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𝟰𝟳

VÉSPERA DE ANO-NOVO

Sinto muito...

Me perdoe...

Nunca quis te machucar.

Não sei o que estava pensando.

Pedir perdão pode ser difícil, requer coragem e maturidade. Admitir que errou significa se analisar e encarar o fato de que você não é perfeito e nunca será, de que é falível, como todo mundo.

Cometer um erro é humano, admitir é corajoso.

Os piores erros são aqueles que você não consegue apagar, por mais que se desculpe, por mais que tente, aqueles que deixam uma cicatriz em seu coração. Aqueles que ainda doem quando você se lembra deles.

A noite de Ano-Novo tem esse clima de reflexão, de nos fazer analisar tudo o que fizemos, o que não fizemos, as pessoas que afetamos de maneira positiva ou negativa. Passei por tanta coisa esse ano, especialmente depois do verão... Os últimos seis meses foram uma montanha-russa de emoções para mim.

O relógio marca 23h55 e meus olhos se enchem de lágrimas; gostaria de dizer que isso me surpreende, mas não. Sempre choro perto da meia-noite do Ano-Novo, seja por tristeza, alegria, saudade ou um misto de emoções que eu mesma não sou capaz de decifrar.

Minha mãe coloca o braço por cima do meu ombro para me abraçar de lado, nós duas estamos no sofá. Viemos para a casa de sua melhor amiga, Saeko Tanaka, que tem uma família grande. Sempre passamos a virada aqui. Acho que minha mãe nunca gostou da ideia de passarmos só nós duas, e nem eu.

Minha mãe faz carinho no meu braço, apoiando o queixo na minha cabeça.

⎯ Mais um ano, minha bebê.

⎯ Mais um ano, mamãe.

Saeko aparece com o irmão mais novo.

⎯ Venham, é hora da contagem regressiva.

Há cerca de quinze pessoas nesta pequena sala, o apresentador na TV começa a contagem regressiva.

10.
A risada de Sophia...

9.
As loucuras de Yin...

8.
Os argumentos nerds de Oikawa...

7.
A inocência de Atsumu...

6.
A bofetada da minha mãe...

5.
As palavras dolorosas de Suna...

4.
As palavras doces de Suna...

3.
Seu lindo sorriso ao despertar...

2.
Seus profundos olhos amarelados...

1.
Eu te amo, [Nome].

Feliz Ano-Novo!

Todos gritam, se abraçam, comemoram, e é impossível não sorrir, embora lágrimas grossas escorram pelo meu rosto. Fui contaminada pela instabilidade dele.

Sinto muita saudade de Suna. Depois do Halloween, nos vimos quase todos os dias, mas duas semanas atrás ele me contou que sua família passa as festas de fim de ano em uma cidade exótica na China, porque aparentemente eles têm família lá. Suna me perguntou várias vezes se eu queria que ele ficasse. Como eu poderia tirar dele esse tempo com a família? Não sou tão egoísta assim.

Minha mãe me abraça, e sou trazida de volta à realidade.

⎯ Feliz Ano-Novo, coisa linda! Te amo muito.

Eu a abraço também. Nossa relação ainda está um pouco abalada, mas estamos trabalhando nisso. Na verdade, ainda não contei que Suna e eu estamos namorando, um passo de cada vez. Suna me ligou horas atrás para me desejar feliz Ano-Novo por causa do fuso horário.

Depois de distribuir alguns abraços, volto a me sentar. Não tenho nada para fazer... E isso me pega de surpresa. Depois de dar boas-vindas ao ano que chegava, Oikawa vinha me buscar e saíamos para desejar feliz Ano-Novo por todas as ruas, com todos acordados e comemorando.

Dói...

Não posso negar, Oikawa sempre esteve ao meu lado, e esse último mês foi difícil sem ele, porque compartilhávamos muitas coisas. Tínhamos o costume de sair para brincar na neve na primeira vez que nevasse no ano, recebíamos as crianças com fantasias de Halloween assustadoras, maratonávamos nossas séries favoritas, comprávamos livros diferentes para trocá-los quando terminássemos as leituras, tínhamos noites de jogos de tabuleiro, histórias de terror e fogueiras ao lado de casa, e teve até uma vez que colocamos fogo no quintal e mamãe quase nos matou. Sorrio com a lembrança.

O que estou fazendo?

Posso não ser capaz de voltar a confiar nele tão facilmente, mas posso perdoá-lo; no meu coração não tem espaço para rancor.

Sem pensar muito, pego o casaco e sigo meu coração. Saio correndo da casa de Saeko, o frio do inverno me atinge, mas vou pela calçada, cumprimentando e desejando um feliz Ano-Novo a todos que encontro pelo caminho. Luzes de Natal enfeitam as ruas, as árvores nos jardins em frente às casas, há crianças brincando com estrelas de Natal, outras fazendo bolas de neve. A vista é linda, e eu me dou conta de que às vezes ficamos tão focados em nossos problemas que não enxergamos a beleza das coisas simples.

Abraçando a mim mesma, começo a andar mais rápido, não posso correr na neve, não quero escorregar e quebrar alguma parte do corpo, seria patético. Meu pé se enterra em um montinho de neve e eu o sacudo para continuar, mas quando olho para cima, congelo.

Oikawa Tooru.

Em seu longo casaco preto e óculos ligeiramente embaçados pelo frio. Não falo nada e simplesmente corro até ele, esquecendo a neve, os problemas, as mágoas... Só quero abraçá-lo.

E assim o faço. Envolvendo minhas mãos em volta do pescoço de Oikawa, apertando-o contra mim. Sinto o perfume suave que ele sempre usa, e isso me preenche e me acalma.

⎯ Feliz Ano-Novo, idiota. -digo com a cara enfiada em seu pescoço.

Ele ri.

⎯ Feliz Ano-Novo, [Nome].

⎯ Eu sinto tanta saudade. -murmuro.

Ele me segura contra o peito.

⎯ Eu também sinto, você não faz ideia.

Não.

Não foi isso que aconteceu.

Não importa o quanto eu desejasse que isso tivesse acontecido, não mudaria o que aconteceu.

A realidade sou eu correndo pela neve com lágrimas nas bochechas, sem casaco, e segurando meu celular com tanta força que ele poderia quebrar. Meus pulmões queimam com o ar frio, mas não ligo. Minha mãe corre atrás de mim, gritando para eu me acalmar, parar, colocar meu casaco, mas eu não me importo.

Não consigo respirar.

Ainda me lembro da rapidez com que meu sorriso desapareceu quando recebi a ligação, a mãe de Oikawa parecia inconsolável.

Oikawa... tentou... se matar.

Não sabiam se ele iria sobreviver, seu pulso estava muito fraco.

Não, não, não.

Tooru, não.

Começa a passar um filme na minha cabeça. O que eu fiz de errado? Onde eu falhei? Por quê, Oikawa? O primeiro sentimento a encher meu coração foi a culpa. Nunca, nunca passou pela minha cabeça que ele pudesse fazer algo desse tipo. Ele não parecia deprimido, ele não... Eu...

Chegando na casa dele, a ambulância passa por mim a toda velocidade e eu caio de joelhos na neve. Os vizinhos de Tooru vêm e colocam um casaco em mim. Eu aperto meu peito, respirando com dificuldade.

Minha mãe me abraça por trás.

⎯ Calma, filha, ele vai ficar bem.

⎯ Mamãe, eu... É minha culpa... Parei de falar com ele... Ele... -não consigo respirar, não consigo parar de chorar.

A viagem de táxi até o hospital foi silenciosa, apenas meus soluços ecoando. Com a cabeça no colo de minha mãe, eu oro, oro para que ele sobreviva; isso não deveria ter acontecido, é um pesadelo. Meu melhor amigo não pode ter feito isso, meu Tooru...

Ao chegar no pronto-socorro, vou até os pais de Oikawa, que parecem arrasados, os olhos inchados, a dor evidente em seus rostos. Assim que me veem, caem no choro, e eu me junto a eles, envolvendo-os em um abraço.

Enxugando as lágrimas do meu rosto, me afasto.

⎯ O que aconteceu?

Sua mãe balança a cabeça.

⎯ Depois da virada, ele foi para o quarto dele. Algum tempo depois, o chamamos várias vezes, então pensei que ele tinha adormecido e fui ver. -sua voz falha, a dor evidente em seu rosto. ⎯ Ele tomou tantos comprimidos, estava tão pálido. Meu bebê... -seu marido a abraça. ⎯ Meu bebê parecia morto.

A agonia, a dor refletida em seus rostos... É uma cena tão difícil de ver; posso sentir o desespero, a culpa ali, pairando. Onde erramos? O que deixamos de perceber? Talvez tudo, talvez nada. Oikawa talvez tenha dado sinais ou não tenha dado nenhum, e mesmo assim esse sentimento de culpa, de ter falhado com ele nos consome.

Suicídio...

Aquele assunto sobre o qual ninguém fala, ninguém gosta de falar, não é agradável, muito menos confortável, mas é algo que acontece. Tem gente que decide acabar com a própria vida. Particularmente, é algo que nunca passou pela minha cabeça, e que nunca pensei que pudesse acontecer com alguém próximo a mim.

Nunca poderia imaginar que Oikawa seria capaz de fazer algo desse tipo.

Por favor, Oikawa, não morra. Eu imploro, fechando meus olhos, sentada na sala de espera. Estou aqui, não vou embora nunca, prometo, por favor, não vá, Tooru.

Passam minutos, horas, perco a noção do tempo. O médico aparece com uma expressão que faz meu coração apertar no peito.

Por favor...

Ele suspira.

⎯ O garoto teve muita sorte, fizemos uma lavagem estomacal; ele está muito fraco, mas estável.

Estável...

Estou muito aliviada, mas me sinto emocionalmente arrasada; se não fosse por minha mãe me segurando, eu teria caído no chão mais uma vez. O médico fala em encaminhá-lo para psiquiatria e mais um monte de coisas, mas eu só quero vê-lo, ter certeza de que ele está bem, que não vai a lugar nenhum, conversar com ele, convencê-lo a nunca mais fazer uma coisa dessas, me desculpar por tê-lo afastado de mim, por não ter tentado consertar as coisas entre nós.

Talvez se eu tivesse ficado... ele não teria...

Talvez.

O médico nos avisa que Tooru ficará inconsciente pelo restante da noite, que podemos ir descansar e voltar pela manhã, mas nenhum de nós sai de lá. Minha mãe consegue um quarto desocupado para descansarmos, já que estamos no hospital em que ela trabalha e todos aqui a conhecem e respeitam. Mamãe é uma das enfermeiras mais antigas do lugar.

Minha mãe faz um cafuné em mim enquanto eu descanso minha cabeça em seu colo.

⎯ Eu disse que ele ficaria bem, filha. Tudo vai ficar bem.

⎯ Eu me sinto tão culpada.

⎯ Não foi sua culpa, [Nome]. Culpar a si mesma não vai ajudar, agora você só precisa estar com ele para ajudá-lo, ajudá-lo a seguir em frente.

⎯ Se eu não o tivesse afastado, talvez...

Minha mãe me interrompe.

⎯ [Nome], os pacientes com depressão clínica nem sempre demostram o que sentem, podem ser vistos felizes mesmo que não estejam bem. É muito difícil ajudá-los se não pedirem ajuda, e para eles às vezes pedir ajuda não faz sentido, porque a vida perdeu o sentido.

Eu não falo nada, apenas fico olhando para uma janela ao longe, os flocos de neve caindo novamente. Minha mãe faz carinho na minha bochecha.

⎯ Durma um pouco, descanse, foi uma noite difícil.

Meus olhos ardem de tanto chorar; eu os fecho para tentar dormir um pouco, para esquecer, para me perdoar.

Você vai cair! -grita o pequeno oikawa lá de baixo. estou subindo em uma árvore.

Eu mostro a língua para ele.

Você só está chateado porque não consegue me pegar.

Oikawa cruza os braços.

Óbvio que não; além disso, combinamos que as árvores não valiam, trapaceira.

Trapaceira? -eu jogo um galho nele.

Ele se esquiva.

Ei! -ele me lança um olhar assassino. Ok, trégua, desça e a gente joga juntos depois.

Com cuidado, desço da árvore, mas quando estou na frente dele, Oikawa me toca e sai correndo.

Uuuuu! É sua vez de me pegar.

Ei! Isso é trapaça.

Ele me ignora e continua correndo, e não tenho escolha a não ser persegui-lo.

Um aperto no meu ombro me acorda, quebrando aquele sonho tão agradável, de brincadeiras e inocência. Minha mãe segura um café, sorrindo.

⎯ Macchiato com caramelo.

Meu favorito.

Isso me lembra de Suna e daquela noite, nosso primeiro encontro no hospital. Não me atrevi a ligar para ele e contar, porque sei que ele virá correndo e não quero estragar o Ano-Novo dele. Isso é o de menos nesses momentos, mas não quero envolver mais ninguém nesta situação dolorosa.

⎯ Ele já acordou, os pais dele acabaram de vê-lo. Quer entrar?

Meu coração se aperta, meu peito arde.

⎯ Sim.

Você consegue, [Nome].

Minha mão treme ao encostar na maçaneta, mas eu a giro, abro a porta e entro. Fito o chão enquanto a fecho. Quando olho para cima, cubro minha boca para abafar os soluços que deixo escapar.

Oikawa está deitado sobre lençóis brancos, uma intravenosa em seu braço direito, tão pálido e frágil que parece que pode quebrar a qualquer momento. Seus olhos castanhos encontram os meus e imediatamente se enchem de lágrimas.

A passos largos, vou até ele e o abraço.

⎯ Idiota! -enterro meu rosto em seu pescoço. ⎯ Eu sinto muito, de verdade, por favor, me perdoe.

Quando nos afastamos, Oikawa desvia o olhar, enxugando as lágrimas.

⎯ Eu não tenho nada para perdoar.

⎯ Oikawa, eu...

⎯ Não quero sua pena. -suas palavras me surpreendem. ⎯ Não quero que você se sinta obrigada a estar ao meu lado só porque isso aconteceu.

⎯ Do que você...?

⎯ Foi minha decisão, não tem nada a ver com você ou com qualquer outra pessoa.

Dou um passo para trás, mas ele não olha para mim.

⎯ Não, você não vai fazer isso.

⎯ Fazer o quê?

⎯ Me afastar de você. -declaro. ⎯ Não vim por obrigação, vim porque te amo muito e, sim, sinto muito não ter falado com você antes para tentar consertar as coisas, mas antes de isso acontecer eu já tinha decidido te procurar, eu juro.

⎯ Não estou exigindo nada de você.

⎯ Mas quero te explicar, quero que saiba o quanto senti sua falta, o quanto me importo com você.

⎯ Para que eu não tente me suicidar de novo?

De onde está vindo essa amargura em sua voz? Esse atrevimento e tanto desinteresse pela vida? Sempre esteve lá?

Lembrei-me das palavras de minha mãe: a vida perde sentido para quem sofre de depressão clínica, nada importa. Nada mais importa para ele.

Eu me aproximo.

⎯ Tooru. -percebo como fica tenso com a menção de seu segundo nome. ⎯ Olha para mim.

Ele balança a cabeça e eu seguro seu rosto.

⎯ Olha para mim! -seus olhos encontram os meus e as emoções que vejo neles partem meu coração desespero, dor, solidão, tristeza e medo, muito medo...

Meus olhos se enchem de lágrimas novamente.

⎯ Eu sei que agora tudo parece sem sentido, mas você não está sozinho. Tem várias pessoas que te amam e que estão aqui até para respirar por você se precisar. -as lágrimas rolam pelas minhas bochechas, caindo do meu queixo. ⎯ Por favor, aceite nossa ajuda, prometo que isso tudo vai passar e você vai voltar a aproveitar a vida, como fazia aquele menino trapaceiro com quem eu brincava quando era pequena.

O lábio inferior de Oikawa treme, lágrimas caem de seus olhos.

⎯ Fiquei com tanto medo, [Nome].

Ele me abraça, o rosto enfiado no meu peito enquanto chora como uma criança, e tudo o que eu faço é chorar junto com ele.

Oikawa vai ficar bem. Não tenho ideia de como fazer com que ele se apaixone pela vida de novo, mas vou respirar por ele quantas vezes forem necessárias.

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