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vi. Loyalty hangs by a thread

Capítulo seis: Lealdade
por um fio.

A NOITE ESTAVA FRIA, mas não tão fria quanto Maera Stark estava acostumada, então podia se dizer que o clima era ameno e estava confortável o suficiente para a jovem lady. No entanto, o sono não vinha.

Horas haviam se passado desde o momento em que a jovem deixara os aposentos do príncipe Jacaerys, mas Maera continuava revendo e revivendo a cena em sua mente, enquanto encarava o teto do castelo de Dragonstone. A lembrança parecia ecoar em seu peito, cada palavra dita, cada gesto hesitante, cada olhar carregado de emoções que ela não sabia como decifrar.

Ela sabia que não tinha agido como uma dama apropriada, não era assim que havia sido criada. Havia praticamente se jogado no colo do príncipe e como se isso não bastasse, ousara responder quando ele levantara a voz.

Mas o que ela poderia fazer? Estava desesperada por aquele casamento.

E não era por ambições pessoais, como tantos poderiam supor ou presumir. Nem pela pressão de Cregan, que confiava na palavra de Jacaerys e aguardaria pacientemente o tempo do príncipe.

Também não era porque morria de amores por ele. Jacaerys era um homem bom e honrado, ela sabia disso. Mas era cedo demais para deduzir qualquer sentimento mais profundo. Ele era da realeza, afinal, e homens da realeza não tendiam a ser exatamente confiáveis, até onde Maera sabia.

Mas de qualquer forma, agora, após o que havia feito, esse medo era ainda maior. Tinha invadido o espaço pessoal do príncipe, desrespeitado o luto dele, ultrapassado fronteiras que ela mesma jamais imaginaria cruzar. Nenhum noivado havia sido anunciado e tecnicamente, ele ainda tinha toda a liberdade para mandá-la de volta ao Norte.

A única certeza de Maera no momento era que estava confusa. E que não sabia com que cara iria encarar seu noivo quando o sol nascesse, anunciando a chegada de mais uma manhã em Dragonstone.

Quando os primeiros raios de sol começaram a invadir o quarto, Maera se levantou. O vestido de tecido leve que escolhera parecia uma tentativa de se integrar ao clima mais quente da ilha, embora ela ainda sentisse saudades do peso reconfortante das roupas do Norte.

Do lado de fora de sua janela, os rugidos dos dragões ecoavam distantes e o céu exibia tons dourados e avermelhados. O amanhecer era uma pintura viva, mas Maera mal conseguia apreciá-lo, com a inquietação ainda latejando em seu peito.

Respirando fundo, ela ajustou o vestido com dedos firmes, alisando os tecidos com uma determinação renovada.

Se precisasse pedir desculpas, Maera faria. Ou ao menos iria tentar. Ela enfrentaria o olhar dele, mesmo que o medo do que encontraria ali fizesse sua coragem vacilar por dentro.

Cruzou o corredor com passos cuidadosos, suas sandálias quase silenciosas no chão frio. O castelo estava quieto, mas havia uma energia no ar, como se até as paredes guardassem segredos à espera do momento certo para serem revelados. Maera seguiu em direção ao salão onde sabia que os nobres tomavam o desjejum, dividida entre o orgulho e a apreensão do que encontraria.

Quando chegou, encontrou Jacaerys sentado à mesa com Rhaena e Baela. As duas jovens conversavam em voz baixa enquanto se serviam de frutas e pão. Jacaerys estava calado, o olhar fixo na xícara de chá à sua frente, parecendo imerso em pensamentos.

A Lady Stark sentiu o calor subir ao rosto, mas não permitiu que a insegurança transparecesse. Endireitou a postura, ajustando o vestido com um gesto breve e adentrou o salão.

— Bom dia, meu príncipe, Lady Baela, Lady Rhaena. — Sua voz soou firme, uma cortesia perfeita enquanto fazia uma leve reverência com a cabeça.

As irmãs sorriram em resposta, os olhos brilhando com gentileza. Rhaena foi a primeira a responder:

— Bom dia, Lady Maera. Dormiu bem?

— Sim, muito bem. Obrigada por perguntar. — respondeu ela, com um leve sorriso que não alcançou os olhos.

Jacaerys ergueu o olhar ao som da voz dela, mas permaneceu em silêncio por um momento, os traços do rosto marcados por uma certa frieza. Ele não desviou o olhar quando ela se aproximou da mesa e, sem se sentar, pegou uma maçã de uma das bandejas.

— Não se juntará a nós, Lady Maera? — A pergunta de Jacaerys veio com um tom que não era exatamente hostil, mas carregava uma nota de relutância.

Maera hesitou, sentindo-se dividida. O orgulho a dizia para recusar, mas a racionalidade sussurrava que não poderia continuar evitando o noivo. Com um breve aceno de cabeça, respondeu:

— Se for o desejo de Vossa Graça, aceitarei.

O convite não era caloroso, mas era o suficiente. Ela puxou uma cadeira, posicionando-se ao lado de Rhaena, que sorriu para ela, enquanto Baela parecia observar os dois com curiosidade velada.

Jacaerys manteve o olhar sobre a mesa, mas havia algo nos ombros tensos dele que denunciava o incômodo que sentia. Ainda assim, ele não voltou a afastá-la, o que, para Maera, já era um pequeno avanço.

Ela cortou um pedaço de pão em silêncio, percebendo que o desjejum seria uma partida cuidadosa de palavras e silêncios, onde cada gesto era mais significativo do que parecia à primeira vista.

Rhaena quebrou o silêncio com uma pergunta casual, mas cheia de implicações:

— Alguma notícia sobre o pai?

Baela, sem erguer os olhos de sua taça de vinho, respondeu com um tom de aparente tranquilidade:

— Ele partiu para Harrenhal. Depois do  mal entendido, disse que tentaria assegurar um exército para a rainha. — A Targaryen cortou um pedaço de pão, a voz quase displicente, mas Maera notou a tensão na forma como os dedos dela apertaram o cabo da faca.

Maera, curiosa e atenta a cada palavra, inclinou-se ligeiramente.

— Depois do mal-entendido? — Sua pergunta foi cuidadosa e ao mesmo tempo direta.

Jacaerys ergueu o olhar rapidamente, o rosto endurecendo.

— Não é algo com que você precise se preocupar, Lady Maera. — A frase veio com um tom de comando mas Baela, com seu jeito inabalável, interveio antes que o silêncio pudesse se instalar novamente.

— Ele mandou sangue e queijo para a Fortaleza Vermelha. Agora Rhaenyra esta furiosa pois ele fez parecer que ela quem tinha ordenado.

A faca que Maera segurava parou a meio caminho do prato. Ela olhou para Baela, confusa e então para Jacaerys, que havia fechado os olhos por um breve instante, como se tentasse conter a exasperação.

— Sangue e queijo? — Maera repetiu, com a voz baixa.

Baela inclinou-se para a frente, com um sorriso irônico.

— Dois assassinos. Meu pai é... direto em suas mensagens.

— Baela. — Jacaerys interrompeu, com um tom de advertência, mas sem a força suficiente para silenciá-la completamente.

Rhaena olhou para Maera com uma expressão misturada de desconforto e piedade, como se entendesse que a jovem Stark não estava familiarizada com o tipo de guerra que Daemon Targaryen travava.

— Ele fez isso para mostrar que a guerra começou de verdade. — continuou Baela, ignorando o aviso do príncipe. — E que os Verdes pagarão por cada gota de sangue derramada. Era para vingar a morte do príncipe Lucerys, eles mataram o filho de Aegon.

Maera manteve-se ereta, mas sentiu um calafrio percorrer sua espinha. As palavras de Baela ecoaram em sua mente. Ser parte de uma família nobre era estar sempre à beira de decisões difíceis e ações sombrias, mas ouvir os métodos de Daemon ditos em voz alta a fez perceber o quão diferentes eram suas realidades.

Não que o norte não fosse capaz desse tipo de atrocidade, se fosse necessário seria feito, mas Cregan Stark sempre poupou — ou tentou poupar — Maera das partes mais violentas.

— Parece que meu pai não acredita em sutilezas. —concluiu Baela, finalmente mordendo um pedaço de pão com a calma de alguém que não se deixava abalar pela brutalidade do próprio sangue.

A Stark desviou o olhar para Jacaerys, que parecia desconfortável, mas determinado a não dar mais detalhes. Ela sabia que não deveria insistir, no entanto as palavras pairavam no ar, pesadas e inevitáveis.

— Mas... o filho de Aegon, ele não é... Não era apenas uma criança?

O ar pareceu congelar por um momento. Rhaena abaixou os olhos para o prato, evitando o olhar de todos. Baela, no entanto, ergueu uma sobrancelha e abriu a boca, mas Jacaerys foi mais rápido.

— Já é o suficiente dessa conversa. - Sua voz foi firme, cortante e ele lançou um olhar severo para Baela, que apenas deu de ombros com um meio sorriso.

Maera sentiu o rubor subir em seu rosto, não de vergonha, mas de desconforto. Não gostava de ser silenciada como se fosse uma criança intrometida, mas também sabia que o assunto era delicado. Ela não queria parecer ignorante, embora claramente não compreendesse a profundidade dos eventos que estavam se desenrolando.

— Eu só quis dizer que... — começou ela em sua tentativa de se explicar, mas Jacaerys ergueu uma mão, encerrando a conversa antes que ela pudesse continuar.

— Esses são assuntos de guerra, Lady Maera. E assuntos de guerra são muitas vezes cruéis e difíceis de entender para quem não está diretamente envolvido.

Ele falava com polidez, mas havia algo no tom dele que parecia uma barreira, um lembrete de que ela ainda não fazia parte integral daquele mundo. Maera apertou os lábios, reprimindo qualquer resposta que pudesse piorar a situação e voltou a comer. Não podia arriscar que sua relação com o príncipe Jacaerys decaisse ainda mais, principalmente após a noite passada.

A tensão na mesa era palpável, e mesmo Baela, que geralmente parecia imperturbável, agora mantinha um silêncio incômodo. O som de talheres contra pratos era a única coisa que preenchia o vazio.

Maera sentiu o peso do isolamento, um lembrete sutil de que, por mais que tentasse, ainda era uma forasteira ali.

Lady Stark passou o dia sob a sombra de uma inquietação que parecia permear cada corredor e sala de Dragonstone. Não era apenas o silêncio ou os murmúrios abafados; era o peso invisível que se arrastava pelos ares, tornando cada gesto mais tenso, cada olhar mais significativo.

A Rainha, Rhaenyra, mesmo à distância parecia o retrato vivo do fardo que carregava. Suas passadas eram rápidas, quase furiosas, os ombros erguidos como se segurassem o peso de mil decisões.

E Maera sentia isso. Sentia cada grama daquele peso que não era seu.

No começo, tentara ignorar. Passeara pelos jardins, olhara o mar que cercava Dragonstone com a intenção de se perder em sua imensidão. Mas não conseguiu. Era como se as próprias pedras do castelo sussurrassem as tensões, plantando sementes de ansiedade em sua mente.

Quando a tarde avançou, sentiu a primeira pontada de dor atrás dos olhos e não demorou para que a enxaqueca tomasse conta. Tudo ao seu redor parecia demasiado — as luzes, os sons, até mesmo o ar parecia mais denso, como se exigisse um esforço maior para respirar.

Naquele estado, a ideia de enfrentar mais uma refeição cheia de silêncios incômodos e olhares esquivos parecia insuportável. Assim, tomou uma decisão:

"Hoje, não," pensou enquanto retornava para seus aposentos.

Uma vez em seu quarto, Maera afrouxou o espartilho, tirando as camadas mais pesadas de suas roupas, como se quisesse se livrar do próprio dia que grudara em sua pele. Sentou-se na cama, massageando as têmporas enquanto respirava fundo, tentando encontrar algum alívio na quietude de seu espaço.

Pela janela, o céu já começava a ceder às primeiras sombras da noite, as chamas dos dragões rugindo à distância, ecoando no ar frio.

Ela colocou uma camisola simples e deitou-se, puxando os lençóis para se cobrir. A Stark fechou os olhos, tentando deixar o peso do dia para trás. Mas, mesmo no conforto da penumbra, a tensão de Dragonstone parecia se infiltrar em seus pensamentos, transformando a promessa de sono em algo quase inalcançável.

Quando o sono finalmente começava a envolvê-la, trazendo uma trégua da enxaqueca e das preocupações do dia. Maera afundava na maciez dos lençóis, respirando profundamente, quando um som seco de madeira rangendo ecoou pelo quarto.

Ela abriu os olhos abruptamente e se ergueu em um pulo, o coração disparando no peito. A porta do quarto estava entreaberta e uma figura alta e sombria surgia na penumbra. Maera cerrou os olhos tentando reconhecer a figura.

— Sor Erryk? — Sua voz saiu trêmula, mas havia um tom de familiaridade. Reconhecera o rosto que lhe fora apresentado dias antes, o cavaleiro que servia à Rainha. Mas algo estava errado. Erryk Cargyll tinha os olhos tão frios e carregava aquela espada desembainhada como se estivesse prestes a atacar.

O homem avançou, a lâmina brilhando à luz das velas. Ele fechou a porta atrás de si, rápido e sem cerimônia e ergueu a espada em sua direção.

Por um momento, Maera congelou, seu cérebro tentando processar a confusão. O que ele estava fazendo ali, em seu quarto, armado e com uma postura tão ameaçadora?

E foi ai que o homem notou que havia entrado nos aposentos errado.

— Não grite. — A voz era áspera, autoritária, cortando o ar como um golpe. Mas antes que a Stark pudesse controlar o próprio instinto, sua garganta se abriu em um grito estridente, ecoando pelas paredes de pedra.

O homem que na verdade era Arryk Cargyll, percebendo o erro terrível que cometera, avançou rápido, a mão livre estendendo-se para silenciá-la.

— Pare! — sibilou ele, claramente alarmado, o disfarce de confiança rompendo-se por um instante. — Cale a boca ou você morre!

Mas Maera não parava. A adrenalina a consumia, suas mãos tremiam enquanto seus olhos varriam o quarto em busca de algo para se defender. A proximidade da lâmina, o brilho de aço tão perto de sua pele, fazia seu corpo inteiro gritar em alerta, mas ela não podia deixar que ele a silenciasse.

A porta, agora semiaberta, começou a ecoar sons de passos apressados no corredor. Era como se o castelo inteiro tivesse despertado com aquele grito. Arryk rosnou, claramente irritado, seus planos agora arruinados. Ele recuou com um olhar furioso, mas sem abaixar a espada, pronto para reagir caso alguém entrasse.

Maera, apavorada, mas também tomada por uma coragem imprudente, fez um movimento rápido e desesperado. Com a mente girando, ela tentou pegar a espada das mãos de Arryk, sabendo que qualquer hesitação poderia ser fatal.

Ela avançou, seus dedos se estendendo em direção ao punho da lâmina, mas Arryk foi mais rápido. Ele retirou a espada com um movimento brutal e no instante em que se afastava, a lâmina cortou seu braço.

O grito de dor de Maera ecoou pelo quarto enquanto ela se debatia, o sangue escorrendo de seu braço ferido. Ela tentou se afastar, seu corpo instintivamente buscando qualquer chance de fuga. A dor era aguda, mas o medo que sentia da lâmina e do homem à sua frente a fez continuar a lutar.

Nesse exato momento, a porta foi aberta de repente. O verdadeiro Erryk Cargyll entrou, os olhos arregalados ao perceber a cena diante dele. Ele não estava sozinho.

Atrás dele, Sor Lorent, com sua armadura ainda brilhando à luz das velas, entrou com pressa, seguido por Jacaerys, o príncipe, que logo tomou consciência da situação. Jacaerys tinha os cabelos bagunçados e a camisa entreaberta, como se já estivesse dormindo ou se preparando para dormir.

— Maera! — Jacaerys gritou, sua voz cheia de pavor, ao ver a jovem com o braço sangrando e Arryk com a espada em mãos, ainda em posição de ataque.

Erryk, com um olhar severo, avançou imediatamente, empurrando Arryk para o lado e com uma rapidez surpreendente, desarmou o irmão.

— O que você fez?! — berrou Erryk, a raiva transbordando em sua voz.

Maera ainda estava em choque, o braço dolorido e o coração batendo forte. Ela tentou recuar para trás, mas as palavras de Jacaerys a alcançaram, firmes e cheias de autoridade:

— Fique atrás de mim. — Ordenou Jacaerys, a voz grave e autoritária. Sem esperar, ele se colocou na frente de Maera segurando sua cintura com uma mão e apontando a espada com a outra, mantendo-a protegida atrás de seu corpo. A tensão no ar estava pesada e o príncipe estava totalmente focado no homem à sua frente.

Arryk, ainda com a espada em punho, olhou de Jacaerys para Maera, sua expressão distorcida pela raiva e frustração.

— Fui enviado pelo rei para matar Rhaenyra. — disse ele com uma rispidez ameaçadora, os olhos fixos no príncipe.

Jacaerys estreitou os olhos, os músculos tensos.

— Rhaenyra é a rainha. — disse ele, sua voz firme e sem espaço para dúvidas. — E você, Arryk Cargyll, acabou de cometer um erro fatal.

Arryk não hesitou. Ele fez um movimento brusco em direção à porta, tentando escapar, mas Erryk, que havia se aproximado ainda mais, bloqueou sua saída com um empurrão violento.

Os dois irmãos gêmeos estavam agora frente a frente e o ambiente parecia reverberar com a tensão da situação.

Sor Lorent e Jacaerys, ainda confusos, não conseguiam discernir qual dos Cargyll era o verdadeiro traidor, pois ambos eram idênticos em aparência. Arryk, se sentindo encurralado, tentou avançar mais uma vez, mas Erryk, com um grunhido de raiva, levantou sua espada e os dois começaram a lutar. O som das lâminas batendo uma contra a outra ecoou pelo quarto e o combate se tornou implacável.

Nem Jacaerys nem Sor Lorent conseguiam agir rapidamente. A confusão de ver os gêmeos lutando entre si, sem saber qual lado apoiar, fez com que ficassem paralisados por um momento. A luta entre os Cargyll estava feroz, o som do metal cortando o ar e a rapidez dos golpes tornando tudo mais difícil de compreender.

Maera, ainda atrás de Jacaerys, sentia o medo crescendo dentro de si, seus olhos fixos nos movimentos rápidos dos dois homens à frente.

— Eles são iguais... — murmurou Sor Lorent, o olhar apreensivo, ainda tentando entender como reagir.

A luta entre os dois irmãos gêmeos havia se intensificado, as lâminas se cruzando em uma dança mortal. A tensão no ar era palpável e o som das espadas ressoava como trovões dentro do quarto.

De repente, em um movimento preciso, Erryk conseguiu desarmar Arryk, golpeando sua espada contra a de seu irmão e derrubando-o no chão. Em um último esforço de resistência, Arryk tentou levantar, mas o golpe que o acertou foi fatal. Erryk olhou para o irmão caído com um olhar vazio, o sangue quente do combate ainda escorrendo pelo metal da espada.

— Eu... eu jurei proteger a rainha... a família real... — Erryk disse, sua voz carregada de dor e arrependimento, a espada ainda em suas mãos tremendo. Seus olhos estavam vidrados, como se o peso do que acabara de fazer tivesse desmoronado sobre ele de uma vez. Ele olhou para o irmão morto e em um gesto desesperado, a lâmina da espada se virou para si mesmo.

O som do metal cortando o ar foi quase ensurdecedor, e a cena foi concluída em um instante. Erryk, com uma expressão conturbada, caiu de joelhos, o olhar fixo no corpo de Arryk e a lâmina afundou em seu próprio peito.

— Eu não... não posso viver com isso... — ele sussurrou, sua voz rouca, enquanto o sangue começava a manchar suas roupas. Em um último suspiro, ele tombou para frente, caindo ao lado de seu irmão, a espada ainda cravada em seu corpo.

Jacaerys e Sor Lorent ficaram imóveis, sem saber como reagir ao trágico fim de dois homens que, até aquele momento, haviam sido confiáveis. O silêncio que se seguiu foi absoluto, o som do sangue escorrendo pelo chão de pedra ecoando no ar como uma cruel lembrança do que acabara de acontecer.

Jacaerys, ainda com a espada na mão, finalmente se virou para Maera, seus olhos revelando uma mistura de preocupação e algo mais profundo, que ele não conseguia nomear. Ele a puxou gentilmente para fora do quarto, seus passos apressados, mas cuidadosos, como se temesse que o mínimo de hesitação pudesse quebrar o frágil equilíbrio entre eles.

Maera estava atordoada, ainda processando tudo o que acontecera nos últimos minutos. O sangue no chão, o corpo de Erryk caído ao lado do irmão, a raiva e a dor que haviam se entrelaçado em um final tão trágico. Mas, no fundo, algo dentro dela ainda tremia com o gesto de Jacaerys, de tirá-la de lá com tanta urgência como se nada mais importasse a não ser que ela estivesse segura.

Quando chegaram ao corredor, Jacaerys a segurou com mais firmeza, seus dedos tocando o rosto dela com uma suavidade que contrastava com a brutalidade da cena que acabaram de testemunhar.

Ele a olhou nos olhos, procurando por qualquer sinal de que ela estivesse bem, o gesto era carinhoso e algo nele parecia se suavizar quando a viu ali, diante dele.

— Maera... — Ele murmurou, a voz baixa, como se temesse perturbar a calma de um momento que, para ele, parecia frágil demais. — Você está bem?

Ela não soube como responder imediatamente. O braço ainda ardia com a dor do corte, mas era uma dor menor comparada ao que acontecera naquela noite. Maera sentiu uma estranha sensação de vulnerabilidade ao estar tão perto de Jacaerys, suas emoções ainda à flor da pele, mas ao mesmo tempo, a proximidade dele a fazia se sentir estranhamente segura.

O Velaryon examinou o corte no braço dela, seus dedos tocando a pele dela com cuidado, como se temesse machucá-la ainda mais. Seus olhos se fixaram na ferida e ele suspirou, claramente aliviado por não ser algo mais grave.

— Não parece ser sério. — disse ele, ainda mantendo a mão delicadamente sobre o braço dela. — Mas vamos cuidar disso, não podemos correr o risco de infeccionar.

Maera assentiu, ainda sem dizer uma palavra.

Ela queria gritar, queria chorar, mas algo na maneira como ele a tratava, com tanta seriedade e gentileza, a impedia de fazer isso. Em vez disso, ela apenas se permitiu respirar, permitiu que ele a guiasse para os aposentos dele onde ela poderia se recuperar.

— Eu não... não queria que isso acontecesse. — Maera finalmente falou, a voz baixa, mas sincera. Ela olhou para ele, seu olhar ainda marcado pelo choque, mas com a clareza de alguém que sabia que algo horrível havia acontecido.

Jacaerys olhou para Maera com uma seriedade silenciosa, a tensão ainda evidente em seu semblante, o foco agora era ela, sua segurança, sua saúde.

— Eu sei. — ele disse com a voz grave e sincera. — Agora, por favor, entre no meu quarto. Vou mandar alguém cuidar do seu braço, e eu vou verificar como minha mãe está. Não demorarei.

Maera assentiu, sentindo uma estranha sensação de tranquilidade ao ouvir suas palavras, como se, apesar de todo o caos.

Ele não esperou que ela dissesse mais nada, simplesmente a guiou para dentro do cômodo e se afastou. Maera, embora ainda atordoada e com a dor pulsando no braço, começou a caminhar, seu corpo em movimento automático. A Stark podia sentir os olhos de Jacaerys sobre ela, como um peso suave, acompanhando cada passo que ela dava, observando-a com uma intensidade que não parecia deixar lugar para qualquer fuga. Ela sabia que ele estava preocupado, mas havia algo mais no jeito dele.

A garota fechou a porta atrás de si e se aproximou da cama, sentando-se com cuidado. O braço ainda a doía, mas o cansaço físico parecia ser mais forte. Tudo o que queria era descansar, deixar o caos da noite para trás, mas sabia que não seria tão simples.

Logo, uma dama entrou no quarto com um semblante calmo e profissional. Maera não fez objeção quando a mulher se aproximou, embora tudo a sua volta parecessem uma neblina que tornava tudo mais distante. Ela se sentou na beirada da cama, permitindo que a dama começasse a cuidar da ferida, sentindo as mãos suaves dela trabalhando com delicadeza.

Cada movimento da dama parecia ser um lembrete cruel do que ela havia presenciado e feito. A imagem do sangue, a luta, a morte de Erryk e Arryk, o fato de que haviam tentado assassinar a rainha. Rhaenyra poderia estar morta se ele não tivesse estado o quarto... Tudo isso girava em sua mente e tudo isso girava em sua mente.

A enxaqueca estava de volta, mais agressiva do que antes, junto com um enjôo que fez ela ter que massagear a garganta com os dedos e engolir seco, focando no momento presente.

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