
𝟎𝟏𝟔. 𝖽𝖾𝗅𝗂𝗅𝖺𝗁
𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐃𝐄𝐙𝐄𝐒𝐒𝐄𝐈𝐒
𝖽𝖾𝗅𝗂𝗅𝖺𝗁
𝐉𝐔𝐍𝐄, 𝐒𝐄𝐌 𝐏𝐄𝐍𝐒𝐀𝐑, pegou o telefone que estava acima da mesa, ainda escondida, e ligou para a policia.
"112, qual sua emergência?"
— Vocês estavam procurando meu pai a um tempo atrás, acho que ele está sequestrando outra pessoa agora — falou chorando.
"Qual o nome do seu pai?"
— Na ficha criminal de vocês estava Jake Clarke, mas eu o conheço por Charles Harris — sussurrou.
"Qual seu endereço?"
June rapidamente disse, enquanto encarava a foto de seu pai na ficha criminal sem parar.
"Estamos a caminho"
June desligou, ainda chorando, pensando no que poderia fazer, e cobriu suas orelhas, pedindo por paz, e tranquilidade, pedindo por uma vida que não fosse a sua.
Querendo se esconder debaixo do chão, chorando cada vez mais que ouvia os gritos se tornarem mais altos.
Não sabia se seu pai era capaz de estuprar pessoas, mas sabia que ele era capaz de as torturar ao ponto de acharem que um estupro era melhor.
Ela não queria ouvir isso, pensou nos meninos da sonserina, em como eles eram parecidos com seu pai, o que agora entendia que o motivo do medo ao ver eles era isso.
Era por que eles eram tão iguais ao seu pai que doía, doía muito.
Só queria uma infância normal, só queria voltar no tempo e mudar o seu pai, mudar ele para uma pessoa melhor, para uma pessoa que não matava outras pessoas.
E assim, ela voltaria para um lugar onde seu pai a amava, pra um lugar onde ele não sequestrou sua mãe, que eles haviam se conhecido por um acaso, e se apaixonaram.
Assim como a pequena June gostaria, como ela queria ver amor quando olhava para os pais, como ela precisava de amor.
Mas June saiu de seus pensamentos quando ouviu a porta do escritório balançando, saiu da mesa, se levantando, ainda chorando, olhando para a porta, vendo seu pai tentar a abrir.
— June! Eu juro por Deus! — gritou jogando seu corpo com força.
— Como descobriu que era eu? — riu falsa.
— Sua mãe nunca acreditou nessas bobagens de magia, só queríamos nos livrar de você, mas eu sempre soube que você era esquisita — sorriu como se June pudesse o ver.
— Posso ser esquisita, Jack, mas quem vai ser preso é você — deu ênfase em seu nome verdadeiro, fazendo ele travar e parar de bater na porta por um segundo.
— Sua vagabunda! — gritou alto.
— Você foi um péssimo pai, uma péssima pessoa, e espera que eu vou simplesmente ficar calada? — falou alto, fingindo confiança.
— Você nunca falou nada quando eu te batia — riu como um sádico.
— Você fez muito mais que me bater — olhou para a porta, respirando fundo.
— Sempre soube que foi um erro eu ter sequestrado a puta da sua mãe — riu e June sentiu sua garganta fechar.
— Você matou minha avó? — Falou sentindo suas lágrimas caírem.
— Matei.
June pôde ouvir as sirenes, e se sentou no chão novamente, dessa vez de frente para a porta, encolhendo seus joelhos.
— Delilah estava muito perto de descobrir o que tinha acontecido.
June levantou suas mãos ao seu ouvido, tentando não ouvir o que seu pai falava.
Assim que a polícia chegou, ela rapidamente abriu a porta com alohomora. Só para olhar para seu pai uma última vez.
— Sua puta! — gritou em direção a June, que lançou um estupefaça em sua direção.
— Dessa vez eu sei me defender — respirou fundo.
— Você vai se arrepender...
— Não vou, eu sou mil vezes mais poderosa que você, Jack — suspirou — Não sou eu que está no chão.
— Eu vou matar você, igual eu matei a sua avó — gritou — Você vai me implorar pra eu te matar rápido, igual ela — riu.
June saiu deixando seu pai no chão, subindo as escadas, vendo sua mãe encolhida no quarto junto com outra menina.
— June — sussurrou sua mãe em choque.
— Ele vai ser preso — falou com convicção.
— Me desculpa — falou sua mãe, chorando — Pensei que se fosse dura com você, ele não iria te machucar — chegou perto dela.
— Eu não consigo te perdoar — disse June, sentindo lágrimas acumularem em seus olhos.
— Por favor — chorou — Acredite em mim.
— Eu acredito, eu sei por tudo que ele me fez passar, e por isso que eu acredito, mas é pelo mesmo motivo que não consigo te perdoar — respirou fundo — Por que você não me contou? Ou nunca chamou a polícia?
— Não podia, ele ia me matar — fungou.
— Mas eu sou uma bruxa, você poderia ter me falado e eu acabaria com ele, não deixaria ele nos machucar — sentiu uma lágrima descer.
— Me desculpa — chorou, e June se virou, vendo que a menina provavelmente fugiu.
— Você não vai precisar se preocupar com isso — sussurrou June.
— Como assim? — perguntou trêmula.
— Não vai mais sentir culpa, vai poder recomeçar — sorriu chorando.
— June, do que você tá falando? — olhou para ela.
— Vai ficar tudo bem — apontou a varinha para ela.
— June? — soluçou confusa.
— Obliviate – sussurrou chorando.
June olhou para a sua mãe por um tempo, vendo ela processar ter suas memórias apagadas, como ela tinha uma face serena, que June nunca havia visto antes.
— Quem é você? — perguntou Grace.
— Eu ouvi gritos, chamei a polícia, e seu marido era um assassino — limpou as lágrimas.
— Mas.. quando a gente se encontrou pela primeira vez, ele era tão normal, foi amor a primeira vista — chorou.
— Vai ficar tudo bem — sussurrou, tentando segurar as lágrimas.
— Querida — chamou sua mãe, e June a olhou surpresa — obrigada, obrigada por ter me salvado, mas você ainda não disse seu nome — falou.
— Delilah — sorriu, sentindo a garganta fechar.
— Igual o nome da minha mãe — sorriu triste.
June saiu rapidamente dali, se apoiando na parede, chorando, até seu pulmão doer.
E desceu as escadas, vendo seu pai algemado, e muitos policiais ao redor.
— Moça? Você que é a filha? — falou um homem chamando June.
— Isso, eu não quero depôr nem nada, só quero ir para casa, e só vou falar duas coisas aqui para você, pode gravar ou anotar, tanto faz — respirou fundo.
O policial pegou um gravador, a olhando atenta.
— Meu nome é June Delilah Harris, e Jake Clarke me bateu a vida toda, me cortou e me fez querer morrer, estuprou minha mãe, e a fez querer morrer também — respirou fundo — Ela sofreu um trauma craniano, por conta dele, e ela não se lembra de mim, e acha que eles se casaram por amor, não se lembra de ter sido sequestrada, e nem de ter sido violentada ou abusada — falou trêmula — Isso é tudo, por favor, não fale para ela o que aconteceu, deixe que ela fique feliz — implorou, e o policial não respondeu — Ah! Ele matou minha avó, Delilah Morris.
O policial assentiu e terminou a gravação, indo falar com um policial sobre a June, mas quando se virou para olhar a ela novamente, ela tinha sumido.
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