática e capacete vinham até nós. Daryl tentou matar o zumbi, porém a flecha não atravessou o capacete. Eu lutava contra um daqueles mortos de armadura e quando finalmente consegui finalizá-lo, vi Maggie fazendo o mesmo e exibindo um sorriso vitorioso.

── Você viu isso? ── Comemorou.

── Mandou bem. ── Respondi, dando um pequeno sorriso.

Glenn e T mataram outro zumbi armado. Daryl e meu pai finalizaram os últimos e voltaram até a gente. Finalmente todos os podres haviam sido mortos. Agora tínhamos mais um pátio e podíamos entrar para dentro da prisão, dormir lá dentro seria melhor porque provavelmente teriam as camas dos presos.

── Parece bem seguro. ── Glenn exprimiu observando o local.

── Não se a gente considerar aquele pátio ali. ── Daryl apontou. ── Aquela é uma civil. ── Apontou para o corpo morto sobre o chão.

── Então o interior pode ter sido dominado por zumbis de fora da prisão ── T-Dog supôs.

Olhei para todos que estavam ali. ── Tá, e se tiver algum muro quebrado, o que vamos fazer? Não podemos reconstruir esse lugar todo. ── Glenn falou.

── Não podemos ter um ponto cego. ── O ex-xerife respondeu. ── Nós vamos ter que entrar.

Nós seguimos o meu pai para o interior do presídio. Diferente do lado de fora, não tinha sequer um zumbi aqui dentro. Vasculhamos o local inteiro, até mesmo o refeitório e não achamos nada além de um único corpo de um guarda que estava em cima da torre. Papai desceu com um molho de chaves em mãos, provavelmente aquelas chaves eram das celas. Assim que ele abriu, nós fomos olhar aquela outra parte.

A parte das celas estava quase da mesma forma que a área do pátio de alimentação, a não ser por dois zumbis nas celas da parte de cima. Eu saí com Glenn e fui chamar os outros para virem até aqui.

── O que vocês acham? ── Rick perguntou enquanto descia as escadas.

── Lar doce lar. ── Glenn respondeu.

── Por enquanto. ── Respondeu.

── É seguro? ── Lori perguntou, enquanto olhava para todos os cantos.

── Esse bloco de celas é. ── Meu pai respondeu à esposa.

── E quanto ao resto do presídio?

Papai andou alguns centímetros até nós. ── Amanhã, vamos achar o refeitório e a enfermaria.

── A gente vai dormir nas celas? ── Beth perguntou.

Agora meu pai olhou para a loira. ── Eu achei chaves com alguns guardas. O Daryl tem cópias também.

── Eu não vou dormir numa gaiola. ── Dixon falou, enquanto arrastava um colchão. ── Eu vou pro poleiro.

Peguei minhas coisas e entrei na mesma cela que meu irmão, ficaríamos juntos e meu pai ficaria com Lori. Carl pegou a beliche de cima e eu fiquei com a de baixo. Depois de ajeitar minhas coisas, arrumei uma fronha no meu colchão e me deitei. Faziam meses que eu não dormia em algo tão confortável assim. Minhas costas agradecem.

── Fazia tempo que a gente não tinha algo confortável assim. ── Comentei.

── Graças ao papai. ── Meu irmão respondeu. Logo o ouvi subindo para a parte de cima. ── Até que é confortável.

── É mesmo. ── Dei um sorriso enquanto fitava o teto.

Carl olhou para baixo em minha direção, e eu o olhei de volta. ── Você ainda troca saliva com o Daryl?

── Que tipo de pergunta é essa? ── Dei uma risada anasalada.

── É que vocês dois estavam conversando naquele caminhão ontem à noite. ── Carl respondeu simples.

── Não, eu e o Daryl não trocamos mais saliva. ── Digo, ainda fitando meu irmão.

── Então vocês terminaram? ── Carl continuou curioso.

Dei uma baixa risada. ── A gente nunca namorou pra ter terminado.

Meu irmão se ajeitou em sua cama novamente. ── Ele era diferente quando tava com você.

── Diferente? ── Eu indaguei, arqueando uma sobrancelha.

── Sim, tipo… menos rabugento. ── Descontraiu. ── Você gosta dele?

── Carl! ── Revirei os olhos, rindo minimamente. ── Você tá fazendo um TCC sobre a minha vida?

── Responde logo, coisa chata. ── Carl me pressionou.

── Você tá crescendo rápido demais, sabia?

── E você tá fugindo da pergunta. ── Retrucou.

── Talvez eu goste dele. ── Me dei por derrotada.

── Vou considerar essa resposta como um sim.

Como uma forma de repreensão, joguei uma almofada nele e depois me fiz de sonsa, porém segundos depois senti ele também jogando a mesma almofada em mim, me tirando uma risada baixinha.
….

Na manhã seguinte, quando nós todos havíamos descansado bem pela noite, era a hora de limpar os corredores dos outros blocos de celas. Ajudei meu pai a juntar os equipamentos dos guardas mortos. Eu fiquei com o trabalho de separar as coisas mais úteis, como granadas, coletes e capacetes.

── Nada mal. Granadas de luz, e granadas de contenção. ── Meu pai disse para mim enquanto pegava uma das granadas na mão. ── Não sei como funcionariam com os zumbis, mas vamos levá-las.

Daryl pegou um capacete em mãos com carne humana. ── Eu não vou usar esse troço.

── A gente pode ferver. ── T-Dog propôs.

── Nem com toda lenha da floresta. Sem chance. ── Dixon respondeu para o mesmo. ── E depois, a gente chegou até aqui sem isso.

── Hershel. ── Olhamos para Carol que estava no limiar e a grisalha o chamou.

── Tá tudo bem? ── Papai indagou.

Carol forçou um sorriso e então respondeu: ── Tá. Não é nada sério. ── A mulher e o Greene foram andando até as celas.

Quando fui até a minha cela, peguei um elástico e prendi meu cabelo em um rabo-de-cavalo, também peguei uma lanterna, um facão e ajustei o meu coldre. Terminei de apertar o coldre na minha perna, e ao levantar o olhar, notei Daryl parado e encostado no limiar da porta.

── Tem certeza que não quer ficar? ── Dixon indagou e eu vi preocupação em seu semblante.

Franzi o cenho, olhando para ele. ── Você é fofo quando tá preocupado. Eu vou ficar bem.

Quando ele ficou ali parado, forcei um sorriso e passei por ele. Eu me aproximei da onde estavam os outros e vi meu irmão brincando com o capacete tirando algumas risadas de Beth, enquanto isso, Lori nos observava do andar de cima.

── Não vai precisar disso. ── Falou nosso pai, enquanto pegava o capacete da mão de Carl. ── Eu quero que fique aqui.

── Tá brincando? ── Carl se indignou enquanto colocava o chapéu de xerife de volta na cabeça.

── A gente não sabe o que tem lá. ── Meu pai rebateu. ── Se alguma coisa der errado, você pode ser o último homem de pé. Eu quero que cuide das coisas aqui.

── Claro. ── O menor respondeu confiante com a sua responsabilidade.

Nosso pai passou o molho de chaves. ── Ótimo. Vamos lá? ── Olhou para nós.

Antes de segui-los, eu dei um abraço no meu irmão e mexi em seu chapéu. ── Toma cuidado lá, Nana. ── Carl disse para mim.

Eu assenti. ── Pode deixar. Cuida do pessoal aqui até voltarmos, tá bom? ── Sorri minimamente.

Meu irmão assentiu. ── Eu vou.

Sorri e o soltei do enlace e segui os outros até o local. Na minha mão direita estava meu facão, enquanto na esquerda eu levava minha lanterna, já no coldre tinha meu revólver caso tivéssemos alguma emergência. Daryl abriu a porta e nós começamos a andar com cautela por aqueles corredores escuros e macabros. Glenn usava uma tinta spray para pichar as paredes e nos mostrar o caminho de volta para nosso bloco de celas.

Maggie e o coreano deram um susto um no outro. Olhei para ambos dando uma pequena risada, mas continuei andando atrás de Daryl, concentrada.

Viramos no outro corredor. Até aqui tudo estava indo normalmente, não havia nada além de um cheiro péssimo e corpos mortos e em decomposição. Continuamos andando com a mesma cautela pelos corredores, mas ao virarmos, demos de cara com uma horda de zumbis, o que nos fez recuar de imediato.

Meu pai ordenou que nós voltássemos. Com o facão em mãos, eliminei alguns zumbis. Com toda aquela correria no escuro, eu, Maggie e Glenn acabamos nos perdendo dos outros. O coreano nos puxou para dentro de uma solitária e trancou a porta, então ficamos em silêncio aguardando os zumbis passarem por nós.

── Cadê eles? ── A Greene sussurrou olhando para nós.

Eu dei de ombros. ── Não faço ideia. ── Murmurei de volta.

Rhee observava nós duas em completo silêncio. Quando os zumbis de fora pararam de forçar a porta daquela solitária, o rapaz falou:

── É melhor a gente voltar. ── Eu e Maggie concordamos com a cabeça.

Ele abriu com cuidado a porta e começamos a procurar os outros. Maggie chamava pelo pai, e Hershel chamava por nós. Nós ouvimos um grito que nos fez correr com desespero. Seguimos o eco da voz do Greene e logo encontramos o ex-fazendeiro caído no chão, sua perna havia sido mordida. Papai deu um tiro no zumbi e nós três nos aproximamos mais do velho senhor.

Maggie começou a entrar em desespero ao ver o estado do pai. Eu peguei a lanterna que meu pai me entregou e Glenn ajudou o mesmo a levantar Hershel. Enquanto nós corríamos para algum lugar, Daryl me ajudou a matar os zumbis que vinham pela nossa frente. Nós entramos em um refeitório no fim do corredor e deitamos Hershel sobre o chão, fechando a porta com pressa.

Eu enrolei a calça de Hershel até a altura da mordida. ── Só tem uma coisa a se fazer… ── Falei o óbvio, levemente aflita com a situação.

Papai suspirou fundo. ── Tá. Eu vou te ajudar. ── Começou a tirar o cinto da calça, em seguida, me entregou e eu fiz um torniquete. ── Tá firme? ── Assenti com a cabeça e vi o ex-xerife pegando o machado. ── Só tem um jeito de manter ele vivo. É com você agora.

O mesmo me estendeu o machado. Quando peguei, olhei para a lâmina e dei um suspiro fundo, ainda estava aflita, mas não tínhamos tempo. Eu tive que cortar a perna de Hershel, o que o fez berrar de dor e por fim desmaiar no chão. Quando terminei, soltei o machado no chão e observei o sangue, tínhamos que fazer algo para ele morrer pela falta de sangue.

── Tá fora de perigo.

Daryl olhou para mim e meu pai e disse: ── Abaixa.

Quando fizemos, Daryl se levantou com a besta em punho e mirou para cinco prisioneiros que nos fitavam com um semblante atônito pelo o que acabara de acontecer.

── Minha nossa. ── Um deles exprimiu assustado.

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