“Tenho estado solitário, junte-se à mim na eternidade” ;,,,, ✂

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Izzy P.O.V

Tenho estado nessa merda de vida à anos, sendo como uma sombra. Dormindo durante o dia e ficando acordado durante à noite.

Sim, sou um vampiro.

Queimo no sol, bebo sangue para sobreviver, durmo dentro de um caixão... todas essas baboseiras que você já deve saber muito bem. E a eternidade têm sido tão tediosa que eu queria muito que me matassem.

Numa tarde de Halloween, estava bem nublado e uma neblina assolava a floresta, passando entre as árvores. Havia uma cidadela ali perto mas eu morava num enorme castelo dentro da mata.

Conheci uma garota à alguns meses, S/N era ela. Bonita que só, curiosa e engraçada.

Obviamente que só faltou infartar quando revelei à ela que era um vampiro. Mas depois ela entendeu e aceitou até que muito bem, o que me surpreendeu.

Agora ela viria passar a noite comigo, como a boa amiga que era. Eu a recebi na porta, estava trazendo uma cesta com amoras em mãos e usava um vestido branco com detalhes amarelos, ela parecia um sonho.

Após deixar com que ela entrasse em meu castelo, fomos até à sala de jantar que ficava ainda no primeiro andar. Eu morava num lugar grande mas com o tempo dava para pegar o jeito.

Depois de comermos amoras e rirmos um pouco de piadas em sentido, começamos a falar de alguns assuntos aleatórios.

— É verdade que você morre se acertarem seu coração com uma estaca de madeira? — questionou à mim, repleta de curiosidade.

— E quem não morre? — ergui uma sobrancelha e a fiz rir. A risada dela me dava uma felicidade absurda.

Lembro-me como se fosse ontem quando ela pediu para entrar em meu castelo por pura curiosidade. A melhor coisa que fiz foi deixá-la entrar.

Desde que nossa amizade se iniciou, eu a presenteei com diversas coisas. Livros, vestidos, chocolates e etc.

Agora estávamos na enorme sala de estar que havia no segundo andar. Já estava de noite, os lobos andavam pela floresta, a luz da lua iluminava as folhas das árvores, as estrelas estavam em seus lugares... era tudo ótimo.

Aquela sala tinha uma grande lareira que estava bem à nossa frente nos aquecendo enquanto estávamos sentados no tapete persa lendo um livro com diversas fábulas. Eu gostava de ficar junto à ela, gostava da forma como ela me aceitava.

E eu estava decidido, era hoje! Na noite de todos os santos eu faria o meu pedido inusitado!

— Minha flor? — questionei, passando a mão em seus cabelos.

— Sim? — ela ergueu o olhar para mim.

— Tenho um pedido um pouco inusitado para te fazer.

— Pode falar, eu até que gosto das nossas bizarrices — ela sorriu, toda fofa.

— Tenho estado solitário... — peguei em suas mãos e olhei bem em seus olhos. — Junte-se à mim na eternidade.

Ela ficou pensativa por alguns breves momentos, como se estivesse pensando mesmo em qual decisão tomar. Eu não a julgo, afinal era algo muito importante.

Mudaria o rumo de sua vida para sempre.

Eu poderia tê-la pego a força mas vou deixar de ser tão narcisista e pensar no próximo, isso vai mudar a vida dela drasticamente.

— Aceito!

— Como é?

Questionei, desacreditado. Eu esperei que ela fosse negar, aquilo era uma loucura mas ela era a própria loucura encarnada.

— Aceito passar a eternidade com você!

A forma como ela me respondeu com um enorme sorriso em seus lábios me deixou ainda mais feliz. Pensei que estivesse impossibilitado de sentir emoções até o dia em que a conheci, S/N era uma mulher muito diferente.

Sorri de volta, mostrando minhas presas e a trouxe para meu colo. Passei os braços ao redor de sua cintura e ela passou seus braços por minhas costas.

Com uma mão livre, retirei o cabelo de seu pescoço, deixando a pele exposta pronta para morder.

— O processo é um pouco doloroso, me desculpe.

Sussurei para ela e em seguida lambi o local e mordi. O barulho das presas entrando na carne são como um estalo baixo.

Ouvi um gemido de dor sair de seus lábios, e ela me apertou um pouco mais. Bebi um pouco de seu sangue e deixei aquela área quieta por um tempo.

Mordi meu pulso e deixei com que o sangue escorresse no local da mordida, fluindo para seus vasos sanguíneos. O corpo dela perdeu um pouco o equilíbrio e caiu sobre mim.

— Izzy, o que está acontecendo comigo? — ela questionou, sentindo fortes dores no corpo e sentindo-se sufocar.

— Seu corpo está morrendo, querida. Vai passar... — passei uma mão em seu cabelo e a outra acariciava suas costas, aquela era a parte mais dolorosa do processo.

Senti seu corpo estremecer e ela me apertar com força por conta das dores até que parou. Suas mãos se soltaram de meu corpo e ela parou de respirar, juntamente à seus batimentos cardíacos que também cessaram.

Seu corpo ficou imóvel por cerca de uns quatro minutos e em seguida, retomou à consciência. Senti ela suspirar como se tivesse acordado subitamente e apertar um pouco meu ombro.

Se distanciou para que eu pudesse a ver melhor.

A íris de seus olhos agora tinham uma tonalidade vermelha leve e seu rosto estava mais bonito do que antes. O fato de que nós vampiros somos cruaturas sensuais não é atoa.

— Você está linda! — eu disse retirando uma mecha de cabelo que havia caído sob seus olhos.

— Obrigada! — ela sorriu e eu pude ver suas presas, era a minha adorável florzinha.

— Está com sede?

— Bastante.

Ofereci à ela meu pulso, que já estava mordido antes deixando com que ela se deliciasse com o meu sangue que estava correndo agora por suas veias. Ela tomou apenas um pouco e em seguida se afastou, satisfeita.

Num movimento súbito, selou nossos lábios. Eu não neguei, pois jamais negaria um beijo daquela perfeição em forma de mulher.

Abracei um pouco mais forte e ela passou a mão por minha nuca enquanto estávamos apreciando aquele incrivel momento.

Parece inacreditável, mas encontrei alguém com quem eu pudesse dividir a eternidade.

[...]