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𝐇𝐞𝐜𝐭𝐨𝐫 𝐅𝐨𝐫𝐭 - 𝐏𝒕. 𝟐 🇪🇸

𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐎.: —–—
𝐌𝐄𝐓𝐀.: 40 votos e 10 comentários
𝐒𝐈𝐍𝐎𝐏𝐒𝐄.: Tentações e consequências da noite anterior
𝐏𝐄𝐑𝐒𝐎𝐍𝐀𝐆𝐄𝐍𝐒.: Hector Fort ¡×! Lieve De Jong

.¸¸.·♩♪♫ 𝐇ector 𝐅ort 𝐏oint 𝐨f 𝐕iew ♫♪♩·.¸¸.

O despertador vibrou suavemente na mesinha ao lado da cama de Lieve, mas eu já estava acordado. Observava-a dormir ao meu lado, o peito subindo e descendo de maneira tranquila, os lábios ligeiramente entreabertos. Ela parecia tão serena que, por um segundo, senti-me egoísta por querer estragar o seu momento ao ir embora.

Suspirei baixinho, afastando um dos cabelos loiros que caíam sobre o seu rosto, e deslizei para fora da cama para começar a vestir-me, tentando ser o mais cuidadoso possível. Mas, quando peguei na minha camisola, senti um movimento atrás de mim.

— Hector... — A voz dela soou sonolenta e arrastada.

Virei-me devagarinho, apenas para a encontrar a olhar para mim com os seus olhos azuis ainda pesados de sono.

— Volta para a cama — murmurou Lieve, estendendo a sua mão na minha direção.

Sorri, balançando a cabeça.

— Princesa, sabes que não posso. Tenho treino daqui a pouco. Se eu faltar, o Flick mete-me no banco pelo resto da temporada. E tenho de sair antes do teu irmão acordar, o meu carro está lá embaixo.

Ela suspirou, sentando-se na cama, os cabelos desalinhados caindo sobre os ombros.

— Fica só mais um pouquinho. Depois explico tudo ao Frenkie.

Hesitei por um momento. Era tão fácil ceder... A pele dela ainda quente pelas horas que passámos juntos, os olhos a brilharem numa súplica silenciosa, e a forma como segurava os lençóis à frente do corpo para se aquecer era quase injusta.

Ela puxou-me pela mão, obrigando-me a sentar-me novamente na cama.

— Cinco minutos... — insistiu, deslizando uma das suas mãos pela minha nuca antes de me puxar para um beijo.

Fechei os olhos, aproveitando o toque dela por alguns segundos antes de me afastar, recebendo um suspiro frustrado por parte da garota.

— Isso não é justo, Lieve.

Ela sorriu de canto.

— Eu sei.

Encostei levemente os meus lábios nos dela, quase cedendo a mais um beijo, mas afastei-me assim que ouvi o alarme do meu telemóvel tocar.

— Tenho mesmo de ir.

Ela suspirou, mas acabou por assentir, os seus olhos a descerem para os lençóis, como se eles me fossem prender à sua cama.

— Tudo bem... Mas promete que nos vemos brevemente.

Sorri, dando-lhe um último beijo na testa antes de me levantar e sair.

***

O treino estava intenso. Esforçava-me para manter o foco nos exercícios, mas os flashes da madrugada anterior não me saíam da cabeça. Lieve a puxar-me para mais perto, os lábios dela contra os meus depois de seis meses separados, o calor do corpo dela contra o meu...

— HECTOR! — gritou Lamine, interrompendo os meus pensamentos quando a bola passou ao meu lado e eu nem fiz nenhum esforço para a travar. — O que se passa, hermano? Estás a dormir ou quê?

Respondi algo incerto, que nem eu mesmo percebi, correndo atrás da bola para me juntar de novo ao pequeno jogo que estava a acontecer entre mim, Lamine, Cubarsí e Marc Casadó. Mas a distração custou-me caro, porque, minutos depois, tinha um dos capitães de equipa — e talvez o mais temido por mim — ao meu lado.

Frenkie de Jong.

Frenkie parou à minha frente, interrompendo o exercício sem se importar, os braços cruzados e uma expressão desconfiada no rosto.

— Hector.

Engoli em seco.

— Frenkie.

— Queres contar-me alguma coisa, Hector? — O neerlandês cruzou os braços à minha frente.

— Não sei do que estás a falar — menti descaradamente.

O loiro deixou escapar um riso, completamente irónico.

— Então não me queres explicar a razão para eu ter visto o teu carro estacionado em frente à minha casa esta manhã?

A pergunta fez o silêncio no grupo ser quase ensurdecedor. Cubarsí, Lamine e Casadó, que estavam a poucos metros, pararam o exercício que antes fazíamos a quatro para ouvirem melhor.

Passei a mão pelos cabelos, tentando ganhar tempo. Eu já sabia que ele reagiria assim.

— Frenkie, agora não é o melhor momento para falarmos sobre isso...

— Ah, mas eu acho que é o momento perfeito — rebateu o mais velho. — Porque, ou me contas o que aconteceu, ou eu puxo as gravações das câmaras de segurança e descubro por mim mesmo.

— Espera, tens câmaras de segurança? — exclamou Lamine, claramente mais interessado no drama do que na seriedade da conversa.

— Claro que tenho. Principalmente para situações destas — respondeu Frenkie, sem desviar o olhar do meu.

Casadó assobiou baixinho.

— Se calhar é melhor falares, hermano.

Suspirei, percebendo que não tinha saída.

— Tudo bem, sim, eu estive com a Lieve.

— Outra vez?! — Frenkie ergueu uma sobrancelha.

— Mais ou menos... — Cocei a minha nuca, evitando o contacto visual com o mais velho, que estava prestes a matar-me.

Cubarsí não aguentou e soltou um riso abafado.

— "Mais ou menos" parece um pouco suspeito.

— Shhhh, deixem-no continuar! — repreendeu Lamine, que parecia completamente investido.

Frenkie bufou, parecendo estar a perder a paciência.

— Explica-me o que queres dizer com "mais ou menos". Pois eu pensei que a Lieve tinha deixado claro há uns seis meses que não queria mais nada contigo.

Respirei fundo.

— Quero dizer que sim, passei a noite com ela, mas não quero que seja como antes. Não quero fazer a mesma porcaria de novo.

Frenkie estreitou os olhos.

— E por que é que eu deveria acreditar em ti?

— Porque eu sei como me senti quando a perdi pela primeira vez, e agora que ela me deu outra chance, não a quero perder outra vez — respondi da forma mais sincera possível. Não havia outra verdade. Eu realmente não a queria perder de novo.

Os três mais novos observavam a troca entre mim e Frenkie como se estivessem a assistir a uma novela. Casadó até se inclinou ligeiramente para a frente, como se esperasse o próximo episódio.

Frenkie ficou em silêncio por um momento, depois suspirou, passando a mão pelos cabelos loiros.

— Eu juro que, se a magoas de novo, Hector, eu...

— Vais puxar as gravações? — interrompeu Lamine, provocando.

Frenkie lançou-lhe um olhar de aviso, e aproveitei a pequena pausa para falar antes que o mais velho me atacasse outra vez.

— Eu não vou magoá-la. Nunca mais. Prometo.

O neerlandês lançou-me um olhar por mais alguns segundos antes de finalmente ceder.

— Espero que estejas realmente a falar a sério, ou podes ter a certeza de que arranjo um jeito do Valência encontrar dinheiro para pagar a tua cláusula.

E, sem dizer mais nada, virou costas e afastou-se.

O silêncio pairou no ar por mais alguns segundos antes de Casadó olhar para mim com um sorriso malicioso.

— Portanto... dormiste na casa da Lieve? Ou melhor, com a Lieve?

— Não vamos falar sobre isso.

— Mas dormiste... — insistiu Cubarsí.

Revirei os olhos e voltei a treinar, puxando Gavi para fazer o próximo exercício comigo, ignorando as risadinhas e piadas dos outros três. Tinha conseguido passar pela conversa com Frenkie sem sair lesionado, mas agora, claramente, teria de lidar com os comentários deles pelo resto da época.

FIM ♡

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