15 | soulmates
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HOPE MOORE POV'S
Estava tentando digerir as palavras de Love, não acreditava que isso estava acontecendo, mas é estranho eu estar mais apaixonada por essa mulher?
Love: Vai ficar tudo bem. - olho para suas mãos avermelhadas e a olho de volta.
Hope: O que aconteceu, Love? - digo olhando para a morena que estava com medo da minha reação.
Love: Por que está me olhando assim? - questiona ao perceber o meu susto.
Hope: Eu sinto muito. - falo abaixando meu olhar mas a morena coloca uma de suas mãos no vidro.
Love: Por quê? Ela era louca, ela ia fazer mal a você e nós. Eu apenas deu um jeito nela. - levanto meu olhar para ela. - Podemos ficar juntas agora.
Eu estava feliz ao ouvir as palavras dela, saber que finalmente poderia ficar ao seu lado pra sempre mas estava preocupada em relação à polícia.
Hope: Acho que não podemos, eu vou ser presa por tudo o que eu fiz.
Love: Você não vai, Hope. Não vou deixar você ser presa. - senti lágrimas em meus olhos.
Hope: Eu não posso fugir dessa vez. Beck, Henderson, Milo, Delilah. Eu matei todos eles, tenho sangue nas mãos.
Love: Hope... você não matou a Delilah. Eu matei. - arregalo os olhos ao saber quem matou a Delilah e não era eu, nunca foi.
LOVE QUINN POV'S
Sabe aquele ditado? "Você pode escolher seus amigos, mas não sua família"? Meu irmão e eu aprendemos isso muito cedo.
Pais ausentes, egoístas demais para notar a raposa no galinheiro. Ninguém para nos mostrar o que era uma criação saudável, o Forty era apenas uma criança e ela era uma estrupadora, então eu dei um jeito nela.
Love: Eu protegi o Forty por necessidade, porque ninguém mais protegia e foi melhor acharem que tinha sido ele. Ele fora golpeado, era a vítima.
Eles iam encobrir tudo e consolá-lo, como sempre. E eu estaria sempre perto para protegê-lo, mas uma família não se recupera de algo assim.
Então comecei a fantasiar com uma nova família, se a gente tivesse essa sorte. Quando James morreu, me perguntei se a família que eu tinha era a única que merecia.
Até que vi você, eu percebi na hora que reconhecia algo em você: Inteligente, sexy, engraçada e um toque sombrio que a tornava menos ficcional, mais real.
Comecei a fantasiar de novo e quando você se afastou, me convenci de que podia te curar e estava funcionando, eu te mostrei como se curar. Você era mais forte do que eu imaginava.
Eu te mostrei o que eu queria ao mostrar o que não queria. Quando você ficou do meu lado, as duas unidas, soube que seríamos uma família melhor do que a minha.
Talvez eu tenha ficado obcecada, talvez eu tenha usado o dinheiro dos meus pais para investigar vocês depois da Amber.
Eu decorei o livro da sua ex morta, de cabo a rabo. Todos os artigos, todas as colunas de opinião, lendo as entrelinhas. E percebi que Guinevere Beck era insossa e medíocre, ela não merecia você.
Aí, descobri quem você é de verdade, Hope. Você era mais inteligente, mais apaixonada, mais dedicada do que eu imaginava. Você era talentosa e prática.
Sim, você fez coisas terríveis, mas pessoas sensíveis presas num relacionamento ruim fazem isso.
Até que a Delilah descobriu quem você era e recuou, você perdeu a fé e iria desistir de nós, da nossa família nascente. Então eu te segui.
Delilah: Graças a Deus! Por favor, você precisa me ajudar. - fala com um cadeado em uma de suas mãos. - Escuta, a Cassidy é louca!
Fui até um armário atrás da "chave" mas peguei uma faca que tinha guardada ali.
Delilah: Depressa! Ela vai me machucar, vai machucar nós duas. - me aproxima dela com a faca em minhas costas.
Assim que me aproximei dela, acabei cortando o pescoço da garota que coloco as mão em seu pescoço mas não durou muito e caiu no chão.
Fiz com a Delilah a mesma coisa que fiz com a babá. Estou protegendo você porque eu te quero, Hope.
Love: Você não me mudou, você abriu o seu coração pra mim. Somos almas gêmeas, Hope.
HOPE MOORE POV'S
Ficamos em silêncio por alguns segundos e olho para o corpo de Delilah ao meu lado.
Hope: O que vamos fazer agora? E a Ellie? - pergunto a Love que me enxugou uma lágrima de seu rosto.
Love: A Ellie vai ficar bem, você acha que eu... não tivesse um plano para ela?
Hope: Qual é o plano, Love? - pergunto a morena que me olhava do outro lado da jaula.
Love: É simples, tornamos Ellie suspeita do assassinato do Henderson. - arregalo os olhos mas antes que eu pudesse falar ela me interrompe. - Deixe-me terminar primeiro, ok?
Hope: Tudo bem. - Love começa a andar pelo começo de um lado para o outro.
Love: Primeiro passo, acusamos Ellie do assassinato do Hendy com uma denúncia anônima.
Hope: Por favor, me diga que você ainda não fez isso. - falo lembrando da carta anônima que Delilah tinha recebido.
Love: Segundo passo, é contratar para ela o melhor advogado da família Quinn. A total falta de provas e o fato de ela ser uma garota de 15 anos torna o caso uma piada.
Hope: Estou esperando você terminar. - digo olhando para a mulher que se aproximou de mim.
Love: Bom, é aí que o corpo da Delilah é encontrado com um bilhete de suicídio. Ela se torna um ícone feminista póstumo por matar seu agressor, essa bomba vai destruir o caso. Com a grana do acordo, Ellie estará feita. E o mais importante, nós poderemos ficar juntas no final.
Hope: É um ótimo plano, mas e se não der certo? - ela abre um leve sorriso no rosto.
Love: Não vai, até porque minha família manda na polícia. Foi assim com o caso da babá. A Ellie vai sair dessa mais forte, mais esperta e melhor de vida.
Hope: Tudo bem, eu gosto do seu plano, mas não vou jogar uma adolescente na prisão por algo que ela não fez.
Love: Se tem uma ideia melhor, estou disposta a ouvir. - me aproximo do vidro, ficando mais próxima de Love.
Hope: Desculpa, mas é muito difícil pensar com clareza neste rio de loucura que está falando.
Love: Calma aí. Nunca imaginei que você fosse ficar histérica. - solto uma risada nasal.
Hope: Como é que é? Você matou a Delilah! - exclamo para a morena que gritou de volta em seguida.
Love: Porque você matou a porra de uma celebridade! - exclama me olhando no fundo dos meus olhos. - Sabe o motivo disso tudo? Porque enquanto eu via você, você de verdade, você estava ocupada vivendo uma realidade alternativa.
Hope: Isso não é verdade, Love. - falo para a morena que andava para trás.
Love: Uma garota perfeitamente imperfeita, você viu o que apenas você queria ver. Mas eu sempre estive aqui, o tempo todo e não era tão difícil.
Love pega sua bolsa e as chaves do galpão, ela se aproxima da porta e se vira para mim.
Love: Tenho que terminar um bolo de casamento, então... - ela levanta a porta do galpão e fico pedindo para ela não ir.
A única coisa que preciso me preocupar agora é com a Ellie, ela corre perigo. Será? E se o plano de Love der certo? Eu acredito que Love está pensando no melhor para Ellie?
Eu acho que finalmente entendi o que Beck suportou, é muita coisa para processar. O que a Beck fez nessa situação?
Ela fingiu me amar, mas não vou fingir algo que eu realmente sinto por Love, eu a amo mesmo depois dessa grande revelação.
Você está pedindo para eu te ver, para eu te amar e é isso que irei fazer, Love.
Se passaram algumas horas e eu não aguentava mais ficar no mesmo cômodo com um cadáver se decompondo, já tinha moscas voando e o estado de Delilah estava péssimo.
Alguns minutos se passaram e Love finalmente chegou com um pote de muffins.
Love: Trouxe muffins porque tinha me lembrado que estava te devendo, lembra? - aceno com a cabeça positivamente. - Não tive tempo de fazer um religieuse.
Hope: Tudo bem, estou feliz só pelos muffins. - abro a mini porta e pego um dos muffins.
Love pegou um banco e se ajeitou sentando de frente para mim.
Hope: A primeira vez que eu comi um muffin foi num orfanato, meus pais nunca deixaram eu comer um.
Love: Uau! Isso é praticamente abuso infantil. - me olha abrindo um sorriso leve em seus lábios.
Hope: Eles diziam que cigarro e bebidas alcoólicas eram mais saborosos que isso.
Love: Seus pais devem ser piores que os meus. - solto uma risada nasal e dou uma mordida no muffin de Love. - Você nunca me falou sobre seus pais direitos? Eles ainda estão...
Hope: Vivos? - pergunto para a morena que acena negativamente com a cabeça.
Love: Presente? - abaixo o meu olhar e balanço a cabeça negativamente.
Hope: Minha mãe era uma alcoólatra maluca e meu pai era um idiota abusivo, me abusavam desde cedo até que meu pai morreu pela minha mãe, e mais tarde, ela não aguentou a pressão e se matou na minha frente.
Love: Sinto muito, Hope. Você merecia uma família melhor, uma família que te amasse e fizesse qualquer coisa por você, como a de qualquer outra criança.
Hope: Está tudo bem, coisas ruins sempre acontecem e eu não posso mudar o passado, mas posso construir um futuro melhor.
Ficamos em silêncio por alguns segundos e Love intercala seu olhar para Delilah, logo depois para mim.
Love: Deve ser desconfortável comer bem ao lado de um cadáver.
Hope: Você nem imagina. - rio fraco e olho para o corpo coberto no chão. - Poderia abrir a porta só por alguns segundos, o cheiro está horrível aqui dentro.
Love: Tudo bem. - ela pega as chaves da jaula e destranca entrando lentamente.
Tinha colocado o cadeado de Delilah atrás de mim mas quando Love estava entrando na sala, ela percebe o cadeado pelo reflexo do vidro.
Love: Hope... - levo ela até a parede e aponto o cadeado no pescoço dela. - Não! Estou grávida!
Hope: O que? - pergunto largando o cadeado no chão. - É do Milo?
Love: Sim, é do Milo. - ela me olha e percebe eu andando para trás. - Fala alguma coisa.
Hope: Me desculpa por ter te atacado agora, fiquei desesperada só querendo sair de perto desse cadáver.
Love: Eu entendo, também ficaria desesperada depois de ficar horas respirando o mesmo ar ao lado de um cadáver.
Ficamos em silêncio digerindo essa nova notícia que Love tinha acabo de contar.
Love: Eu odiei ter feito o que fiz com a Delilah. Eu tinha acabado de fazer o teste e eu não ia deixar isso destruir a vida do nosso bebê? Eu faço de tudo por alguém que amo, e eu amo você.
Hope: Love, eu entendo. Nós duas tivemos que amadurecer muito cedo, na minha primeira vez, eu tinha apenas 6 anos.
Love: Sinto muito, você era apenas uma criança. - diz me olhando com lágrimas nos olhos.
Hope: Você também era, Love. - digo me aproximando da garota e seguro a mão dela.
Love: E ela também. - fala colocando uma de suas mãos na sua barriga.
Hope: Espera, ela? - intercalo meu olhar em você e em sua barriga em seguida.
Love: É só uma sensação. Foi burrice minha acabar que me perdoaria por isso. - ela solta minha mão e se encosta no batente da porta. - Milo é o pai mas eu quero você, quero que esse bebê seja nosso. Eu entendo se não puder mais me amar.
Me aproximo lentamente da garota e me ajoelho fazendo ela tirar sua mão do rosto.
Hope: Love... - pego as mãos dela e as entrelaço. - Eu quero isso, eu quero você, eu fiquei mais apaixonada por você assim que vi você de verdade e nada nesse mundo vai me fazer deixar de te amar.
Love: É estranho perguntar isso mas se ainda quer ir ao casamento da Lucy e Sunrise?
Hope: Eu aceito, Love. - falo acariciando as mãos da morena.
NOTAS DA AUTORA
Esse casal é problemático e fofo ao mesmo tempo.
Penúltimo capítulo aaaaa
O que acharam?
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Obrigada<3
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