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𝟮𝟴

Estou perdida.

No instante em que nossas bocas se tocam e uma corrente de emoções deixa todo o meu corpo eletrizado, me dou conta de que não tenho cura, não tenho salvação e tampouco sei se quero ter. Já não posso voltar atrás. Estou perdidamente apaixonada por Suna Iscariote e isso me domina de uma maneira incontrolável.

O que começou como uma obsessão nem um pouco saudável acabou se transformando num sentimento tão forte que mal consigo suportar. Ele me desestabiliza, me faz perder o controle, desperta em mim sensações que jamais pensei em experimentar. O que sinto por ele me deixa tão exposta, vulnerável, uma presa fácil... e me assusta.

Suna me beija suavemente, e esse ritmo me permite sentir com detalhes cada toque de nossos lábios úmidos e ansiosos. Ponho as mãos ao redor do seu pescoço e o puxo para perto. Seu peitoral nu encosta em mim e, embora eu esteja com a camisa dele, consigo sentir o calor emanando de sua pele. Ele intensifica o beijo, acelerando a boca sobre a minha e me deixando sem fôlego. Meu Deus, como ele beija bem.

Nossos movimentos fazem a toalha se soltar da cintura de Suna, e eu não reclamo. Sinto o quanto está duro junto à minha coxa, pois ele levantou minha saia até quase tirá-la. Suna passa os dedos pela parte de trás da minha perna, acariciando com delicadeza, e, quando chega à minha cintura, me aperta com desejo.

Ele se afasta por um instante, me encarando.

⎯  Eu te quero tanto, que já não posso aguentar mais...

E eu te amo.

Mas não digo isso, apenas sorrio e acaricio seu rosto.

Ele me beija de novo, desta vez num ritmo selvagem, brutal, implacável, aqueles beijos apaixonados de que me lembro tão bem e que me deixam louca. Minhas mãos sobem e eu agarro os cabelos dele enquanto meu corpo começa a arder. Suna se afasta novamente da minha boca e vai dando beijos e mordidas no meu pescoço. Definitivamente, esse é meu ponto fraco. Arqueio o corpo, soltando um suspiro. A mão dele desliza por dentro da minha camisa, e seus dedos ágeis se movem pelos meus peitos, apertando-os e acariciando-os, o que me leva à loucura. Arfando, deixo escapar um gemido quando sua mão explora o interior da minha saia. Estou sem calcinha, então o contato é direto.

Na cama, Suna interrompe o ataque ao meu pescoço e ergue o rosto para me olhar enquanto enfia o dedo em mim.

⎯  Ai, meu Deus! -exclamo, fechando os olhos. quero senti-lo dentro de mim, não consigo esperar mais.

Suna me puxa pelos calcanhares até que minhas pernas fiquem para fora da cama, mas eu continuo deitada.

Eu me abro para Suna, que observa cada detalhe do meu corpo, a luxúria vibrando em seus olhos lindos me afeta pelo fato de estar totalmente visível. Ele roça seu membro entre minhas pernas. Estou molhada e solto um suspiro suave, esperando a sensação que nunca chega.

Olho suplicante para ele.

⎯  Suna, por favor.

Ele abre um sorriso malicioso.

⎯  O que você quer?

Não respondo, e ele se inclina sobre mim para me beijar cheio de paixão. Roça em mim outra vez, provocando-me, mas nunca me preenchendo como eu quero.

Interrompo o beijo.

⎯  Por favor, Sun.

  Quer que eu te coma? -sussurra em meu ouvido.

Concordo apenas movendo a cabeça, mas ele não reage.

Decidida, eu o empurro pelos ombros e o jogo na cama. Reviro os bolsos de sua calça ao lado da cama em busca de uma camisinha e, com um sorriso ladino, coloco-a em seu membro antes de montar nele. Suna me olha surpreso, mas sei que está gostando dessa nova posição. Tiro a blusa, e ele na mesma hora agarra meus seios. Tenho a sensação deliciosa de seu membro duro me tocando. Preciso logo disso.

Levanto um pouco o corpo e paro bem em cima dele, então sento e o sinto me preencher por completo.

⎯  Cacete... [Nome]! -geme ele, e esse é o som mais gostoso do mundo. a sensação é tão maravilhosa que por alguns segundos eu nem me mexo. ⎯  Você fica tão linda em cima de mim.

Ele massageia meus seios, e eu começo a me mover; não sou especialista, mas me esforço ao máximo, e meus movimentos rápidos me fazem gemer ainda mais. Suna lambe os lábios, apertando meus quadris, movendo meu corpo ainda mais depressa e me penetrando profundamente. Agarro seu peitoral com as unhas, fechando os olhos. Para cima, para baixo, para dentro, para fora... O roçar da pele quente e úmida me deixa louca.

Sinto o orgasmo vir e sei que vai ser alucinante, então tento segurá-lo para aproveitar um pouco mais. Sinto-me poderosa em cima dele, dona de cada grunhido e cada gemido que escapam pelos seus lábios. Sem soltar meus quadris, Suna se move junto comigo, com estocadas que me levam à beira da loucura.

⎯  Suna, isso! Assim! Assim!

Ele ergue o corpo, ficando sobre mim e me beijando, mas sem parar os movimentos bruscos e deliciosos. Ele me puxa pelos cabelos, obrigando-me a encará-lo enquanto se move dentro de mim. O brilho e a intensidade de seu olhar deixam tudo ainda mais intenso, como se ele quisesse demonstrar o que sente por mim justo neste instante, neste olhar, na união de nossos corpos.

Agarro suas costas, cravando as unhas na pele dele. O orgasmo me faz gritar seu nome, repetir que sou sua. Ondas e mais ondas de prazer percorrem meu corpo, fazendo estremecer cada nervo, cada músculo. Suna emite um grunhido, e o sinto gozar.

Descanso a cabeça em seu ombro, nossa respiração acelerada e seus batimentos cardíacos cada vez mais rápidos ecoando por todo o quarto. Não me atrevo a olhá-lo, não quero ver sua expressão, não quero vê-lo com cara de quem já conseguiu o que queria e que agora vai me dispensar.

Ele empurra meus ombros suavemente, obrigando-me a encará-lo. Engulo em seco e olho para ele. Fico surpresa com seu sorriso lindo e a ternura irradiando de seus olhos. Sua mão pega uma mecha do meu cabelo e a coloca atrás da minha orelha.

⎯  Você é linda.

É a segunda vez que ele me diz isso, mas mesmo assim pega meu coração de surpresa, fazendo-o bater mais e mais depressa. Ele abre a boca para dizer algo, mas logo a fecha, indeciso.

⎯  O que você quer me dizer? -não respondo.

É a primeira vez que me sinto próxima dele. Sei que isso parece estranho, mas das outras vezes que estivemos juntos eu o senti tão distante, tão fora do meu alcance, quando terminamos de transar. Compartilhar o corpo com alguém não significa intimidade. Aprendi isso com ele. Levanto a mão e acaricio sua bochecha, sua pele é tão macia... Suna fecha os olhos, parecendo vulnerável em sua beleza.

Te amo... Essas palavras ficam entaladas na minha garganta, e eu automaticamente baixo a mão. Ele abre os olhos, e a pergunta em seu olhar é evidente:

⎯  Por que parou de me tocar?

Porque te tocar me faz querer dizer uma coisa que te assustaria. E eu não quero estragar o momento.

Sorrio e me levanto, indo apressada até o banheiro. Tomo uma ducha, e meu estômago ronca. O sexo matinal me deixou exausta e faminta. Suna bate na porta do banheiro.

⎯  Eu trouxe um short e uma camiseta para você. São do Antony, mas é melhor do que sair daqui com aquela roupa toda vomitada.

Envergonhada, abro um pouco a porta e pego a roupa. Fica grande em mim, mas não reclamo. Quando me olho no espelho, um grito escapa dos meus lábios. Há um ponto rosa-arroxeado no meu pescoço.

⎯  Um chupão?!

Irritada, abro a porta num só golpe. Suna está sentado na cama, sem roupa, só com uma toalha enrolada na cintura. Mordendo os lábios ao me ver, lanço um olhar fulminante para ele, que ergue a sobrancelha e eu mostro meu pescoço.

⎯  É sério isso? Um chupão?

Suna sorri e está prestes a dizer algo quando batem à porta. Ouço a voz de Antony lá fora.

⎯  Estão acordados?

⎯  Sim! -responde suna.

⎯  Desçam. Pedimos café da manhã.

Encaro Suna. Não quero ser grudenta nem incomodá-lo, então não sei se é melhor ir embora ou não. Suna vem até mim.

⎯  Descemos em cinco minutos. -ele avisa, parando na minha frente e me dando um beijinho rápido antes de ir para o banheiro.

⎯  Estou sonhando? Suna está sendo carinhoso comigo depois do sexo. Será que está drogado? Bateu a cabeça em uma pedra?

Uso o celular do moreno para avisar a Sophia que estou bem e ligar para Oikawa e me certificar de que está tudo certo com ele. Então descemos, e eu fico meio nervosa. Conheço o grupo de amigos de Suna, mas ainda não me sinto à vontade. A única vez que interagimos não foi exatamente perfeita. Eu me lembro muito bem de ter dançado para Antony, de Suna ter ficado com ciúmes, e das risadas de Nathaniel e Greg.

Amarro o cabelo em um rabo de cavalo alto, mas me sinto meio desconfortável com a roupa de Antony, então hesito um pouco. Suna percebe meu constrangimento, porque pega minha mão e me dá uma olhada por cima do ombro, como se dissesse que está tudo bem.

Chegando ao fim da escada, a primeira pessoa que vejo é Nathaniel, sentado no sofá e esfregando a testa. Greg está estirado num móvel grande, cobrindo o rosto com o antebraço; a garota de cabelos escuros de ontem está sentada do lado, fazendo carinho no braço dele. Antony está de pé ao lado da lareira, com as mãos no peito. Ele me encara e dá um sorriso torto. Na mesinha de centro, há embalagens de comida fumegantes.

⎯  A comida acabou de chegar. -diz a garota.

⎯  Quase acabamos com tudo. -afirma nathaniel, ainda comendo.

Greg levanta o rosto.

⎯  Bom dia, dorminhoca.

Eu o cumprimento com a mão.

⎯  Oi!

Fico surpresa ao ver o quanto a sala está limpa e arrumada. Lembro do desastre de ontem à noite. Como limparam tão rápido?

Depois que terminamos de comer, Suna e eu nos despedimos do pessoal e vamos embora, o que me deixa mais aliviada do que eu gostaria de admitir. Ainda não me sinto à vontade com eles e, para ser sincera, nem muito com Suna. Apesar da intimidade que tivemos, às vezes ainda fica um silêncio que me incomoda, entre nós. Suna me guia até seu carro para me levar na casa de Sophia. Assim que entramos na caminhonete, seu cheiro e algum tipo de fragrância para carros invadem meu nariz. É uma caminhonete linda e moderna, mas nada se compara ao motorista.

Suna coloca os óculos escuros e parece um modelo pronto para um ensaio fotográfico. Esta com uma blusa branca provavelmente emprestada de Antony e uma calça jeans. Um lindo relógio preto enfeita seu pulso direito. Ele dá a partida e olha para mim, mas eu viro o rosto na hora. Fui flagrada olhando para ele feito uma idiota. Ele apenas solta um risinho e põe uma música, eu só observo as casas pela janela.

Me conta uma história...

Estreito os olhos quando me vem a lembrança de estar junto dele, implorando que me contasse uma história. Isso foi ontem à noite? Eu me viro para Suna e o observo dirigindo. Como pode ser tão lindo fazendo algo tão simples? Os músculos de seu braço se contraem quando ele troca de marcha e maneja o volante com uma confiança que o torna irresistível. Dá vontade de subir no colo dele e começar a beijá-lo novamente.

Suna para num posto de gasolina por alguns minutos e eu fico na caminhonete esperando. O celular dele está acoplado ao lado do volante com a tela desbloqueada. A notificação de uma nova mensagem chama minha atenção, e eu dou uma olhada: é de Samy. Não dá para ver o conteúdo, apenas o nome piscando com mais três mensagens. Meu estômago se contrai ligeiramente, mas eu disfarço ao ver Suna voltar. Ele me dá um sorriso enquanto sai com o carro, e eu esqueço as mensagens de Samy por alguns instantes.

⎯  Suna.

⎯  O quê?

Eu... Te amo. Te amo, quero ficar com você assim.

⎯  Hmm... Nada.

Fico olhando para ele feito boba pelo restante do caminho. Meu lindo vizinho.
Alguém que tem um lado que apenas eu estou podendo presenciar.

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