001 - Visions
AURORA JAMES POVS
Olá, meu nome é Aurora. Tenho 14 anos e desde que me lembro, coisas estranhas sempre aconteceram comigo. Não são apenas aquelas pequenas coincidências que as pessoas chamam de sorte ou azar. Não, estou falando de coisas reais. Monstros, seres bizarros que parecem saídos de um pesadelo. Mas vamos começar do começo...
Minha mãe sempre foi incrível. Ela é gentil, amorosa e faria qualquer coisa por mim. Mas, infelizmente, minha família não é tão perfeita quanto parece. Meu padrasto, Jack, sempre me olhou com desprezo. Ele me considerava uma aberração, uma maldição na vida dele. E, honestamente, acho que ele está certo.
Lembro-me da primeira vez que vi uma dessas coisas. Estávamos em um parque de diversões, eu e Jack. Mamãe tinha nos levado para nos distrair, mas tudo que conseguiu foi me colocar em mais perigo.
Estávamos na fila para a roda-gigante quando ouvi alguém me chamando. Virei e lá estava um elefante enorme, parado no meio do parque. Ninguém mais parecia vê-lo. Eu sabia que era real. Eu podia senti-lo, podia ouvir seu rugido silencioso.
Comecei a caminhar em sua direção, hipnotizada pelo animal. Mas então, Jack segurou meu ombro com força, interrompendo meu transe.
- O que você está fazendo aqui? Agora vamos ter que voltar ao final da fila. Parabéns, estranha. - ele disse com um sorriso sarcástico.
Eu odiava quando ele me chamava assim. Mas eu não podia explicar o que estava acontecendo. Não podia dizer a ele que eu estava sendo chamada por um elefante invisível para todos, exceto para mim.
E assim, aquela foi a primeira vez que percebi que havia algo de muito errado comigo. Algo além das brigas com Jack, das coisas estranhas que via. Algo que eu não conseguia entender e que, de alguma forma, me fazia diferente de todos ao meu redor.
Eu sempre fui alvo de bullying na escola. Desde criança, minha estranheza era motivo de piadas e provocações por parte dos meus colegas. Eles me chamavam de nomes cruéis, zombavam das minhas visões e me tratavam como se eu fosse uma aberração. Mas eu nunca abaixei a cabeça para ninguém.
Eu sempre soube quem eu era, mesmo quando o resto do mundo parecia duvidar. Enquanto meus colegas me rotulavam como estranha e me rejeitavam, eu me mantinha firme em minha verdade. Eu era diferente, e não tinha vergonha disso.
Mas havia uma parte de mim que eu mantinha escondida, até mesmo de mim mesma. Enquanto minhas primas falavam sobre garotos e seus crushes, eu nunca consegui me relacionar. Nunca senti atração por garotos, mas sim por garotas. Foi algo que eu sempre soube, mas mantive em segredo, com medo do julgamento e da rejeição.
A primeira vez que gostei de uma garota, foi no meu terceiro ano do ensino fundamental, Kate, nunca vou esquece-la, uma linda garota de cabelos ruivos e cacheados, eu amo garotas de cabelos cacheados, ela tinha olhos escuros e hipnotizantes.
Ela era a minha única amiga, e sempre me defendia de qualquer pessoa que quisesse me machucar, eu ficava nervosa e com o coração acelerado toda vez que ela estava perto demais, e aí eu percebi que eu só estava apaixonada, POR UMA GAROTA, na minha cabeça, aquilo era horrível e foi por isso que eu me distanciei, nunca mais vi, mas sabia que ela não gostava de mim, dava pra sentir.
Minha mãe sempre recusou a aceitar os meus problemas. Desde que fui expulsa da escola aos nove anos, por causa de mais uma briga que tive, ela se recusava a aceitar qualquer diagnóstico. Ouvi o diretor falando sobre suspeitas de esquizofrenia naquela época, mas minha mãe rejeitou tudo com ódio. Eu sabia que havia algo de errado comigo, algo que eu não conseguia entender. E a recusa dela em enfrentar a realidade só tornava as coisas ainda mais confusas.
Minha dislexia também era um desafio constante. As palavras dançavam diante dos meus olhos, desafiando-me a decifrá-las. Mas, apesar de tudo, eu me recuso a desistir.
Eu nunca havia conhecido alguém como eu, alguém que via coisas estranhas e lidava com problemas que os outros não entendiam, até aquele dia... Foi no passeio ao museu, uma excursão da escola que nos levou a um mundo de arte e história.
Enquanto o sr. Brunner explicava sobre as estátuas antigas, Robin, uma garota da minha turma, não perdia a oportunidade de me provocar.
- Com dificuldade pra enxergar, esquisita? - ela zombou, lançando um olhar de desdém na minha direção enquanto ria com suas amigas idiotas e feias.
Eu a encarei, sem medo, e respondi:
- Não, mas é você? Tá com dificuldade de calar a boca?
Antes que ela pudesse responder, o sr. Brunner apareceu, pedindo para nós nos acalmarmos.
- Meninas, por favor, sem brigas. Vamos manter o respeito mútuo - ele interveio em sua cadeira de rodas, Robin revirou os olhos e se virou de volta a suas amigas
Logo em seguida, o sr. Brenner tirou algo do bolso e me entregou.
- Acho que isso pertence a você, Aurora - ele disse, estendendo uma pulseira prateada com pequenos raios de decoração.
- A não, senhor Brenner, isso não é meu não - respondi, recusando o objeto.
Ele me olhou com seriedade e disse:
- Vai por mim, vai precisar dela mais do que imagina.
Olhei confusa para a pulseira, ela era linda e eu de alguma forma senti uma conexão com ela, peguei ela e coloquei em meu pulso.
Cortando para o intervalo do passeio, estávamos do lado de fora do museu, sentados em bancos enquanto comíamos algo que compramos em uma barraquinha próxima. Assim que sai da barraca, fui em direção a minha melhor amiga, Maya. Ela estava em uma conversa animada com Grover, um amigo de infância que ela conhecia desde pequena. Grover parecia estar contando alguma história engraçada, mas assim que me viu se aproximando, ele pediu licença e se afastou, indo sentar-se perto da fonte com seu melhor amigo, Percy
Maya sorriu quando me viu se aproximando e fez um gesto convidativo para que eu me sentasse ao seu lado.
- Ela é insuportável - Falei olhando para Robin e suas escravas, mas conhecias amiguinhas dela.
- Devia parar de perder tempo com ela, Aurora, você sabe quem é e sabe que tudo que ela diz é mentira, pra que ficar discutindo? - Maya disse e comeu um pouco do seu seu sanduíche
- Não vou abaixar a cabeça pra ela e nem alimenta aquele ego estúpido, não ligo se ela passar a vida inteira me atormentando, eu faço pior - Falei e mordi um pedaço de meu sanduíche, Maya olhou para o meu pulso e ficou séria imediatamente
- Quem te deu a pulseira? - Ela perguntou
- Acredita que foi o senhor Brunner? Foi do nada, mas ela é linda, né? Eu amei esse pingente de raio, o que achou? - Perguntei sorrindo
- Linda! Combina com você - Ela disse sorrindo e de repente ouvimos um grito e um barulho de água
Olhamos para trás e vimos Nancy Bobofit na fonte de água, nos levantamos e nos aproximamos. Todos estavam agitados
- O Percy me empurrou! - Ela gritou feito uma criança chorona. Olhei para Grover, em busca de ver Percy e ele se explicar
Mas assim que me virei, ele é Maya se encararam assustados e de repente correram até Percy, que estava caído no chão, desacordado. Fui em direção à eles assustada
Todos os alunos viram e também vieram, inclusive Nancy, com uma toalha que sua amiga havia dado. O senhor Brunner vinha lentamente em sua cadeira
- O que aconteceu com ele? Ele morreu? - Perguntei e de repente vimos Percy acordar lentamente
— Deem espaço, por favor — Sr. Brunner pediu se aproximando
Assim que Percy acordou por completo, Grover ajudou ele a levantar
— O que aconteceu? — Ele perguntou confuso presumi que ele havia desmaiado e a Nancy só tava louca, igual eu — Cadê a senhora Dodd? — Ele perguntou novamente e eu olhei confusa
— Eu não tinha feito nada pra ele, ele me empurrou! — Nancy gritou estressada enquanto a professora a levava para outro lugar longe de Percy
— Pessoal, de volta para os seus lanches! — Sr. Brenner ordenou em voz alta — Tá bom, Percy precisa de um tempo, só isso!
— Eu não entendi, ninguém viu aquilo? — Percy perguntou, frase familiar, não Aurora?
— Aquilo o que? — Eu perguntei
— Cade a senhora Dodds? — Ele perguntou e eu olhei confuso enquanto Grover, Maya e Sr. Brunner se encaravam preocupados
— Percy... não tem ninguém aqui com essa nome — Sr. Brunner falou
— Que? Mas eu vi... — Ele falou confuso
— O que você viu? — Perguntei e vi Grover e Maya se encararem novamente, mais preocupados ainda
— Quer saber, Percy precisa descansar, ele acabou de desmaiar, vamos deixa-lo em paz — Maya disse segurando meu braço e se afastando dele
Sentia que Percy também via coisas, ou eu so queria me identificar com qualquer pessoas e não parecer uma estranha esquizofrênica e disléxica...
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