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015 - Fulminar

“Só existe um tipo de choque pior do que o totalmente inesperado: aquele esperado para o qual alguém se recusou a se preparar.”

– Mary Renault, The Charioteer

Fulminar - Causar explosão violenta com barulho alto.

   Eu fiquei lá, congelada, imóvel.

   Meus membros estavam aparentemente presos ao chão quando olhei para a mulher na minha frente com os olhos arregalados.

   Ela tinha cabelos escuros e uma expressão entediada estampada em seu rosto enquanto me examinava com os olhos semicerrados. Sua pele perfeitamente bronzeada, seus lábios vermelhos franzidos em uma linha fina.

   Ela parecia rica porque estava vestida imaculadamente. Um vestido branco sem mangas, uma bolsa Chanel nos braços. Seus frios olhos azuis gritavam de pretensão. Ela era uma mulher linda, sem dúvida.

   Meus olhos viajaram para baixo. Um par de sapatos Louboutin creme adornava seus pés.

   Quem quer que ela fosse, ela era rica e pomposa. Eu nunca a tinha visto por perto antes.

   — Quem é você? — ela ergueu uma sobrancelha enquanto me lançava a pergunta com indiferença, sua voz tinha um tom zombeteiro.

   Decidi que não gostava dela.

   — Sou a enfermeira pessoal do Sr. Ares Estevan — apresentei-me educadamente. — Posso perguntar quem você é?

   Um sorriso zombeteiro apareceu no canto de seus lábios.

   Então, ela era o tipo de pessoa que gostava de se considerar elevada e poderosa.

   — Enfermeira, hein? Você é tão jovem… — ela suspirou. — Eu sou Britney Davis. Você pode me chamar de Sra. Davis.

   Minha mente conectou os pontos instantaneamente.

   Ela era a ex de Ares.

   Foi minha vez de estreitar os olhos e examiná-la como um falcão.

   Essa foi a vadia que deixou Ares porque ele ficou cego.

   Eu sabia que algo não estava certo desde o momento em que ela decidiu estragar o meu dia com a sua presença.

   — Eu sou Loren Campbell, cuidadora pessoal do Sr. Estevan — eu imitei seu sorriso, o que fez com que seu sorriso diminuísse e a fizesse olhar feio.

   — Perdão? — ela piscou.

   Ela estava pensando.

   — Eu sou sua enfermeira, cuidadora, como você quiser chamar.

   A expressão em seu rosto era cômica. Se não fosse pela situação de expulsar a vadia, eu teria rido e caído no chão.

   — Vejo que vocês se conheceram.

   A voz de Archer viajou, me fazendo olhar para trás.

   Os irmãos desceram as escadas, Ares parecendo mais majestoso do que nunca enquanto se comportava graciosamente. Fiquei com água na boca imediatamente quando me lembrei dos acontecimentos de dois dias atrás.

   Lembrei-me de ter ficado deliciosamente dolorida depois de sua sessão de surras. Eu tinha que admitir, as marcas vermelhas pareciam muito boas na minha bunda. A marca provavelmente ainda estava lá. Ele era incrivelmente rude.

   — Ares! — eu me encolhi com sua voz estridente quando a senti me empurrando e se lançando direto para seus braços.

   A fúria bombeou dentro de mim enquanto eu olhava para um buraco na parte de trás de sua cabeça. Archer apenas ficou parado sem jeito, seus olhos indo de mim para o casal que se abraçava.

   — Britney — ele disse com aquela voz pecaminosa dele, a mesma voz que me fez querer abaixar minha calcinha e dizer 'Dê para mim, papai'. O fato dessa vadia ser namorada dele fez meu sangue ferver.

   Ela o estava abraçando, ele a chamava pelo nome. Ela teve o privilégio de ouvir seu nome sem indiferença ou desaprovação mascarada.

   Chame-me de imatura, mas eu deveria ser a garota principal aqui. Eu me recusei a ser o personagem secundário.

   Não era para acontecer. Nopitty. N.O.P.Ε.

   Ela se agarrou a ele como uma sanguessuga, esfregando o rosto em seu bíceps vestido com camisa branca. Archer limpou a garganta sem jeito quando ela finalmente se afastou e deixou meu homem respirar.

   — Eu senti tanto sua falta! — ela exclamou com uma voz melosa.

   Veja, o problema é que eu nunca chamei mulheres de vadias. Isso foi contra minha moral. Eu mesma fui uma vadia, acreditei que ser vadia trazia um privilégio, a possibilidade de todos te respeitarem e te levarem a sério quando chegasse a hora.

   A hipocrisia foi onde estabeleci o limite para esta minha pequena promessa.

   Britney era uma hipócrita, eu não sabia dizer se Ares também pensava isso, mas eu sabia pela cara dele que ele não estava muito confortável com a presença dela.

   — Uh-Britney, por que não conversamos lá em cima? — Ares disse desconfortavelmente, seu corpo rígido.

   — Pelo menos deixe-me abraçá-lo um pouco mais — ela fez beicinho. — Estou gostando bastante daqui.

   — O homem está claramente desconfortável — olhei para ela enquanto cruzava os braços. Ela pareceu surpresa, mas rapidamente mascarou seu choque com uma carranca.

   — Quem é você para nos interromper? — ela questionou.

   — Eu sou sua enfermeira e é meu dever cuidar dele — ela revirou os olhos. — Ares, você não pode contar isso a ela?

   — Loren está certa — Archer decidiu interromper depois do que pareceu um longo tempo. — Vamos acomodá-la e então podemos conversar—

   — Acomodar?

   — Archer — Britney engasgou. — Você esqueceu de mencionar que estou aqui por dois dias?

   Meus olhos se voltaram para Archer, que agora estava coçando timidamente a nuca.

   — Opa?

   Oh, que alegria!

   Fiz uma careta para a mulher que provavelmente era muito mais velha do que eu, mas agia como uma adolescente em geral enquanto voltava a abraçar Ares.

   Vamos apenas rezar para que eu não cometa um assassinato enquanto isso.

   — A casa parece muito melhor do que da última vez que a vi! — Britney exclamou enquanto olhava para o enorme lustre com entusiasmo. Revirei os olhos enquanto os seguia de perto, minhas mãos cerradas com força.

   Ela está dizendo todas aquelas demonstrações de luxo e nunca viu um lustre em toda a sua vida?

   Por favor.
   Ela era uma puxa-saco.

   — Obrigado — disse Archer. — Eu renovei.

   Meus olhos se voltaram para Ares, que estava estranhamente quieto. Ele parecia estar perdido em seu próprio mundo, seu mundo de trevas.

   Eu fiz uma careta.

   Olhei para Britney novamente, que estava tocando sutilmente o braço de Ares enquanto caminhavam juntos para o quarto dele. Ares estava rígido, sem qualquer sinal de conforto.

   Seus avanços não passaram despercebidos; na verdade, eu a mantive sob rígido escrutínio. Se ela tentasse fazer outra coisa, eu arrancaria o cabelo dela.

   — Oh — a voz dela ficou monótona. — Eu acho que é lindo. Ares, você ainda faz aquela caminhada noturna todos os dias? Visita o lago? Costumava ser nosso ponto de encontro favorito.

   Minha pele queimou quando ouvi suas palavras.

   Eu sabia o que ela estava tentando fazer. Era um velho truque psicológico. Evocar lindas lembranças e enganar uma pessoa fazendo-a acreditar que tudo continuava igual.

   Frequentemente usado pela pessoa tóxica em um determinado relacionamento.

   — Não — resposta direta do Rei Ares.

   Eu sabia que Ares não estava interessado nela a partir de agora, sua linguagem corporal e respostas monossilábicas para qualquer pergunta idiota que ela fizesse eram revelações suficientes. Meus olhos se voltaram para a mulher que estava agarrada a ele como uma maldita sanguessuga e tudo que eu queria fazer era chutá-la e deixar um chupão em seu pescoço para que ela soubesse que ele deveria ser meu.

   — Uh, Ares, você não acha que está um pouco lotado aqui? — ela questionou docemente enquanto atirava punhais em mim através de seus olhos, um favor que retribuí com 100 vezes mais intensidade.

   Archer ficou quieto, provavelmente sentindo a tensão no ar que poderia ser cortada com uma faca.

   Ares ergueu uma sobrancelha.

   — Você quer ir para um lugar mais silencioso?

   — Acho que deveríamos discutir tudo no seu quarto, tenho muito para te contar — ela ronronou.

   — Suponho que sim — ele suspirou. — Archer, Sra. Campbell. Vocês nos dão licença?

   Britney inclinou a cabeça e me lançou um sorriso malicioso.

   Juro por Deus se ela decidir me provocar mais uma vez

    — Tudo bem, irmão — olhei para Archer com descrença. Certamente, ele não iria deixar seu amado irmão com essa bruxa?

   Archer me deu uma cutucada enquanto decidia andar.

   Caí junto com seus passos, inclinando a cabeça mais uma vez para ver Ares entrando em seu quarto junto com Britney.

   — Eles vão ficar bem — Archer me assegurou, mas algo me dizia que não ia ficar bem.

   Ares sofria de TEPT, ficou claro na noite em que ele teve pesadelos.

   Britney também fez parte de seu trauma. Uma amante que o abandonou quando ele mais precisava dela. Ele estar naquele quarto com ela só aumentou minhas preocupações. Ela poderia ativá-lo.

   — Duvido muito disso — murmurei. — Estou preocupada.

   — Ei, Lô — a voz suave de Archer não fez nada para acalmar meus nervos. Olhei para cima e encontrei admiração brilhando em seus lindos olhos cinzentos. — Está tudo bem. Eu sei que você está realmente preocupada com Ares e sendo sua enfermeira, é sua responsabilidade cuidar dele, mas acredito que isso é algo que ele mesmo tem que enfrentar.

   Discordo.
   Ares era forte, não precisava de ninguém para travar suas batalhas, mas ainda assim, isso não significava que ele não precisasse de ajuda. Mesmo alguém tão forte como ele precisava de companhia.

   Alguém que pudesse ajudá-lo a lutar contra os demônios em sua cabeça.

   Foi por isso que eu estava aqui, para ajudá-lo a lutar.

   — Estarei no meu quarto — murmurei enquanto me dirigia para a direção oposta do quarto de Ares, para o meu.

   — Até mais.

   — Até mais — ele me lançou um sorriso encantador enquanto descia as escadas.

   Mantive meus olhos sobre ele enquanto ele descia as escadas apressadamente.

   Quando sua forma desapareceu atrás de uma coluna, corri para o lado oposto da história, onde ficava a porta de Ares.

   Soltei um suspiro enquanto pressionava meu ouvido na porta fechada.

   — ... e então, Ares? Isso ainda não muda o fato de ele ser seu irmão...

   Irmão?

   — ... Era, Britney. Ele não existe mais. Não quero ouvir nada sobre ele. Ele morreu há 13 anos.

   — ... Pelo menos tenha algum respeito e faça uma visita ao seu memorial... Eu sabia que Liam estava falsificando papéis, você ainda está bravo com ele depois de todos esses anos? Eu quero que nos tragamos de volta, Ares. Como um parceiro de negócios e parceiros.

   Meus punhos cerraram.

   O mesmo velho drama do tipo 'leve-me de volta, eu mudei'. Assisti novelas suficientes para saber como essas coisas funcionavam.

   — ... Ele era ganancioso. Eu só quero removê-los das minhas memórias. Por que você tem que fazer isso comigo? Eu não quero isso de volta, é tão difícil de entender?

   — Por que, Ares? Admito que cometi um pequeno erro, deixei você e sinto muito por isso. Éramos tão bons juntos. Admito que levei algum tempo para descobrir o que eu queria. Eu quero você, eu quero nós. Éramos tão poderosos juntos que éramos alvo de inveja—

   — Você já terminou?

   Seguiu-se um momento de silêncio.

   — Não! Ainda não terminei! Ares, por favor, pense nisso, eu sei que pode ser difícil para você administrar a empresa—

   Ela estava forçando agora.

   — Não é difícil para mim, Britney. Sou cego, não estou em coma nem sofro de perda de memória. Posso administrar a mim mesmo e à empresa muito bem.

   — Eu odeio o fato de você tentar fazer tudo sozinho, apesar de claramente não estar bem! Ares, por favor. Estou aqui para fazer as pazes. Eu sei que cometi um erro, foi apenas por vingança—

   — Por que você se tornou vingativa? Fui eu quem sofreu, fui eu quem perdeu metade da minha família, fui eu quem perdeu a visão... Por que as pessoas ao meu redor decidem como devo sinto e como devo ser aproveitado!?

   — Você não acha que eu sofri também?! Eu me aborreci por muito tempo, com sua condição e tudo—

   Foi isso.

   Escarlate envolveu minha visão enquanto eu cerrava os dentes, batendo a porta. Britney pareceu surpresa, enquanto Ares parecia... espancado.

   — Dê o fora — eu gritei. — Você está prejudicando meu paciente.

   — Com licença?! Estou tentando conversar aqui—

   — Se eu relatar à fundação dele que uma mulher aparentemente lunática está causando desconforto a ele, isso pode lhe render um processo brilhante e pesado. Antes, sou obrigada a dar esse passo — respirei, cerrando a mandíbula. — Dê o fora. Agora.

   Ela bufou, principalmente em descrença, lançando os olhos de mim para Ares.

   — Certo, tudo bem! — ela bufou. — Quando essa garota terminar, me ligue. Conversaremos como adultos maduros.

   Cruzei os braços.

   Ela passou por mim, mantendo seu olhar em mim.

   — Você pode falar com ele o quanto quiser — ela parou em seus passos, inclinando a cabeça para mim, encontrando meus olhos. — Contanto que seja feito como uma pessoa civilizada.

   — E você vai me ensinar o que é civilidade, Sra. Loren?

   — A julgar pela sua conversa anterior, você precisa de uma lição adequada de boas maneiras e etiqueta — estreitei os olhos. — Eu ficaria mais do que feliz em lhe ensinar isso.

   — V-você! — ela bufou, seu escárnio logo foi substituído por um sorriso próprio. — Eu sei que você está atraída por Ares. Você espera que isso possa levá-la para a cama dele, hm?

   Eu cerrei os dentes. Eu não o estava protegendo porque queria dormir com ele.

   Eu o estava protegendo porque ele já havia lutado o suficiente.

   — Eu não preciso defender alguém para que eles me levem para a cama, Sra. David — eu propositalmente pronunciei errado o nome dela. — Você estaria mentindo para si mesma se acreditasse no contrário.

   Com o passar dos anos, aprendi a dominar a arte da intimidação. Era uma ferramenta necessária para sobreviver num mundo cheio de lobos aguardando suas presas.

   A intimidação espreitava sob os olhos.
   E fiquei mais do que feliz em usá-lo nela.

   — Você é apenas uma mera enfermeira — ela cuspiu as palavras como se cuidar de pessoas fosse uma profissão humilde. — Se você espera ir para a cama com Ares e cortejá-lo para garantir seu futuro, você está terrivelmente errada. Ares não é alguém assim.

   — Pode ser algo com o qual você está acostumada — dei de ombros. — Eu não.

   — Tanto faz, vadia — ela revirou os olhos e foi embora.

   Soltei um suspiro, entrando na sala, absorvendo o interior sombrio.

   — Ares? — minha voz era um sussurro trêmulo enquanto olhava ao redor, observando o interior bem organizado.

   — Você estava escutando — veio sua voz baixa atrás de mim. Eu me virei e o vi saindo da varanda.

   — Eu estava preocupada.

   — Por que todo mundo sente a necessidade absoluta de interromper minha vida quando não é a sua deixa? — ele cerrou a mandíbula enquanto se inclinava no sofá.

   Respirei fundo, tentando me acalmar.

   — Eu não queria que ela provocasse você.

   — Não foi necessário — ele resmungou.

   — Com certeza foi - engoli em seco enquanto dava passos lentos em direção a ele. - Ela estava se comportando de maneira inadequada.

   — Você é corajosa demais para o seu próprio bem — ele suspirou. — Como um pequeno foguete. Você não acha que estou bem o suficiente para cuidar de mim mesmo?

   Lambi meus lábios enquanto caminhava em direção a ele. Suas mãos repousavam no encosto do sofá enquanto uma das mãos estava enfiada no bolso da calça preta.

   — O que quer que ela tenha dito, não é verdade — tentei manter minha voz firme, mas falhei.

   Ele permaneceu quieto.

   — Ela não sofreu. Você sofreu. Você perdeu sua família, sua visão, provavelmente junto com muitas outras coisas.

   Eu respirei fundo.

   — Está tudo bem em deixar ir às vezes, Ares. Está tudo bem não ser forte o tempo todo. Está tudo bem não ser cortês com alguém que te machucou. Você já lutou o suficiente. Você não precisa sofrer sozinho.

   Ele inclinou a cabeça, uma sombra foi lançada sobre ele. Ele parecia preso em sua cabeça, como se uma ilusão de memórias o cercasse.

   — Ares—

   — Muitas vezes penso que era melhor morrer.

   Parei, meus olhos se arregalaram. O ambiente ficou terrivelmente silencioso quando o som do meu coração se tornou ensurdecedor em meus ouvidos.

   — Muitas vezes desejo a morte. Seria mais fácil do que isso.

   Cerrei os punhos. A ponta dos meus dedos dos pés parecia ter sido formigada.

   Sem palavras, sua mão ergueu-se enquanto ele lentamente tirava a máscara.

   Fiquei boquiaberta quando ele levantou lentamente a cabeça, a luz iluminando o lado direito de seu rosto.

   Meus olhos se arregalaram quando eu o observei.

   Carne.

   Tudo o que vi foi carne visível, coberta por uma pele fina que parecia artificial.

   Estava queimado, distorcido - mas parecia ter passado por algumas cirurgias estéticas, a estrutura óssea estava intacta, os músculos estavam um pouco ocos.

   Ele estava apresentando a parte mais crua dele. A parte mais vulnerável dele, aquela que ele escondia atrás da máscara.

   Ele ainda era magnífico.

   — Às vezes, fico grato por não ter que ver isso com meus próprios olhos — Ares murmurou, seu rosto permaneceu frio, mas eu podia ver a autopiedade brilhando em seus olhos.

   — Dê uma boa olhada, Sra. Campbell e depois me diga se ela também sofreu ou não.

   O que eu poderia dizer?
   O que quer que eu dissesse, mesmo que fosse verdade, ele não acreditaria em mim.

   A verdade é que ele ainda era um dos seres humanos mais lindos que já tive a oportunidade de ver.

   Ele ainda era Ares. O homem que viveu em minha mente.

   — Você ainda é lindo, Ares — eu sussurrei. — Confie em mim.

   — Estou cansado de mentirosos, Sra. Campbell. A última coisa que preciso é de sua pena e de uma mentira.

   — Eu nunca teria pena de você — eu estava à beira das lágrimas, não sabia por que, mas a pena dele me incomodava muito. — Você me salvou uma vez. Eu sei que você é forte o suficiente. Por que você precisaria minha pena?

   Sem lhe dar oportunidade de pronunciar outra palavra, caminhei em sua direção, até que restasse apenas uma distância de um fio de cabelo entre nós.

   Um momento de silêncio se passou quando senti sua respiração quente e difícil soprando em minha testa. Estendi a mão e toquei suavemente sua carne desfigurada com os dedos, traçando todas as arestas.

   Eu podia ouvir meu batimento cardíaco se misturando ao dele.

   Eu precisava deixá-lo saber que eu quis dizer cada palavra que disse. Ele tinha que acreditar em mim.

   Meu coração palpitou freneticamente enquanto eu ficava na ponta dos pés e pressionava meus lábios frios nos dele.

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