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𝟎𝟒. 𝔉𝔦𝔫𝔢 𝔏𝔦𝔫𝔢 › 𝐀𝐞𝐠𝐨𝐧 𝐈𝐈 𝐓𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐲𝐞𝐧

✎ 𝙽𝚘𝚝𝚊𝚜 𝚍𝚊 𝙰𝚞𝚝𝚘𝚛𝚊: 𝚒𝚖𝚊𝚐𝚒𝚗𝚎 𝙰𝚎𝚐𝚘𝚗 𝙸𝙸 𝚃𝚊𝚛𝚐𝚊𝚛𝚢𝚎𝚗 𝚎 𝚂𝚘𝚋𝚛𝚒𝚗𝚑𝚊, 𝚏𝚒𝚕𝚑𝚊 𝚍𝚊 𝚁𝚑𝚊𝚎𝚗𝚢𝚛𝚊.
𝙰𝚗𝚝𝚎𝚜 𝚍𝚎 𝚕𝚎𝚛𝚎𝚖 𝚙𝚛𝚎𝚌𝚒𝚜𝚘 𝚍𝚎𝚒𝚡𝚊𝚛 𝚌𝚕𝚊𝚛𝚘 𝚚𝚞𝚎 𝚏𝚒𝚣 𝚟𝚊𝚛𝚒𝚊𝚜 𝚖𝚞𝚍𝚊𝚗𝚌𝚊𝚜 𝚗𝚘 𝚙𝚎𝚛𝚜𝚘𝚐𝚎𝚖 𝚍𝚘 𝙰𝚎𝚐𝚘𝚗 𝚋𝚎𝚖 𝚌𝚘𝚖𝚘 𝚒𝚍𝚊𝚍𝚎 𝚍𝚎 𝚝𝚘𝚍𝚘𝚜 𝚎𝚕𝚎𝚜. 𝙾 𝚒𝚖𝚊𝚐𝚒𝚗𝚎 𝚗𝚊𝚘 𝚊𝚋𝚘𝚛𝚍𝚊 𝚝𝚎𝚖𝚊𝚜 𝚊𝚋𝚞𝚜𝚒𝚟𝚘𝚜 𝚌𝚘𝚖𝚘 𝚗𝚊 𝚜𝚎𝚛𝚒𝚎 𝚎 𝙿𝙾𝚂𝚂𝚄𝙸 𝙷𝙾𝚃.
𝙳𝚒𝚝𝚘 𝚒𝚜𝚜𝚘, 𝚋𝚘𝚊 𝚕𝚎𝚒𝚝𝚞𝚛𝚊.
𝙲𝚘𝚗𝚝𝚊𝚐𝚎𝚖 𝚍𝚎 𝚙𝚊𝚕𝚊𝚟𝚛𝚊𝚜:𝟿𝟻𝟾𝟿.


00:03 ━━━━⬤─────── 02:56
Fine Line, Harry Styles

Put a price on emotion
Looking for something to buy
You've got my devotion
But, man, I can hate you sometimes
I don't want to fight you
And I don't want to sleep in the dirt
We'll get the drinks in
So I'll get to thinking of her
We'll be a fine line...

─────── ೄྀ࿐ Naera Velaryon foi a verdadeira surpresa da primeira gravidez da princesa Rhaenyra, e um verdadeiro milagre.

    Os Masters e curandeiros após descobrirem a presença de mais um bebê durante o parto de Jacaerys, apostaram imediatamente na morte da princesa herdeira, que acabou dispensando a presença de todos eles e confiando apenas em suas serventes para ajuda-la com a segunda parte do parto.. uma linda menina foi colocada em seus braços, marcada pelos mesmos fios castanhos do irmão, mas Rhaenyra notou assim que a pequena abriu os olhos, que esses eram marcados por seu sangue. Os belos olhos violetas brilhantes e um segundo depois a menina abriu o berreiro fazendo seu irmão gêmeo se assustar e então acompanha-la na choradeira.

    Um ano e meio mais tarde, a dupla virou um trio com a chegada de Lucerys. E durante toda a sua vida, Naera lembrava-se de ter a companhia dos dois irmãos. No início eram apenas eles e seu tios Aegon, Helaena e Aemond, não que eles se comportassem como sobrinhos e tios, eram pequenos demais para entender o vínculo hierárquico que se implicava naquela familia, mesmo com o óbvio conflito de interesses entres suas.. casas.

    Naera sempre observava a todos os adultos, assistia como seus tios eram tão facilmente carregados para uma briga que sequer estavam interessados. Aegon II que era o mais velho dos filhos da Rainha Alicent Hightower e era apenas três anos mais velho que Jacaerys e ela, era o mais engraçado também, mas não quando estava provocando Aemond que era um ano mais velho que ela, ou quando se juntava com Lucerys para implicar com Jace, não, não era nesses momentos que ele era divertido. Naera se divertia mesmo com ele quando eram aquelas intermináveis aulas com os Marters sobre Westeros antes da Conquista, aqueles velhos vestidos de sacola branca realmente não gostavam de falar da conquista o que fazia Naera pensar que eles secretamente odiavam sua familia, mas de alguma forma quando Aegon estava presente nas aulas essas passavam mais rapidamente. Fosse porque ele se sentava ao lado dela e a ensinava a fazer umas dobraduras mal feitas com os papeis que eles deveriam fazer anotação sobre todos os deuses ou aquelas arvores, ou fosse porque ele fazia perguntas obvias para os masters e os obrigava a explicar a coisa mais idiota do mundo, ou talvez porque quando ele dormia durante a lição ela sempre podia manchar o rosto dele com carvão que ele so vinha perceber no horário do jantar e ai eles ficavam se alfinatando pelo resto da noite.

    E talvez, Naera gostasse do fato de que Aegon nunca a tratara como... bastarda.

   O fato de observar muitos os adultos é que como uma criança de sete anos você pode começar entrar em conflito consigo mesmo, não compreender algumas frases como sendo maldosas, mas vendo que pela reação do outro grupo elas de fato foram. Naera não compreendia o que era ser bastarda ainda, quer dizer ela era filha de Rhaenyra e nunca pensou que a cor de seus cabelos juntamente com seus irmãos poderiam refutar isso.

    Mas certa vez em um dos muitos eventos no castelo, daqueles que reuniam muitas casas e as crianças eram sempre mandadas para os quartos com as serventes reais e ficavam brincando em grupinhos separados por idades. Naera e Jacaerys haviam completado oito anos, e o comodo estava cheio de crianças Lannister, Baratheon, Stark, Targaryen e Velaryon.

    Naera se pendurava nos arcos da cama juntamente com Nymeria Stark quando James Lannister aproximou-se com aquela cara feia e pose de superioridade. Ele era um ano mais velho que Aegon que na época com seus onze anos não mais parecia interessado em ficar no quarto das crianças e parecia todo idiota ao lado de Hester Baratheon, não que Naera soubesse o motivo de acha-lo particulamente idiota naquele dia.

    Mas ao passo que James Lannister se aproximava de Naera e Nymeria, os olhos violetas de Aegon deixaram o rosto de Hester e seguiram o garoto, e então procuraram pelo de Jacaerys do outro lado do comodo.

    Naera não viu James se aproximando, não o viu tirando uma pequena adaga, apenas sentiu o momento em que ele tocou em uma mecha de seu cabelo e a cortou.

— Eii! - ela gritou irritada, tocando o proprio cabelo e vendo a mecha presa entre os dedos de James.

    Nymeria parou ao lado de Naera com aquelas seus olhos acinzentados e franziu a cara para James.

    Ser criada em meio a tantos garotos dava certa vantagem a uma menina de oito anos, uma pequena, mas ainda assim uma vantagem, Naera se impulsionou para frente acertando com toda sua força o lacal sensivel, que após uma briga com seu irmão gêmeo ela descobrira que doia muito nos garotos se acertasse, mesmo que sem querer.

— Sua pirralha bastarda! - o garoto Lannister gritou, inclinando-se dolorosamente para frente, mas aparentemente a força dela não havia sido o suficiente para deixa-lo caído por mais tempo. - Ah eu vou.. - ele ja estava segurando Naera pelos cabelos e gritando coisas incoerentes em sua cara.

    Jacaerys já estava atravessando o comodo em direção a irmã gêmea, acertando a cabeça de James com um bloco de cerâmica de um dos brinquedos no chão, Naera caiu com os olhos cheio d'água. Embora Jacaerys fosse bem forte para sua idade, assim como Lucerys, eles ainda eram muito pequenos comparado um garoto de quase treze anos, e dessa forma James Lannister ja tinha chutado Lucerys na costela e agora segurava Jace pelo pescoço.

    Todas as crianças assistiam ao redor, umas achavam graça, como as meninas Baratheon que pareciam encantadas com James, Aemond olhava com certa indiferença enquanto Helaena parecia aflita e segurava as proprias mãos nervosamente.

    Aegon no entanto, ja havia se colocado de pé, os punhos cerrados e as vozes de Criston e de sua mãe ecoando por sua mente, bastardos.. ele não deveria interferir, não devia ajudar, não era problema seu..
A gritaria no quarto aumentava e ele se sentia cada vez mais tenso, foi então que seus olhos encontraram os violetas de Naera o rosto delicado estava vermelho e os olhos gritavam silenciosamente por ajuda. Ele parecia preso ao chão, queria se mover, mas parecia incapaz.

    Então teve de assistir pequena Naera se levantar, com uma ira pesada demais para uma menina de oito anos, e partir para cima de James. Aegon puxou o ar com força, seus pés ja agiam por ele quando se enfiou entre a sobrinha e James Lannister, o loiro ja estando pronto para bater nela novamente.

— A minha sugestão é que você não encoste nela de novo. - a voz de Aegon não passou de um murmurio casual demais para a seriedade do momento, enquanto os olhos violetas do príncipe fitavam os castanhos do Lannister.

    James no entanto, tentava se livrar do aperto de Aegon, o príncipe arrancou das mãos dele a mecha trançada castanha cortada do cabelo de Naera. Ele nunca soube que podia se sentir daquela forma, não somente irritado já que ele se sentia assim grande parte do tempo mas.. preocupado, como se um novo instinto houvesse tomado conta de si completamente.

    Aegon soltou o braço de James, e deu um passo ameaçador para mais proximo do loiro.

— Se eu fosse voce começava a pensar em implorar por perdão, Rei Viserys não vai gostar nadinha de saber que se referiu a neta dele como bastada. - sussurrou o príncipe, mas tão rapidamente ele voltou a colocar certa distância entre o Lannister e si mesmo, fazendo uso daquele seu sorriso largo e cheio de arrogancia e cinismo.

    Naera esperou para que todas as criânças fossem entregues a seus responsáveis, para então espremer-se pelo corredor e enrolar os braços ao redor de Aegon.

— Obrigada. - ela murmurou e então voltou correndo pelo mesmo caminho.

    Naera nunca se esqueceu daquele dia, nunca deixou de apreciar a coragem de Aegon ao defende-la e desde aquele dia alguma coisa mudou na princesa, talvez um grau de maturidade lhe fora forçado ao perceber o quão cruel as pessoas - até crianças - poderiam ser, mas não apenas isso, naquela noite Naera passou a confiar em Aegon.

    O que talvez se provasse uma péssima decisão..
    Não naquele momento, no entanto..

    ─────── ೄྀ࿐ Enquanto todos se dividiam mais e mais em suas crenças, criando seus tão aclamados times, Aegon e Naera por algum motivo parmaneciam próximos, algo entre eles, como uma linha fina que amarrava suas almas, não permitia que as discussões e fofocas entre os verdes e os pretos chegassem a afetar sua proximidade e confiança.

    Aegon por diversas vezes se via capaz de descançar e encontrar o alivio de tudo aquilo apenas quando estava na presença de Naera, quando a encontrava de baixo de alguma árvore lendo seus livros ou então exercitando algum golpe com a espada que Sir Harwin a ensinara antes de morrer. Ela nem precisava falar com ele, apenas estar ali, na mira de seus olhos violetas para que o jovem príncipe deixasse que toda a aflissão e peso em suas costas fosse levado embora.

    Mas o tempo não foi exatamente gentil com eles.

    Dia após dia, a lua cheia entrava e saia e a cada uma delas, Aegon e Naera cresciam e eram treinados para os fins de uma guerra silenciosa, uma que as vezes não passava de sussurros à brisa. Brisa essa que não chegava a soprar os fios castanhos de Naera, ou os platinados de Aegon.

    Até que chegou em forma de tempestade.

— O que é que você esta fazendo aqui? - Naera vinha caminhando pela areia, descalça, seus braços postos graciosamente para trás enquanto ela se aproximava de Aegon. - Pensando em fugir em um dos navios de Corlys? - brincou.

    O principe, não precisou olhar para o lado para reconhcer sua voz. Agora com seus treze anos quase quatorze, Naera vinha se tornando a princesa aos olhos da corte, o que para Aegon vinha sendo uma tortura de se assistir. Até mesmo Lannister e Baratheons vinham sorrindo como tremendos idiotas para Naera, mas ele tinha de reconhecer, ela era linda.. de um jeito novo para ele agora.

— Não seria uma má ideia, seria? - ele respondeu a sua brincadeira talvez de maneira um pouco seria demais. - Conhecer partes do mundo onde ninguém faz idea do que um Targaryen é..

    Naera tirou os olhos do horizonte, fitanto o perfil turbulado de Aegon.

— Não acho que esse lugar exista. - ela murmurou - É isso que você quer? - sua pergunta saiu tão baixa que por um momento ela pensou que ele não ouvira, mas após alguns minutos Aegon virou-se para olhar para ela.

— Talvez. - ele sorriu, e Naera sentiu em si a dor daquele sorriso, o cansaço nos olhos de alguém tão jovem, todo o abuso, como teias de aranha em sua cabeça.

     Naquele momento Naera desejou crescer, ser tão jovem quanto Aegon, assim se ele descidisse fugir, ela poderia ir com ele. Um pensamento completamente irracional? Provavelmente, mas tinha certeza de que sua familia entenderia, e talvez, com Aegon longe todos poderiam esquecer aquelas ideias estupidas de que ele deveria ser o herdeiro apenas por ser homem, era óbvio que ele não desejava isso. Sua mãe seria coroada, Jacaerys seria seu herdeiro, talvez rainha Alicent até aceitasse por fim casar Helaena com seu gêmeo, Naera bem queria que ela fosse sua irmã de verdade, seria tudo resolvido e A Casa do Dragão permaneceria unida.

     Um pensamento tanto quanto infantil, ela sabia, mas talvez..

— Eu iria com você. - disse ela baixinho.

     Os olhos dos principe brilharam, como se as palavras da princesa ascedessem algo novo, ou antes adormecido.

— Você fugiria comigo? - repetiu ele, quase incredulo e ao balançar da cabeça da princesa, reafirmando silenciosamente, Aegon se viu dando dois passos largos na direção dela - Você não sabe o que está dizendo, Nary.. - ele rosnou baixinho contra face dela, embora o apelido tenha sido um toque doce que a fizera inspirar profundamente e não ser capaz de desviar os olhos.

— Talvez.. - concordou ela - ou talvez seja você que está com medo de ao menos uma vez na vida fazer algo por si mesmo. - a voz de Naera não era mais que um sussurro, mas desafiava cada gota no sangue de Aegon como a coisinha petulante que ela era.

    Ele riu, mas não foi como suas gargalhadas divertidas, foi algo mais como uma lufada de ar incrédula, enquanto os olhos violetas vibravam para os da mais nova.

— Você deve estar me confundindo com Aemond. - devolveu o jovem principe.

Mas tudo que Naera fez foi balançar a cabeça negativamente, calma, mas ainda com o mesmo olhar vibrante separado unicamente para Aegon, ja que somente ele provocava aquele tippo de reação na jovem princesa.

— Aemond faz exatamente o que ele quer, o que ele gosta.. você, Aegon é quem verdadeiramente esta preso nas correntes daqueles que desejam te usar.. - embora fossem palavras fortes, pesadas talvez, Naera as dizia com carinho, como se machucasse a ela mesma dizer aquilo a ele. - mas dragões não podem ser subjugados por correntes, Aegon. - a menina sorriu, com um quê de malícia, enquanto sua destra tocou o local onde o coração do principe retumbava fortemente.

    Aegon não chegou a calcular os pensamentos ou os desejos que vieram a cerca desses, suas ações silenciaram bom senso na mesma rapidez que os labios do principe selavam os de Naera.
    As mãos grandes do Targaryen prenderam o rosto delicado da princesa Velaryon e ele moveu os labios contra os dela com uma necessidade que nunca havia sentido em toda sua vida, como se precisasse mais dela do que do proprio ar que respirava.

— Aegon.. - ela sussurrou o seu nome entre um segundo e outro, sentindo que talvez suas pernas fossem realmente ceder.. ou o proprio coração que batia agitadamente em seu peito.

    Os dedos delicados da princesa infltraram-se nos fios platinados e bagunçados de Aegon, e após um momento ela pode retribuir o beijo, afinal aquele era o primeiro e Aegon apesar de guiado por seus próprios desejos ainda tivera um pouco de paciência até que ela pudesse entender a dinâmica do que era um beijo.

    Não que tal paciência estivesse durando muito, Aegon a guiou para trás, até que suas costas tocassem uma das caixas de madeiras próximas as embarcações.

— Naera, Naera.. minha doce princesa.. - ele sussurrou contra a boca da menina, deixando que suas mãos explorassem a pele protegida pelo vestido leve. - Vou te levar comigo.. vamos voar para além da Antiga Valiria e descosbrir outras terras onde nenhum Targaryen tenha colocado os pés..

     Naera não tinha certeza se Aegon estava pensando direito, mas não importava porque ela mesma estava chacoalhando a cabeça, concordando com todas suas palavras. No fim ela talvez não estivesse pensando direito. E no momento, não importava, não quando ele finalmente buscou os labios dela novamente, prendendo seu corpo contra o dele e levando todo ar de seus pulmões.

    Aquela sensação era completamente nova, Naera se sentia inebriada, quase como se pudesse realizar tudo que desejasse, como se não houvesse um mundo onde as regras se aplicassem a eles, sentia-se livre, desejando desafiar todo o fogo do dragão e todos que pudessem nega-la que ela queria.

   E o que ela queria era ele..

— Aegon! - alguém chamou a distância, fazendo toda a determinação da menina se dissipar. - Principe Aegon!

    Aegon se viu afastanto-se de Naera, ou talvez ela o tenha empurrado.

— Sir Cole. - ela sussurou, seu olhar assustado o fez piscar e olhar aos redores, apenas para constatar que ela estava certa e o cavalheiro de sua mãe, vinha a sua procura. - Você precisa ir.. - ela sussurrou arrumando sua postura, mas ao perceber o olhar preocupado de Aegon, Naera sorriu - Eu vou ficar bem.. voltarei para meu quarto em alguns minutos. - garantiu.

    O principe, ainda incerto de deixa-la ali sozinha, apenas concordou ao ouvir a voz de Sir Criston chamando-o novamente, agora mais próximo.

    Naera se escondeu atrás das caixas de madeira por alguns minutos e observou Criston Cole levar Aegon apressadamente para dentro de Derivamarca, talvez ela devesse segui-los imediatamente, ja que a comoção de guardas parecia seria, mas ela sabia que seria pior se ela e Aegon fossem visto juntos, ou talvez fosse apenas os ultimos minutos que a fizessem pensar dessa maneira.. fosse como fosse ela esperou para entrar sorrateiramente no comodo principal de Derivamarca.

    A primeira coisa que a princesa notou foi sua mãe entrando as pressas no comodo, sendo seguida por Daemon. Naera ficou em silêncio e esperou, passando silenciosamente pelos soldados enquanto a gritaria ficava cada vez pior, mas foi então que ela os viu.. Jace e Luke, rostos ensanguentados, um ao lado do outro surrurrando algo para sua mãe.

    Naera se apressou e segurou o rosto de Luke preocupada.

— O que aconteceu? - ela perguntou ao mesmo tempo que ouvia sua mãe dizer "Acusações sérias foram feitas contra os meus filhos.."

— Onde você estava? - Jacaerys perguntou em voz baixa, olhando-a seriamente, Naera o encarou em silencio, ouvindo a voz de seu avo sobressair as demais.

— No quarto.. - um gosto amargo acomodou-se na lingua de Naera, provavelmente o gosto de sua mentira.

    Jacaerys e Lucerys apenas a encararam, mas não disseram nada, não quando um tapa estridente soou pelo comodo e a voz da rainha acompanhou alta e furiosa agora, ela havia batido em Aegon. Naera ainda não compreendia o que estava acontecendo, a culpa acomodava-se como um nó sofucante em sua garganta, enquanto ela desejava ir at o príncipe, mas ao buscar por qualquer sinal de ajuda seus olhos acabaram encontrando os de Aemond. Uma onda de pavor correu pelo corpo da princesa ao ver a situação de rosto.. de seus olhos, e ela então se voltou para os irmãos, e então, ela entendeu.

    "Principe Aemond deve ser interrogado.." "As origens de tais insultos.." "Um olho... Meu filho perdeu um olho por um insulto!"

    As mãos de Naera tornaram-se frias e trêmulas quando Rainha Alicent alcançou a adaga de seu avô, Viserys, e veio em direção a Luke. Jacaerys passou o mais novo para trás de seu corpo tornando-se exposto e então ela mesma agindo no mais puro instinto se colocou na frente do irmão gêmeo enquanto guardas tantavam conter a todos.

    Aegon que sentia o rosto latejando, uma dor simploria comparada a toda humilhação, culpa, decepção e todas os demais sentimentos que ele sufocava em seu peito, viu o exato momento em que sua mãe avançou para Naera com a adaga de seu pai. E como se não possuísse controle sobre seus pés o garoto avançou em passos largos, não chegando a ir tão longe e sendo contido por sua irmã.

É o sangue dela que deve marcar a lamina. - Helaena sussurrou, ainda segurando Aegon pelo braço.

    E ao se virar o príncipe viu que não era mais Naera que estava diante a lamina, e sim sua irmã, Rhaenyra.
    Todos no comodo seguravam suas respirações, enquanto Rainha Alicent e Princesa Rhaenyra seguravam-se entre insultos, verdades e.. sangue...

    Naera soube ali que não importava para onde ela voasse, o quão longe Aegon e ela fossem, nada seria capaz de interromper as chamas no incêndio de cartas criadas naquela noite.

─────── ೄྀ࿐ — dokimarvose, Valonqar.. - Naera falou enquanto desviava de um golpe mal executado por Lucerys — Você esta perdendo o equilibrio, segure a espada mais afastada do seu corpo.. ela deve ser uma estenção do seu corpo, leve.. entendeu?

    Lucerys suspirou, frustrado e Naera se aproximou calmamente, tomando a mão do mais novo e ajustando a espada em sua mão.

— Você esta indo muito bem, mas precisa relaxar deixar os golpes fluirem. - ela murmurou e ofereceu um sorriso calmo.

— Mas posso acabar machucando você.. - ele olhou para o chão inseguro, Naera entendeu, claro, conhecia o irmão bem demais, sabia o que a corte havia feito com ele e com sua insegurança.

— Não Luke.. você não vai. - ela garantiu mais uma vez, e entao devolveu a popria espada para a bainha — Vamos.. acho que ja treinamos o bastante pela tarde, vamos ver se Jace ja conseguiu destravar a lingua. - brincou.

— Se ele ouvir voce falando isso.. - Luke riu baixinho.

— Negarei até a morte. - ela riu e ambos subiram as escadas de Pedra do Dragão.

    Ao chegarem no salão principal, perceberam que esse estava ocupado apenas por seu Maester, sua Mãe e por Jacaerys que pareciam estar observando livro. Foi ao se aproximarem porém, que Naera percebeu que não era uma livro que eles observavam, mas sim a carta em cima dele.

— Está tudo bem? - Lucerys perguntou, enfiando-se entre os dois.

    Naera continuou onde estava, na ponta da mesa apenas olhando a carta de longe.
    Muito havia mudado nos ultimos três anos, ela principalmente, depois daquela noite Naera simplesmente não conseguira voltar a ser a mesma menina alegre e quase inocente, com uma falsa esperança de mundo, ela havia visitado o céu e o inferno numa única noite, e desde então havia ficado no segundo.

    Parecia um tanto quanto dramático, certo? Mas ela passou aqueles três anos repetindo os eventos daquela noite, as falas de Aegon, as falas da Rainha Alicent, as falas de seu avô e de sua mãe. E talvez parte do que era sua esperança juvenil havia morrido ali.

    Aos dezesseis anos Naera sabia que seria uma guerreira, treinava com Daemon desde que ele e sua mãe se casaram, e vinha cada vez melhor, também havia se tornado uma excepcional montadora, ja que passava mais tempo nas costas de Herax do que em qualquer outro lugar.

    Ela havia abandonado uma fantasia e aceitado a realidade, ou assim ela pensava..

— Fomos convocados para Porto Real, - Naera piscou voltando a atrnção para sua mãe, quando Rhaenyra começou a explicar — Sor Vaemond Velaryon deseja desafiar a linha de sucessão a Derivamarca. - Naera e Jacaerys trocaram olhares intensos e furisos, as vezes as similaridades vinham a tona — Além disso.. - os olhos violetas de Rhaenyra agora estavam no rosto da filha - Aegon e Helaena foram prometidos em casamento, a cerimonia sera em alguns dias.

    Naera desviou o olhar para a janela mais distante do comodo, não conseguindo sustentar o olhar de nenhum deles. Oras o que é que eles queriam dela? Uma confissão? Lagrimas? Humpf.. não haveria nenhum. Não era problema seu, não era da sua conta quem se casava com Aegon..

— Comecem a arrumar seus pertences.. partiremos em dois dias. - Rhaenyra falou, Naera percebeu que sua genitora estava mais proxima dela agora e quando a menina se virou para seguir suas ordens ela escutou — Uma palavrinha, Naera querida.

    A princesa observou os dois irmãos partirem, juntamente com o maester. Ela respirou fundo e tomou coragem de olhar para a mãe e fitar aquele olhar gentil que sempre era reservado aos seus filhos. E havia mais um a caminho, Naera espera que fosse uma menina, assim sua mãe teria uma filha.. melhor.

— Como a senhora esta? - Naera perguntou de uma vez, esticando os dedos para tocar a barriga de sua mãe.

— Essa era a minha pergunta. - ela sorriu — Mas estou muito bem, este bebe não se mexe tanto quanto Viserys se mexia.. ou como Jace e voce se mexiam.. eu devia ter desconfiado de que eram dois. - a mais velha pos a mao por cima da dela. — Mas eu quero saber como voce esta?

— Estou otima. - mentiu, desde a primeira vez que mentira para eles havia sido um caminho sem volta, como uma mancha permanente, porém ao notar o olhar significativo de sua genitora Naera emgoliu em seco — Estou surpresa, não achei que Sor Vaemond seria tão corajoso. - outra mentira, bem, na verdade essa era mais uma omissão.

— Não estava me referindo a Sor Vaemond, Naera, e voce sabe disso.

    Sim, ela sabia, porém não tinha a menor coragem de falar sobre isso. Porque se falasse se tornaria real, e se fosse real então ela não teria como furgir daquele sentimento sufocante que se alojava em seu peito e em sua garganta.

    O silêncio da menina deixou claro a Rhaenyra que ela não estava disposta a falar, que sua língua sempre muito afiada estava trancada, então a mulher tocou o rosto delicado da filha. Naera sempre fora mais diferente de Jacaerys que a lembrava muito de Harwin, determinado e protetor, enquanto Lucerys era uma alma gentil que muitas vezes lembrava a gerdeira de sua propriamãe, Aema. Naera era talvez mais parecida com ela mesma, indomável, com a ideia de que seus sentimentos e pensamentos, vontades e ações pudessem ser errados e mal vistos, mas tal qual ela mesma, Naera teria de aprender a lidar com aquele lado de si mesma, o lado que seu pai, Viserys, chamava de 'sangue do dragão.'

— Nada do que você está sentindo é errado, Naera. — ela murmurou baixinho, vendo os olhos violetas da filha vacilarem enquanto ela piscava freneticamente para interromper o ardor — Bem que eu gostaria que não fosse por ele, mas eu entendo que para nós as vezes é inevitável.

    Naera engoliu em seco, mas não disse uma palavra, não conseguia.

— Mas saiba que.. eventualmente melhora.

    Agora a menina resfolegou um riso, algo sarcástico porque bem.. ela não tinha tanta certeza daquilo, na verdade parecia que seria pior a cada dia.

    A de fios castanhos respirou fundo e sorriu pequeno para sua mãe, apertando a sua mão com afeto. Ela saiu, novamente sem dizer uma palavra.

    ─────── ೄྀ࿐ As horas abraçaram os dias, até que eventualmente toda a Casa do Dragão estava sob o mesmo teto novamente, o de Porto Real.

    Naera andava silenciosamente atrás dos dois irmãos no patio do castelo. Eeles olhavam as diferentes armas para treinamento e ela.. bem, ela tentava não dar atenção aos olhares julgadores que era direcionado a ela e ao irmãos. O fato de seus cabelos serem castanhos quase escondia o outro fator escandaloso que uam dama estar trajando tantas armas em suas vestes quanto um homem, que era o caso dela e de Jace.

— Sobrinhos.. - Naera se virou rapidamente, os dedos gelidos apertaram as vestes ao reconhecer o rosto adornado por um tapa olho. — Vocês vieram treinar? - Aemond havia mudado muito, ela reconhecia, uma figura muito mais perigosa agora, ele deveria ter o que? Dezessete?

    Quando nenhum de seus dois irmãos responderam, ela acabou percebendo que ambos estavam tensos, de punhos cerrados e mandibulas travadas. Por qualquer fosse o motivo, Naera não se sentia intimidada por Aemond, na verdade nenhum deles a intimidava. Os prós e contras de viver com Daemon Targaryen. Ela sustentou sua postura, mesmo quando Aemond aproximou-se dela com um sorrinho desdenhoso que beirava a crueldade.

— Suponho que seja de enfeite. - Aemond indicou as adagas gemeas penduradas na cintura de Naera.

— Gostaria de descobrir? - o queixo dela progetou-se para frente, e um sorriso igualou-se ao dele.

     Aquele seu traço de personalidade, que Naera tanto se esforçava para esconder de todos, saia a superficie com muita facilidade na presença dos Verdes, como ela agora os chamava.

— "Humm" - foi a resposta de Aemond, acompanhada de um leve curvar de seus labios.

    O príncipe Targaryen virou as costas e deixou-os ali.

    Bem, não era necessário dizer que as horas que seguiram as intimações de Vaemond Velaryon foram tortuosamente lentas. E ficou muito claro, rapidamente, o favorecimento dos Verdes para com a causa do irmão de Corlys, mas para a surpresa de todos seu avô interveio, o que não acabou tão bem para Sor Vaemond.
Diante todo aquele caos Naera quase pode esquecer do latejar dolorido no quatro dedos abaixo do peito. Quase.

    A sensação era sufocante e piorava todas as vezes que seu olhar encontrava com o de Aegon do outro lado do salão ao lado de sua familia, ao lado daqueles que o queriam como rei.
    Parte de Naera queria acreditar que esse ainda não era o desejo de Aegon, que no fundo ele ainda era o garoto que ela se lembrava, mas Naera ja havia aprendido a não se deixar levar por belas fantasias.

    Por fim, quando a noite chegou e seu avô decidiu realizar um jantar para comemorar o noivado de Luke e Rhaena, Jace e Baela. Naera cogitou alegar não estar se sentindo bem, assim pouparia a pouca dignidade que sentia que lhe restava, contudo havia aquela outra parte de si que não queria ficar longe e que ansiava por algo inexplicável e inacessível, pela ascenção do proprio caos. Afinal aquela era sua realidade, uma em que ela não merecia o que queria porque o que queria era obscuro, e aceita-lo ou te-lo seria o mesmo aceitar o pior de si mesma.

     Então Naera vestiu suas melhores roupas e joias, tudo em preto e vermelho, colocou para dentro duas taças cheias de vinho e se juntou ao restante da familia.

    Naera ocupou a cadeira ao lado de Aemond, afinal eram os unicos solteiros ali. Ela engoliu o gosto amargo que a decepção daquela percepção lhe causou. Estava decepcionada por sentir-se inferior diante algo tão pequeno, quer dizer.. estar casada não lhe era mesmo tão relevante quanto o fato de com quem ela queria estar.

    Outra taça de vinho foi finalizada pela princesa.

— Alguém anda com bastante sede. - a voz de Aemond soou baixa ao seu lado, e Naera podia perceber seu divertimento.

— Alguém não sabe quando cuidar da própria vida. - devolveu ela, sua resposta porém foi recebida por um riso seco.

— Ah Naera.. - ele suspirou, fingindo simpatia — Ajudaria se eu dissesse que nos ultimos três anos ele tem alcançado o pior estado humanamente possível?

    A princesa Velaryon sentiu seu corpo congelar e a mandibula trincar-se com força, mas seu peito subiu e desceu , ela sabia que era apenas uma brincadeira de mau gosto, Aemond era astuto demais para fazer um comentario desses sem motivo, ele queria uma reação dela.

— Não faço a menor ideia do que voce esta falando. - ela não cairia naquele joguinho.

— Humm, claro que não.. - o principe sorriu — É por isso que você nem tirou os olhos da taça de vinho, ou se quer moveu um musculo desde que sentou aqui, esta morrendo e pavor de olhar para ele e ver que não podera...

    Aemond parou de falar quando Viserys começou a bater na taça para atrair a atenção de todos na mesa.
Naera aproveitou aquele momento para atingi-lo.

— O único motivo para o meu desconforto e ter que sentar do seu lado, one eye. - ela sussurrou e então sorriu largamente, um segundo mais tarde os tributos começaram.

    Uma hora mais tarde quando Jacaerys tomou Helaena para uma dança, Naera ja se sentia bem menos tensa uma bela cortesia do vinho. Ela se levantou caminhando para perto de uma das janelas onde a ventania fresca arejava o pequeno salão e respirou fortemente apoiando as mãos no parapeito. A musica estava consideravelmente mais baixa ali, o que a proporcionou certo alivio.

— Não me lembro da ultima vez que vi uma lua cheia. - por um momento pareceu que todo o comodo se silenciou e apenas a voz de Aegon soara em seus ouvidos, Naera levou um longo minuto para pousar os olhos no rosto do principe, o que ela não havia feito por toda a noite.. milagrosamente.

— Talvez você devesse sair mais do castelo. - sua voz saiu por um fio e morreu completamente ao ve-lo sorrir daquela forma para ela, como antes.

    ─────── ೄྀ࿐ Aegon sabia que ir até Naera era uma péssima ideia, mas ele nunca fora conhecido por ter boas ideias, por isso ele também deveria fazer uma boa escolha e ter apenas uma conversa comedida e educada com ela, mas adivinhe só, ele também não fazia boas escolhas.

    Foi ai que se pegou dizendo:

— Eu senti sua falta, Naera. - a voz dele não saiu mais que um sussurro, e pela forma que ela o encarou ele soube que ela escutara, os olhos violetas da garota vacilaram, mas sua voz foi fria ao dizer..

— Não diga coisas estupidas Aegon.

    Ela sustentou o olhar dele, da forma que sempre o fizera.

Test of my patience
There's things that we'll never know
You sunshine, you temptress
My hand's at risk, I fold
Crisp trepidation
I'll try to shake this soon
Spreading you open
Is the only way of knowing you
We'll be a fine line..

    Aegon não exatamente esperava que ela sorrisse e retribuisse o afeto, não seria Naera se o fizesse tão prontamente, mas ele também não esperava completa frieza. A verdade era que ele não sabia o que esperar quando se tratava dela, não depois dos acontecimentos daquela noite. Ele se lembrava das próprias palavras diante o questionamento de seu pai, após a acusação de Aemond, mas o que exatamente ele deveria fazer? Ele só queria que aquele tormento acabasse, que o deixassem em paz porque na verdade ele não dava a menor importância para a origem paterna dos filhos de Rhaenyra, bem, talvez aquele pensamento fosse restrito a Naera.

    Mas ele também sabia que não faria diferença dizer isso a ela agora, três anos mais tarde, quando ele estava noivo de Helaena, mais uma das milhares de coisas escolhidas para ele.
    Aquela noite havia colocado um muro definitivo entre eles, Verdes e Pretos, Aegon não possuia o privilégio de ficar em cima deste muro e Naera também não. E Aegon tinha a leve impressão de que essa noite, este jantar seria o último antes de todas suas esperanças serem arrancadas de dentro para fora.

    Sim, sim ele ainda guardava um resquicios de esperança, pequenos, sussurrados em seus sonhos pela voz de Naera dizendo que fugiria com ele, no sabor doce dos labios dela e no toque eletrizante de seus dedos no corpo passeando por seu corpo.

— Você está me encarando. - constatou ela, soando ofegante enquanto o tirava de seu transe.

— Estou tentando decidir o que fazer com essa sua frieza. - ele piscou, abandonando a seriedade dos pensametos anteriores enquanto abria um sorriso desavergonhado e brincalhão para ela.

— A verdade as vezes pode ser fria, não é? - a menina inclinou o queixo para frente. — Você deveria voltar para a sua esposa. - ela comentou amargamente, dando as costas para ele, algo que desde que eram pequenos o irritava profundamente.

— Naera, pare com isso.. - ele segurou o braço dela. — Será que não podemos so por um momento deixar..

Eu desafio você a dizer isso de novo.

    Aegon e Naera viraram-se ao mesmo tempo diante a voz potente e irritada de Jacaerys, enquanto o principe fazia seu caminho com furia até Aemond.

    Levou exatamente um minuto até que Aegon e Naera compreendessem o que nos sete infernos estava acontecendo, mas ja era tarde demais, ao passo que Jacaerys socava o rosto de Aemond, Aegon deixava Naera e acelerava ate Lucerys.

— Aegon.. - a garota chamou, apenas uma vez porque no segundo seguinte ela mesma estava correndo até o mais velho.

    Aegon havia interceptado Luke para que ele não chegasse até Aemond, segurando sua cabeça fortemente contra a mesa de jantar. Uma intervenção que não durou muito, porém, ja que Naera estava o agarrando pelo colarinho de suas vestes e o tirando de cima de seu irmão mais novo.

Ela o empurrou para longe, com uma furia que Aegon vira uma vez apenas, mas nunca direcionada a ele.

— Fique longe dele. - ela sibilou lentamente, o rosto tão próximo ao seu, tirando toda a concentração do jovem príncipe.

    Aegon trincou o maxilar, enquanto o conflito era interrompido por Daemon.
    Havia muito que Aegon gostaria de dizer, muito a descarregar. E pelo tremor no canto dos labios de Naera ele sabia que ela também gostaria de dizer muitas coisas.
    Nenhum dos dois o faria, porém.. não ali, e não agora.

— Eu digo o mesmo com relação ao meu irmão. - ele rosnou de volta, tão baixo quanto ela havia feito.

— Vão para os seus quartos.. - a voz se Rhaenyra sobresssaiu, mas Naera não pareceu dar atenção, então sua mãe ae aproximou, mais gentilmente e a segurou pelas mãos geladas — Para o quarto, Naera.

    A garota soltou o ar e pos-se a seguir os irmãos.

     Durante todo o caminho até o outro lado do castelo, onde ficava seus aposentos juntamente com o restante de sua familia, Naera ficou em silêncio, sentindo que se abrisse a boca nada coerente sairia dela.
    Ah como ela os odiava, todos.. mas não exatamente todos.

    Enquanto Baela e Rhaena seguiam ao lado de seus dois irmãos, Naera entrou no quarto separado para si sem ao menos dizer boa noite, e não era como se eles fossem ouvi-la, ou dar falta de sua presença.

    A princesa de olhos violetas e cabelos castanhos trancou a porta atras de si e enfim se deixou cair mais uma vez na realidade, se deixou ser engolida pelos amargos fatos que a cercavam.
    Aquele era o fim, a linha entre pirraças infantis e uma briga de sangue há muito já fora cruzada, agora o que restava era segurar o odio até a coroação de sua mãe, que olhando pela situação atual de seu avô não demoraria tanto assim.. esse era um pensamento insensível, mas eram apenas pensamentos dessa fonte que ela andava possuindo nos ultimos tempos.

    Naera repreendeu-se silenciosamente enquanto tirava os sapatos e os deixava jogados proximo a lareira. Seus dedos massagearam as proprias temporas enquanto ela se esforçava para afastas estupidos pensamentos ilusórios de um passado inalcansável e um futuro determinado.

     O preço de uma emoção, uma que seria ela a pagar.

    Foi então que ela ouviu, um ranger fino de pedras como se algo estivesse sendo arrastado.
    Naera se pôs de pé, olhando para os cantos do quarto tentando descobrir de onde vinha. Logo quando uma das paredes pareceu abrir, ela buscou uma de suas adagas presa em sua cocha e se escondeu num canto entre a laleira e a parede.

    A princesa esperou, pronta se defender ou se não conseguisse gritar por ajuda.. havia um guarda no corredor e ela so precisaria...

— Naera. - um sussurro, naquela maldida voz que ela ja aprendera a idendificar.

    Ela saiu de seu esconderijo apenas para fitar um Aegon olhando ao redor, com os olhos levemente avermelhados e uma camisa desengonçada.

— Vai embora. - foi o que ela conseguiu dizer de imediato.

    Os olhos de Aegon pousaram sobre os dela rapidamente, mas nenhum dos dois disse nada prlo que pareceu minutos a finco.
    Ele porém começou a dar um passo após o outro na direção da princesa, enquanto ela fazia o mesmo para trás, para longe dele.

— Vá embora. - ela repetiu, agora muito mais fracamente do que antes.

— Pare de andar para trás. - havia um quê de autoritarismo na voz do príncipe.

— Você não devia estar aqui. - Naera chiou, agora sentindo-se muito mais nervosa que antes, porque agora percebia algo diferente no olhar de Aegon, algo que a afetava que fazia sua pele arrepiar e a respiração descompassar.

— Eu tenho o costume de fazer o que não devo, você sabe. - o canto dos labios masculino subiu num sorriso malicioso. — Pare de fugir de mim, Naera. - repetiu.

— Sim, eu sei.. por isso você é um idiota. - ela deu a volta em uma das pequenas poltronas proxima a cama — Não.. você não pode estar aqui Aegon, não sei o que você quer mas precisar ir sair.

— Eu quero resolver isso.

— Resolver? - Naera riu sarcasticamente — Não tem como resolver isso, Aegon.. o que voces fizeram..

— Nós fizemos? O que nós fizemos Naera? - a voz dele se alterou levemente — Os seus irmãos começaram isso.

— Porque vocês insistem com a ideia de nos chamar de bastardos! - agora sim Naera havia parado de se afastar, e o encarava com um traço de raiva em seus olhos — Você mesmo disse.. se lembra? "Olhe para eles, pai". - ela repetiu as palavras dele naquela noite.

— Eu não estava falando de voce. - ele murmurou, soando quase envergonhado, porque na verdade Aegon não dava a minima para eles, era com Naera que ele se importava.

— Eu sou irmã gêmea de Jacaerys, Aegon.. é logico que você também estava falando de mim, eles são meus irmãos, minha familia! - a esse ponto Naera sentia que poderia cair no choro, um choro que ela havia segurado por tres anos, e que de alguma maneira ficava sempre pior.

— Lucerys havia acabado de multilar o meu irmão, o que exatamente eu deveria fazer, Naera? - os olhos de Aegon vacilaram, como se ele desesperadamente precisasse que ela lhe dissesse a resposta correta, como se ouvesse uma.

     O silêncio retornou ao comodo, dessa vez apenas as respirações ofegantes ocupavam o pequeno espaço que Aegon havia deixado entre eles.
     O rapaz humedeceu os labios e esticou a mão para tocar uma mecha do cabelo castanho da princesa. Quando Naera não o afastou, ele tomou coragem para dar mais um passo para perto dela.

— Nós tinhamos um acordo, um silencioso, mas ainda assim um acordo.. eu sei que te magoei ao dizer aquilo, mas não vou dizer que não foi minha intenção porque talvez tenha sido, ou talvez eu so queria fazer a coisa certa uma vez e ver Aemond ferido não foi exatamente facil, ele ainda é meu irmão, Naera e nada pode mudar fatos como esse.

     Naera engasgou com o no pesado que acumulava em sua garganta.

— Lucerys estava assustado, ele não.. - ela parou de falar quando as lagrimas comecaram a rolar por sua face, mas ela sabia que não poderia defender Luke, não mais que Aegon podia defender Aemond, nenhum deles estava la..

     E talvez se estivessem nada daquilo teria chegado tão longe.

— Nunca haverá um meio termo, um território neutro ou uma bandeira branca. - ele sussurrou — Nada além de uma linha tênue.

— Então, por que voce veio aqui?

Avy jorrāelan, Naera. - as palavras sairam lentas em um valiriano que ele não tinha costume de usar.

    Aegon viu o momento em que os olhos de Naera tornaram-se maiores, a supresa de sua confissão atingindo-a com aquele misto de devoção e pavor. Ele ficou esperando, não exatamente por retribuição de suas palavras mas por um sinal, um único sinal de que estavam bem, que ficariam bem. Mesmo que o "ficariam bem" estivesse presente apenas neste comodo, ou nesta noite.

    A respiração da princesa soou mais baixa, ou talvez mais próxima, Aegon não sabia dizer exatamente, pois Naera estava enrolando os braços ao redor de seus ombros e selando os labios dele de uma forma quase dolorosa, uma que Aegon não demorou a retribuir.

    Os braços do príncipe abraçaram o corpo de Naera, ao passo que seus labios - muito diferentemente daquele primeiro beijo - marcavam os dela com a urgência contida de três anos. Pela primeira vez desde que a beijara entre os navios de Corlys, Aegon se sentia livre, tal como se sua liberdade dependesse ou estivesse completamente atrelada a ela.

    E como se soubesse disso, Naera levou suas mãos a costura que prendia as correntes ornamentais em suas vestes, levando o casaco inteiro a cair e deixando Aegon apenas com uma camiseta branca meio aberta. O príncipe suspirou contra os labios dela e suas mão apertaram possessivamente seus quadris contra os dele. Os olhos violetas fitaram-na por um segundo, apenas para se assegurar de que estava tudo bem, de que ela estava bem. E como numa comunicação telepatica, a de fios castanhos balançou a cabeça afirmativamente, sua canhota escorregou pelos ombros de Aegon até seu peito, onde o coração martelava em sincronia com o dela.

— Eu quero isso. - ela sussurrou, piscando aqueles cílios pesados para ele — Preciso disso, Aegon.

    Não era exatamente um pedido, era apenas uma constatação de que ela precisava dele tanto quanto ele, dela.
    Naera não precisou repetir, Aegon a levou para a cama, gentilmente pousando-a nos lençóis. Seus dedos suspenderam o vestido vermelho apenas até suas cochas, fazendo seu caminho por entre as pernas macias Aegon apoiou uma das mãos na cama e voltou a beija-la.

    Dessa vez Naera soube que aquele era um outro tipo de beijo, um lento, menos urgente, porém a deixava difinitivamente mais ofegante, ela sentiu o corpo esquentar como brasa onde quer que ele a tocasse, fosse com as mãos, com os lábios ou com sua respiração. E Naera queria mais.

    Deixou isso claro ao infiltrar as mãos pela gola aberta da camisa branca de Aegon e deixar que os dedos desfizessem de suas amarras e em breve da camisa inteira. As orbes curiosas da garota observaram a parte exposta do corpo de Aegon, ele havia parado de beija-la agora e permitia que suas mãozinhas delicadas tocassem onde ela desejasse.

    O que ela fez, no começo apenas um mero carinho, depois a princesa se inclinou para frente apoiando-se nos cotovelos e beijou-lhe a pele alva de seu pescoço. A reação de Aegon foi imediata, um grunhido rouco acompanho por um apertar firme em sua perna onde a mão dele repousava. O som emitido por ele fez o corpo de Naera arrepiar-se completamente, e aquele calor acumulou-se em seu ventre numa urgencia perigosa, uma que piorou quando o de fios platinados acariciou a pele interna de sua cocha, subindo mais um pouco até sua intimidade.

    Naera entreabiu os labios e fitou as orbes de Aegon, que agora pareciam muito mais escuras e dilatadas. Ele infiltrou-se pela unica peça que o separava de sua carne, Naera esperou quase desesperadamente pelo toque que quando finalmente o sentiu, o som que escapou dos lábios femininos era quase vergonhoso se não tivesse sido pior um segundo depois, quando o príncipe pressionou dois dedos em sua carne quente e molhada, ele esfregou o local, lentamente, e subiu as orbes violetas e voluptuosas para o rosto de Naera.

— Voçê gosta assim, Nary? - ele ronronou para ela, numa provocação desavergonhada.

    A resposta da princesa foi cravar as unhas nos braços expostos do príncipe.

    Ele não parou, no entanto, um de seus dedos enfiltraram-se nela e Naera gemeu alto dessa vez, chamando-o pelo nome ao passo que seu corpo arqueava-se deliciosamente para ele, como se pedisse por mais. Um mais que Aegon deu a ela, enquanto tomava para si todos os sons que saiam de sua boca e todas as faces suplicantes que ela podia lhe dar,Naera estremeceu segurando a mão dele.

— Aegon por favor.. - ela arfou, o rosto corado e os labios inchados foram uma verdadeira tortura para ele, mas nada comparado o que veio a seguir — Eu preciso que... - ela parecia quase atordoada com o que desejava — Eu preciso de voce.. agora.

    Ele achou que poderia resistir por mais alguns minutos, mas estava evidente que não era o caso. Não havia uma única gama de coragem ou de resistência no corpo de Aegon que seria capaz de resistir a Naera. Então, ele a atendeu. As mãos do príncipe trabalharam rapidamente para se desfazer das unicas peças que cobriam ambos seus corpos.

    Naera sentiu o peso do corpo de Aegon, pairando sobre o seu quente e firme, como uma pressença acolhedora e que sempre deveria estar ali, pois era ali que ele pertencia. Ela gentilmente afastou os fios platinados que caiam sobre a face dele, enquanto ela sentia os olhos masculinos vidrados explorando o seu corpo exposto, e suas mãos o acariciavam como se fossem algo glorioso ou digno de devoção, uma que a princesa retribuiu prontamente, marcando-a na pele de seu pescoço, em seus lábios.

    Até que nenhum dos dois pode mais resistir, Aegon arremeteu-se a ela lenta e cuidadosamente, sentindo-a acolhe-lo. Ele sussurrou o seu nome e os seus sons acompanharam os dela a cada investida. Seus corpos queimaram e desfizeram-se juntos.

    Era dificil dizer que horas eles foram dormir, se é que dormiram, Naera tinha a leve impressão de que o sol estava nascendo quando seus dedos soltaram os fios platinados de Aegon, e ele abandonava o calor entre suas pernas com um sorrisinho cafasgeste nos lábios inchados e vermelhos.

    Naera respirou fundo e deixou a cabeça cair no travesseiro, sentindo os dedos de Aegons enrolarem nos seus fios castanhos.

— Você não precisa ir com eles. - ele murmurou um momento mais tarde — Ir embora, quero dizer..

    Os lábios de Naera curvaram-se num sorrisinho pequeno, mas ela não abriu os olhos.

— Acho que é melhor para todo mundo se eu for. - sua voz saiu mansa, ela não queria falar sobre assuntos complicados ainda.

— Eu posso falar com Helaena..

— Aegon.. - Naera sussurou, balançando a cabeça negativamente.

— Naera, isso pode funcionar. - ele insistiu, deixando bastante claro que estava falando serio.

— Isso o que pode funcionar, Aegon? - ela abriu os olhos, fixando-o no rosto do mais velho.

— Nós! - ele se sentou na cama, olhando para ela desesperadamente — Nós podemos funcionar.. Helaena não quer esse casamento mais do eu.. ela não se importaria se nós..

— Se eu fosse sua meretriz. - Naera deixou as palavras cortarem friamente aquele calor que ainda emanava de seus corpos. — É isso, não é? Porque eu tenho certeza que você não tem coragem de pedir a sua mãe que desfaça o noivado. - ela também se sentou, olhando-o com toda a magoa do mundo.

— Eu não quis dizer isso.. - Aegon tentou amenizar aquelas palavras, mas ele ja sabia que não havia como, porque aquela sempre seria a linha fina da qual os dois sempre estariam cortanto e remendando. — Eu so não quero ter que assistir você ir embora de novo..

— É só não assistir dessa vez. - um tapa, era melhor que ela tivesse lhe dado um tapa.

— Naera..

— Não, Aegon.. - ela puxou o cobertor mais para cima — Eu não sou bem vinda aqui, sua mãe nunca permitiria que seus preciosos bebês dividissem uma vida com a bastarda.. foi assim toda a nossa infância e eu era bobinha demais para perceber, por sua causa eu não queria perceber, mas sempre foi a verdade.. esse inferno so vai acabar quando minha mãe sentar no Trono de Ferro..

— O Trono é realmente muito importante para vocês, não é? - Aegon comentou com sarcasmo, porque agora ele entendia completamente aonda a linha era desenhada para Naera.

Ela não disse nada, apenas o encarou. Era melhor daquele jeito não é? Como arrancar uma farpa de uma só vez.

— É melhor você voltar para seus aposentos. - ela murmurou, levantou-se quando o olhar de Aegon se tornou pesado demais para suportar.

    Ele demorou alguns segundos para encontrar as forças necessárias para recolher suas vestes e sair pelo mesmo lugar que havia entrado.

    Como esperado, ir embora doeu muito mais da segunda vez.
    Naera tinha a sensação de estar rasgando o peito de dentro para fora, com uma espada cega.

    Mas os dias que se passaram foram melhores, com Rhaena e Baela em Pedra do Dragão era quase como se Naera tivesse irmãs, algo que ela sempre desejou, embora ela se sentisse quase mais vazia do que antes.
    A apatia vinha alojando em seu peito como um escape daquela ferida recém aberta, os sonhos talvez fossem a pior parte, acordar chamando o nome de Aegon não estava tarnando as coisas faceis para ela que de uma forma trágica e dramatica ja havia aceitado o destino da própria vida.

    Contudo, nada a preparou para a noticia entregue pela princesa Rhaenys dias mais tarde.. ou para o que sucedeu com sua mãe horas após a notícia.

    Naera chorou pelos dois dias após o pequeno funeral de sua irmazinha Visenya, sentindo-se sufocada como nunca antes, suja por dentro, como se ao olhar no espelho pudesse ver as marcas deixadas em seu corpo pelo homem que amava, pelo idiota bebado que usurpara o trono de sua mãe, tomara o direito legítimo de Jacaerys. Ela ja não sabia se sentia completa raiva de Aegon, ou completa pena pelo garoto que vivia preso nas correntes de sua mãe e avô. Talvez ela nunca fosse realmente capaz de odiar Aegon no fim das contas, o que a tornava pior do que um dia imaginou.

   ─────── ೄྀ࿐ No fim da segunda lua cheia estava claro para todos que não haveria outra resposta para aquele embate que não fosse a guerra. Rhaenyra, sua mãe e rainha, agora mandava Jacaerys, Lucerys e ela para coletar as bandeiras dos lordes que juraram lealdade e dobraram o joelho perante Rei Viserys e sua herdeira.

    Jace ocupou-se com os Stark's, Luke dirigiu-se a Ponta Tempestade e Naera passou a monitorar as terras Lannister já que estava obvio onde a lealdade daquela casa estava posta.

    Naera sobrevoou as montanhas por dias a finco, atividade esta que pôs calma em parte da culpa que ela sentia.
    Mas nunca se esqueça de que as coisas sempre podem piorar, especialmente durante uma guerra.

   Ela retornara a Pedra do Dragão com todos os relatorios necesserios para sua mãe, quase orgulhosa de suceder em ordens claras de não engajar com Herax, mesmo que houvesse movimetação de homens, e claro, o primeiro exercito montado veio da casa do leão dourado covarde.

    Naera dirigiu-se rapidamente para os comodos de sua mãe após colocar Herax para descansar. A princípio ela não percebeu a quietude e o ar pesado do castelo, como todos os guardas olhavam para ela com pesar. Aquilo não fez sentido mesmo quando viu Jacaerys nos braços de sua mãe, chorando como um menino pequeno.

    Ela parou, olhando confusa para a situação.

— O que está acontecendo? - sua pergunta saiu fraca, e ao olhar nos olhos de seu irmão gêmeo seu coração afundou mais e mais, enquanto ela olhava ao redor, algo estava terrivelmente errado, foi quando Joffrey apareceu atrás de sua mãe segurando um dos cavalheiros de Lucerys que Naera soube, embora não estivesse disposta a acreditar — Onde esta Luke? - ela perguntou, ja lutando contra as lágrimas — Mamãe.. onde esta Lucerys?

Will we ever be alright?

    ─────── ೄྀ࿐ Dizem que as vezes voce precisa perder muito para entender o valor do que tem. Uma vez que se perde se luta para manter o que ainda lhe restava.  Naera entendia agora.

    Não havia linha que sustentasse aquela perda, mesmo que sua alma estivesse para sempre atrelada a dele, Naera jamais seria capaz de perdoa-lo, de se perdoar.
   Então ela não o faria.

    O que ela faria no entanto, seria vingar seu pequeno Lucerys.
    Daemon dizia "um filho por um filho". Mas ela dizia: Um imão, por outro.

    Herax era um dragão grande, vindo diretamente de um dos ovos de Dreamfire e havia se tornado tão grande quanto Caraxes, embora sem metade da experiência. Era azul escuro com leves manchas prateadas, ela se clamufava perfeitamente no céu noturno, algo que quando mais nova Naera adorava e agora ela precisava.
Porque enquanto ela sobrevoava sorrateiramente o céu de Porto Real, silenciosa como o vento, ninguém a percebia daquela distância.

    Com varios dos treinamentos de Daemon, ela havia aprendido a usar as diferenças de seu dragão como vantagem. Herax inclinou-se para frente enquanto Naera escorregava para a torre mais alta do castelo. Dali o comodo mais próximo era o da Rainha Alicent, então ela teria de usar as passagens, o que também não foi dificil.
Mas ao ouvir as risadas vindas da escadaria principal Naera congelou, conhecia muito bem aquela risada. Ela não devia se destrair, estava ali por Aemond, porém..

    A princesa desceu as escadas, lentamente.

     No trono de ferro ele estava, deitado tão confortavelmente quanto podia, ela se amaldiçoou pela forma como todo seu corpo se comportou ao ve-lo, exatamente como todas as vezes anteriores. Seus guardas pareciam tão bebados quanto ele, e riam alto. Eles não pareceram nota-la ali, usando sua capa preta, camuflando-se com as sombras.

— Um brinde a vingança do caolho! - disse um dos guardas, e as mãos de Naera congelaram de raiva.

    Ela esperou pela risada de Aegon, por sua concordância e aprovação da brincadeira, mas ela não veio, talvez não porque ele tinha um senso moral, Naera bem sabia que ele não se importava nem um pouco com seus irmãos, mas sim porque ele a via, entre uma pilastra e a outra, assistindo-o com o mais odiosos dos olhares.

— Para os seus postos. - ele falou com os guardas, que o encararam surpresos — Agora!

     Aos tropeços os guardas sairam dos pés do trono, acelerando seus passos para a porta do salão real.

— Fechem as portas e não abram sem a minha permissão.

    Eles obedeceram, atordoados, mas obedeceram.
 
    Naera não esperou muito mais para sair das sombras, os olhos brilhavam por debaixo do capuz em todo ódio, magoa e.. o pior de todos, amor.

— Sem a sua permissão. - ela debochou — Dar ordens nunca foi o seu forte.

— O que você esta fazendo aqui? - Aegon não caiu na provocação, na verdade ele estava mais preocupado com a segurança dela do que com o que ela pensava dele no momento — Você ta querendo morrer?

— Ah sim.. é verdade que voces finalmente tomaram coragem de matar os bastados. - ela cuspiu as palavras com toda a dor que sentia pela perda do irmão — Vamos lá masgestade.. - o adjetivo foi dito com nojo — Faça a sua parte do trabalho.. mate mais uma bastarda.

— Naera, por favor. - Aegon agora havia descido do trono, e caminhava até ela sem hesitação — Eles vão te matar se souberem..

— Não, Aegon.. não são eles que vão matar essa noite.

     O falso coroado rei parou ao ouvi-la, seu semblante passou de preocupação para percepção e logo tornou-se frio.

    ─────── ೄྀ࿐ Aegon sabia que as coisas haviam novamente afunilado entre eles depois daquela briga, depois que ele estupidamente sugerira que ela ficasse, mas agora a linha fina que ele e Naera sempre foram capazes de andar havia ficado invisível, e ele reconhecia sua culpa naquilo, devia ter resistido mais, devia ter fugido antes de o encontrarem em baixo das tabuas do santuario. Porém, Aegon nunca fora corajoso o bastante para ousar contra sua mãe, ou seu avô, e o preço disso era Naera.

    Mas qual deles seria o primeiro a pisar fora da linha e arrebenta-la de uma vez?

— Um irmão por m irmão, Aegon. - ela rosnou baixinho.

— Você quer vingança? Me use.. sou eu quem roubou o trono da sua mãe.. - ele soava quase desesperado com a perspectiva de que ela enfrentasse Aemond e morresse. — sou eu quem deveria..

— Você é um pião. - Naera riu em escárnio — Você não da um passo se a mamãe não mandar.. você é patético, Aegon.

    Então Naera progetara o primeiro golpe.

No.


NOTAS DA AUTORA

Olá amores, demorou mas veio mais um imagine.. era pra ter saido durante os episodios de HoTD, mas estava muito ocupada com trabalho e alem disso os bloqueios criativos e ressacas literarias...
Bom, mas ca estamos com meur primeiro hot publicado na plataforma desde que comecei a escrever aqui kkkkk estou um tico nervosa, mas espero que vocês gostem.
Esse imagine foi original, NÃO inspirado em nenhum pedido, mas os próximos dois serão os dois pedidos nos comentérias, devo postar um por semana.
Então é isso mores, espero mesmo que gostem do capitulo, deixem comentarios so pra me ajudar na criatividade e nas interaçẽs, beijos beijos.
Até o próximo!

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