Estava sentada no sofá da sala do meu apartamento, enrolada num cobertor enquanto via um filme qualquer que passava na televisão. O som da tempestade que acontecia lá fora era apenas um pano de fundo, longe de me perturbar, pelo contrário aquilo era relaxante de certa forma.

Peguei no meu telemóvel olhando para as horas, já passava das 23h e a única coisa que me mantinha acordada era saber que amanhã estava livre da escola. Deslizei pelas mensagens, até chegar a Marc, o garoto tinha-me dito que ainda passaria no meu apartamento, mas a estas horas e com a tempestade que acontecia lá fora era muito improvável.

Mas os meus pensamentos foram interrompidos pelo som do interfone a tocar, anunciando que alguém se encontrava na portaria do apartamento e como o porteiro a esta hora já não estava de serviço eu teria de desbloquear.

— É bom que Marc não seja doido de vir até aqui com esta chuva... — Murmurei enquanto me levantava do sofá.

E assim que atendi, ouvi a voz dele.

— Isa, abre a porta.

— Marc? O que estás a fazer aqui com esta chuva? — Perguntei, desacreditada ao ouvir a sua voz.

— Só abre, amor.

Cliquei rapidamente no botão que destrancava o portão e porta da frente, correndo até á porta do meu apartamento para a abrir.

Quando abri a porta ele já lá estava, Marc estava completamente encharcado, o cabelo colado á testa e as roupas a pingarem água por todo o chão do corredor. Não queria acreditar no que via, mas o que mais me chamou á atenção foi o enorme ramo de rosas brancas que ele segurava numa das suas mãos, ainda intactas apesar da tempestade.

— Estás louco! — Exclamei, puxando-o rapidamente para dentro do apartamento.

— Louco por ti. — Respondeu, pousando o ramo na mesa que havia perto da entrada e puxando-me para um beijo.

Senti a água dos seus cabelos molhados escorrer para a minha testa, fazendo me sorrir e pensar mais uma vez em como ele sem dúvida deveria estar maluco.

Quando nos separamos Marc voltou a pegar no ramo para me o entregar, olhei para o moreno e em seguida para o ramo, não conseguindo evitar o sorriso que crescia nos meus lábios.

— O que..

— Só queria surpreender-te. Não conseguia estar nem mais um minuto sem ti, e sei também que são as tuas preferidas.

Ri da forma orgulhosa com que ele falava, os meus olhos a brilharem com o pequeno, grande, gesto. Caminhei até á cozinha para pousar as flores na bancada.

— E achaste que era uma boa ideia fazê-lo a meio de uma tempestade?

Marc apenas encolheu os seus ombros, como se aquilo fosse apenas mais uma noite normal na sua vida.

— Não existe tempestade que me impeça de ver o teu sorriso.

Senti as minhas bochechas ficarem vermelhas com a sua pequena declaração, fazendo me sorrir ainda mais.

— Vem cá, doido. — Puxei o garoto para um abraço, sem me importar com as roupas molhadas que ele ainda tinha no corpo.

— Estou a molhar-te toda, amor. — Comentou, enquanto ainda me mantinha nos seus braços.

— Não faz mal.

Depois de alguns minutos, afastei-me do seu corpo, olhando para o estado dele.

— Vais apanhar uma constipação. Vai tomar um duche, enquanto eu procuro algumas roupas para ti.

— Estás a decidir mandar em mim? — Perguntou de forma brincalhona.

— Sim, por acaso até estou. — Cruzei os meus braços á frente do meu peito, fingindo seriedade.

Marc riu e foi até á minha casa de banho, enquanto isso fui procurar por algumas roupas dele que ele acabava sempre por deixar lá no meu apartamento. Quando ele voltou finalmente do seu banho, com os cabelos ainda húmidos e apenas com as calças de moletom, sem t-shirt ou camisola.

— Agora já estás um pouco mais decente, mas vais acabar por te constipar se não vestires uma camisola. — Comentei, entregando-lhe uma chavena de café que tinha acabado de fazer.

Aproveitei que estávamos na cozinha para colocar as rosas num jarro enquanto Marc terminava o café, e seguimos para o sofá onde Marc se sentou ao meu lado, puxando-me para mais perto.

— Achas que as flores sobreviveram? — Perguntou, apontado para o vaso na mesa um pouco afastada de nós.

— Sobreviveram tão bem quanto tu. — Sorri, traçando com o meu dedo a pequena tatuagem que ele tinha na sua costela.

— Não importa o que custou. Ver o teu sorriso valeu cada gota de água.

Olhei para ele com carinho e suavidade, inclinado-me para o poder beijar.

Marc sorriu com o gesto, colocando a sua mão sobre o meu rosto para me trazer para mais perto de si.

— Amo-te, Marc.

— Amo-te ainda mais, Isa.

FIM ♡

1. Após pensar muito sobre o assunto, posso anunciar que está finalmente publicada "After the Winning" a nossa tão aguardada fanfic que envolve os nossos tão bem conhecidos Marc Guiu- Luísa Cerqueira- Hector Fort nesta espécie de "triângulo amoroso" cheio de reviravoltas e auto descobertas. Espero que gostem e que possam passar por lá para apoiar  ❤️