𝐏𝐚𝐮 𝐂𝐮𝐛𝐚𝐫𝐬𝐢 🇪🇸
O sol parecia ainda mais forte naquela tarde, refletindo em cada superfície e aquecendo o ar ao redor do luxuoso resort onde eu e o meu namorado, Pau Cubarsí estávamos hospedados. Olhei em volta, admirando o lugar que parecia saído de uma revista de viagens: cadeiras de espreguiçar dispostas ao redor de uma enorme piscina, com coqueiros enfileirados que balançavam suavemente ao vento. Era impossível negar o charme daquele ambiente.
Ajeitei levemente o chapéu que usava na cabeça enquanto esticava as pernas na espreguiçadeira ao lado de Cubarsí. Ele estava sentado, os cotovelos apoiados nos joelhos, com um olhar distraído para o telemóvel enquanto via alguns vídeos típicos de futebol. Os cabelos escuros ainda pingavam do mergulho recente que ele havia dado na piscina.
Observei-o por um momento, deixando escapar um breve sorriso. Por onde ele passava ele chamava à atenção, era reconhecido por imensa gente, era quase impossível ignorá-lo, especialmente com aquele ar descontraído que já parecia ser natural dele.
Mas o meu momento tranquilo de admiração foi interrompido, notei algo - ou melhor alguém - que rapidamente tirou o meu sossego.
Do outro lado da piscina, uma garota morena com a sua pele levemente bronzeada que usava um biquíni vermelho a contrastar perfeitamente com o tom da sua pele. O problema não era a presença dela, mas sim o olhar que ela lançava para o meu namorado. Cada movimento que ele fazia, os olhos escuros dela acompanhavam, como se não ouvesse mais ninguém naquele lugar para quem olhar.
Tentei desviar o olhar e ignorar toda a situação, mas era impossível não perceber. A garota não era nem um pouco discreta, sorrindo cada vez que Cubarsí fazia um movimento a mais ou simplesmente quando ele passou a sua mão desviando os cabelos molhados que caiam sobre o seu rosto, segundos depois ajeitou o seu biquíni de forma exagerada, como se quisesse chamar ainda mais á atenção.
Respirei fundo, dizendo a mim mesma que era apenas tudo uma coincidência e que aquilo passaria e a garota desviaria o seu olhar para qualquer outro.
Cubarsí percebeu a minha inquietação na espreguiçadeira ao seu lado, lançando me um olhar de quem perguntava "O que se passa?".
- Ela não desvia os olhos de ti! - Comentei, tentando soar casual, mas o tom irritado e ciumento na minha voz era evidente.
O moreno levantou os seus olhos seguindo a direção do meu olhar com um leve movimento da cabeça. Ele rapidamente avistou a garota de quem eu falava, por um momento ele pareceu confuso, logo desviando o olhar como se nada tivesse acontecido.
- Estás a exagerar... - Disse ele, voltando a sua atenção para o telemóvel. - Não ligues, certamente é só uma coincidência.
- Não estou a exagerar! - Insisti, sentando-me de lado na espreguiçadeira encarando o moreno. - Ela está a olhar para ti desde que te sentaste aí.
Cubarsí suspirou, claramente não querendo dar razão ao que eu dizia e muito menos passando qualquer tipo de confiança á garota que se encontrava do outro lado da piscina. Ele colocou o seu telemóvel ao seu lado, encarando-me e tentando mudar o assunto.
- O que achas de um mergulho? Para refrescar?
- Não estou com vontade. - Respondi de forma um pouco seca, ajeitando os meus cabelos loiros.
O silêncio desconfortável entre nós durou pouco. A garota do outro lado olhava agora descaradamente para o meu namorado, mesmo estando já acompanhada de duas outras amigas ou colegas, nenhuma delas conseguia ter a atenção dela, já que ela estava completamente focada em Cubarsí. Comecei a sentir o meu sangue ferver, mas não disse nada, apenas encarando o meu namorado que agora forçava o aperto na sua mandíbula, um olhar confuso e desconfortável na sua cara.
Ele estava visivelmente desconfortável, mexia se vezes sem conta ao meu lado, ajeitando a posição em que estava para tentar escapar ao raio de visão da morena, acompanhado do seu típico gesto de passar a mão pela nuca, coisa que eu sabia que ele fazia quando estava nervoso.
- Que tal subirmos para o quarto? - Sugeriu ele, de repente, levantando-se e esperando pela minha resposta. - Está a ficar muito calor, sabes que isso me dá dores de cabeça.
Fiquei surpresa com a sua sugestão, ou pedido, mas concordei sem hesitar.
- Ótima ideia! - Respondi, pegando na minha bolsa e levantando-me apressadamente entrelaçando a minha mão na do moreno, vendo pelo meu canto do olho a expressão de raiva na cara da garota.
Caminhámos até ao prédio principal do resort, atravessando os largos corredores decorados com obras de arte modernas e plantas variadas. O ar-condicionado do local proporcionava um alívio imediato ao calor sufocante que estava no exterior.
Assim que chegámos ao quarto, Cubarsí abriu a porta de forma delicada, deixando-me entrar primeiro como sempre fazia, entrando em seguida e trancando a mesma.
Larguei a bolsa com a minha toalha e os protetores de proteção contra o sol em cima de uma cadeira que ali havia, logo saltando para cima da cama sem pensar duas vezes.
- Ainda bem que saímos de lá. - Suspirei. - Aquela garota já me estava a tirar do sério. Será que ela não tem noção? Já estava a começar a ser demais!
Cubarsí não perdeu tempo, sentando-se ao meu lado na cama, encarando-me com os seus olhos verdes como se pudesse ler os meus pensamentos mais profundos.
Amava os olhos dele.
- Eu percebi... - Disse ele, calmamente. - E para ser honesto, também estava a começar a ficar desconfortável.
Virei me para ele, surpresa. Em alguns casos ele não expressava o que estava a sentir, mas era algo em que estávamos a trabalhar juntos, começar a demonstrar cada vez mais como nos sentimos para que o outro possa entender e ajudar da melhor forma possível.
- Estavas?
- Sim. - Ele confirmou, passando a mão pelos cabelos. - Não gosto quando as pessoas me olham daquela maneira. Não é algo que eu consigo controlar, sou conhecido por muitos, mas prefiro evitar.
- Acho que seja normal... - Cruzei os meus braços olhando para o teto do quarto. - Também não gosto quando outras garotas ficam a olhar para o meu namorado como se não existisse mais nada nem ninguém ao teu redor.
Ele sorriu, inclinando-se ligeiramente para beijar os meus lábios de forma carinhosa.
- Sabes perfeitamente que não te tens de preocupar com nenhuma delas. - Respondeu, a voz suave, quase me fazendo derreter. - Eu só te quero a ti, e a mais ninguém. - Afirmou.
- Eu sei... - Respondi, agora um pouco mais calma. - É só... por vezes não consigo evitar.
- E eu não consigo evitar o facto de achar atraente quando ficas ciumenta. - Brincou, fazendo me rir.
Empurrei levemente o garoto com uma cara de indignação, coisa que durou pouco pois logo ambos começamos a rir.
Ainda era cedo e por mais do dia estar incrível para ser passado na piscina o recente episódio ainda assombrava as nossas mentes, portanto decidimos aproveitar a tarde no quarto. Cubarsí ligou a televisão colocando alguma série para a qual nenhum de nós estava a ligar muito.
A brisa de ar quente que entrava pela janela entreaberta dava um ar relaxante ao ambiente, Cubarsí puxou-me para o seu peito nú, fazendo carinho nas minhas costas expostas também já que eu apenas utilizava a parte de cima do meu biquíni e uns calções.
Aconcheguei me mais no corpo musculado dele, sentindo o seu cheiro familiar misturado ao cloro da piscina, ele envolveu me de uma outra maneira nos seus braços puxando me ainda para mais perto, como se isso fosse possível.
- Sabes... - Comecei, sentindo o sono a atacar me. - Eu gosto destes nossos momentos. - Fiz uma pausa, fechando os meus olhos. - De quando não fazemos nada, apenas estamos a existir um na companhia do outro... - Sorri.
- Parece me que o sentimento seja mútuo então... - Murmurou, beijando o topo da minha cabeça.
E pouco a pouco, o cansaço das horas anteriores passadas ao ar livre atingiu nos. Adormeci nos braços do moreno que minutos depois adormeceu também, o som reconfortante e longínquo de todas as risadas e brincadeiras nos espaços abaixo a entrar pela janela juntamente com a brisa quente e confortável do verão. Afinal estávamos de férias - e, para dois adolescentes, não havia lugar melhor para se estar.
FIM ♡
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