
── 𝐓𝐄𝐍
"Nunca julgue um livro pela capa,
nem uma pessoa pela cara."
10 ── VERDADES POR TRÁS DAS APARÊNCIAS
ERA BASICAMENTE um dia como qualquer outro. A minha rotina estava seguindo como qualquer outra.
Era para ser um dia como qualquer outro, apenas um dia se perdendo entre muitos outros iguais.
Tínhamos acabado de sair de uma cirurgia bem sucedida, com minha incrível equipe, e, até então, imprestável Douma.
Nós apenas iríamos sair para mais uma de muitas idas à um bar para esquecer o cansaço.
Seria apenas mais uma noite. Seria, se eu não sentasse ao lado dele.
As mesas eram com apenas dias cadeiras, e acabamos juntos.
Seria apenas mais um dia se eu não tentasse puxar conversa por ver alguém que sempre se orgulhava de ser um babaca arrogante tão triste.
── Então me diga. ── tomo um gole do soju. ── Por que se tornou um médico?
Ele me olhou sério, depois riu e abaixou a cabeça após virar o copo de cerveja.
── Dinheiro.
Ah.
O que eu tava esperando.
── Ah. ── concordo comigo mesmo e estendo a mão para pegar a garrafa de soju, mas ele é mas rápido e me serve um copo. ── Obrigada.
── O que você esperava que eu dissesse?
Estava prestes a virar o copo, mas ponho ele de volta no lugar.
── Não sei. ── Digo, e estou sendo sincera. ── Acho que antes eu apenas julgava todos com base em suas ambições, odiava pessoas que tinham amor por dinheiro mesmo sem saber o porquê. Já cheguei a fazer um garoto que se declarou pra mim chorar por causa daquela bolha de oxigênio que eu formei para me manter viva num oceano, achei que era a resposta para não passa pelo mesmo relacionamento que ela passou, mas tudo que fiz foi fugir e ser ignorante.
Dou uma risada ao perceber o que estou falando.
── Eu fiz o mesmo com você, mas pensando bem, eu não posso fazer isso. ── bebo o copo e logo o encho com uma mistura de cerveja e soju ── Eu queria saber quem era você. Pode falar a verdade.
Dou um sorriso simpático para ele.
── Não vou te julgar se você falar que assistia Grey's Anatomy ou se... sei lá, estiver tentando conquistar alguém. ── ele arqueia as sobrancelhas. ── Sabe, a maioria das garotas ama homens ricos e loiros. Você pode ser o tipo ideal de qualquer uma.
Ele dá solta uma risada bufante.
── Você é idiota.
── Eu sei. ── abro minha bolsa a procura de um elástico de cabelo.
Assim que encontro reuno todo o emaranhado num coque frouxo para não cair na mesa.
── Mas deve admitir que sou uma idiota bonitinha. ── dou um sorriso de canto enquanto me recosto mais na mesa apoiada pela minha mão direita e provando um petisco com a livre.
Ele revira os olhos enquanto enche nossos copos novamente.
── Eu estou sendo sincero, se é isso que você quer saber.
── Ok. Deixe só minha garganta arder antes que eu te xinge. ── viro o copo de novo bocejo um pouco. ── Eu não sou boa com cerveja, costumo só beber vinho. ── dou uma pausa para lançar um sorriso. ── Aqueles caros e nojentos.
Ele meneia a cabeça me analisando.
── Eu sei.
Não sei se é porque estou começando a ficar bêbada, mas seus olhos parecem querer me dizer alguma coisa.
── Diga. ── incentivo, para ver se meu palpite está certo. ── Sei que quer dizer alguma coisa.
── Quando se perde um parente para o câncer, dinheiro importa.
Ah.
Ah. Eu não deveria ter insistindo.
── Você está certo. Quem foi? Se não estiver sendo intrusiva.
── Minha vó.
Concordo.
── Você tem razão. Eu faria o mesmo. Na verdade acho que assaltaria um banco, e mais rápido. O problema é que sou idiota demais para não ser pega.
Ele solta outra risada bufante, e então ri, e logo solta uma pequena gargalhada.
── O que foi? ── Indago.
── Não esperava por isso. ── viro um pouco a cabeça para o lado como que perguntando. ── Achei que diria: "sinto muito" ou "meus pêsames". Mas você é esquisita.
── Quando se perde um ente querido sabemos que palavras como essa não mudam muito. ── encho nossos copos. ── Somos duas pessoas muito azaradas. Touché. ── ofereço um brinde.
Ele sorri mais uma vez enquanto brinda e viramos os copos juntos.
── Eu vou embora. ── ele anuncia.
── Você nem está bêbado.
── Não. Estou dizendo, do hospital.
Pisco algumas vezes.
── Você na verdade não é idiota, mas se faz. Não é? ── me ajeito na cadeira. ── Você está certa. O dinheiro não foi o único motivo de eu ficar, ou porque minha vó morreu com câncer no pâncreas. Foi por mais alguém, só que eu vi essa pessoa muito feliz. Não foi comigo, mas ela estava tão feliz... que meu coração se confortou. ── ele põe o casaco e uma gorjeta na mesa. ── Vou para Paris.
Não sei porque, mas fico com os olhos marejados. Eu odeio ele. Odeio que quando começo a me apegar as pessoas elas vão.
── Ah. ── ele vem em minha direção um um sorriso. ── Não deveria deixar as pessoas saírem de sua vida sem sem falar sobre como se sente.
── Douma... ── dou uma fungada. ── Eu te odeio ainda, mas obrigada por ser um idiota legal.
── Isso não é só sobre mim. Existem outras pessoas que você não deve deixar escapar. ── e antes de sair, já que senatanos ao lado da porta ele para.
O vento frio da rua sopra em algumas mechas soltas do meu cabelo.
── Viva a vida com intensidade. Ardentemente. ── e a porta de fecha.
Posso ver através do vidro esverdeado um táxi parando assim que ele estende a mão, e ele se vai.
Talvez para sempre. Talvez até logo.
Como se fosse um roteiro de filmes uma chuva franquinha começa.
── Estou indo. ── tiro um dinheiro da bolsa e deixo na mesa.
Assim que abro a porta um ar frio misturado com o chuvisco me atingem.
A princípio é estranho, mas a medido que ando na rua com os pingos de água caindo sobre mim e revigorando.
Vejo um táxi se aproximando estendo a mão, entro e dou meu endereço enquanto envio uma mensagem para o Giyu.
Você: preciso que você me encontre agora.
📍localização
É tudo que faço.
Antes de chegar perto do condomínio desço e pago ao motorista.
É o local que marquei de me encontrar com ele.
A chuva está ficando um pouco mais intensa.
É como minha mãe sempre me disse, sempre quando ela começa de mansinho é para nos inundar.
── [nome]! ── ouço um grito por trás de mim e arfo antes mesmo de me virar. ── [nome]... ── ouço ele se aproximar, meu coração começa a acelerar aos poucos, como a chuva, e quando ele me chama pela terceira vez me viro de vez.
Seus olhos procuram os meus desesperadamente.
── Está tudo bem? ── ele verifica meu rosto e as partes visíveis.
Ele também está completamente enxarcado.
Tento não sorri, mas não consigo.
── Você está enxarcado, veio sem guarda-chuva? ── falo um pouco alto, porque o som da chuva está começando a atrapalhar um pouco.
── Eu esqueci completamente, vim correndo assim que vi a mensagem. ── suas mãos ainda estão em meus ombros, apertando um pouco. ── Aconteceu algo.
── Alguém disse que devo viver, ardentemente. ── ele pisca algumas vezes tentando entender.
E quando pelo jeito não consegue começa a passar as mãos pelos bolsos.
── Vou chamar um táxi. ── Mas depois de enfiar a mão no último bolso percebe que não trouxe o celular.
Amostro o meu.
── Se eu quisesse chamar um já teria feito.
Ele franzi o cenho.
── Você se molhou.
── O que você quer dizer com...
Não deixo eles terminar a frase e puxo seu rosto para mim. Ainda não o beijo.
Quero ter certeza que quem está fazendo isso sou eu, não a bebida.
Sinto minha respiração pesada. Meu coração está estranhamente agitado.
── Você se molhou na chuva. ── consigo sentir sua respiração em mim.
Levanto um pouco a cabeça para olhá-lo melhor.
Meus olhos vagam por seu rosto, cada detalhe dele e estranhamente atraente.
Então meus olhos focam e uma gota d'água que acabou de cair de seus cabelos e desce devagar pelo nariz age pousar na boca.
Vejo ele engolir em seco e seu pomo de Adão vagar pela garganta.
Sinto seu olhar sobre mim antes mesmo de voltar a olhá-lo nos olhos.
Ele não está mais me olhando nos olhos e sim para meus lábios.
Fecho os olhos e respiro fundo quando sua mão segura um lado do meu rosto, e ela vai até por trás do meu pescoço e me puxa para encontrar seus lábios.
Não temos tempo para um beijo fofo, é mais que óbvio que queríamos isso a mais tempo que imaginávamos.
Sinto sua língua passar por minha boca e meu corpo arrepia.
Me afasto um pouco.
── Deveríamos ir para casa. ── ele sorri um pouco acanhado.
── Só se for correndo.
Concordo, então ele põe minha mão sobre a dele, e como se fossem feiras uma para a outras elas se encaixam.
Corremos.
Continua...
Reta final da fanfic chegou gente. Provavelmente terão mais 4 capítulos, e talvez um bônus...
O que estão achando?
Fui escrever e senti pena do Douma 😭, devo escrever sobre ele nesse mesmo universo?
Ele merece um final feliz?
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