𝟭𝟬
Não entre em pânico, [Nome]!
Não entre em pânico!
⎯ Mas que porra! -eu exclamo ao andar de um lado para o outro no quarto.
Eu olho para Atsumu, que está além da terra dos sonhos. Eu mordo minhas unhas. Suna está muito zangado e vem atrás de mim. Como eu te odeio, tecnologia! Você me causou muitos problemas ultimamente.
⎯ Ok, acalme-se, [Nome]. Respire, uma coisa de cada vez. -digo a mim mesma, ainda agitada. passei os dedos pelos cabelos e suspirei pesadamente. ⎯ Não irei abrir a porta para ele, ponto final, nada mais acontece.
Sento-me na beira da cama, respirando fundo. Atsumu dorme tão tranquilamente, tanto que eu realmente espero que se, Suna conseguir entrar, ele não faça um escândalo enorme.
Não sei mais quanto tempo havia se passado, mas começo a bocejar. Eu verifico meu telefone e o de Atsumu, mas não há notificações, nem mesmo ligações. Será que Suna já se acalmou? O relógio na escrivaninha do outro lado do quarto, indicava a hora: 2h45 da madrugada. Sim, é tarde, a noite foi em um piscar de olhos.
Eu sigo para meu banheiro e meu reflexo no espelho chega a me assustar de inúmeras formas. Uau, estou péssima. Meus olhos estão vermelhos, meu cabelo está bagunçado, seus fios apontam em diferentes direções. O delineado borrou sob meus olhos, me sinto um palhaço. Eu poderia facilmente sair para assustar as pessoas assim.
Prendo meu cabelo em um coque bagunçado e lavo o rosto para tirar o excesso de maquiagem. Após retirar os sapatos, saio do banheiro e vou para a cama. Eu me sento ao lado de Atsumu. Estou exausta, minha primeira noite de festa foi caótica demais para mim. Eu suspiro e esfrego meu rosto, meus olhos estão fechando lentamente, a brisa que entra pela janela me dá calafrios. Meus olhos logo se abrem mais uma vez quando me lembro que Suna entrou no meu quarto pela janela da última vez.
⎯ Merda!
Eu corro para a janela, mas no meio do caminho, paro abruptamente. A silhueta de alguém é claramente visível através das cortinas. Suna pula para dentro do meu quarto, puxando as cortinas para que ele possa vez o interior do cômodo.
Suna está mais uma vez, no meu quarto. Como sempre, sua altura faz o espaço ali parecer menor. Ele ainda está usando aquela camisa cinza com as mangas arregaçadas que fica totalmente bem nele. Seus olhos me encaram com tanta frieza que juro estar ficando com calafrios ali mesmo.
Ele está chateado, muito, muito chateado. Sua feição parece tensa, seus lábios estão tensos e suas mãos estão fechadas em punhos.
Toda a sua linguagem corporal indica que preciso lidar com extremo cuidado em relação a isso tudo se eu não quiser acabar morta, basicamente.
⎯ Onde ele está?! -ele grita, me surpreendendo. eu engulo e me aproximo dele lentamente.
⎯ Suna, me deixe explicar o que aconteceu. -ele me empurra para o lado e vai até a cama.
⎯ Você não tem que me explicar nada. -seus olhos viajam para as roupas vomitadas de seu irmão no chão ao lado da cama, aparentemente esclarecendo boa parte do que aconteceu. ⎯ Você o embebedou?
⎯ Não foi bem assim que aconteceu.
⎯ Você me deixou no meio do caminho e foi embebedar meu irmãozinho?
⎯ Era...
⎯ Um acidente? Como pode ser tão irresponsável? -ele sacode o seu irmão, mas atsumu apenas murmura algo sobre querer sua mãe e esconde a cabeça debaixo do travesseiro. ⎯ É só olhar pra ele! -ele se levanta da beira da cama e me encara. ⎯ Você fez isso de propósito? Queria tanto assim estragar a minha noite?
Ele se aproxima de mim e eu permaneço no mesmo lugar, não posso me deixar intimidar mais uma vez.
⎯ Me escute bem, Suna. Foi um acidente, eu pedi uma limonada para Atsumu e o álcool era pra mim, ele bebeu ao pensar que eram pra ele. Como ele não está acostumado, não é de se admirar estar assim.
⎯ Você espera que eu acredite nisso? -eu transpiro uma risada sarcástica.
⎯ Se você acredita ou não em mim, não me importo, só estou tentando dizer a verdade. -ele parece surpreso, mas não demora a sorrir.
⎯ Olha só, ela tem caráter.
⎯ Eu tenho, diferente de você. A menos que vá se desculpar por gritar comigo e entrar assim no meu quarto, não quero falar com você. Vá embora.
Suna suspira, mas não diz nada, o que me faz voltar a falar.
⎯ Seu irmão não vai ressuscitar nas próximas horas, então eu sugiro que você o deixe dormir e depois venha buscá-lo.
⎯ Deixar ele dormir com você? Apenas sobre o meu cadáver. -seu cenho fica franzido imediatamente, eu não deixo de rir baixo.
⎯ Você parece um namorado ciumento. -a frase faz ele soltar um riso anasalado.
⎯ Como desejar.
Ele se aproxima de mim e eu o observo com atenção.
⎯ O que você está fazendo?
Suna pega minha mão e a leva até seu rosto, pressionando seus lábios macios contra minha pele.
⎯ Com licença. -ele beija o interior da minha mão, seus olhos se mantém fixos nos meus. ⎯ Sinto muito, [Nome].
Quero gritar com ele e dizê-lo que um simples pedido de desculpas não basta, mas aquele gesto terno e a honestidade em seus olhos me desarmam. Minha raiva desaparece e o formigamento no meu estômago retorna, o que sempre me preenche quando estou com ele.
Eu liberto minha mão dos seus lábios.
⎯ Você ficou louco, sabia?
Ele encolhe os ombros ao enfiar as mãos nos bolsos.
⎯ Não, só sei admitir meus erros.
Eu tento me manter longe dele, por que obviamente minha mente estúpida tem que voltar a cena do bar.
Não pense nisso agora!
Finjo verificar Atsumu e ajustar o lençol que o cobre. Suna aparece do outro lado da cama e eu o vejo tirando os sapatos.
⎯ O que pensa que está fazendo? -ele não diz nada, termina de retirar os sapatos e começa a desabotoar a camisa. ⎯ Suna!
⎯ Você realmente espera que eu durma em casa, sabendo que meu irmão mais novo está aqui? -ele nega vagarosamente com a cabeça. ⎯ Além disso, você seria desaprovada se dormisse com um homem.
⎯ Vou ser desaprovada duas vezes se dormir com dois? -ele ignora minha pergunta e revira os olhos.
Ele volta a retirar sua camisa, onde eu mordo meu lábio e realmente espero que ele não tenha notado.
Posso sentir o sangue correndo pelas minhas bochechas. Seus dedos tocam os botões da calça e eu levanto a voz quase de imediato.
⎯ Não! Se você retirar as calças, você dorme no chão. -ele me dá um sorriso ladino.
⎯ Tem medo de não conseguir se controlar?
⎯ Claro que não.
⎯ Então por quê não posso tirar as calças?
⎯ Quer que eu repita onde vai dormir? -ele retira as mãos em obediência, e eu sorrio baixo.
⎯ Você quem manda, estranha.
Eu luto para não deixar meus olhos pousarem em seu corpo. Suna está sem camisa no meu quarto. Isso é demais pra mim, mas o meu ego é alto o suficiente para me controlar.
Ele se deita no meio e deixa espaço suficiente para mim na margem. Agradeço por ter uma cama tão grande e me encontro mais feliz por ver Atsumu enrolado em um canto também; do contrário, não haveria como todos nós nos encaixarmos. Nervosa, cuidadosamente deito de costas para Suna, que está me olhando com aquele sorriso pretensioso. Eu fico encarando o teto sem mover um músculo, posso sentir o calor do seu corpo roçando meu braço.
Vou morrer de tensão sexual. Pego meu travesseiro e o coloco entre nós dois para ter uma sensação de proteção.
Suna ri.
⎯ Uma almofada? Sério? -eu fecho meus olhos, o ignorando.
⎯ Boa noite, Suna.
Alguns segundos se passam quando o travesseiro é arrancado do meu lado, a próxima coisa que sinto é o braço de Suna me puxando em sua direção, até que minhas costas colidam contra seu peito. Posso senti-lo completamente grudado nas minhas costas, ele por inteiro. Suna me pressiona ainda mais contra ele, sua respiração chega a roçar na minha orelha.
⎯ Boa noite? Acho que não, a noite está apenas começando. E você me deve uma.
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