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𝟲𝟭

Chegou o dia...

O dia em que ele precisa ir embora, em que deixará de estar a poucos metros de mim, como meu vizinho, para estar a centenas de quilômetros. O silêncio reina entre nós, mas não é desconfortável, e sim doloroso, porque nós dois sabemos no que estamos pensando: na realidade inevitável. O céu está lindo, as estrelas brilhando em seu esplendor máximo, talvez em uma tentativa de iluminar essa tristeza arrebatadora.

Há certa dor no inevitável que não dá para colocar em palavras. É muito mais fácil se afastar de alguém quando essa pessoa partiu seu coração, te fez mal, mas se afastar parece impossível quando não há nada de errado entre vocês, quando o amor ainda está ali, vivo, palpitando, cheio de vida, exalando futuro e felicidade.

Meus olhos se focam nele, meu Sun.

Aqui está ele, o cabelo despenteado e os olhos vermelhos pela longa noite, e ainda assim está lindo.

Meu peito fica apertado, minha respiração mais curta.

Isso dói...

⎯ Sun...

Ele não olha para mim.

⎯ Suna, você precisa...

Ele balança a cabeça.

⎯ Não.

Ai, meu garoto.

Luto contra as lágrimas que enchem meus olhos, meus lábios tremem. Meu amor por ele me consome, me asfixia, me faz viver e me faz morrer. Seu voo vai decolar em meia hora, ele precisa entrar na área de embarque, aonde eu não posso ir. Estamos na área de espera do aeroporto, de onde podemos ver o céu através dos vidros transparentes.

Sua mão roça a minha suavemente antes de segurá-la com força. Suna ainda não me encara, os olhos amarelados focados no céu. Eu, ao contrário, não consigo parar de olhar para ele, quero me lembrar de cada detalhe quando já não estivermos perto um do outro; quero me lembrar da sensação de estar ao seu lado, de sentir seu calor, seu cheiro, seu amor. Posso parecer um pouco grudenta, mas o amor da minha vida está prestes a entrar em um avião e ficar longe de mim por sei lá quanto tempo, então tenho o direito de ser cafona.

⎯ Suna? -a voz de atsumu soa atrás de nós com aquele mesmo senso de urgência e tristeza da minha quando lembrei que era hora de ir.

Suna tira os olhos do céu e abaixa a cabeça.

Quando ele se vira para mim, forço um sorriso em meio às lágrimas que se formam, mas não consigo esboçar um sorriso triste sequer. Ele umedece os lábios, mas não diz nada, os olhos vermelhos, e sei que não consegue falar, sei que no momento em que abrir a boca ele começará a chorar, e quer parecer forte por mim, eu o conheço tão bem.

Ele aperta minha mão com força, e lágrimas escapam de meus olhos.

⎯ Eu sei.

Ele enxuga minhas lágrimas, segurando meu rosto como se eu fosse desaparecer a qualquer momento.

⎯ Não chora.

Dou um riso falso.

⎯ Peça algo um pouco mais fácil.

Ele me dá um beijo breve, mas tão cheio de sentimentos que choro em silêncio, o gosto salgado das minhas lágrimas se misturando ao nosso beijo.

⎯ Não desiste de mim. Pode me perseguir, mas não me esquece, por favor.

Sorrio, colada nos lábios dele.

⎯ Como se eu pudesse esquecer você.

⎯ Promete que não é o fim, que vamos tentar até não conseguir mais, até que todos os recursos e meios tenham se esgotado, até que possamos dizer que tentamos de tudo e ainda assim tentar um pouco mais.

Coloco meus braços ao redor de seu pescoço e o abraço.

⎯ Prometo.

Ele beija a lateral da minha cabeça.

⎯ Te amo tanto. -sua voz falha ligeiramente, e isso parte meu coração.

⎯ Eu também te amo, meu amor.

Quando nos afastamos, ele enxuga as lágrimas e respira fundo.

⎯ Tenho que ir.

Apenas assinto, as lágrimas escorrendo por minhas bochechas e caindo pelo queixo.

⎯ Você vai ser um ótimo médico.

⎯ E você, uma psicóloga maravilhosa.

Meu Deus, como isso dói.

Posso sentir meu rosto se contrair de dor enquanto contenho os soluços. Suna se despede de Atsumu, de Osamu e de seus pais. Ando com ele até o portão que deve atravessar para passar pela segurança e chegar ao portão de embarque. Sua família fica para trás enquanto eu continuo no portão com ele, e enxugo as lágrimas.

⎯ Avisa quando chegar, está bem?

Ele assente e solta a mão para se dirigir à última porta. Para na metade do caminho e dá meia-volta. Aproxima-se de mim a passos rápidos e me abraça.

⎯ Te amo, te amo, te amo, você é o amor da minha vida, [Nome], eu te amo.

Os soluços escapam de mim, então o abraço passando as mãos em torno de sua cintura.

⎯ Eu também te... -minha voz falha. ⎯ Te amo.

⎯ Por favor, vamos lutar pela gente, sei que não vai ser fácil, sei que vão ter momentos difíceis, mas... por favor, não deixe de me amar.

⎯ Não... Você não vai conseguir... se livrar de mim tão fácil. -digo com a voz embargada, então nos afastamos outra vez e vejo como seu rosto está vermelho, as lágrimas escorrendo. ⎯ Prometo que sempre vou ser obcecada por você.

Apesar da brincadeira, as lágrimas insistem no meu rosto.

Ele passa o polegar pela minha feição.

⎯ E eu por você.

Lanço um olhar confuso.

⎯ Eu também te perseguia.

⎯ O quê?

⎯ A gente nunca ficou sem internet. Pedi para o Atsumu fingir. Era minha desculpa para falar com você. Você sempre teve minha atenção.

Não sei o que dizer, que idiota infantil. Por que você escolheu logo esse momento para me contar isso? Suna tira do bolso as pulseiras que reconheço tão bem, e fico sem fôlego, porque as fiz há muito tempo para uma feira da escola, mas não consegui vender nenhuma até que um menino comprou todas. Suna tinha mandado aquele cara? Tinha feito isso por mim mesmo quando nunca havíamos nos falado?

Suna coloca um par de pulseiras na ponta da minha mão e a fecha.

⎯ Você sempre teve minha atenção. -repete, sentimental, e isso me faz chorar ainda mais.

⎯ Sun...

⎯ Tenho que ir. -ele beija minha testa. ⎯ Aviso quando aterrissar. Te amo. -ele me dá um beijinho e desaparece pelo portão antes que eu possa me arrepender de tê-lo deixado ir e implorar para que fique.

Com a mão nas vidraças do aeroporto, vejo seu avião decolar, desaparecer no céu, e sinto que o ar sumiu do meu corpo, que um buraco se abriu nele e nunca vai se fechar; pode até sarar, pode até se curar, mas a cicatriz sempre estará ali.

Uma parte de mim o imagina voltando como nos filmes, dizendo que me ama e que nunca vai me deixar, mas isso não acontece. A vida real costuma ser mais cruel do que as comédias românticas. Fecho as mãos em punho na janela.

Até logo...

Os pais de Suna, junto com Osamu, já foram embora. Atsumu continua ao meu lado, chorando alto enquanto eu choro em silêncio. O caminho de volta para casa se torna a hora mais triste da minha vida. Atsumu e eu dividimos um táxi, mas não dizemos nada, cada um absorto na própria tristeza. Árvores, casas, pessoas e carros passam pela janela, mas não vejo nada, é como se eu não estivesse aqui.

Nem me despeço de Atsumu quando saio do carro e entro em casa como um zumbi. Meu quarto me recebe em silêncio, meus olhos fitam a janela e a dor aperta meu peito com força, a mente pregando peças em mim, imaginando que Suna pode surgir pela janela com um sorriso no rosto, os lindos olhos dourados se iluminando ao me ver.

Olho para minha cama e me lembro da noite em que fiz chocolate quente e ele me contou sobre seu avô. Suna amadureceu tanto, foi de um idiota que não dava valor a nada a um garoto que dá valor a tudo, que expressa melhor seus sentimentos, que entende que não há problema em ter fraquezas, que tudo bem chorar. Não quero atribuir essa mudança a mim, ninguém muda de verdade se não quiser, só dei aquele empurrãozinho que ele precisava para começar.

Eu me sento na cama sem focar um ponto em específico, o olhar perdido. Sophia abre a porta de uma vez, e seus olhos encontram os meus. Isso é tudo de que preciso para perder o controle.

⎯ Soph, ele foi embora.

Ela me lança um olhar triste, aproximando-se.

⎯ Ele foi de verdade. -começo a chorar descontroladamente, deixando tudo vir à tona, e sinto como se uma parte de mim tivesse ido com ele, e talvez tenha ido mesmo.

Sophia entra correndo, joga a bolsa no chão e me abraça.

⎯ Ele foi embora... -continuo repetindo várias e várias vezes.

Nos braços de minha melhor amiga, choro a noite toda até adormecer e só acordo por um momento para ler a mensagem de Suna, avisando que chegou, mas depois de falar com ele apenas choro até dormir outra vez.


TRÊS MESES DEPOIS

⎯ E então eu disse que ele era um idiota. -digo para a tela do celular, falando de oikawa. ⎯ Que ideia foi essa de colocar um ovo no micro-ondas?

Suna dá uma risada, o rosto emoldurado pela tela do meu celular. Estamos conversando enquanto cozinho na residência estudantil.

⎯ E isso nem foi o pior... -continuo. ⎯ Ele inventou de lavar uma camisa rosa com as roupas brancas. Adivinha quem só usa roupas rosa agora?

Pensei que eu cometeria esse tipo de erro quando começasse a morar sozinho.

Estreito os olhos.

⎯ Você queimou todas as panelas do apartamento.

Eu estava aprendendo.

⎯ Nem sabe fazer café.

Você nem experimentou.

⎯ Graças a Deus. -digo entre os dentes.

Suna me fuzila com o olhar.

Fiz macarrão, ficou meio pegajoso, mas deu para comer.

⎯ Olha quem está aqui. -mostro o urso de pelúcia que ele me deu quando nos vimos no feriado de ação de graças há algumas semanas. ⎯ É meu colega de quarto.

Falando em colega de quarto, e a Sophia?

⎯ Foi pra uma festa da fraternidade.

E o Oikawa?

⎯ Também.

Seus amigos em uma festa e você aí, falando com seu namorado? Que fiel.

Lanço um olhar cansado.

⎯ Nunca fui muito fã de festas. -lambo o dedo para provar a sopa que estou preparando. ⎯ Hummm, está uma delícia.

Queria ser esse dedo.

⎯ Suna!

Que foi? Estou com saudade, amor. Vou morrer de falta de amor e sexo.

Reviro os olhos.

⎯ Só você consegue ser romântico e safado ao mesmo tempo.

Preciso que chegue logo o recesso de Natal. -ele passa a mão pelo rosto. ⎯ Sabe o que poderíamos tentar?

⎯ Não vamos fazer sexo pelo celular, esquece.

Você deveria tentar.

⎯ Se você se comportar, talvez eu mande uma foto sexy.

Ele me mostra o sorriso malicioso de que tanto gosto.

Ah, bom, isso me parece justo.

⎯ Só falta uma semana para o Natal. Vou ficar grudada em você igual chiclete. Já sabe, não é?

Eu amo chiclete, então.

⎯ Está flertando comigo?

Ele morde o lábio inferior.

Está funcionando?

⎯ Talvez.

Continuamos conversando, e eu rio de suas tentativas fracassadas de flertar. Até agora estamos bem, sentindo muita falta um do outro, mas nos vemos pelo menos uma vez por mês. Não estou dizendo que é fácil, mas dá para sobreviver, e me faz pensar que podemos superar tudo isso.

Quando chega o recesso de Natal, vou para casa. Conto para minha mãe como foram os primeiros meses na faculdade, enquanto faço chocolate quente. Subo segurando duas canecas e, ao chegar ao meu quarto, coloco as duas ao meu lado.

Pouco tempo depois, vejo Suna na janela e corro até lá, pulando em cima dele e lhe dando um beijo desesperado. Esses lábios que tanto amo me recebem com a mesma vontade. Os beijos são apaixonados e têm gosto de saudade. Nossas bocas se movem juntas do jeito que gostamos, em uma sincronia perfeita.

Quando nos afastamos, nossa respiração está pesada. Os lindos olhos de Suna se perdem nos meus, e passo os dedos por seu rosto para enroscá-los em seu cabelo e beijá-lo outra vez.

Depois de uma sessão de beijos, nos sentamos na cama, cada um com uma caneca de chocolate na mão. Está começando a nevar, há pequenos flocos de neve flutuando lá fora.

Brindamos com as xícaras, e me dou conta de que vai precisar de muito mais do que a distância para acabar com o que temos. Nós nos encontramos em um momento de mudança, mas isso não nos impedirá de superar e ficarmos juntos. E sei que, quando as dificuldades surgirem, daremos tudo para lutar pelo nosso amor. Talvez a gente vença, mas isso só o tempo dirá.

E, ainda que tudo acabe em algum momento, poderei dizer que lutei até o último segundo, até não poder mais, porque sei que ele também vai fazer isso.

A que sentia tudo e o que não sentia nada. Agora nós dois sentimos demais.

E aqui no meu quarto, com uma mão segurando a caneca de chocolate quente e a outra entrelaçada à dele, ficamos em silêncio, vendo a neve cair.

fim

obrigado pelo seu apoio na leitura.

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