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𝐇𝐞𝐜𝐭𝐨𝐫 𝐅𝐨𝐫𝐭 🇪🇸

𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐎.: —–—
𝐌𝐄𝐓𝐀.: 40 votos e 10 comentários
𝐒𝐈𝐍𝐎𝐏𝐒𝐄.: Tal como nos filmes
𝐏𝐄𝐑𝐒𝐎𝐍𝐀𝐆𝐄𝐍𝐒.: Hector Fort ¡×! Lieve De Jong


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O dia estava a ser caótico, mas o plano era simples: ir até o centro de treinos, esperar que o Frenkie terminasse o treino e depois voltar para casa com ele. Honestamente, eu nem queria sair de casa naquele dia, mas o meu irmão realmente insistiu — disse que tinha algo para me contar. E, claro, como sempre, cheguei antes da hora. Era típico do Frenkie se atrasar, mas eu odiava atrasos.

Com o lugar quase vazio e silencioso demais, entrei no elevador, já conhecendo o caminho de cor. Encostei-me no canto e olhei para o meu reflexo no grande espelho que ocupava uma das laterais. Cabelo meio despenteado, roupa básica, cara de cansaço... nada fora do normal.

A porta começou a se fechar, mas antes que terminasse, uma mão travou a passagem. Alguém entrou apressado, com a respiração um pouco descompassada.

— Mesmo a tempo. Ainda bem que não chegou a fechar por completo — ele disse, ajeitando os cabelos ao olhar para o espelho.

Hector Fort.

Ainda estava com a camisola de treino colada ao corpo e o cabelo despenteado como sempre, mesmo depois de tentar ajeitá-lo. De forma ofegante, pressionou o botão do último andar antes de se encostar à parede oposta à minha, ficando de frente para mim.

— Isso está pior que o metrô de Barcelona — comentou, tentando sorrir apesar do cansaço.

Soltei um riso curto, sem dizer nada. O silêncio instalou-se por alguns segundos. O elevador começou a subir.

— Estás sempre a correr? — perguntei, virando-me um pouco mais na direção dele.

— Não. Só quando sei que estás aqui.

A frase foi dita num tom leve, mas não deixou de ser uma provocação — e causou-me um pequeno arrepio. Sorri, um pouco sem jeito, baixando o olhar.

— Muito engraçado — respondi, sem saber ao certo se ele estava a brincar ou não.

Ele cruzou os braços sobre o peito, olhando para mim como se estivesse prestes a dizer alguma coisa... mas não disse nada. Só ficou ali.

— Viste ver Frenkie? — perguntou, quebrando o silêncio.

— É. Ele mandou mensagem, disse que precisava falar comigo — encolhi os ombros. — Achei que fosse algo sério, mas conhecendo o meu irmão, deve só querer companhia.

Hector assentiu com a cabeça e, de novo, aquele silêncio confortável instalou-se. Só que desta vez durou menos do que esperávamos.

De repente, um solavanco. As luzes começaram a piscar. O elevador parou.

Olhei imediatamente para o painel ao lado de Hector — completamente apagado. Dei passos largos até ele, apertando um botão, depois outro, depois todos.

— Só podem estar a brincar... — murmurei.

— Calma — ele disse, virando-se para mim. — Não parece nada grave. Deve ser só um corte de energia ou algo assim.

— Claro, só um corte de energia — repeti, nervosa, encostando-me ao painel dos botões, ao lado de Hector. — E agora ficamos aqui... presos.

— Olha, já que tenho que ficar preso com alguém, acho que a sorte está do meu lado.

Ele disse aquilo com um pequeno sorriso — aquele que ele sempre fazia quando queria disfarçar o nervosismo. Ou talvez fosse apenas charme. Ou os dois.

— Dizes isso a todas, só adaptas a frase à situação, não é? — retruquei, rindo um pouco, apesar da situação.

— Não. Apenas a ti, contigo eu digo o que realmente penso.

Hector aproveitou o momento para se sentar no chão, esticando as pernas à frente, e depois bateu levemente ao lado dele.

— Vem. Vai ser mais fácil esperar aqui.

Sentei-me ao seu lado com algum receio, mas, na verdade, também não queria ficar de pé sozinha. Ele virou um pouco o corpo, como se quisesse olhar para mim mas sem ser invasivo.

— Lieve, já pensaste que, se isto fosse um filme, agora seria a hora do nosso beijo?

A frase caiu no ar como uma bomba silenciosa.

Virei o rosto para ele, rindo, achando que era mais uma das suas brincadeiras. Mas ele estava sério. Não sério do tipo tenso — sério do tipo... verdadeiro.

— Tens sempre uma resposta pra tudo, não é?

— Honestamente? Nem sempre. Mas pra isto... eu tenho.

Ele aproximou-se um pouco mais, devagar. Os olhos dele procuravam os meus como se pedissem permissão. E eu cedi. Nem me mexi. Nem tentei dizer que não.

A mão dele tocou de leve no meu rosto — quente, firme, segura. E então ele me beijou.

Nada foi apressado. Nada foi incerto. Foi como se tudo até ali tivesse sido apenas uma introdução para o que, certamente, estava destinado a acontecer.

Quando ele se afastou, ficou apenas a olhar para mim, um sorriso satisfeito nos lábios, antes de me puxar de novo para si — os lábios colidindo mais uma vez.

E quando a falta de ar se fez presente, afastamo-nos. O elevador ainda parado. O mundo ao nosso redor ainda em pausa.

— Não vou pedir desculpa — murmurou baixinho. — Já queria ter feito isto há muito tempo.

Antes que eu pudesse responder, o elevador voltou a funcionar. Luzes normais. Movimento. Realidade.

Mas eu ainda estava presa — não no elevador, mas naquela sensação. Naquele beijo.

E no fato de que, agora, nada mais parecia igual.

FIM ♡

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