𝟶𝟷𝟶 ─ menos uma morte
꒰ 🥀 ꒱ capítulo dez:
── menos uma morte
꒰ঌ 🏹 ໒꒱ daryl dixon:
ENQUANTO VOLTÁVAMOS PARA A estrada, ouvimos Andrea gritando e obrigando que nós parassemos de andar e fôssemos correndo até ela. Preparei uma flecha e coloquei minha besta em punho, e em seguida corri com pressa em direção aos gritos da mulher.
Chegando lá, vi a loira quase sendo mordida por um daqueles malditos. Eu estava prestes a simplesmente perfurar o crânio do morto com a flecha da minha besta, mas de repente uma garota montada em um cavalo apareceu e derrubou aquele morto com um simples golpe, usando um taco de beisebol.
── Lori? Lori Grimes? ── A menina chamou, parando o cavalo bem à nossa frente.
── Eu sou a Lori. ── A Grimes se pronunciou.
── O Rick me mandou aqui. Você tem que vir agora. ── Aquela menina exprimiu com uma voz apressada, deixando Lori confusa e o resto de nós também. ── Houve um acidente. Hannah foi baleada. Ela ainda tá viva. O Rick precisa de você. Anda.
── Espera aí! A Hannah foi baleada?! ── Minha voz saiu no automático, enquanto meu coração acelerava com a notícia.
Olhei confusamente para aquela mulher de cabelo curto. Caralho! Como que a garota hello kitty foi baleada? Por um momento, eu estava sem um tipo de reação, estava preocupado com a Grimes e também sentia um certo aperto no coração por conta disso. Eu comecei a ficar inquieto, enquanto podia sentir minhas mãos ficando suadas.
Eu e Hannah não éramos tão próximos no início de toda essa porcaria de apocalipse, mas conforme o tempo foi passando no acampamento, eu pude perceber que a Grimes tem um bom coração, pude ver que ela é uma boa pessoa.
E também teve aquela noite no CCD… depois daquele beijo, depois de sentir a boca de Hannah encostar a minha, creio que senti uma “conexão” com ela. Porém, talvez eu me sinta um pouco culpado por ela ser muito nova para mim.
Aliás… Hannah tem somente vinte anos e não merece um cara quebrado e fudido de quarenta e um anos igual a mim.
── Mãe… ── Carl murmurou, com um semblante triste e lágrimas em seus olhos.
Antes de Lori tirar sua mochila, se aproximou do filho e o abraçou. ── Volte com os outros, tá bom, meu amor? Fique perto da Carol e não saia do trailer do Dale.
── Eu quero ir também, mãe. ── Carl disse com um tom choroso. Ele estava aflito pela situação da irmã.
A mulher negou. ── Vá com eles, querido.
── Vou cuidar do Carl. ── Carol passou confiança para Lori, vendo a mesma acenar e sibilar um obrigada.
Eu estava desconfiado, assim que Lori subiu fez menção de seguir aquela menina, eu quis impedir: ── Ou! Não conhece essa garota. Não pode ir com ela.
── Rick disse que tem outros na estrada… naquele engarrafamento. Vá até Fairburn Road. Fica perto da nossa fazenda. Olhem a caixa de correio. O nome é Greene. ── A garota disse com pressa, saindo em disparada em cima do cavalo.
Acho que minha ficha ainda não tinha caído totalmente de que Hannah tinha sido baleada. Eu fiquei estático, apenas observando aquele cavalo sumindo de nossas vistas.
Estressado, apenas perfurei o crânio daquele podre assim que ele se levantou. ── Cala a boca. ── Resmunguei e saí andando na frente dos outros, indo novamente em direção à estrada.
Chegando na estrada pulei o guarda-corpo. Dale notou que nem todos estavam ali e começou a me questionar das coisas. Estressado, eu somente dei qualquer resposta e me afastei. A situação de Hannah, a preocupação que eu sinto, por algum motivo estava me afetando, estava mexendo com o meu humor.
Estávamos discutindo sobre irmos todos para a fazenda dos Greene, somente Carol estava hesitante por conta de Sophia. A garotinha poderia aparecer a qualquer momento na estrada novamente, aqui era o único local de referência dela.
── Não vou fazer isso. Não podemos ir embora assim. ── A grisalha hesitou.
── Carol, o grupo se dividiu. Estamos espalhados e fracos. ── Dale argumentou.
── E se ela voltar, e não estivermos aqui? Pode acontecer. ── Carol retrucou, olhando para nós.
── Se a Sophia voltar e estivermos longe… isso vai ser horrível. ── Andrea também foi a favor de ficarmos na estrada.
── Tá. ── Eu assenti depois de ouvir o pontos de todos. ── Mas temos que planejar isso. Alguém tem que levar o Carl até a família dele. ── Digo, olhando para o garotinho que estava sentado cabisbaixo nos degraus do trailer. ── Podemos ficar até amanhã de manhã e depois vamos embora. Vai dar tempo da gente fazer um grande cartaz… deixar suprimentos pra ela.
── Eu também fico. ── Disse Dale para Carol.
── Eu também fico. ── Andrea falou.
── Obrigada. Obrigada aos dois. ── Carol deu um sorriso amigável e grato.
── Bom, se todo mundo vai ficar, eu…
Dale cortou Glenn: ── Você não, Glenn. Você vai. Leve o carro da Carol.
── Eu? Mas por que sempre eu? ── Glenn se indignou.
── Você tem que achar essa fazenda, achar o nosso pessoal… e ver o que está acontecendo. Mas o mais importante, você tem que levar o T-Dog lá. ── O velho ordenou para o china. ── Não vamos discutir. Aquele corte dele está piorando muito. Ele está com uma infecção muito séria. Leve-o até aquela fazenda, veja se eles têm antibióticos. Se eles não tiverem, T-Dog vai morrer. É sério.
Antes que o velho terminasse de falar, andei até a moto do meu irmão e peguei um saco de remédios que era de Merle, me aproximando do grupo novamente.
Tirei um pano sujo de cima da moto do meu irmão e joguei para Dale. ── Aí, não joga seus trapos na moto do meu irmão. Por que esperou até agora pra falar disso? Eu tenho os remédios do meu irmão. ── Digo, mexendo na sacola com os frascos. ── Metanfetamina. Tem uns analgésicos muito bons. ── Joguei a sacola para Glenn. ── Doxiciclina e nem é genérico. É de primeira. O Merle pegou gonorreia uma vez.
….
Eu resolvi que iria com Glenn, T-Dog e Carl para aquela tal fazenda da menina hoje mais cedo, e amanhã de manhã eu voltaria para a estrada para pegar a moto do meu irmão. Mais uma vez não tinha noção do porquê fazia aquilo, mas agora já estava aqui, então que se foda.
Quando chegamos na varanda, Maggie nos levou para dentro de sua casa e nos mostrou o quarto onde Hannah estava. Carl correu para abraçar a mãe, enquanto ficava aflito por ver a irmã desacordada naquela cama. Vi que Lori abraçou o filho, que soluçava baixinho.
Eu me encostei no limiar da porta do cômodo e observei Hannah. Sua blusa estava totalmente ensanguentada e a roupa de Rick estava do mesmo jeito. Era triste vê-la daquela maneira, era triste ver o Grimes com um semblante tão abalado pelo estado da filha.
Hannah podia ser um pouco irritante às vezes, mas ela conseguiu me cativar de uma maneira que ninguém jamais conseguiu. Eu odiava admitir isso para mim mesmo, mas era uma verdade. Hannah tinha um jeito que eu curtia. Ela é especial e com certeza, se ela morresse, seria uma grande perda para todos do grupo.
Dei um longo suspiro e caminhei de volta até a sala de estar, onde todos estavam reunidos, esperando por algum milagre que fosse ressucitar Hannah. Me sentei em um sofá e fiquei observando um canto aleatório daquela sala, aguardando aquele velho voltar com as notícias.
Quando ouvi um som de carro do lado de fora, fiquei atento e vi Rick saindo com Lori do quarto. Todos nós levantamos e fomos para fora, vendo Shane sair de uma picape.
── Hannah? ── Shane perguntou sobre a garota, enquanto entregava as bolsas para Hershel.
── Ainda há uma chance. ── Rick respondeu, fazendo o amigo ficar aliviado.
── E o Otis? ── O grisalho perguntou.
── Não. Ele… ── Shane balbuciou, deixando claro o que tinha acontecido.
── Não digam nada pra Patrícia. Não agora. Eu preciso dela. ── O homem disse, voltando para dentro de sua casa.
Hershel entrou para fazer a cirurgia na garota. Eu fiquei esperando ansioso do lado de fora enquanto fumava um cigarro e observava Rick, Lori e Carl sentados juntos nos degraus da escada. O Grimes chorava, enquanto sua esposa o confortava e Carl ficava com a cabeça deitada no colo da mãe.
Quando vi o Greene vindo para fora junto de Glenn e Maggie, apaguei meu cigarro e me aproximei.
── Ela parece ter se estabilizado. ── Hershel deu a notícia, fazendo Rick e Lori soltarem todo o ar preso que estava preso em seus pulmões.
── Menos uma morte. ── Murmurei, passando para o lado de dentro da casa.
Fiquei aliviado por saber que Hannah havia se estabilizado. Se ela morresse, faria falta para muitos do grupo, principalmente para Carl, Glenn e Rick. Talvez para mim também…
….
Fui para a estrada buscar a moto do meu irmão e voltei para a fazenda acompanhado do trailer de Dale e do carro de Rick que Andrea dirigia. Quando chegamos, houve um velório para o homem que foi buscar os equipamentos para a cirurgia. Observei Shane em silêncio, notando como o homem estava estranhamente diferente com aquele cabelo raspado. Alguma coisa tinha acontecido naquela escola, ele só não falava a verdade. Ficava quieto, fingindo tristeza e derramando aquelas lágrimas de jacaré.
O que eu supus foi que Shane matou o tal do Otis, pois a arma do homem estava com ele. Depois das palavras do Walsh eu entrei para dentro da casa dos Greene e fui até o quarto onde Hannah estava. Quando parei no limiar, troquei olhar por alguns com a menina, vendo Carl sibilando alguma coisa e passando por mim com pressa enquanto usava o chapéu de xerife que antes era da irmã.
── Deu seu chapéu pra o Carl? ── Perguntei para Hannah, vendo ela se ajeitar devagar na cama.
A garota deu de ombros. ── Sim. Ele merece. Eu disse que um dia daria o chapéu pra ele. ── Sorriu pequeno.
Eu dei um sorriso quase invisível e parei ao lado da cama. ── Como tá se sentindo?
── Um trapo. Annette acabou de limpar meu ferimento e tá ardendo mais que fogo. E essa medicação que ela me deu arde um pouco também. ── Explicou a Grimes, dando um suspiro de desânimo. ── Pelo menos amanhã não vou mais precisar tomar soro.
Quando olhei para o lado, vi o soro no braço de Hannah. ── É pra dor. Daqui a pouco você vai ficar boa.
── Queria tá lá fora ajudando nas buscas. ── Hannah começou, enquanto olhava para meus olhos. ── Vai ser tão chato ficar aqui o dia todo que acho que vou dormir pra passar o tempo.
── Deveria fazer isso agora. Dormir pra se recuperar mais rápido. ── Disse. ── Quando você melhorar vai poder ajudar nas buscas, Grimes, até lá precisa descansar. Seu pai quase se matou ontem pra te doar sangue. Não faça isso ser em vão.
── Eu sei… vi o estado dele quando acordei hoje. ── Hannah fitou a besta nas minhas costas. ── Vai sair pra ir atrás da Sophia ou vai caçar esquilos?
── Os dois. ── Dei de ombros, vendo ela dar uma risada baixa e ajeitei minha besta nas costas. ── Até mais, Hannah.
── Toma cuidado lá fora. ── Ela sorriu minimamente e eu apenas acenei com a cabeça.
Quando eu saí da casa, me reuni com as outras pessoas do grupo, estavam todos perto de uma picape. Durante o trajeto fiquei brevemente pensativo sobre algumas coisas, mas logo me livrei daqueles pensamentos quando cheguei até o veículo. Hannah estava bem e se recuperando, era o que importava até agora.
Parei rente à picape e prestei atenção no que os outros discutiam. Novamente iríamos fazer as buscas pela Sophia, mas dessa vez iríamos nos dividir. Eu irei sozinho, minha mente parece funcionar melhor desse jeito.
── Há quanto tempo a garota está sumida? ── Hershel indagou.
── Hoje é o terceiro dia. ── Respondeu Rick.
Maggie veio até nós e estendeu um mapa no capô do carro. ── Mapa topográfico do condado. Mostra terrenos e elevações.
── Isso é perfeito. Agora a gente pode organizar a procura. ── Rick falou, enquanto eu observava aquele mapa com atenção. ── Vamos dividir a área toda e montar grupos de buscas.
── Você, não. Hoje não. Já doou três unidades de sangue. Vai desmaiar em cinco minutos andando no calor que está fazendo hoje. ── Hershel disse seriamente para o Grimes. ── E seu tornozelo, se forçar agora, vai ficar de cama por um mês. Não será bom pra ninguém. ── Olhou para Shane.
── Eu vou sozinho. ── Digo, observando o mapa. ── Vou voltar até o riacho e procurar a partir de lá.
Eu caminhei até a floresta e comecei a seguir cautelosamente a trilha atrás de Sophia. Depois de andar por alguns quilômetros, cheguei a uma grande casa abandonada no meio da floresta. Tirei a besta das minhas costas e a deixei em punho, enquanto andava até a casa.
Chutei a porta de entrada e ao ver a porta que abriu, adentrei a casa e comecei a vasculhar pelo local atrás de qualquer coisa que pudesse servir de rastro ou pista.
Andando pelos cômodos da parte debaixo, cheguei ao que parecia ser uma cozinha. Não tinha muitas coisas ali, a não ser uma lata de sardinha aberta e sujeira. Quando virei meu corpo para trás, vi algo que chamou minha atenção, um armário entreaberto. Deixei minha besta em punho e me aproximei devagar, abrindo a porta e tendo o vislumbre de algumas almofadas e uma manta. Isso chamou minha atenção. O armário é pequeno, Sophia caberia facilmente nesse lugar.
Eu saí para o lado de fora da casa e passei a olhar para todos os cantos possíveis, procurei ao redor mas não achei absolutamente nada.
── Sophia! ── Gritei pelo nome da menina. ── Sophia! ── Nenhuma resposta veio, me tirando um suspiro de frustração.
Mais à frente notei duas flores cherokee, me fazendo lembrar imediatamente da lenda daquela rosa. Quando puxei a flor e guardei com delicadeza, mais à frente notei um arbusto com mais algumas flores, porém eram de cores diferentes, eram flores azuis. Puxei uma rosa daquele outro arbusto e também guardei delicadamente.
Na volta para a fazenda, procurei por mais algum tempo, mas quando notei que já iria escurecer, resolvi voltar.
NOTAS DA AUTORA:
Me perdoem pelo capítulo pequeno na visão do Daryl. Mais para frente terá capítulos maiores na visão dele.
Esse capítulo foi só uma introdução pra vocês saberem mais ou menos como o Daryl se sente com a Hannah.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro