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Cap. 6 - Juntos

Uma das coisas que eu mais acho incrível na vida é a morte...

É engraçado como estamos super bem e do nada simplesmente perdemos a nossa própria vida ou a de alguém que amamos.

É como uma avalanche, não, não... Um tsunami...

Como se estivéssemos no meio de um mar calmo, pacífico em que de repende as águas começam a recuar e recuar e quando voltam... Voltam com força levando tudo por diante...

Em meio à morte de minha mãe eu me senti no meio desse mar, sendo arrastado, levado pelas ondas, sentia a quebra delas se chocando contra meu corpo me empurrando para o fundo, me afogando...

Por muito tempo eu estive perdido naquele mar, nem no fundo, nem na superfície, apenas submerso o suficiente para não conseguir sair do lugar.

Até que conheci Jimin, ele agitou o mar calmo em que eu estava, ele mexeu com as ondas em meio ao meu pacífico, porém nunca imaginei que ia ser tão violento ao ponto de me tornar o próprio tsunami...

🌊🍒🦋

(3 anos atrás)

— Não... Não... Não! Não! Mãe! Por favor não me deixa... Não me abandona! Mãe... Mamãe...

Eu chorava ajoelhado em frente a uma foto no memorial de minha mãe, eu estava completamente desolado, o que um menino de quase 15 anos faria sem a mãe?

Sem uma base emocional descente para lhe guiar no futuro?

Eu poderia me deixar a levar por emoções sem sentidos, que não saberia direito o que sentir e muito menos como lidar com tantas emoções e sentimentos diferentes...

🌊🍒🦋

No cemitério

Meu pai toca meu ombro.

fazia mais de 2 horas que eu estava parado olhando a urna de minha mãe em seu leito de descanso, meu rosto estava completamente salgado e áspero pelas lágrimas agora secas.

Eu era como um poço seco, uma afluente que não tem mais onde desabar a não ser em si próprio. Não havia mais lágrimas a derramar a não ser o vazio que tomava pouco a pouco conta da minha alma e que logo tomaria conta de todo meu ser...

— Filho... Ei... — Ele segura meus ombros me virando para si, fazendo com que eu o encarasse.

Eu percebo o espanto em seu olhar, meu olhar era morto, não havia mais o brilho que tinha antes, uma parte de minha alma havia morrido junto com ela...

— Filho... Vamos... Prometer um ao outro que sempre estaremos juntos... Sim?... — Ele acaricia meus braços, eu sabia que ele estava fingindo ser forte, seu fungar me dizia isso. — Vamos ser fortes juntos, está bem?...

Ele me puxa para si, me abraçando, eu não consigo retribuir ao seu abraço, porém minha alma se abraçava a dele na esperança em que alguma parte daquela sua promessa se tornasse verdade... Somente então assim... Eu não estaria mais ...

🌊🍒🦋

(Atualidade)

Eu chego em casa ouvindo barulhos de coisas se arrastando e se batendo no segundo andar.

Vejo a porta do quarto do meu pai aberta e então eu entro silenciosamente vendo a cena da minha propensa madrasta de quatro na cama enquanto meu pai mete na mesma com gosto.

Ao perceberem minha presença ambos pulam da cama catando lençóis e roupas para se cobrirem.

Eu estava paralisado, não sabia o que mais percorria pelas minhas veias, se era o nojo por aquela cena... Ou pelo fato deles mal se conhecerem e ele estar transando com uma mulher na mesma cama em que minha mãe dormia.

— Que merda é essa?! — Eu grito os deixando perplexos.

— Filho... Eu...

— Você sai daqui agora mesmo! — Digo para a mulher que se vestia as pressas.

— Desculpe... — Ela passa por mim toda sem jeito.

Era cômico, pois quem deveria estar no meu lugar era o meu pai, me repreendendo de estar transando com quem seja, mas não o contrário.

Eu a vejo sair e então levo meu olhar para o mais velho que parecia incabulado, nem vergonha corria por aquela cara deslavada.

— Jungkook...

— Você não tem vergonha de estar trepando com uma mulher qualquer na cama em que pertencia a mamãe?! Por acaso você já esqueceu ela?!

— Ela não é uma mulher qualquer Jungkook! A conheci em um dos meus trabalhos! E outra, eu não viver preso no passado apenas porque você quer garoto! Sua mãe está morta! Morreu! Vai fazer 3 anos!

— Então por que você continua agindo como um imbecil! Se embebedando e fumando como se não houvesse amanhã?! ME FALA! POR QUÊ?! — Exijo uma resposta, as veias do meu pescoço estavam saltadas pela raiva que tomava minha cabeça.

— Já fazem 9 anos que nos separamos Jungkook! Eu amava sua mãe! Mas era insuportável o jeito que ela agia, a morte dela foi algo muito doloroso e ainda é até hoje! Ninguém nunca vai a substituir, mas já está mais que na hora que deixar o passado no passado!

— ... Você prometeu que íamos estar sempre juntos... VOCÊ PROMETEU!

— E VOCÊ FOI O PRIMEIRO A QUEBRAR ESSA PROMESA JEON JUNGKOOK! Você vai para a escola, conhece pessoas novas, cresce, se apaixonar e eu tenho que continuar aqui? Nessa caverna para sempre porque você não consegue entender que sua mãe morreu?! Por mais que eu ainda a ame muito não há mais o que se fazer Jungkook! Você quebrou essa promessa a muito tempo quando conheceu aquela garota...

— Filho da puta... — Uma lágrima pesada escorre pelo meu rosto. — Seu narcisista do caralho... VOCÊ NÃO CONSEGUE NEM SER FELIZ COM A FELICIDADE DO PRÓPRIO FILHO E VEM COM ESSA MERDA DE DESCULPA QUE EU O ABANDONEI PRIMEIRO?! NÃO FODE! VOCÊ NÃO FAZ A PORRA DA MÍNIMA IDEIA DE COMO EU ME SINTO! QUE MERDA DE PAI É VOCÊ?!

— E COMO DIABOS VOCÊ QUER QUE EU SEJA UM PAI BOM SE VOCÊ NUNCA ME CONTA O QUE ACONTECE NESSA SUA VIDINHA MEDÍOCRE?!

Eu fico em silêncio após ouvir aquelas palavras, mais uma vez eu estava sendo acertado por um choque de ondas contra mim.

— ... Ao menos perceber quando eu estou mal já faz uma grande de uma porra de diferença! Se importar... Faz ainda mais... Mas tudo bem... Pai! O que esperar de um homem que jogou tudo nas costas de um garoto de 11 anos quando a mãe estava morrendo de câncer?! Ou então, melhor! O que esperar da porra de um pai que não soube consolar... A MERDA DE UM FILHO... Que teve que passar pela separação dos pais aos 8 anos de idade?... Tudo bem... Pai... — Meus olhos começam a se embassar pela quantidade de cristais que haviam se formado em meus olhos.

— Jungkook...

Eu saio do quarto do mesmo em passos rápidos até o meu quarto, quando eu ia fechar a porta, o mesmo segura a maçaneta do outro lado.

Com um pouco mais de força eu a puxo para mim a trancando rapidamente.

Eu me viro de costas para a porta, desabando ao chão ouvindo batidas ritmadas em minha porta me pedindo para abrir.

Eu choro, eu grito, não ouvia mais nada, nem meus próprios pensamentos conturbados...

Rastejo até a cama me contorcendo em cima da mesma.

Tenho certeza que meus gritos podiam ser ouvidos do outro lado da rua, mas eu queria mais era que escutassem, queriam que todos escutassem a dor que dormia a tanto tempo dentro de mim...

A dor... Do abandono...

🌊🍒🦋

No outro dia eu apenas me acordei e preparei meu café, meu pai não havia saído, acho que ambos ficamos o resto daquele dia em nossos quartos e das vezes que saímos por conta de nossas necessidades básicas, acabamos não nos cruzando mais.

Eu arrumei minha mochila e saí para a escola, chegando nela acabo indo direto para meu armário.

Quando o fecho me assusto, Jimin me encarava com aquele sorriso ladino, com um pirulito dentre seus dentes.

Cacete... Que susto...

— Cacete? Você quer? — Provoca.

— Te preserve vá... — Alço a minha mochila já saindo andando.

— Ei... Olha aqui!

Eu me viro para o olhar e então ele me puxa me preensando contra um dos armários, colocando uma de suas pernas desnudas pela saia, entre as minhas.

Ele me olha com aquele olhar intenso que ele tinha e então passeia com a bola do pirulito em meus lábios enquanto me observava, meus pulmões estavam desistindo de carregar o ar que eles continham.

— Andou chorando ontem a noite não é?... — Ele pergunta calmo.

— Q-quê? — O afasto. — Não! Não... Claro que não! — Eu passo a mão pelo meu rosto lambendo meus lábios, o gosto de cereja daquele pirulito realmente era bom...

— Ei... Sem mentiras... — Ele volta a colocar o pirulito na boca e então cruza os braços me fitando.

— Ok, confesso eu chorei ontem a noite, sem piadas valeu? — Me ajeito colocando as mãos nos bolsos do meu moletom, incomodado com aquela situação, era tão óbvio assim?...

— Eu não vou fazer piada com isso! Que tipo de pessoa você acha que eu sou?! — Um babaca. — Um babaca por acaso?! Ei! Esse olhar já diz tudo!

— Eu não disse nada!

— Mas eu sei que pensou! Eu não sou infantil assim! Se você chorou é porque foi algo importante! Seria muito estúpido eu te zoar por isso!

— Aposto que seus amigos fariam isso... — O encaro com desdém.

— Eu não sou eles Jeon... Não é porque fazemos parte se um círculo duvidoso de amigos que todos vão agir da mesma forma... Apesar dos nossos problemas e conturbações somos todos humanos uns diferentes dos outros! Ou vai me dizer que acredita no papinho de "Me diga com quem andas que eu te direi quem és"? — Ele aguarda ansioso minha resposta.

— Sim... Acho. — Respondo simples, dando de ombros.

— Filho da puta... — Ele apenas desiste do diálogo e sai andando, porém eu logo seguro seu pulso o fazendo olhar pra mim.

— Ei! Ei! Desculpa tá?... Eu tava brincando... — Me encolho.

— Céus... Por que agora você está parecendo um cachorrinho sem dono?

— Vá que você queira ficar sem falar comigo de novo por causa disso... — Remexo meus ombros fazendo charme.

— Você é idiota? É? Por Deus! Vê se cresce garoto!

Jimin me as costas negando com a cabeça.

Eu por outro lado estava com um sorriso estampado no rosto, pela primeira vez eu havia o tirado do sério, sem que ele quisesse me afastar de vez.

🌊🍒🦋

A aula havia se passado normalmente, nada de incomum havia ocorrido, Taehyung não havia comparecido a aula aquele dia e todos pareciam apenas estarem vivendo normalmente.

No intervalo almocei com Joo-Hyun, até porque eu não preciso estar o tempo inteiro grudado no Jimin, mesmo que eu quisesse, é claro.

Não queria o sufocar, ele poderia acabar enjoando de mim facilmente... E isso era um fato que me assustava.

Quando voltamos para a aula Jimin acaba saindo no meio do quarto período após verificar, sua expressão não era nada agradável, ele apenas sai bruscamente da sala sem aviso prévio.

Sua demora para voltar para a sala me causa uma grande ansiedade, grande ao ponto de minhas pernas ficarem incansavelmente trêmulas e eu não conseguir mais me concentrar na aula ou sequer anotar mais algo no meu caderno.

Até que resolvo ir atrás do mesmo.

🌊🍒🦋

Pov. Jimin

Eu recebo uma notificação em meu celular no meio da aula e então confiro pensando que poderia ser Taehyung, o mesmo não havia me mandado uma mensagem sequer desde o dia anterior na casa da Jennie.

Ao ver de quem pertencia a mensagem meu semblante muda, eu franzo o cenho imaginando o que seria e então apenas me levanto de minha classe e saio da sala.

certas coisas que você não pode deixar para resolver depois, quando o mal é criado, ele deve ser cortado pela raiz.

Vou até os fundos da escola vendo Youngjae fumando, quando me aproximo o mesmo joga a bituca no chão, pisando em cima da mesma e então me puxa pelas minhas roupas me jogando contra a parede.

O mesmo me beija desesperado.

A única reação que eu consigo ter é socá-lo para que se afastasse.

— Qual a porra do seu problema?! — Ele contesta.

— Não... Não vamos mais fazer isso... Eu não quero mais! — Digo arfando e logo ajeito meus cabelos já me retirando.

O mesmo insiste me pegando pelo pulso, porém eu me solto.

— Não encosta em mim! — Me solto puxando meu braço.

— Ah... Está se fazendo de difícil... Ou por acaso você não quer mais a grana? Achou mais um pra te bancar? Ele paga mais? Responde!

— Não! Eu não achei mais ninguém e também não quero mais ninguém! A partir de hoje eu não faço mais esse tipo de serviço! Passar bem. — Me viro para ir embora novamente, porém Youngjae me abraça por trás segurando meu corpo firme contra o seu. — Me... Larga! — Tento me debater para me soltar.

— Você acha que é assim tão fácil?! Inicia algo, mas depois quer sair de fininho como se nunca tivesse acontecido nada?! Achei que você fosse mais inteligente garoto... — Ele ri ao pé do meu ouvido. — Anda... Não se faça de difícil... Eu prometo pagar bem dessa vez... Prefere que seja no banheiro?

Eu mordo meu lábio e então abaixo minha cabeça e a elevo com tudo, batendo com a parte de trás de minha cabeça contra o rosto do mesmo.

Ele me solta e então o vejo sangrar, seu nariz e seus lábios.

— Seu filho da puta... Então vai ser assim? É?... Acho que nós dois sabemos quem tem mais força pra ganhar uma briga aqui! — Ele me olha com raiva.

— Acho que nós dois sabemos que se não pararmos agora, um de nós dois não vai sair inteiro disso... — Eu pego meu estilete no bolso de minha saia, desde jovem eu sempre me acostumei a andar com algo afiado no bolso, nunca se sabe quando irá precisar cortar alguns paus por aí.

🌊🍒🦋

Pov. Jungkook

Após procurar por corredores e até mesmo pelos banheiros eu então me lembro que o mesmo disse que geralmente costumava fumar nos fundos do prédio, para onde eu saio correndo imediatamente.

Ao chegar , vejo ao longe Jimin brigando com um cara que parecia ser do outro terceiro.

Ao me aproximar Jimin é jogado no chão contra a parede da escola, o mesmo havia levado uns bons socos, eu então me mordo por dentro.

"O que eu faço? Não tenho força contra aquele idiota..."

Sem conseguir pensar muito eu apenas corro em direção ao garoto me jogando em cima do mesmo, eu o soco sem sequer o olhar direito.

Jimin ao me ver se levanta rapidamente e então me puxa de cima do cara me afastando. O de cabelos vermelhos segurava um estilete vermelho apontando para o garoto que se levantava lentamente do chão.

— Não achou outro não?... — Ele ri. — Esse bosta aí parece um banana! Que porra você viu nele?! Ele certamente não pode te dar o que eu te dou!

— Vai... Embora... Ou eu corto a porra da sua língua ou melhor... Tiro o que você tanto se orgulha de ter no meio das suas pernas! Dois contra um parceiro, vaza! — Jimin mesmo estando machucado nem sequer treme, sua força de vontade me é surpreendente.

— Haha... — Ele ri indignado. — Caso se arrependa... Sabe a quem recorrer... Baby boy... — O garoto apenas sai dali andando mancando.

Jimin sai de sua postura defensiva e então me olha lentamente, seu olhar parecia apreensivo.

— Você... Sempre anda com isso?... — Pergunto sobre o estilete.

— Esse tipo de coisa é mais recorrente do que você imagina... — Guarda o estilete devolta no bolso da saia.

— Então... Por que você usa isso? Não é mais fácil de te assediarem? — Aponto para a saia. — É bonito, mas...

— Era essa a intenção... — Ele conclui sem rodeios.

— Desculpe?

— A intenção era realmente para chamar a atenção desse tipo de gente... — Ele para um pouco para pensar olhando para cima. — É mais fácil transar em qualquer canto usando uma saia... — Ele dá de ombros pegando um cigarro e o acendendo

— Você por acaso... Se mantém sozinho naquele apartamento se prostituindo?... Para os alunos daqui?

— Não exatamente... Mas faço eles acharem que sim... — Ele traga e então me olha.

— Eu... Não estou entendendo... O que você... Por quê?... — Ele é tão confuso...

Ele expira o fumaça e então suspira fundo colocando uma das mãos na cintura.

— Ter sido abandonado pelos pais me criou traumas que... Eu não quero que ninguém passe por algo parecido com que eu passei... Então... Eu uso o dinheiro que ganho com esses adolescentezinhos cheios de testosterona do caralho para doar para crianças carentes... Porém... Alguns são só por diversão passageira mesmo... Quando... Estou entediado... Mas não irei mais fazer isso... — Ele traga mais uma vez, jogando o cigarro no chão e pisando em cima ficando de frente pra mim. — Eu prometi que só iria manter esse tipo de relação com você...

Seus olhos pareciam carregar uma grande sinceridade, eu podia sentir o sentimento em querer fazer isso dar certo, porém ainda assim...

Suas atitudes passadas não apagariam o que ele havia se tornado hoje e ninguém vai esquecer o que ele fez.

Esses pensamentos me deixam levemente mal, talvez ele no fundo estivesse disposto a mudar, ele nunca fez isso por alguém certo? Não que eu seja especial ou algo do tipo... Apenas... Ele quer fazer isso pelo que temos ou seja o que seja que temos...

Me pergunto até onde posso confiar nessa sinceridade dele... Até onde ele é capaz de se manter com uma mesma ideia...

Quando eu paro para pensar no que sinto, justamente quando envolve seu nome eu me sinto em um verdadeiro labirinto sem nem ao menos saber se estou perto da saída ou não.

Ele me deixa completamente sem rumo, é uma mistura assustadora de medo que a adrenalina imposta nas minha veias traz, apenas por estar consigo seja onde estejamos...

Minha mente diz: Corra e meu corpo diz: O detenha.

Nunca foi tão difícil de os manter em ordem... Porque ao mesmo tempo em que minhas pernas tremem para saírem do lugar elas se movem como a luz em sua direção, sempre em sua direção como um farol em meu nebuloso mar...

— Temos que voltar para a sala... Acho que o professor... Vai passar algum tipo de trabalho em aula... — Desvio o assunto.

— Eu vou apenas no banheiro me ajeitar e já vou... — Da de ombros.

— Você vai ficar bem? — Minha preocupação era clara.

Ele um sorriso triste, porém grande.

— Eu sempre fico bem Jeon...

Ele desembala um pirulito e então o coloca na boca e sai andando.

Eu apenas o observo ir até que suma de minha vista, momento no qual eu volto para a sala de aula.

Jimin demora uns 5 minutos para voltar depois que eu chego na sala, assim como a mim, Jimin é repreendido, porém nada demais ocorre.

Como vocês dois foram os últimos a voltar, farão juntos o trabalho. — O professor vai até a nossa classe e nos entrega o trabalho, junto com uma apostila auxiliar para completar o trabalho de acordo como ele queria. — Juntem as classes e podem começar.

Jimin acena com a cabeça para eu me sentar ao lado do mesmo.

Eu no fim puxo a classe de Taehyung para o lado de Jimin e começamos a fazer o trabalho, não tocamos mais no assunto de mais cedo.

🌊🍒🦋

O sinal soa indicando o fim das aulas naquele dia, havia ainda umas duas duplas além de mim e de Jimin que não havíamos entregado o trabalho.

— Professor... Podemos terminar em casa e te entregar amanhã? — Pergunto, morrendo internamente pela atenção estar virada para mim.

— Não acha isso injusto com os outros que terminaram mais cedo? Vocês ainda chegaram depois de todo mundo! — Ele se aproxima da nossa classe indignado.

— Ainda assim, nem todo mundo terminou, sei que podemos fazer algo muito melhor se levarmos para casa, teremos mais temos para pesquisar e refletir sobre o assunto. — Jimin fala pacientemente.

— Está querendo mandar na minha aula agora Park? Acha que eu não dei um trabalho sabendo que vocês poderiam completá-lo no mesmo dia?!

— Se "no mesmo dia" esteja se referindo ao hoje depois das aulas, eu concordo com o senhor, entretanto a aula já acabou e o senhor precisa resolver esta situação, ou nos deixa entregar no dia seguinte, ou três duplas serão prejudicadas com seus trabalhos incompletos. Nossas notas importam muito já que somos uma das piores escolas da cidade se não do país!

O professor parece ser colocado em uma saia justa.

— Vocês... Vocês poderão levar o trabalho para casa... — Os alunos comemoram, porém cedo demais. — Entretanto terão que o apresentar em frente a turma toda sobre o assunto que lhes foi designado! E isso tudo pra amanhã! Não quero ninguém lendo planilha não!

Os alunos pareciam inconformados, porém não reclamaram.

— Ótimo, estão dispensados... — Todos se levantam no mesmo instante, inclusive eu e Jimin.

Eu o sigo até o seu armário onde ele guarda alguns livros e cadernos.

— Então... Sua casa ou minha?...

— Você ainda pergunta? — Ele fecha o armário segurando um outro pirulito que ele havia aberto no meio da aula, me olhando sorrindo. — Eu quero saber mais em qual o tipo de mar estou me aprofundando! Você já sabe coisas demais sobre mim e bem... Não sei nada sobre você... E você já sabe que não gosto de levar ninguém na minha casa então... Dois coelhos com uma cajadada só!

— Ah... — Arfo descontente. — Tá... Que horas fica melhor pra você? As 14h?... — Ele se vira bruscamente para mim.

— 14h? Tá louco? Quem estuda cedo da tarde? — Dou de ombros como se ele perguntasse o óbvio.

— Que horas então? 16h?

— Sua vida deve ser mais tediosa do que pensei... Me pergunto o que te tornou um homem das cavernas, você nem deve ver a luz do dia sem ser na vinda pra escola não é?

— Está sendo grosseiro... — Faço bico. 

— Ah- Olha! Vamos fazer o seguinte... Nos encontramos na frente da escola as 14h... Porém vamos nos divertir antes de estudar, não consigo focar sem antes esvaziar minha mente, bele?

— Vamos no fliperama de novo?

— Oh... Por céus... Que graça tem repetir os mesmos passeios com frequência? Não! Vamos fazer algo mais divertido que luzes piscantes através de telas pixeladas! Apenas me encontre aqui nesse horário! Confia em mim!

— Eu não tenho muita escolha mesmo... Não? — O olho sorrindo ladino.

— Pode apostar que não! — Ele ri então me abana indo embora.

Eu dou um fraco sorriso e então apenas lembro do meu pai, ir para casa agora havia se tornado um grande desafio...

🌊🍒🦋

Ao chegar em casa eu percebo que a mesma estava vazia, meu pai pelo jeito havia saído primeiro do que eu, concluo entre duas opções:

1 - Ou ele estaria se encontrando com aquela mulher;

2 - Ou ele criou vergonha na cara e foi arrumar algum serviço com alguém por .

Eu prefiro acreditar na segunda opção, porém vindo dele nada me surpreende até mesmo se ele tivesse ido passar o dia bebendo.

Eu como um almoço rápido e cuido da casa, nos minutos vagos antes de eu me encontrar com Jimin eu coloco um pouco das matérias que Joo-Hyun me enviava, em dia.

Ao ver o celular eu dou um pulo da cama vendo 13:30 no relógio, eu me arrumo rapidamente colocando uma roupa básica e uma touca vermelha e então saio, fechando a casa.

🌊🍒🦋

Jimin me esperava em frente ao portão fechado da escola, o mesmo vestia um macacão azul, e uma camiseta branca de meia manga, ele usava um boné preto virado para trás e estava ele com aqueles mesmos brincos de sorvete de baunilha e uma borboleta azul.

Ele me avista de longe e então eu apenas me aproximo do mesmo com as mãos nos bolsos da minha bermuda.

— Ok... E então?... O que vamos fazer? Passar a tarde na biblioteca? Procurar inspiração para o trabalho?

— Até que seria interessante a segunda opção... Mas ainda sim, não deixa de ser c-h-a-t-o! Vem, eu vou te mostrar um lugar legal! — Ele me estende a mão e eu o olhos desconfiado, seu sorrisinho não me trazia um bom sentimento.

— Isso não me cheira a coisa boa...

— Não estou sentindo cheiro algum! — Se faz de sonso.

— Haha engraçadinho...

— Deixa de ser besta e vem logo!

Jimin acaba me arrastando para onde ele queria e então o mesmo acaba me levando para uma ponte de uns 7 metros de altura de um rio onde havia alguns casos de suicídio.

— Ok... E o que caralhos a gente veio fazer aqui?

— Não está meio óbvio? — Jimin começa desabotoar seu macacão em seus ombros e tira o boné, os tênis e as meias.

— Jimin- O que você- Enlouqueceu?! Veste isso! Alguém pode te ver! — Seguro o macacão do mesmo já largado no chão.

— Você é muito careta Jungkook... — Ele por fim tira a camiseta ficando apenas de cueca.

Eu desvio olhar fingindo que nem o conhecia, por sorte aquele ponto não era movimentado, se passa um ou dois carros era muito.

Eu volto a olhar quando o mesmo está subindo para se jogar embaixo.

— Mas que caralhos?! — Eu o seguro pelo braço, porém isso faz um dos pés do mesmo resbalar e ele se sentar no ferro da ponte.

Seus olhos se encontram com os meus, ele estava extremamente calmo, com que frequência ele fazia esse tipo de coisa? Ele pode morrer!

— Se você quer se matar espera eu ao menos ir embora! Não quero presenciar isso!

— Com quantos metros você acha que uma pessoa morre ao cair na água?

— Não sei?! 10? 8?

— 24 metros, com 8 metros ela pode ter algumas lesões se não souber se jogar direito o que no caso dos suicidas é proposital... Essa ponte aqui tem 7 metros, então relaxa, você não vai morrer... Pensa nisso como saltar de um trampolim, porém sem o impulso do mesmo. — Ele volta a se ajeitar para pular.

— Eu não... Não...

Eu fico extremamente nervoso, ele não parecia estar nenhum pouco afim de mudar de ideia.

— Olha eu... — Antes que eu terminasse de falar eu vejo Jimin se jogando, eu vejo seus fios vermelhos sumindo da minha visão em câmera lenta.

De repente meu peito fica descompassado e me tremo por inteiro, tropeçando em meus próprios pés, me agarrando na grade de ferro.

Eu olho para baixo, vendo o vestígio de onde Jimin havia caído, eu deslizo até o chão, meu cérebro estava em completo estado de alerta, eu não sabia o que fazer.

Eu me levanto me afastando da grade e então ando de um lado para o outro e volto a olhar onde o mesmo havia caído, não havia um sinal de cabelos vermelhos na minha vista.

Em um simples piscar de olhos minha mente desliga, eu tiro minha camiseta, meus tênis e minha bermuda, deixando minha touca junto com as outras coisas espalhadas pelo chão.

Eu respiro fundo e então seguro firme o cordão da grade subindo na mesma, antes que eu consiga sequer pensar em respirar novamente eu me jogo.

Eu caio

Mergulho

E então afundo...

A pressão da água estrala em meus ouvidos.

Tanto quanto a pressão em meus pulmões pelo pouco de ar que eu havia obtido ao me jogar.

Eu abro os olhos e tudo parece turvo até eu ver o vermelho, aqueles fios vermelhos e logo o rosto de Jimin nadando em minha direção, lentamente.

Ele me olha e então sobe para pegar ar, eu apenas o acompanho logo em seguida.

Submergindo da água me sentia como se tivesse renascido outra vez, a adrenalina é liberada de meus pulmões, dando lugar a um novo ar entre eles.

Eu ouço a risada de Jimin e então o fito seriamente.

— SEU PSICOPATA! TAVA QUERENDO ME MATAR?! E SE EU NÃO SOUBESSE NADAR?!

— Bom... Se você não soubesse nadar não teria se jogado atrás de mim... Aí quem seria o psicopata seria você! — Ele continua rindo.

— Isso tem graça para você?! Poderíamos ter morrido! Seu imbecil! — Jogo água no mesmo. — Nada que sai dessa sua cabeça é uma boa ideia! Francamente! — Nado em direção a superfície de terra, porém o mesmo segura meu braço.

— Ei... — O olho ainda com raiva. — Você... Não se sente mais vivo depois disso?... — Seu olhar era vazio, porém suas palavras enxarcam meu coração.

Sim, eu me sentia mais vivo... Na verdade eu nunca senti essa intensidade de querer viver até eu me jogar daquela ponte... Isso era o efeito da adrenalina no meu corpo, percorrendo até meu cérebro?

— ... Sim... Mas... Ainda assim... Poderíamos ao menos ter nos machucado... 7 metros, ainda são 7 metros e a vida, ainda continua sendo uma só até que provem o contrário...

— Se fosse para um de nós dois morrer... Teríamos morrido e nada impediria isso... Tem tantas pessoas morrendo de jeitos mais besta por aí e olhe nós, estamos aqui, brincando de sobreviver a altura, pressão e a água. Acredita em destino?

— ... Não.

Pensar em destino me faz pensar que eu estava destinado a perder minha mãe, era do destino que meus pais se separassem e eu levasse essa vida de merda, como se eu não tivesse chance de mudar isso, eu não posso simplesmente aceitar isso...

Talvez ele realmente exista e seja algo imutável ao ponto de vista humano, entretanto, me nego a aceitar deixar minha vida a uma crença tão vaga quanto tal.

— Então nos encontramos e nos conhecemos por um "acaso"?

— Bom, tendo em vista que o que nós temos é um "acaso", isso é o de menos... — A expressão dele muda ao ouvir minhas palavras, ainda assim ele se aproxima de mim.

Lentamente como uma cobra ele se envolve em mim e me beija, sinto seu corpo se chocar levemente contra o meu e eu retribuo castamente ao seu beijo.

Ele se afasta me olhando no fundo dos meus olhos.

— Bom, eu adoro esse acaso... Para mim... Poderíamos passar a eternidade nesse momento... Sem problemas... Sem responsabilidades ou exigências... Sem arrependimentos...

— ... Você é tão confuso Cherry...

— Môre...

Eu o puxo para um beijo, diferente do primeiro, havia uma intensidade no mesmo, eu o mordisco enquanto ele chupa meu lábio superior, passando a língua pelo mesmo, me arrepiando por inteiro.

O envolvimento das nossas línguas era algo que me deixava louco, podia passar a tarde toda ali, o beijando, brincando com minha língua na sua boca, enquanto ele incansavelmente tenta ocupar todo o território para si, se certificando de não deixar de explorar um canto se quer.

🌊🍒🦋

Passamos a tarde nos beijando e brincando na água.

Era irônico o como aquele ambiente mórbido, havia se tornado nosso palco para nos divertir e trocar afetos um com o outro.

Era como se estivéssemos dançando na cara da morte, zombando dela, nos mostrando superiores, enquanto tantas pessoas ali perderam suas vidas, nós estávamos no auge de nossa juventude e nos vangloriavamos por isso.

— Deveríamos fazer isso mais vezes! — Jimin diz todo molhado caçando suas roupas pelo chão da ponte.

— Acho que isso tenha sido bom pra você esvaziar sua mente... Pois ainda temos assuntos pendentes... — O olho com repreensão, no fundo estava surpreso por não termos sido roubados, eu até mesmo deixei meu celular na bermuda e ele ainda está lá.

— "Assuntos pendentes"? — Ele anda até mim pegando minha mão e levando até seu pau.

Eu fico em completo choque, meu cérebro desliga e eu travo novamente com a audácia desse filho da puta em plena luz do dia.

— Sim, você deixou ele em pendente, mas como estávamos submersos infelizmente você não viu! Peninha não? — Ele se afasta voltando a arrumar seu macacão, enquanto eu apenas tinha ido pra Marte e demorei a voltar pra Terra. — Bom... Receio que agora posso finalmente conhecer sua casa não?

— Ah... Tá!... Ok...

Apenas concordo e fomos dali para minha casa.

🌊🍒🦋

Eu abro a casa e então percebo que ainda estávamos sozinhos e o quão isso poderia ser perigoso com o Jimin por perto.

— Bem... Não é grande coisa, mas... É... Fique avontade, mas não avontade demais! — Digo deixando a chave no chaveiro e então tiro meus sapatos ao entrar em casa.

— É uma casa simples, porém parece bem confortável... — Ele diz simplesmente também tirando os sapatos.

— Bom... Por onde começamos?

— Por onde começamos o que? — Ele realmente parecia confuso.

— Trabalho... O trabalho Jimin...

— Ah... Isso... Ainda tá cedo demais! E eu tô morrendo de fome! São o que? 16:30?

— Você... São 17:15, mas tudo bem! Olha, vai tomar um banho enquanto eu vejo algo pra gente comer.

— Banho? Por que banho?

— Porque a gente se atirou de uma ponte em que nem sequer sabíamos se a água tava contaminada ou não. Ainda temos chance de pegar uma infecção sabia?! Vai logo tomar banho, depois eu vou!

— Hum... E por que não tomamos banho juntos?! Eu te ajudo a te lavar direitinho se for o caso! — Ele toca meus ombros pelas minhas costas e eu o olho suspeito.

— Não, agradeço sua boa vontade, vem, vou te mostrar a casa.

— Chato! Sem graça!

Eu o levo pro segundo andar onde ficava meu quarto, o do meu pai e o banheiro.

Vou deixar umas roupas em frente a porta não se preocupe!

— E os seus pais? Estão trabalhando?

— ... Meu pai saiu, eu... Moro somente com ele... — Me sinto incomodado com a pergunta repentina do mesmo.

— E sua mãe?... Divorciados?

— É... Vai pro seu banho... — Saio dali descendo pra cozinha já começando a preparar um simples lanche da tarde.

🌊🍒🦋

Não demora muito para que Jimin saísse do banho e vestisse as roupas que eu havia separado.

Ele vestia um blusão de lã vermelha, uma bermuda bege de tecido e um simples chinelo slide preto com linhas brancas. Seus cabelos estavam molhados e ainda assim ele usava aqueles brincos.

Me pergunto se ele ao menos os tirava para tomar banho.

— Que foi? — Ele me pergunta um tanto curioso.

— Esta... — Bonito... — Confortável?...

— Seria melhor estar usando uma saia, mas essa bermuda tem um tecido bem gostosinho então tá bem... — Ele dá de ombros.

— Tem algo para comer lá embaixo... Vou pro meu banho agora... — Passo pelo mesmo indo para o banheiro, eu o vejo caminhar para descer as escadas.

Eu vejo minha toalha e meus pertences de higiene pessoais, os quais Jimin não havia feito uso, acabaria colocando uma roupa no quarto depois.

Quando eu olho para o cesto de roupa eu vejo uma das minhas boxes em cima da tampa da mesma, eu a seguro e então a observo.

Eu nunca cheguei a usar porque não servia em mim...

De repente uma lâmpada acende em minha mente.

Se essa cueca está aqui... Significa que...

Jimin não está usando nada por de baixo daquela bermuda?!!!

Aquele pervertido!--

🌊🍒🦋

Pov. Jimin

— Hum... Não tem nada de interessante para fazer aqui... Nem sequer um videogame... — Ando pela sala girando meu corpo e me jogando no sofá, me esparramado pelo mesmo, era até que confortável. — T-é-d-i-o!

O que eu poderia fazer enquanto esperava por Jungkook? Não quero comer sozinho...

Olho para os lados e então olho para a escada e solto um sorriso bobo.

— Ele não se importaria se eu bisbilhotasse só um pouquinho não? — Não tem nada de mau nisso não é mesmo?

Me levanto do sofá e subo até o segundo andar, ouvindo o barulho do chuveiro, eu silenciosamente entro dentro do quarto do Jeon e fecho a porta.

Olho em volta, não dava para negar que era um quarto de adolescente.

— Quanta bagunça...

Eu me sento na cama do mesmo e olho em volta, do lado direito da cama tinha um pequeno raque com uma TV de tubo centralizada na mesma.

Ao lado da porta tinha um grande guarda-roupa marrom, e do lado direito da cama tinha várias e várias tralhas.

Pelo que percebo Jungkook é bastante materialista por guardar tanta coisa sem sentido.

Eu vou então começo a fuçar suas coisas a procura de algo para que pudesse zoar o mesmo, apenas para ter o prazer de ver aquela carinha fofa zangada.

Começo pelas cômodas ao lado da cabeceira de sua cama, não havia nada demais a não ser alguns livros, meias e cuecas, devo admitir, Jungkook tinha bom gosto para cuecas...

Me senti levemente surpreendido por não ver camisinhas entre suas coisas, ele de fato realmente era bem resguardado, embora que quando está em minha presença se mostra bem diferente...

Eu então desisto de procurar algo suspeito em suas cômodas e parto para o raque da TV.

E me surpreendo ao ver...

Mais livros...

Aquele maldito é um puta de um grande Nerd e ainda se nega a admitir isso! Pra que tudo isso de conhecimento?

O pior de tudo é que eu ainda consigo ver cadernos que provavelmente ele usava no ensino fundamental!!

Eu certamente queimei todos os meus cadernos do ensino fundamental e dos anos anteriores ao terceiro do segundo grau...

Eu então apenas decido devagar em seus cadernos mesmo e vejo a evolução e decadência de sua caligrafia.

Certamente ele passou por maus bucados durante a infância e pré-adolescência desse, essas garranchos carregavam uma grande ansiedade...

Comparo sua letra com a de agora, era mais circular, parecia despreocupado e mais centrado, diferentemente de quando era mais novo.

Eu então apenas decido guardar seus cadernos e pego uma pasta que estava na divisória de cima.

Eram desenhos, vários tipos e estilos de desenhos, o traço dele também havia evoluído bastante.

A maioria dos desenhos eram de paisagens ou coisas abstratas, acho que no fim nem ele mesmo se entende, porém entre esses desenhos, eu encontro uma figura humana, feminina aliás.

Era muito bonita, porém diferente de todas garotas que eu sequer conheci ou tive um mínimo contato.

Quem será essa?... — Vejo a data do desenho e percebo que não fazia tanto tempo assim, foi a dois anos atrás. — Ela seria... O "primeiro amor" dele?...

Pensar nisso dói meu peito e então apenas ignoro o desenho, organizando tudo e voltando a guardar no devido lugar.

Quando termino de guardar, um grande vento entra pela janela e faz uma foto que estava no vão debaixo da TV e uma gaveta cair no chão.

Eu vejo a foto e então a pego.

Estava dobrada...

Parecia ser uma foto antiga...

Eu reconheço Jungkook... Quando era mais novo... Devia ter uns 5 ou 6 anos de idade... Era tão fofo...

Sorrio com esse pensamento.

Eu então desdobro um dos lados da fotografia revelando um homem, cujo eu deduzo que seja o pai do Jeon.

Devo admitir Jungkook se parece bastante com ele...

E então desdobro o outro lado da fotografia e eu fico pasmo ao ver a mulher, na qual certamente deveria ser a mãe de Jungkook.

Eu paraliso observando a foto que nem percebo quando a porta fora aberta.

🌊🍒🦋

Pov. Jungkook

Eu volto para o quarto secando meus cabelos, não havia visto roupas, havia me esquecido delas.

Quando abro a porta me dou de cara com Jimin, eu o admirava por segundos até eu perceber o que ele segurava em suas mãos.

— Que merda você acha que está fazendo?! — Eu arranco quase que imediatamente a foto das mãos dele.

Ele se vira para mim completamente surpreso, seus lábios tremem tentando achar alguma desculpa esfarrapada, logo percebo que seus olhos caem sobre meu torço e caem ainda mais para baixo, para minha cintura.

Eu sigo seu olhar percebendo que a toalha que estava em minha cintura, repentinamente não estava mais e sim, dois passos atrás de mim.

Eu a cato na velocidade da luz e então fico de costas para o mesmo, ele certamente fazia o mesmo.

— Por que... Entrou aqui?...

— ... Eu... Só...

— Só?... — O precipito.

— Eu só estava curioso para saber mais sobre você! Então achei que se eu achasse algo constrangedor você me falaria algo sobre você! Porém você é tão chato e pacato que a única coisa que encontrei foram livros e mais livros! — Ele bate pé indignado, certamente se virando na minha direção.

— Se o que você encontrou foram só livros por que estava com essa foto em mãos?

— A janela soprou a foto pro chão! Eu só fui a juntar! Porém acabei vendo! O que tem de mais? São seus pais!

— Você não sabe!... — Abaixo meu tom. — Você não sabe de nada...

— Você muito menos... — Ele sai do meu quarto batendo a porta.

Eu mordo meu lábio e então revejo a foto e me pergunto.

Por que eu ainda estou com ela?...

🌊🍒🦋

Após me vestir eu desço e vejo Jimin sentado em uma das cadeiras da cozinha de braços cruzados olhando para a parede.

— Você parece uma criança emburrada... — Digo antes de me sentar na sua frente.

— Você surtou por nada... Como queria que eu reagisse?... — Ele estava chateado?...

— Desculpe... É que... A morte da minha mãe... É um tópico ainda muito sensível para mim... — Cruzo meus dedos com meus cotovelos apoiados em cima da mesa, arranhando minhas cutículas com as unhas.

Mesmo não vendo podia ver a expressão surpresa no rosto de Jimin.

— Ela... Ela morreu?! — Ele estava completamente chocado.

Eu o olho confuso, porque tamanha surpresa?

— Você a conhecia?...

— Não!... Não exatamente... — Inclino minha cabeça querendo saber mais e ele certamente percebe. — Ela... Me ajudou uma vez... Quando... Eu era criança... Apenas isso! Ela... Era uma mulher muito gentil... Você... Se parece com ela...

"Me pareço com ela."

A última vez que ouvi isso foi quando eu tive um surto de raiva por causa do meu pai estar bêbado, certamente não foi uma boa comparação que eles se separaram por causa das brigas frequentes e pelas atitudes violentas que minha mãe tinha para com ele...

Ainda assim... Ouvir isso fez meus olhos se encherem de lágrimas.

E quando menos percebi, por mais uma vez eu estava chorando... Até quando eu ia permanecer assim?...

Não é justo... Não foi justo... Minha vida não é nada justa... Ainda assim eu sigo tentando dia após dia... Então por que nada muda? Só desaba e afunda cada vez mais...

Eu caio cadeira em que eu estava indo parar direto no chão gelado, sem forças para me levantar eu de repente não consigo mais respirar.

Eu me sinto como se estivesse caindo direto para o inferno, certamente eu podia acreditar que iria morrer ali mesmo.

Eu me contorço tentando buscar o ar enquanto agarro minha camiseta acima do meu peito, estava muito apertado, muito pesado, eu tento me agarrar na toalha de mesa afim de tentar me levantar, mas a mesma apenas se junta mim no chão, derrubando alguns copos de vidro.

Minha visão se torna distorcida, além de tremida, meus sentidos estão todos em alerta e mesmo que eu ouça a voz de Jimin, não consigo nem sequer o olhar, apenas sentir as lágrimas escorrendo pelas laterais dos meus olhos como se fossem um corrego de um rio afluente.

Eu sinto ele me puxar para si, me abraçando ajoelhado ao meu lado, eu o agarro com todas minhas forças, eu poderia o estar machucando agora, espero que ele me perdoe, mas não consigo não o segurar desta maneira.

Ele acaricia meus fios azuis enquanto faz carinho no braço em que eu o lacerava com minhas unhas sobre o blusão vermelho que o mesmo usava.

Eu posso sentir o pavor em sua respiração, talvez ele nunca tivesse que lidar com esse tipo de coisa e isso me fazia sentir pior por estar desabando em sua frente dessa forma...

Entretanto...

De uma forma calma como uma brisa do fim da tarde... Jimin começa a cantar enquanto me abraçava e me acariciava...

Era uma música que eu não conhecia, ¹[Alone - Jimin] mas sua voz calma foi adentrando meu sistema nervoso e aos poucos tomando conta do meu corpo me fazendo vagarosamente voltar a respirar.

Era como se ele fosse o pontinho de luz que tocasse minha bochecha e me fizesse enxergar em meio a escuridão e aos poucos esse pontinho de luz ia se expandindo e tomando forma até que me iluminasse e me aquecesse por completo, voltando a estabilizar o que estava desmoronando.

Era assim que eu me sentia em seus braços...

Era assim que eu me sentia, quando estava com ele...

E o mais contraditório disso tudo... Era que ele estava brilhando aqui dentro... Enquanto o sol se puserá no horizonte fora...

End.

Obrigado por ler
e até o próximo capítulo!

Desculpe por todo e qualquer erro de escrita!
Espero que tenham gostado e continuem acompanhando minhas outras estórias!
Obrigado pelo apoio!

🦋 I Never Stop!🌹 

Música que Jimin cantou para Jungkook:

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