
|Capítulo 13|
P.O.V Sarah Swan
Kiara estacionou a Kombi em frente à minha casa, e eu soltei um suspiro pesado. Meu coração ainda batia meio acelerado depois de tudo. A prancha quebrada, o raio, a onda enorme, Jacob me salvando ou eu salvando ele? Nem sei mais. Mas uma coisa era certa: eu não ia contar nada pros meus pais. Eles iam surtar comigo de vez.
— Obrigada, Kiara — falei abrindo a porta da Kombi. Peguei minha mochila no banco de trás e fechei a porta com um estalo abafado.
— Vai contar pra eles? — ela perguntou, com aquela cara de quem já sabia a resposta.
Suspirei de novo, mordendo o lábio, pensativa.
— Sei que fui a errada, ok? Imatura, impulsiva... Mas acho que dessa vez não vou contar o que aconteceu. Já basta a prancha.
Ela fez uma careta compreensiva e olhou pra frente.
— Sinto muito por ela.
— Relaxa — dei um meio sorriso, tentando fingir que não tava tão abalada. — Até segunda-feira, Kie.
— Até, Sah.
Me afastei enquanto ela dava partida na Kombi e desaparecia na rua. Caminhei até a porta de casa, abri com cuidado e fechei atrás de mim. O que eu menos esperava era ouvir vozes altas vindo da sala.
Uma discussão.
Me aproximei, franzindo o cenho. Dava pra reconhecer as vozes do meu pai, da minha mãe… e da Bella?
— Eu preciso ir embora! — a voz da Bella soava desesperada.
— Ir embora por quê, Bella? O que tá acontecendo? — o papai perguntava, claramente confuso.
— Charlie, espera. Vamos conversar com calma — mamãe tentava intervir.
E então Bella passou por mim apressada, com uma mochila nas costas, olhos vermelhos e o rosto sério. Ela não me olhou nos olhos.
— Bella?! — chamei, mas ela só saiu e bateu a porta com força.
Fiquei parada por um segundo, digerindo tudo aquilo, antes de olhar pra sala, onde meus pais estavam parados, tensos.
— O que foi isso? O que tá acontecendo? — perguntei, esperando respostas.
Mamãe suspirou fundo e me olhou séria.
— Sarah, sobe pro seu quarto, por favor.
— Mas eu só quero entender o que…
— Agora, Sarah.
Aquele olhar… firme, sem espaço pra discussão.
Engoli seco, me calando, e apenas virei as costas, subindo as escadas em silêncio. Chegando no quarto, joguei a mochila no chão e sentei na beirada da cama, bufando.
— Que merda a Bella fez agora? — murmurei pra mim mesma, olhando para a janela enquanto a chuva começava a cair de novo.
(...)
Passou só um dia, e papai já estava enlouquecendo com a saída repentina da Bella. Ele andava de um lado para o outro pela casa, resmungando e ligando pra todo mundo que pudesse saber onde ela estava. No fundo, eu sabia que meu palpite estava certo: Edward Cullen tinha alguma coisa a ver com isso. Só podia ser.
Mamãe, por outro lado, estava tentando manter a calma. Ela ficava repetindo que era coisa de adolescente, que logo Bella estaria de volta, e que ela mesma já tinha feito isso quando era mais nova. Eu não sabia se ria da situação ou ficava calada. Era estranho ver os dois reagindo de maneiras tão diferentes.
Três dias depois, ainda sem notícia da Bella, o clima em casa estava ainda mais pesado. Nem Jacob tinha falado comigo desde o que aconteceu na praia. Eu me sentia dividida entre a preocupação e o desconforto daquele silêncio. Mas aí, naquela manhã, papai recebeu uma ligação do hospital de Forks. Bella estava lá. Meu coração acelerou, e eu só ouvi papai dizer que íamos imediatamente.
No hospital, quando chegamos, quem estava lá para nos receber? Edward Cullen. Meus olhos se estreitaram automaticamente quando o vi, mas me forcei a manter a compostura. Ele explicou o que tinha acontecido, com aquela cara de santo que não me convencia nem um pouco.
— Bella e eu discutimos — ele começou, com a voz tranquila demais pro meu gosto. — Ela foi atrás de mim... acabou tropeçando na escada e... caiu pela janela. Quebrou a perna.
Eu arqueei uma sobrancelha, cruzando os braços. Sério? Escada? Janela? Algo nessa história estava muito errado. Mas, pelo jeito, meus pais acreditaram sem questionar.
— Oh, meu Deus! — mamãe levou as mãos à boca, preocupada. — Coitada da Bella...
— Ela vai ficar bem — papai disse, tentando se convencer, mas claramente abalado.
Eu, no entanto, não podia ficar quieta.
— Escada, Edward? — minha voz saiu mais afiada do que pretendia. — E janela? Como isso aconteceu?
Ele me olhou, tentando manter a serenidade, mas notei um leve desconforto em seus olhos.
— Foi tudo muito rápido, Sarah. Um acidente...
Eu não comprei. Acidente. Claro. Olhei para os meus pais, que, ao contrário de mim, pareciam aceitar a história sem questionar. Eu queria acreditar também, mas alguma coisa não encaixava.
(...)
Fazia exatamente um mês desde o acidente da Bella, e desde então, minha rotina incluía ajudá-la a se locomover pela casa com aquela perna engessada. Naquele dia, eu estava a guiando do banheiro até o quarto, com cuidado pra ela não tropeçar em nenhum tapete. Quem diria que Bella, que vivia sonhando em ir embora de Forks, tinha decidido ficar de vez? E, claro, todo mundo sabia o motivo: Edward Cullen.
Papai ficou surpreso e desconfiado e com razão. Desde o episódio da Bella,
ele olhava torto pro topetudo. Já mamãe tentava ver o lado bom, como sempre.
Com o baile da escola chegando, minha cabeça estava em outro lugar. Nem eu nem Kiara tínhamos par, mas algo me dizia que ela acabaria convidando o Embry. Afinal, a escola tinha liberado levar pessoas de fora. Já eu? Bem… minha vida amorosa estava digna de filme de comédia. Só que sem a parte engraçada.
Estávamos numa loja de vestidos com mamãe. Kiara já tinha se encantado por um modelo roxo justinho, que combinava muito com ela. Eu, por outro lado, experimentava um vestido atrás do outro sem sentir aquele “uau”. No fim, optei por um branco simples e lindo. Não falei pra mamãe que eu ia sozinha, parecia pequeno demais perto da empolgação dela com o baile.
Estávamos sentadas num banquinho, eu e Kie, esperando enquanto mamãe passava o cartão no caixa. As sacolas já estavam empilhadas ao nosso lado.
— Então… vai levar o Embry? — perguntei, com um meio sorriso curioso.
— Vou sim — ela respondeu com aquele sorrisinho suspeito. — Já convidei ele.
— Olha só — levantei uma sobrancelha. — E eu achando que ia ver você enrolar até o último segundo.
Ela riu, dando de ombros.
— E você? Vai com quem?
— Vou sozinha — falei, sem peso, mas também sem graça. — Não me importo de ir assim.
— Tem certeza? — rla me olhou de lado.
— Depois das atitudes do Jackson, eu não confio em nenhum macho — respondi, cruzando os braços com firmeza.
Ela gargalhou.
— Tá certo, feminista da depressão.
Nesse momento, mamãe se aproximou com as sacolas, sorrindo com aquele jeitinho doce dela.
— Vamos, minhas meninas?
Levantamos de imediato pra ajudar com as sacolas. Kiara agradeceu, como sempre educada.
— Obrigada, tia Vick. Você não precisava fazer isso…
— Você é minha menina também — mamãe respondeu com aquele tom cheio de carinho. — Tanto a Sarah quanto você fazem parte da família.
Eu sorri, sentindo o coração aquecer. Era bom ver como Kiara era acolhida ali, como irmã mesmo.
— Que tal um sorvete pra fechar a tarde? — mamãe sugeriu, animada.
— Claro! — respondemos juntas, rindo ao mesmo tempo.
Mais um capítulo amores espero que gostem ❤️🥰❤️🥰❤️
O que acharam desse capítulo amores???
Amanhã postou o último capítulo do primeiro ato amores
Metinha 20 curtidas amores
Até o próximo capítulo amores
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