
𝟒𝟐. 𝖼𝖾𝖽𝗋𝗂𝖼 𝖽𝗂𝗀𝗀𝗈𝗋𝗒 𝗂𝗌 𝖽𝖾𝖺𝖽
˖ ଽ *.₊˚❛ CHAPTER FORTY TWO ៳ׄ ֢ ♡
⩇⩇. - ✶ 𝖼𝖾𝖽𝗋𝗂𝖼 𝖽𝗂𝗀𝗀𝗈𝗋𝗒 𝖾𝗌𝗍𝖺́ 𝗆𝗈𝗋𝗍𝗈 ❜
❛ Você quer estudar? Ou quer "estudar"? ❜
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ANOS DE FANFIC + ANIVERSARIO
DA LUNA˖ ࣪ !
HYDRA ESTAVA LITERALMENTE SURTANDO.
Junho havia chegado, trazendo consigo os temidos testes finais. Claro, ela era uma excelente aluna ⸻ disciplinada, esforçada e meticulosa ⸻ em tudo, exceto História da Magia. Essa maldita matéria era o seu calcanhar de Aquiles. O "T" humilhante que ela havia tirado na primeira prova não era algo que seus pais ficariam felizes em saber.
Mas, se havia um lado positivo nessa bagunça, era Ronald Weasley.
As aulas de reforço com ele estavam sendo sua salvação. Por mais que ele tivesse esse jeito desleixado e relaxado ⸻ que às vezes a fazia querer arrancar os próprios cabelos ⸻ ele era surpreendentemente bom em História da Magia. Ele explicava as coisas de um jeito simples, sem os floreios e discursos intermináveis de Binns. E, de algum modo, aquilo fazia sentido para a loira.
O que era engraçado, porque Ron odiava Poções com a mesma intensidade que odiava aranhas. E era aí que Hydra brilhava.
Eles meio que se completavam?
Ela não sabia dizer, mas gostava da sensação de que eles formavam um bom time. Gostava da forma como ele bagunçava os próprios cabelos quando estava tentando lembrar de algum detalhe específico. Gostava da expressão de pura satisfação que ele fazia quando finalmente entendia uma explicação dela. Gostava do som da risada dele quando ela ficava frustrada com um nome complicado demais da maldita Revolta dos Trasgos de 1612.
Ela gostava dele, isso não era surpresa para ninguém.
E o pior era que Hydra sabia que ele também gostava dela. Isso estava estampado em cada olhar, em cada sorriso meio sem jeito que ele lhe dava quando achava que ninguém estava prestando atenção. E, merlin, como aquilo fazia seu coração disparar.
Mas ela tinha preocupações mais urgentes.
A última prova do Torneio Tribruxo estava chegando, e sua ansiedade só piorava quando pensava nas visões de Harry. Seu melhor amigo parecia cada vez mais inquieto, mais atormentado, e aquilo deixava Hydra em estado de alerta constante.
Ela estava sentada com Ron na biblioteca, os livros espalhados pela mesa, mas sua atenção estava longe das páginas abertas à sua frente. Do lado de fora, o fim de tarde escocês tingia o céu de tons dourados e alaranjados, o que significava que as velas flutuantes da biblioteca já estavam acesas. O castelo mantinha um clima ameno naquela época do ano, então Hydra vestia uma blusa leve de mangas compridas em um tom esverdeado profundo, combinando com sua casa, e uma saia preta que batia na altura do meio das coxas.
Ela brincava distraidamente com a ponta de uma mecha de cabelo, os olhos fixos na linha de leitura, mas sem realmente absorver nada.
⸻ Você está completamente em outro planeta, desbotada ⸻ A voz de Ron soou divertida ao seu lado.
Ela piscou algumas vezes, voltando à realidade, e virou-se para encará-lo. Ele estava reclinado na cadeira, os braços cruzados atrás da cabeça, um meio sorriso preguiçoso no rosto.
⸻ É que eu estou surtando. ⸻ Let suspirou, fechando o livro com um baque seco.
⸻ Ah, sério? Eu não tinha percebido ⸻ Ronald zombou, arqueando uma sobrancelha.
Ela revirou os olhos, mas não conseguiu conter um pequeno sorriso.
⸻ Não é só pelos exames, Ron. É pelo torneio. É pelo Harry. Você sabe que essas visões dele... ⸻ Hydra parou, mordendo o lábio, antes de continuar. ⸻ Algo ruim está para acontecer. Eu sinto isso.
O sorriso de Ron se desfez, e ele inclinou-se para frente, apoiando os cotovelos na mesa.
⸻ Ei ⸻ Ele disse suavemente. ⸻ Vai ficar tudo bem.
Os olhos azuis dele estavam fixos nos dela, cheios de uma sinceridade tão profunda que fez Hydra prender a respiração por um segundo.
⸻ Você não pode prometer isso.
⸻ Posso, sim. ⸻ Ele sorriu de lado. ⸻ Porque eu vou estar lá com você e com o Harry. Seja lá o que acontecer, nós vamos enfrentar juntos.
Ela odiava o efeito que aquele sorriso despretensioso tinha sobre ela. O jeito que seu coração pulava no peito e suas mãos suavam levemente.
Sacarlett baixou o olhar, sentindo o rosto esquentar.
⸻ Você não faz ideia de como eu sou grata por isso ⸻ Murmurou.
Ron hesitou por um segundo antes de estender a mão por cima da mesa e entrelaçar os dedos nos dela.
⸻ Eu faria qualquer coisa por você.
Aquelas palavras caíram como um feitiço sobre Hydra. Ela ergueu os olhos rapidamente para encontrar os de Ron, e por um momento, o tempo pareceu parar.
Eles estavam tão próximos, tão conectados, que Hydra jurou que ele ia beijá-la ali mesmo.
⸻ Cof, cof...
A voz de Harry cortou o momento como um feitiço de Estupefaça.
Hydra e Ron se afastaram num salto, virando-se para ver Harry e Hermione parados ali, com sorrisos claramente provocativos nos rostos.
⸻ Eu também estava na biblioteca, 'tá? ⸻ Harry disse, cruzando os braços e arqueando as sobrancelhas. ⸻ Não precisam me ignorar.
Hermione apenas balançou a cabeça, segurando o riso.
Hydra bufou, cruzando os braços.
⸻ Você tem um péssimo timing, Potter.
Harry piscou.
⸻ Vocês que escolheram se declarar denovo um pro outro no meio da biblioteca. Eu só estava passando.
O rosto de Ron estava mais vermelho que seus cabelos.
⸻ A gente não estava se declarando!
Harry e Hermione trocaram um olhar cúmplice.
⸻ Claro que não, Ron. Claro que não.
────────⊹⊱🍷⊰⊹────────
O café da manhã era uma reunião barulhenta na mesa da Grifinória, e Hydra ainda se sentia deslocada ali. Sendo uma Sonserina, não foi exatamente bem recebida, os olhares tortos e os cochichos começavam assim que ela se sentava. Mas ela não se importava. Afinal, ela estava ali por um motivo: Ron.....ops, Harry Potter.
Era a manhã da terceira tarefa do Torneio Tribruxo, e o Salão Principal fervilhava de conversas animadas e especulações sobre os desafios que aguardavam Harry. O correio-coruja apareceu, trazendo um cartão de boa sorte de Sirius para o amigo. Era apenas um pedaço de pergaminho com uma impressão de pata enlameada, mas Harry sorriu ao ver o gesto. Logo depois, uma coruja-das-torres pousou na frente de Hermione, entregando seu exemplar do Profeta Diário. Ela abriu o jornal, deu uma olhada rápida na primeira página e, num rompante, cuspiu a boca cheia de suco de abóbora, sujando o papel.
⸻ Que foi? ⸻ Exclamaram Harry, Hydra e Ron juntos, virando-se alarmados para a amiga.
⸻ Nada! ⸻ Respondeu Hermione depressa, tentando esconder o jornal, mas a loira foi mais rápido e arrancou-o de suas mãos.
Seus olhos se arregalaram ao ler a manchete e sua expressão se fechou num instante.
⸻ Nem pensar. Hoje não. Essa vaca velha ⸻ Rosnou ela, segurando o jornal como se fosse rasgá-lo ao meio.
⸻ O que foi? ⸻ Perguntou Harry, tentando ver o que o irritara tanto. ⸻ É Rita Skeeter de novo?
⸻ Não... ⸻ Respondeu Hydra, a tentativa de esconder o jornal tão frágil quanto a de Hermione.
⸻ Fala de mim, não é? ⸻ Insistiu Harry, o cenho franzido.
Antes que a meia loba pudesse responder, uma voz carregada de escárnio ecoou do outro lado do salão:
⸻ Ei, Potter! Como está a sua cabeça? Está se sentindo legal? Tem certeza de que não vai endoidar e atacar todo mundo?
Draco Malfoy segurava um exemplar do Profeta Diário, um sorriso venenoso estampado no rosto pálido. Ao seu redor, os alunos da Sonserina riam e se viravam nas cadeiras, ansiosos para ver a reação de Harry.
Harry estendeu a mão para a loira, com o rosto endurecido.
⸻ Me deixa ver isso.
Com relutância, Hydra entregou o jornal. Harry virou-o e viu sua própria foto sob uma manchete gritante:
HARRY POTTER "PERTURBADO E PERIGOSO"
O artigo de Skeeter era mais um festival de mentiras e exageros. Falava sobre seus desmaios, sua cicatriz, sua habilidade em ofidioglossia e sugeria que ele poderia recorrer às Artes das Trevas para vencer a terceira tarefa.
Do outro lado do salão, Malfoy, Crabbe e Goyle imitavam gestos grotescos, zombando de Harry.
Hydra, que até então apenas observava, sentiu o sangue ferver. Seu olhar gélido encontrou o de Draco por um segundo, e o sorriso debochado do irmão se fechou na hora, tornando-se um rosto assustado.
⸻ Seu nojentinho! ⸻ A voz dela soou forte e furiosa, cortando o salão.
⸻ Não, Hydra, peraí! ⸻ Seu irmão começou a protestar quando ela se aproximou.
A gêmea mais velha atravessou o salão como um raio, os alunos abrindo caminho enquanto ela se aproximava de Draco. Ron, hesitante, começou a se levantar, mas Hermione o segurou pelo braço.
⸻ Deixa. Ele merece. ⸻ Murmurou ela.
Draco recuou instintivamente, mas não o suficiente para escapar da fúria da irmã.
⸻ Quantas vezes eu já te disse para calar essa sua boca imunda, Draco?! ⸻ Cuspiu ela, empurrando o irmão pelos ombros.
⸻ O-o que? Eu só tô me divertindo! ⸻ Draco tentou manter a pose, mas Hydra o olhava como um predador pronto para atacar.
⸻ Não hoje! Você vai parar de encher a paciência do Harry AGORA. Ou eu juro, Draco, que você vai descobrir como é engolir seus próprios dentes.
Um murmúrio se espalhou pelo salão, e Draco corou de raiva e vergonha. Ele abriu a boca para responder, mas, ao ver a expressão de Hydra, desistiu.
⸻ Ugh, tudo bem! Não precisa fazer um drama! ⸻ Murmurou ele, cruzando os braços e fazendo um beicinho.
Hydra virou-se sem mais uma palavra e voltou para a mesa da Grifinória. Quando se sentou, Ron olhava para ela com uma mistura de espanto e admiração.
⸻ Isso foi... impressionante. ⸻ disse Ele, coçando a nuca.
Ela ergueu uma sobrancelha, um sorriso de canto de boca surgindo.
⸻ Eu sempre boto aquele pirralho no lugar.
Ron sorriu, corando um pouco. Harry bateu de leve no ombro dela, grato.
⸻ Obrigado, Hydra.
Ela apenas deu de ombros. Mas sob a mesa, seus dedos roçaram nos de Ron por um instante, e ela sentiu o calor subir-lhe às faces. Quando olhou para ele, Ron também parecia um pouco corado, mas não puxou a mão de volta.
Talvez, pensou Hydra, a Grifinória não fosse tão ruim assim.
────────⊹⊱🍷⊰⊹────────
O grande salão estava silencioso, quebrado apenas pelo som rítmico das penas riscando pergaminhos e do ocasional pigarro de algum professor vigiando a prova. As mesas estavam organizadas em longas fileiras, e os alunos escreviam com expressões concentradas ou, no caso de alguns, desesperadas.
A loira estava sentada na metade da sala, os olhos presos no pergaminho à sua frente. Sua mão batucava com impaciência a pena na mesa, o que arrancou um olhar irritado do colega da frente. Ela mal notou.
Ron estava logo à sua frente, os cabelos ruivos bagunçados como sempre. Hermione, como esperado, estava na primeira carteira da fileira, rabiscando seu pergaminho como se sua vida dependesse disso. Hydra soltou um suspiro frustrado. O plano inicial era colar um pouquinho de mione, mas agora isso era impossível.
Ela olhou para o pergaminho, tentando reunir os zilhões de coisas que tinha estudado com Ron. Em vez de lembrar datas e tratados, sua mente decidiu pregar uma peça. A lembrança do beijo veio à tona – a forma como ele não hesitou nem por um segundo antes de corresponder, como seu rosto ficou tão vermelho quanto os estandartes da Grifinória. Hydra sentiu um sorriso bobo se formando e se amaldiçoou internamente.
⸻ Ah, ótimo. Exame de História da Magia e tudo que eu consigo pensar é na boca do Ronald Weasley.
Ela fechou os olhos, balançou a cabeça e deu um leve tapa na própria testa para afastar os devaneios. O barulho chamou a atenção de Weasley, que virou ligeiramente a cabeça.
⸻ Você tá bem? ⸻ Ele sussurrou.
A meia loba pigarreou, tentando disfarçar a própria vergonha.
⸻ Claro! ⸻ Ela sibilou baixinho. ⸻ Só... pensando.
Ron deu de ombros e voltou para a prova, mordendo o lábio em concentração. Hydra bufou baixinho e tentou se focar novamente.
QUESTÕES DA PROVA FINAL DE HISTÓRIA DA MAGIA
1. Descreva as causas e consequências da Revolta dos Duendes de 1612.
2. Quem foi Emeric, o Mau, e qual foi sua influência na história da magia?
3. Explique a criação do Estatuto Internacional de Sigilo em Magia e seu impacto na sociedade bruxa.
4. Qual foi o papel de Uric, o Excêntrico, no desenvolvimento dos feitiços de encantamento
5. Relacione a Guerra dos Gigantes com a ascensão de Lord Voldemort.
Hydra respirou fundo e começou a responder. Ela sabia todas aquelas respostas. Claro que sabia! Havia passado horas estudando com Ron, mesmo quando ele ficava distraído, inventando piadas sobre os nomes bizarros dos goblins históricos.
O tempo passou, e ela finalmente terminou a última questão. Olhou para Ronald, que ainda mordia a ponta da pena, concentrado em sua resposta. Ele parecia determinado a se sair bem, e isso arrancou um pequeno sorriso dela.
Quando o relógio anunciou o fim da prova, Scarlett soltou um longo suspiro de alívio. Ela conseguira. Estava feita. Agora só precisava lidar com a ansiedade de saber a nota... e de estar perto de Ron sem pensar no beijo a cada segundo.
Saindo da sala, o Weasley emparelhou com ela, coçando a nuca.
⸻ E aí... foi difícil?
⸻ Nem tanto ⸻ Respondeu ela, tentando soar casual. ⸻ Você conseguiu lembrar do Tratado de 1750?
⸻ Bom... mais ou menos ⸻ Ele riu, envergonhado. ⸻ Misturei com um decreto de 1800 e agora tô torcendo pra Binns não perceber.
Hydra riu, empurrando levemente o ombro dele.
⸻ Ele é um fantasma, cabeça-de-fósforo. Não tenho certeza se ele realmente lê as provas.
⸻ Ótimo! Então tenho uma chance. ⸻ Ele sorriu e depois desviou o olhar, parecendo hesitante. ⸻ Hm... então... depois da prova, tava pensando... talvez a gente pudesse... sei lá, fazer algo juntos. Tipo... estudar pra próxima?
Hydra ergueu uma sobrancelha, divertindo-se com a timidez dele.
⸻ Você quer estudar? Ou quer "estudar"?
Ron ficou vermelho na hora.
⸻ Ah, cala a boca!
Ela apenas riu, sentindo o coração bater mais rápido. Talvez estudar com ele não fosse uma ideia tão ruim assim.
────────⊹⊱🍷⊰⊹────────
O som das vozes animadas se misturava ao bater de pés e assobios enquanto os alunos corriam para ocupar seus lugares nas arquibancadas. O céu azul profundo se estendia acima deles, e as primeiras estrelas piscavam sobre Hogwarts como se observassem tudo do alto.
Lá embaixo, perto da entrada do labirinto, os campeões estavam reunidos ao lado de Ludo Bagman e dos professores. Hagrid, Moody, Minerva e Flitwick se destacavam na multidão com suas grandes estrelas vermelhas luminosas, presas em seus chapéus – ou, no caso de Hagrid, na parte de trás de seu colete de pele de toupeira.
Hydra subiu as arquibancadas, seus olhos percorrendo os assentos até encontrar seu irmão. Mas antes que pudesse se aproximar, Wanda já estava ali, inclinada para falar com Draco. Ele olhou para Hydra e lançou um olhar rápido de "agora não".
Ela franziu os lábios e desviou o olhar, procurando outro lugar. Foi quando sentiu uma leve puxada no braço.
⸻ Vem sentar aqui ⸻ Hermione disse, apontando para o assento ao lado dela.
A loira aceitou, já se acomodando quando Hermione sorriu e cochichou:
⸻ Na verdade, troca comigo.
Hydra piscou, confusa, até perceber o que isso significava. Seu coração deu um pequeno salto. Sentar ao lado de Ron.
Ela abriu a boca para protestar, mas Hermione já estava trocando de lugar, deixando Hydra bem ao lado do ruivo. Ron, que estava batendo as mãos nas coxas em um nervoso contido, olhou para ela de relance e corou imediatamente.
⸻ Hm. Oi ⸻ Ele murmurou.
⸻ Oi ⸻ Ela respondeu, sentindo seu próprio rosto esquentar.
Bagman apontou a varinha para a garganta e murmurou "Sonorus", e sua voz magicamente amplificada ressoou pelas arquibancadas.
⸻ Senhoras e senhores, a terceira e última tarefa do Torneio Tribruxo está prestes a começar!
O estádio explodiu em gritos. Hydra tentou se concentrar na apresentação, mas seu corpo inteiro parecia estar ciente da proximidade de Ron. O jeito que seu braço estava a apenas alguns centímetros do dela. O cheiro familiar do cabelo ruivo bagunçado.
Bagman continuou:
⸻ Deixe-me lembrar a todos o placar atual! Empatados em primeiro lugar, com oitenta e cinco pontos cada – o Sr. Cedric e o Sr. Harry Potter, os dois da Escola de Hogwarts!
Uma onda de aplausos eclodiu, tão forte que até os pássaros na Floresta Proibida levantaram voo.
⸻ Em segundo lugar, com oitenta pontos – o Sr. Vítor Krum, do Instituto Durmstrang!
Mais aplausos. Hydra cruzou os braços e olhou de relance para Hermione, esperando vê-la empolgada, mas sua amiga apenas bateu palmas de maneira educada, sem muito entusiasmo.
⸻ E, em terceiro lugar – a Srta. Fleur Delacour, da Academia de Beauxbatons!
Dessa vez, Hermione e Ginny reviraram os olhos antes de aplaudir com um leve tom de deboche. A Sra. Weasley bateu palmas com educação, mas Gui aplaudia com tanta empolgação que parecia prestes a pular no labirinto e carregar Fleur nos braços.
Hydra riu baixinho da cena, mas a tensão no peito não cedia.
Bagman levantou a varinha e anunciou:
⸻ Então... quando eu apitar, Harry e Cedric! Três – dois – um...
O apito soou alto, e os dois campeões correram para a entrada do labirinto. A multidão explodiu em gritos e aplausos, mas Hydra sentiu um arrepio na espinha.
Algo estava errado.
Ela engoliu em seco, sentindo uma pressão estranha no peito. Suas mãos se uniram automaticamente, apertando uma na outra.
⸻ Boa sorte, Harry. ⸻ Sua voz saiu num sussurro, mas Ron, ao seu lado, ouviu.
Ele olhou para ela, notando sua expressão preocupada.
⸻ Ei... você tá bem?
Hydra hesitou. Como explicar algo que nem ela conseguia entender? Um pressentimento, um frio na barriga que não vinha só da ansiedade do torneio.
Vinha de um medo real.
⸻ Eu só... sinto que algo vai dar errado.
Ron franziu a testa.
⸻ Bom, considerando que a última tarefa teve um dragão e a outra quase afogou meio mundo, eu diria que isso já era esperado.
Hydra teria rido se não estivesse com um nó na garganta.
Mas não era só uma sensação vaga de perigo. Não. Algo dentro dela gritava:
Alguém vai voltar morto do labirinto.
Ela abraçou o próprio corpo, tentando afastar a ideia. E então sentiu algo quente e hesitante tocar sua mão.
Seu coração pulou.
Ronald Weasley estava segurando sua mão.
O rosto dele estava completamente vermelho, e ele olhava fixamente para a arena, como se quisesse fingir que aquilo não estava acontecendo. Mas seus dedos se fecharam ao redor dos dela com um aperto firme e reconfortante.
A loira prendeu a respiração.
Ela não disse nada. Apenas apertou a mão dele de volta.
E torceu para que seu pressentimento estivesse errado.
O tempo parecia se arrastar. O céu, antes tingido de azul profundo, agora era um manto negro pontilhado de estrelas brilhantes. O burburinho dos alunos ia diminuindo aos poucos, transformando-se em murmúrios inquietos conforme os minutos passavam sem nenhum sinal dos campeões.
Hydra não conseguia tirar os olhos da entrada do labirinto. O som das folhas farfalhando ao vento era baixo, mas para ela parecia um rugido distante e ameaçador.
Ron ainda segurava sua mão. Ela sentia o calor de sua pele contra a dela, os dedos grandes e um pouco suados, mas ele não soltava.
⸻ Estão demorando muito ⸻ Murmurou Ginny ao lado de Hermione.
⸻ Isso é normal, Gin. ⸻ Hermione tentava soar calma, mas sua voz tremia levemente.
Hydra olhou para o relógio encantado no alto do estádio. Dez minutos. Quinze. Vinte. O tempo escorria como areia entre os dedos, e seu peito se apertava cada vez mais.
Lá embaixo, os professores mantinham os olhos fixos no labirinto. Hagrid mexia nervosamente os dedos, sua expressão tensa. Minerva McGonagall mantinha as mãos cruzadas na frente do corpo, mas seu rosto endurecido deixava claro que ela estava tão preocupada quanto qualquer um.
⸻ Eu odeio isso ⸻ Hydra murmurou, sentindo um arrepio percorrer sua espinha.
Ron, que até então estivera calado, pigarreou.
⸻ Harry sabe se virar. Ele vai sair dessa.
A loira não respondeu.
Ela não conseguia ignorar a sensação esmagadora que a dominava, como se uma sombra fria envolvesse seus ombros. Não era apenas ansiedade. Não era apenas nervosismo.
Era medo.
Seus dedos apertaram a mão de Ron instintivamente, e ele a encarou com preocupação.
⸻ Você está tremendo ⸻ Ele disse, baixinho.
Ela respirou fundo.
⸻ Não sei... não sei explicar. Mas algo não está certo, Ron. Eu sinto isso.
Ronald estava prestes a responder, mas qualquer palavra morreu em sua garganta quando ele e Hydra viram Potter desabar no chão, completamente desacordado. O impacto ecoou pelo local, fazendo com que um silêncio momentâneo pairasse sobre a multidão. No entanto, a quietude durou apenas um instante, pois logo a banda começou a tocar com empolgação, animando a plateia ao perceber que Potter segurava firmemente a Taça do Torneio em suas mãos.
Quase que por instinto, Hydra e Ronald se levantaram de imediato, seus corpos reagindo antes mesmo que suas mentes processassem o que havia acabado de acontecer. Ainda de mãos dadas, trocaram um olhar surpreso e, em seguida, um sorriso cúmplice se formou em seus lábios. A adrenalina da cena fazia seus corações dispararem, enquanto a energia contagiante da música se espalhava pelo ambiente.
⸻ Olhe, Potter conseguiu! Eu disse Hydra que...
A alegria que havia se acendido por um instante no peito de Hydra foi esmagada no momento em que seus olhos pousaram na figura caída ao lado de Harry.
O tempo pareceu desacelerar, o mundo ao seu redor se tornando um borrão irreconhecível. As cores vibrantes das arquibancadas, os sons da banda, os aplausos ensurdecedores... tudo desapareceu. Seu pressentimento estava certo.
Seu coração parou.
Seu estômago revirou.
E então, ela gritou.
⸻ NÃO!
O som de sua própria voz ecoou no estádio, cortando o clima de comemoração como uma lâmina afiada. O sorriso de Ron desapareceu no mesmo instante, seus olhos azuis arregalando-se quando ele finalmente enxergou o que Let vira.
Cedric Diggory estava morto.
Seu corpo estava jogado no chão de qualquer jeito, os braços abertos, as pernas estendidas de forma estranha. Seu rosto, que tantas vezes exibira aquele sorriso caloroso e confiante, agora estava pálido e sem vida.
Seus olhos, antes cheios de determinação e orgulho, estavam abertos, mas não viam mais nada. Olhavam para o céu escuro, vazios, fixos, sem brilho. O símbolo da Lufa-Lufa em seu uniforme estava manchado de terra e poeira. Seu peito não subia nem descia. Seu corpo estava imóvel, rígido como pedra.
Ronald também não conseguia desviar o olhar. Sua mão apertou a de Hydra com força, como se tentasse ancorar a si mesmo na realidade sufocante que se desdobrava diante deles. Harry, por sua vez, tremia dos pés à cabeça, agarrado ao corpo inerte do amigo como se, de alguma forma, segurá-lo com mais força pudesse trazê-lo de volta.
O choque tomou conta da multidão. As primeiras reações eram de confusão, de incredulidade. Murmúrios cresceram entre os espectadores, mas logo se transformaram em exclamações horrorizadas. O nome de Cedric começou a ser repetido de boca em boca, se espalhando pelo estádio como uma tempestade prestes a desabar.
E então, um som rompeu a paralisia do momento.
Um grito. Agudo. Dilacerante.
Cho Chang.
O som do desespero puro rasgou o ar, atingindo Hydra como um tapa. Cho cobriu a boca com as mãos, os olhos marejados arregalados em choque, como se sua mente recusasse-se a acreditar no que via.
O pânico espalhou-se como fogo em pólvora.
O rosto de Potter estava pálido, sujo, e seus olhos estavam arregalados e cheios de terror. Seus lábios tremiam, sua respiração era curta, como se o ar lhe faltasse.
⸻ Ele... ele está morto. ⸻ A voz de Harry saiu trêmula, engasgada, quase irreconhecível.
Foi então que um som horrível ecoou pelo estádio.
⸻ CEDRIC!
Era um grito primitivo, um urro de dor que fez os pelos da nuca de Hydra se arrepiarem.
O som de um coração se partindo.
Amos Diggory irrompeu pela multidão como um homem possuído pela própria angústia. Seu rosto estava contorcido, os olhos arregalados e selvagens. Seu corpo trêmulo empurrou qualquer um que tentasse bloqueá-lo, suas pernas falhavam, mas ele não parava. Ele não podia parar.
⸻ MEU FILHO! NÃO, MEU MENINO, NÃO!
Ele caiu de joelhos ao lado do corpo de Cedrico.
As mãos trêmulas tocaram o rosto pálido do filho, como se quisessem transmitir calor para aquela pele que já não sentia mais nada.
⸻ Cedric... Cedric, por favor, acorde... por favor... ⸻ A voz dele oscilava, os soluços sacudindo seu peito.
Mas Cedrico não acordava.
O rosto outrora cheio de vida estava sereno demais, silencioso demais.
Não havia resposta.
Não havia mais Cedrico.
A loira sentiu a própria visão se embaçar e sentia que ia cair. O peso da tragédia caiu sobre todos como um véu sufocante. Algumas pessoas já choravam baixinho, outras apenas olhavam em choque, sem palavras, sem saber como reagir.
Porque aquilo era real.
Cedric Diggory estava realmente morto.
⸻ Ele voltou... ⸻ A voz de Harry era um fio rouco, fraco. Seus lábios tremiam. Ele piscava repetidamente, como se estivesse se segurando para não desabar. ⸻ Voldemort... ele voltou.
Foi então que a multidão se rompeu com uma nova onda de caos. Os professores finalmente chegaram ao local, empurrando os espectadores de lado. Dumbledore estava à frente, sua expressão severa, mas seus olhos claros carregavam uma tristeza imensurável.
Cornélio Fudge, o Ministro da Magia, veio logo atrás, a varinha erguida, a face lívida de espanto e incredulidade.
⸻ Meu Deus, Diggory! ⸻ Ele murmurou, um tremor perceptível em sua voz. ⸻ Dumbledore, ele está morto!
Aquela afirmação foi repetida e espalhada pelo estádio, como um eco macabro.
⸻ Ele está morto!
⸻ Cedric Diggory está morto!
A noite mergulhou no horror.
Ronald estava sem ar. A cena diante dele parecia algo saído de um pesadelo – um pesadelo do qual não conseguiria acordar. Cedric Diggory estava morto. E Harry... Harry dizia que Voldemort voltou.
Ele sentiu um arrepio percorrer sua espinha, e, por um instante, tudo pareceu girar ao seu redor. Os gritos, os soluços, o caos – tudo soava abafado, como se ele estivesse debaixo d'água. Só quando Hydra apertou sua mão com força ele percebeu que estava tremendo.
Ela também estava pálida, os olhos arregalados e úmidos, fixos na figura imóvel de Cedric no chão. O mundo ao redor estava desmoronando, e a respiração de Hydra vinha rápida e entrecortada, como se estivesse sufocando.
⸻ Ron... ⸻ A voz dela era um sussurro trêmulo, quase inaudível. ⸻ Isso está mesmo acontecendo?
Ron olhou para ela, para a forma como seus dedos agarravam os dele, como se se segurasse para não cair. Ele queria dizer que não. Queria dizer que era um erro, que Cedric ia se levantar a qualquer momento, rindo e dizendo que foi só um susto. Mas o corpo no chão não se mexia.
⸻ Eu... Eu não sei ⸻ A voz de Ron falhou. ⸻ Mas Harry... ⸻ Ele engoliu em seco. ⸻ Harry disse que... que você-sabe-quem voltou.
Hydra apertou os lábios, seus olhos marejados se desviando até onde Harry estava. Ele mal conseguia ficar de pé, exausto, ferido, ainda segurando a Taça do Torneio. Seus olhos estavam vermelhos e vazios, como se estivesse preso em algo muito pior do que qualquer um ali pudesse entender.
⸻ Se for verdade... ⸻ A voz de Hydra vacilou. ⸻ Se ele realmente voltou... então tudo vai mudar, não vai?
Ron queria dizer que não. Queria dizer que ficariam bem, que Hogwarts ainda era segura, que Dumbledore daria um jeito. Mas ele se lembrou do rosto de Harry quando apareceu com Cedric. Se lembrou do terror estampado em seus olhos.
E então ele soube.
Nada seria como antes.
O silêncio de Ron foi resposta suficiente. Hydra não precisava que ele dissesse nada, ela já sabia. Sentiu um frio na espinha que nada tinha a ver com o ar da noite. O pânico no ar era quase sufocante, se agarrando a ela como um véu pesado. O caos ao redor parecia distante, os gritos abafados, como se ela estivesse isolada dentro da própria mente.
Se Voldemort estava de volta...
Se Harry estava dizendo a verdade...
O que isso significava?
Ela respirou fundo, tentando acalmar a respiração acelerada, mas sua mente girava, voltando a um tempo que ela queria esquecer.
A lembrança veio como um fantasma sussurrante.
O brilho esmeralda de uma Maldição da Morte lançada no ar.
O som de um homem implorando por sua vida.
O riso cruel que se seguiu.
Os olhos dela, muito menores, muito mais ingênuos, espiando pelas frestas da escada enquanto via seus pais desaparecerem na escuridão com outros homens de capas negras. Na época, ela não compreendia o significado daquilo. Não sabia que seus pais faziam parte de algo muito maior, algo sombrio e perigoso. Só anos depois, quando entendeu quem era Voldemort, quando entendeu o que aqueles seguidores realmente eram...
Comensais da Morte.
Seus pais eram Comensais da Morte.
Eles prometeram que tinham deixado essa vida para trás.
Eles prometeram a ela e a Draco.
Seu peito apertou, e foi então que seus olhos vagaram até onde seu irmão estava, poucos metros adiante.
Draco parecia tão pálido quanto o próprio Cedric. Ele estava imóvel, os olhos arregalados presos na cena diante dele, como se seu cérebro ainda estivesse tentando processar o que via. Seus lábios estavam entreabertos, mas nenhum som saía. Ele não piscava, não respirava direitocomo se tivesse sido atingido por um feitiço paralisante.
E então, Let viu Wanda.
A garota estava agarrada ao pescoço de Draco, encolhida contra ele como se buscasse proteção. Seus ombros tremiam com soluços altos e desesperados. Ela chorava de verdade, seu rosto enterrado no peito do loiro, os dedos pequenos apertando o tecido do uniforme dele com força, como se temesse que o mundo fosse desabar ao seu redor.
Hydra sentiu uma pontada no peito ao vê-los assim.
Ela e Draco cresceram ouvindo promessas de que estavam seguros, de que seus pais não tinham mais envolvimento com "aquilo", de que eles nunca precisariam viver no meio da guerra que assolara o mundo bruxo antes de nascerem. Mas agora...
Ela conhecia seu pai. Sabia no que ele acreditava, no que ele sempre acreditou. Sabia o que isso significava para ele.
E se...?
Não.
Hydra fechou os olhos com força, sentindo um nó se formar em sua garganta.
Se Voldemort realmente voltou, o que isso significava para sua família?
Para ela?
Ela se obrigou a abrir os olhos novamente, a encarar a realidade cruel diante dela. O corpo imóvel de Cedric. A multidão em pânico. O terror nos olhos de Harry. O silêncio pesado de Ron ao seu lado.
Wanda chorava. Draco não se mexia.
E Hydra sentia como se estivesse afundando.
*.₊ 𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒
( 𝐎𝐎𝟏 ) Olá pessoinhas!, como vocês estão? peço descupas pelo sumiço, realmente não estava saindo nada bom 💔espero que tenha ficado uma boa escrita, de seu feedback! 💝
( 𝐎𝐎𝟐 ) saimos de uma era colorida, animada e feliz de LE e entramos na era sombria de harry potter...puts....
( 𝐎𝐎𝟑 ) Por favor, não esqueçam de votar caso estejam gostado, e se quiser, comente também <3
( 𝐎𝐎𝟒 ) Obrigada por ter lido até aqui.
beijinhos da brenda!
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