12 | The End
❝ THE END ❞
— 12 —
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Quando menos se espera, um dos capangas de Reginald atira na direção de Evie, na tentativa de acertar Ben.
Apesar de Ben estar perdendo a consciência aos poucos, ele ainda tem forças para esticar uma de suas mãos e empurra Evie para longe da bala, a salvando porém ele recebe a bala em seu peito.
Ben cai no chão mas Jennifer o segura em seus braços, assim começando a parte final da "Purificação". Os rostos de Ben e Jennifer se juntem formando apenas um só rosto, a aparência dos dois vai se transformando e aumentando de tamanho.
Cinco corre até sua amada e a segura pelos braços, a puxando para longe do monstro que havia tomado conta de Ben e Jennifer.
— Meu Pai do Céu! — exclama Klaus.
— Ben... — Luther disse, olhando para seu irmão.
— E se a gente machucar o Ben? — Lila questiona.
— Não importa mais, não é o Ben. — disse Diego, tirando uma de suas facas.
— Eles podem estar vivos lá dentro. — fala Klaus.
A criatura se vira para encarar a família Hargreeves e Klaus começa a gritar assustado, todos começam a se espalhar pelo shopping vazio.
O som dos passos apressados ecoa pelas lojas abandonadas do shopping. A iluminação intermitente cria um ambiente caótico e sinistro enquanto a família Hargreeves corre por entre corredores estreitos e escadas rolantes quebradas.
O ar está carregado de tensão e adrenalina, enquanto gritos e rugidos reverberam ao fundo, onde Jennifer e Ben, agora monstros irreconhecíveis, os perseguem incansavelmente.
— Temos que sair daqui agora! Eles estão nos alcançando! — exclama Viktor.
Diego lança uma faca em direção a
Jennifer, mas a lâmina ricocheteia na pele grossa e escamosa da criatura.
Jennifer avança, lançando um grito ensurdecedor que reverbera pelas paredes rachadas.
— Droga! Isso não vai funcionar. Precisamos pensar em outra coisa! — grita Diego.
Cinco se teletransporta rapidamente para frente, pegando Evie nos braços e desaparecendo com ela para longe dos monstros, reaparecendo do outro lado do shopping. Ele a coloca de pé com cuidado, segurando seu rosto.
— Você tem que ficar fora disso, querida. Por favor. — insiste Cinco, acariciando o rosto dela.
— Eu não vou deixar vocês lutarem sozinhos. De alguma forma, eu posso tentar alcançá-los.
Nesse momento, Ben lança um braço deformado em direção a Klaus, que se esquiva por pouco, tropeçando em uma pilha de entulho.
Jennifer avança, golpeando com suas garras afiadas. Klaus usa seu poder para desviar por um triz.
— Um plano seria ótimo agora, Diego!
Não quero virar picadinho! — grita Klaus, olhando para seu irmão.
Luther, usando sua força, agarra uma coluna de suporte e a joga em direção a Ben, que é empurrado para trás, batendo em uma parede com força.
— Isso deve segurá-los por um tempo! — avisa Luther.
Mas Ben se recupera rapidamente, seus olhos brilhando com uma fúria incontrolável. Ele ruge e avança novamente, derrubando prateleiras e estilhaçando vidraças.
— Se eu pudesse apenas... Não! — disse Allison, apavorada, olhando para Viktor. — Eu não posso fazer isso com eles!
— Allison, temos que ser fortes agora. Precisamos segurá-los até achar uma maneira de parar tudo isso.
Evie ergue as mãos, suas palmas brilhando com uma energia intensa e de cor escarlate. Ela estende o braço em direção a Jennifer, tentar usar sua magia para contê-la.
— Você consegue me ouvir, Jennifer? Ben? Não precisa ser assim... — sussurra Evie, focada em sua magia.
Jennifer para por um breve segundo, seus olhos mudando de um vermelho furioso para um tom mais suave. Mas a influência não dura muito. Com um grito primal, ela avança novamente, lançando uma onda de energia que joga Evie e Cinco para trás.
— Cinco, leva a Evie pra mansão! Vamos sair daqui agora!" — exclama Lila, ordenando na tentativa de garantir a segurança de Evie.
Diego lança mais facas para desviar os golpes de Jennifer. Viktor usa uma onda de som para empurrar Jennifer para trás, ganhando tempo para que todos recuem.
— Vamos, não podemos enfrentá-los aqui! Precisamos de uma saída! — Luther exclama.
Cinco olha para Evie, que está exausta mas se levanta com dificuldade. Com um aceno rápido para Luther, ele a segura firmemente em seus braços e eles se teletransportam para a mansão.
✨
De repente, Cinco e Evie acabam teletransportando para a estação de metrô mais uma vez. Evie desce dos braços de Cinco e fica confusa olhando ao redor.
— Cinco, precisamos voltar agora! — fala Evie, olhando para ele.
— Eu não... eu não tô conseguindo, querida. — disse Cinco, tentando voltar para a mansão mas seus poderes estavam falhando.
— O que fazemos agora? — pergunta Evie e Cinco segura a mão dela.
— Vamos arranjar outro jeito de voltar, venha. — Cinco começa a caminhar de mãos dadas com Evie que o seguia.
Cinco e Evie começam a caminhar rapidamente pela estação de trem até que eles decidem embarcar em um dos metrôs.
O barulho do metrô ecoa pela estação vazia, seus trilhos vibrando enquanto Cinco e Evie observam os trilhos iluminados por lâmpadas antigas e piscantes. Eles estão sentados em um dos bancos de metal enferrujado, Evie com uma expressão de cansaço, enquanto Cinco revisa uma pequena caderneta com rabiscos confusos.]
— Nós vamos voltar e vamos acabar com isso de uma vez por todas, eu te prometo, querida. — disse Cinco, depositando um beijo na palma da mão de Evie.
— Eu sei, vamos conseguir dessa vez. — responde Evie, sorrindo com o beijo de Cinco.
Ele levanta o olhar para ela, claramente frustrado, mas, antes que possa responder, seus olhos captam um movimento distante. Ele congela, estreitando os olhos, observando uma figura que caminha apressada do outro lado da plataforma.
— Não... pode ser? — Cinco disse totalmente confuso e meio perdido.
A figura, mesmo em meio à penumbra, é inconfundível: é ele, o próprio Cinco, caminhando com passos rápidos, olhando para trás como se estivesse fugindo de algo.
— O que foi? Você viu alguma coisa? — pergunta Evie, olhando na direção que ele olhou.
— É... sou eu! Vamos! — disse Cinco, levantando-se, puxando Evie junto.
Eles correm pela plataforma, pulando sobre trilhos e se esgueirando por entre pilares. O Outro Cinco continua a caminhar em passos rápidos, ocasionalmente olhando por cima do ombro, como se soubesse que estava sendo seguido. Cinco e Evie, mantendo certa distância, conseguem acompanhá-lo.
— Você tem certeza que é seguro segui-lo? Isso não pode ser alguma... armadilha? — questiona ofegante, enquanto continuam a persegui-lo.
— Se ele sabe como sair daqui, não importa o que seja. Eu preciso descobrir.
De repente, Cinco e Evie acabam se aproximando de uma lanchonete no meio do metrô. Um letreiro de néon, meio apagado e piscando, exibe o nome: "Max's Delicatessen". Cinco e Evie encaram o local confusos pois no tempo em que estiveram presos por 7 anos, nunca haviam visto isso antes.
Cinco e Evie se aproximam e entram na lanchonete, uma música dos anos 60 dominava o local e o ambiente estava dominado por diversas variantes de Cinco.
Cinco retira o seu casaco enquanto Evie olhava para a lanchonete admirada com o lugar, todos os Cincos olham para Evie como se ela fosse um diamante raro, era óbvio que todos eram apaixonados por ela, era sua alma gêmea.
— Aí, vocês dois. Chega aí. — avisa Cinco que estava sentado na mesa.
O Cinco original e Evie começam a caminhar em direção a mesa, recebendo vários olhares para Evie.
Evie se senta na mesa junto de Cinco, ela olha para o outro Cinco que bebia café.
— O que está acontecendo? Eu... tô confuso. — questiona Cinco.
— É um posto de gasolina. O que você acha? É uma lanchonete. — disse o outro Cinco, ironicamente.
De repente, a variante de Cinco garçom se aproxima e entrega ao casal, uma xícara de café e um suco de morango.
— Um café... um suco de morango para a nossa convidada e dois pastramis. Bon Appétit. — o Cinco garçom disse e rapidamente, se retira dali.
Evie não pensa duas vezes e começa a tomar o suco de morango, ela estava cansada porém faminta demais.
— Então, vocês já entenderam o sistema do metrô a essa altura, né? — pergunta o outro Cinco.
— Versões alternativas do mesmo momento do tempo? — questiona Cinco.
— Isso mesmo. Ficaria surpreso se soubesse quanto tempo alguns dos Cinco levaram pra sacar isso. Todos somos você, de linhas do tempo alternativas. A maioria de nós desistiu de tentar solucionar o problema.
— Que problema? — pergunta Evie.
— A linha do tempo partida, querida. Era pra ter só uma.
— Não tô entendendo. Eu... — Cinco questiona meio confuso.
— Olha ao redor, Cinco. Isso parece certo pra você? Acha que o Einstein tava pensando nisso quando descobriu a relatividade? Sem chance. Esse troço teria feito a cabeça dele explodir.
— Tá bom. E o que fragmentou a linha do tempo original? Não foi o que, mas quem. E eu vou te dar 3 chances pra advinhar.
— Fomos nós, não é? — Evie questiona olhando para o outro Cinco e ele acena com a cabeça, sorrindo fraco. — Mas por que? O que nós fizemos?
— "Nós" não, querida. Apenas eles fizeram isso, você veio meio que para consertar a merda que sua família fez. A sua família começou a existir e... bum! Fragmentada em um infinito número de linhas do tempo alternativas em um loop infinito do tempo, enquanto nós tentamos salvar o mundo... Quantas vezes foram mesmo? — questiona para o Cinco da outra mesa.
— 145.412. — disse o Cinco, que estava lendo seu jornal na outra mesa.
— Muita coisa: Aquele ali é tipo o Rain Man, adora números. Aliás, dá uma olhadinha nessa arte. — disse o outro Cinco, apontando para os quadros em volta.
Evie e Cinco olhando para os quadros e reparam que os quadros mostravam a diversas maneiras de como a família Hargreeves destruiu o mundo.
— Nós temos que ajeitar isso. — disse Cinco.
— Confie em mim, nós tentamos. Foi por isso que um de nós criou a Comissão. Ele queria desfazer todas as linhas do tempo fragmentadas e voltar pra única. Mas isso sempre falou porque...
— A família é o problema. — disse Cinco, acariciando a mão de Evie por debaixo da mesa. — Estamos fadados a salvar ou destruir o mundo de novo e de novo, ad infinitum.
Os três estão sentados em uma mesa no fundo do restaurante, cercados pelo som abafado do metrô passando acima. O Outro Cinco se inclina para frente, seus olhos cansados e sérios fixos em Evie.
— Vocês não entendem... A família Hargreeves é o motivo de tudo isso. Todos os nossos fracassos, nossas falhas, sempre levaram à destruição. — Ele faz uma pausa, respirando fundo.
— Mas você, Evie... Você é a exceção. Nunca foi o problema. Na verdade, você é a única coisa que pode salvar tudo, a solução. — Evie franze a testa, surpresa.
— Eu? Mas... Como? Eu não sei se estou forte o suficiente pra fazer isso.
— Quase todos os Cincos aqui neste restaurante perderam suas Evies. Cada uma morreu de maneiras diferentes e brutais... ou nem chegaram a existir. Em cada linha do tempo onde você não esteve ou morreu, tudo desmoronou muito mais rápido.
Cinco aperta a mão de Evie, um misto de alívio e medo passando por seu rosto.
— Isso não vai acontecer aqui, não vou deixar nada acontecer com ela.
— É o que eu também pensava, até perder a minha Evie. Agora vocês têm uma chance que nenhum de nós teve. Não desperdicem. — disse o outro Cinco, balançando a cabeça, com um sorriso triste.
O ambiente fica em silêncio, a tensão palpável enquanto eles processam as palavras. Evie olha para Cinco, seu olhar firme, determinada a não deixar que o futuro que o Outro Cinco descreveu se repita.
— Precisamos voltar agora, Cinco. — disse Evie, olhando para seu esposo que acenou com a cabeça.
O casal se levanta da mesa e caminham em direção à porta de entrada, o Outro Cinco apenas olhou para eles com um pequeno sorriso e estendeu sua caneca de café.
— Ela vai conseguir, eu sei disso. É nossa garota. — disse Outro Cinco olhando uma última vez para Evie, se lembrando de sua Evie.
✨
Cinco e Evie entram na mansão Hargreeves. O local está desmoronando, com partes do teto caídas e paredes rachadas. Pedaços de móveis antigos e destroços estão espalhados pelo chão. Eles se movem com cuidado, subindo as escadas que rangem sob seus pés até a sala principal, onde a família já está reunida, esperando ansiosa.
— Onde vocês estavam? O que aconteceu? — questiona Luther.
Cinco segura a mão de Evie, dando um passo à frente.
— Encontramos e conversamos com o meu outro eu. Ele nos contou algumas coisas que precisamos resolver agora, antes que seja tarde demais.
O grupo se agita, trocando olhares preocupados. Diego levanta a cabeça com interesse.
— E o que vocês descobriram? — pergunta Diego.
— O motivo de tudo isso estar acontecendo. A desordem temporal, as destruições... está tudo ligado à nossa família. Mas, diferente do que pensamos, não somos apenas nós. É você, Evie. — Evie respira fundo, sua expressão séria.
— Ela? Mas como ela poderia...? — questiona Lila, olhando para a amiga.
— Em quase todas as linhas do tempo, a presença ou ausência da Evie fez toda a diferença. Em cada universo onde ela não existiu, as coisas desmoronaram ainda mais rápido. E em cada um onde ela estava, havia uma chance. Ela é a única que não faz parte dessa quebra, dessa falha constante.
A sala fica em silêncio enquanto todos absorvem a informação. Allison cruza os braços, pensativa.
— Então, você está dizendo que Evie é... uma solução para tudo isso? — pergunta Allison.
— Sim. Mas não só isso. Ela é a chave para consertar o que nossa família estragou. Se conseguirmos usar os poderes dela da maneira certa, podemos encerrar esse ciclo de caos de uma vez por todas.
Luther dá um passo à frente, colocando a mão no ombro de Evie, tentando dar apoio a irmã.
— O que você precisa que a gente faça? — Cinco olha para cada um deles, seu olhar firme e decidido.
— Precisamos proteger Evie a qualquer custo. Ela é nossa última chance. E se quisermos um futuro melhor, temos que confiar nela.
Todos assentem, sentindo o peso da responsabilidade. Evie aperta a mão de Cinco, determinada, sabendo que está prestes a enfrentar o maior desafio de sua vida.
✨
A mansão Hargreeves estava silenciosa, o ar pesado com a tensão do que estava por vir. As janelas quebradas e o mobiliário destruído contavam a história de tempos difíceis. Na entrada principal, os irmãos estavam reunidos em pequenos grupos, conversando em voz baixa, trocando olhares preocupados.
Enquanto isso, Lila se teletransportou com alguns parentes para levar eles para a estação de metrô, onde eles estariam seguros de tudo e todos.
Na mansão, Evie estava em pé perto da porta, seus dedos brincando nervosamente com a alça da mochila em suas costas. Ela observava o caos ao redor: livros espalhados, portas arrancadas das dobradiças, tudo testemunha dos combates recentes e do peso das decisões que tinham de tomar. Cinco, ao lado dela, notava a preocupação nos olhos da esposa.
— Querida, está tudo bem? — Evie exala profundamente, um suspiro pesado de ansiedade.
— Eu... não sei. Sinto como se tudo dependesse de mim agora. Se eu falhar, se eu não conseguir... — Evie faz uma pausa, a voz sumindo em um sussurro. — Se eu não conseguir ser a chave, a nossa única esperança... eu não sei o que vai acontecer.
Cinco dá um passo à frente, tomando as mãos dela nas suas. Ele sente o tremor suave e aperta com firmeza, os olhos fixos nos dela.
— Escuta, você não está sozinha nessa. Eu sei que parece impossível agora, mas você é mais forte do que qualquer um de nós. Você é a única coisa que manteve essa família unida. — Cinco solta uma mão e leva a outra ao rosto dela, os dedos roçando suavemente a bochecha de Evie.
— E não importa o que aconteça, nós vamos fazer isso juntos. Nós vamos conseguir voltar e proteger todos. E eu não vou deixar você carregar esse peso sozinha.
Ela sente os olhos lacrimejarem, a emoção aflorando diante da certeza nos olhos dele. Com um aceno de cabeça, ela tenta esboçar um sorriso.
— Eu só... tenho medo. Medo de não ser suficiente. De não conseguir... salvar todos.
Cinco a puxa para um abraço apertado, a voz saindo em um murmúrio perto de seu ouvido.
— Eu sei que é assustador, amor. Mas eu estou aqui. E você é tudo que precisamos para vencer isso. Não vou deixar nada te machucar.
Evie inspira fundo, o aroma familiar e reconfortante de Cinco a envolvendo. Ela se agarra a ele, buscando forças, tentando absorver a confiança que ele exalava. Depois de alguns instantes, ela se afasta ligeiramente, olhando para ele com determinação renovada.
— Ok... nós vamos conseguir. Eu vou conseguir. Por você. Por nós. — Cinco sorri, inclinando-se para dar um beijo suave na testa dela.
— É assim que se fala. E se as coisas ficarem feias, nós vamos dar um jeito. Sempre damos.
Ela ri um pouco, um som tímido, mas sincero. Ele segura sua mão com firmeza, guiando-a de volta para o grupo, enquanto seus olhos refletem um brilho de determinação. Ambos prontos para enfrentar o que viesse.
Alguns minutos depois, Lila finalmente volta após deixar os familiares na estação de metrô, um lugar onde eles estariam seguros e bem longe da "Purificação".
— E agora? — pergunta Luther, sentado no sofá ainda pensativo.
Cinco explicou melhor a situação para os irmãos e nenhum deles estavam animados com isso, eles não gostavam da ideia de deixarem de existir e suas famílias não lembrarem deles para sempre.
— Acho que é só esperar. — fala Viktor.
— Desculpa gente. Se eu soubesse que a gente ia morrer aqui, eu teria limpado a casa. — responde Luther, olhando para eles.
De repente, todos escutam o rugido da criatura e Klaus corre em direção à janela. Ele levanta o pano que cobria a janela quebrada e é revelado que a criatura já estava se aproximando da mansão Hargreeves.
— Acho que ele está zangado. — diz Klaus, olhando pela janela.
— O que te deu essa impressão? — questiona Evie, que estava de mãos dadas com Cinco.
— Sei lá... — Klaus deu de ombros e fechou a janela com o pano.
— Evie, está na hora... — disse Lila, com olhos lacrimejando ainda após se despedir da sua família. — É agora ou nunca.
— Acham que vai dar certo isso? — Luther questiona olhando para os irmãos que suspiram em resposta.
Um tremor mais profundo começa e um alto rugido da criatura surge, indicando que a criatura estava mais perto do que eles esperavam.
— Tá bom. Vamos embora. Partiu. — disse Klaus correndo em direção ao hall da mansão.
Cinco caminha com as mãos dadas com Evie que respirava fundo, ela sentia uma enorme pressão em seu peito e ela ficava nervosa a cada minuto que se passava.
✨
No vasto hall da mansão, a atmosfera estava carregada de tensão e expectativa. Todos os Hargreeves haviam se posicionado em círculo ao redor de Evie. A criatura, que representava o colapso da linha do tempo, se aproximava rapidamente, cada passo um aviso de que o fim estava iminente.
Evie estava no centro, concentrada, os olhos fechados enquanto o poder dela começava a se manifestar. As mãos dela tremiam levemente, e um brilho dourado suave começou a emanar do seu corpo, crescendo aos poucos e preenchendo o ambiente com uma energia indescritível.
— Você consegue, querida. Eu estou aqui.
Cinco, de pé logo à frente, observava sua esposa com um misto de apreensão e admiração. Ele sabia que esse ritual poderia ser a última esperança de salvar a linha do tempo e, com ela, o futuro deles. Mesmo assim, a incerteza estava presente no olhar de todos.
— Seja rápido, Evie. Essa coisa está chegando perto demais. — avisa Diego.
O som distante da criatura se aproximando ficava mais forte a cada segundo, ecoando pelos corredores da mansão. Os irmãos sabiam que não havia mais tempo a perder. Eles estavam prontos para fazer o que fosse necessário.
O brilho dourado de Evie ficou mais intenso, até que todos os presentes no círculo sentiram um calor suave no peito, um brilho dourado que emergia de dentro deles, como se estivessem conectados à energia dela.
— O que é isso...? — questiona Viktor, com lágrimas nos olhos.
Era uma sensação reconfortante, mas ao mesmo tempo trazia uma melancolia inesperada. Como se o brilho fosse tanto uma bênção quanto uma despedida.
— Evie... estamos prontos. Faça o que for preciso. — disse Luther.
A energia dourada se expandiu, preenchendo todo o espaço ao redor, iluminando a escuridão que se aproximava da criatura monstruosa. Era como se o tempo tivesse parado por um breve momento, e cada um dos irmãos, ao sentir aquela luz dentro de si, soubesse o que estava prestes a acontecer.
— Está na hora, não é? — pergunta Allison.
As lágrimas começaram a se formar nos olhos de Allison enquanto ela olhava ao redor, seus irmãos a encarando com expressões semelhantes. Eles entendiam que esse poderia ser o último momento juntos.
— Eu... não sou bom em despedidas, mas acho que isso é um adeus, né? - pergunta Klaus que se emocionava.
Cinco apenas observava Evie com determinação, mas seu coração apertava ao ver o esforço que ela fazia para manter o controle do ritual. Ele sabia o quanto ela estava se sacrificando para salvar a todos.
— Eu... eu sinto muito... mas essa é a única maneira de corrigir tudo. — disse Evie.
A voz dela estava fraca, mas carregada de amor e arrependimento. Ela sentia a conexão com cada um deles, e sabia que ao fazer isso, ela estava dando a eles uma chance de uma nova vida, em uma linha do tempo corrigida.
— Não há necessidade de desculpas. Nós entendemos, querida.
O brilho dourado aumentou, preenchendo o ambiente com uma luz cegante, e os irmãos começaram a se despedir em silêncio, sentindo o calor em seus corações aumentar, como se fosse uma última despedida.
— Evie... você fez o que ninguém mais podia. Obrigado maninha. — disse Diego.
— Nos vemos do outro lado, maninha. — respondeu Viktor.
— Eu sempre soube que você era especial... E, por favor, conserte essa merda, bruxinha.
Cinco, ainda de pé, olhou para Evie com um misto de orgulho e dor.
— Minha rainha... você é nossa única esperança, sempre foi desde o começo.
E, com uma última onda de energia, o brilho dourado explodiu do corpo de Evie, preenchendo o espaço e tocando cada um deles. A criatura, que se aproximava da mansão, foi instantaneamente envolvida pelo poder de Evie, e começou a se desintegrar enquanto a linha do tempo finalmente começava a ser corrigida.
Os irmãos desapareceram lentamente, um a um, deixando para trás um rastro de luz dourada, suas despedidas silenciosas ecoando pelo ar.
Cinco, por último, segurou a mão de Evie por mais alguns segundos antes dos poderes de Evie fazerem efeito.
— Eu te amo em todos os universos, querida. — disse Cinco, com lágrimas em seus olhos e Evie sorri.
— Eu também te amo em todos os universos, Cinco. — Cinco abre um leve sorriso antes de um brilho escarlate surgir e tomar conta da visão de todos.
E então, tudo se apagou.
✨
Cinco anos haviam se passado desde o dia em que Evie Hargreeves salvou a linha do tempo. Agora, a paz reinava e a família Hargreeves vivia em harmonia. Evie, em sua forma adulta, estava na cozinha de uma bela casa, terminando de enfeitar um bolo de aniversário. O tema? Taylor Swift, a favorita da aniversariante.
— Prontinho. Acho que Luh vai adorar isso. — disse Evie, sorridente.
Ela sorriu, satisfeita com seu trabalho, e levantou o bolo cuidadosamente. Caminhando até o quintal, Evie passou pela porta de vidro e entrou em um espaço alegremente decorado, com balões, luzes festivas e uma mesa cheia de doces e presentes. O lugar estava repleto de pessoas queridas, todas reunidas para celebrar.
Klaus e Dave, de mãos dadas, riam juntos, aproveitando a tranquilidade e felicidade que haviam encontrado. Allison e Ray estavam próximos, conversando enquanto Claire corria pelo quintal, alegre e despreocupada. Ao lado deles, Diego e Lila estavam reunidos com seus filhos, incluindo Stan, agora parte inseparável da família. A energia deles era caótica, mas de um jeito adorável.
Mais ao fundo, Viktor e Sissy estavam sentados de mãos dadas, observando o filho Callum brincar com os filhos de Luther e Sloane, que estavam casados e também haviam formado uma família com dois filhos, Ben estava de mãos dadas com Jennifer. Até os Sparrows, que antes eram rivais, estavam unidos, desfrutando da festa como uma grande família.
Mas então, os olhos de Evie pousaram na cena que mais enchia seu coração de alegria. Lá, no centro do gramado, Cinco — agora em sua forma adulta — estava ajoelhado no chão, rindo e brincando com a filha deles. A menina estava radiante, cheia de energia, enquanto pulava ao redor do pai, seus cabelos voando com o vento e o sorriso iluminando o rosto.
A pequena Luh, apelido criado pelo tio Klaus, ela vestia um vestido da Taylor Swift da era "Folklore", uma das eras favoritas da garotinha.
— Eu amo tanto esses dois. — disse Evie, sorrindo ao olhar para eles.
Ela ficou parada por um momento, apenas observando a cena. Cinco parecia relaxado de uma maneira que Evie raramente o via, completamente entregue à brincadeira com a filha. Era uma visão que ela jamais se cansaria de ver. A pequena, que completava 5 anos naquele dia, corria até o pai, segurando as mãos dele e girando alegremente.
— Papai, mais rápido! Mais rápido! — gritava a garotinha.
— Segura firme, mocinha. Não quero que você voe para a lua igual seu tio, entendeu?
A risada da criança era contagiante, e até Klaus, que estava do outro lado do quintal, olhou e sorriu, compartilhando o momento. Evie caminhou lentamente até eles, segurando o bolo em suas mãos, sentindo seu coração bater acelerado de emoção.
Quando ela se aproximou, Cinco levantou os olhos e a viu, sorrindo de um jeito que ele reservava apenas para ela. A filha soltou as mãos dele e correu até a mãe, os olhos brilhando ao ver o bolo decorado com sua ídola favorita.
— Mamãe! É a Tay! Obrigada, obrigada!
— Feliz aniversário, minha pequena. Espero que esteja tudo do jeito que você queria.
A menina assentiu energicamente e, com os olhos ainda fixos no bolo, voltou correndo para onde estava brincando com Cinco, deixando Evie e o marido trocarem um olhar cheio de cumplicidade.
— Você fez um ótimo trabalho, amor. — disse Cinco, abraçando Evie por trás.
— Eu sei... — disse Evie soltando uma risada baixa e acariciando os braços do marido.
Ele a puxou suavemente para perto, seus lábios roçando a testa dela em um beijo terno.
— Ela vai se lembrar disso para sempre. E nós também.
Enquanto eles observavam a filha correr feliz entre os convidados, cercada de amor e alegria, Evie sentiu uma calma profunda. Tudo pelo que haviam lutado, tudo que haviam perdido e conquistado... estava aqui, nesse momento.
O passado, com suas batalhas e dores, parecia uma memória distante. Agora, eles estavam vivendo a vida que sempre sonharam, e a linha do tempo finalmente estava no lugar certo.
FIM.
notas da autora
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O FIM DE UMA ERA. Muito obrigada a todos que acompanharam esta maravilhosa fanfic que é uma das minhas favs, lembro que estava insegura de fazer e ninguém gostar mas hoje, tenho muito orgulho de ter apenas feito.
Muito obrigada pelo apoio e carinho que vocês tem por essa história e espero que continuem me acompanhando mesmo após o fim.
Eu te amarei até o fim, Evie e Cinco Hargreeves.
• TikTok: iovecasss.
• comentem e deixem a estrelinha.
• não sejam um leitor fantasma.
• desculpe por qualquer erro de escrita.
Obrigada por ler,
Beijos<3
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