·˚ ༘₊·꒰ 𝟎𝟐 ─── 𝐓errible 𝐀t 𝐊eeping 𝐒ecrets
𝐈carus 𝐅alls ─── Capítulo dois
↳ ❝ [ Péssimo em manter
segredos] ¡! ❞
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YELENA E ATHENA ESTAVAM EM UM SIMPLES RESTAURANTE DE COMIDA TAILANDESA, a loira parecia muito mais animada e energizada do que a mais nova.
— Como foi na escola? Tipo, é realmente tão terrível quanto os adolescentes dizem por ai? — A Belova perguntou, segurando o riso, ainda achava o fato de Athena ir a escola como uma adolescente normal quase cômico.
— É suportável. — respondeu mastigando seu macarrão enquanto olhava em volta. — Mais adolescentes são barulhentos, cheiram mal e os professores fazem perguntas idiotas.
— Que tipo de perguntas idiotas? — Yelena perguntou arqueando levemente uma sobrancelha, sem desviar o olhar da mais nova.
— Do tipo "em qual clube você quer se inscrever?" e "por que o nome do seu pai não consta na sua ficha?" — Ela murmurou colocando mais comida dentro da boca.
— E o que você responde?
— Nada. — ela deu ombros. — Não devo satisfação a eles.
Yelena deu um quase sorriso, vendo Athena tentando agir de maneira casual. Petrova deu um longo gole no canudo que pairava sobre sua lata de coca cola e falou novamente:
— Eles não entenderiam de qualquer forma.
— Eu sei que não. — Yelena respondeu baixinho depois de hesitar por alguns segundos. A verdade é que ela não tinha bons conselhos para dar agora. — Só tente não causar problemas, pois se o diretor precisar seus convocar sua mãe, Irina não estará disponível para resolver seus problemas.
Belova brincou, tentando aliviar a tensão, mas Athena não riu. A de cabelos pretos apenas acabou de mastigar e disse:
— Você acha que eu coloquei o nome dela? Pelo amor de Deus, Yelena. É claro que não. — fez uma careta como se estivesse dizendo algo deveras óbvio. — Eu inventei um nome, Anna alguma coisa.
Ela admitiu, não tinha se dado o trabalho de decorar o nome inventado que colocou em sua identidade falsa, mas faria isso logo.
— Eu não vou causar problemas, tá bom? — Athena disse após soltar um suspiro.
— Certo. — a loira deu ombros casualmente, antes de levar mais um punhado de macarrão para boca. — Só tenta relaxar, tá bom? Você não está mais na Sala Vermelha, você pode agir como uma adolescente normal de 14 anos.
— Eu tenho quase 16. — Athena interrompeu, estendendo a mão para pegar a garrafa de cerveja de Yelena, que segurou a mão dela antes que ela pudesse fazer.
— Na-na-ni-na-não, menor de idade! — Ela puxou a garrafa e deu um gole, enquanto Athena revirava os olhos e afundava ainda mais na cadeira. — Como eu ia dizendo, você pode fingir que é uma adolescente normal, com pais normais e...
— Essa coisa de pais normais não existe, tá bom? Ninguém é completamente feliz, tenho certeza que na família de todo mundo, sempre vai ter um que é poder.
— Isso não significa que as pessoas não podem ser felizes, sabe? — Yelena respondeu com uma melancólica na voz, talvez fosse o teor alcoólico da cerveja a deixando levemente mais sentimental do que o costume. — Eu era feliz com a minha família quando eu criança. Natasha... Meus pais. Eles tinham seus defeitos e ainda têm... Mas era bom, era real.
Athena ergueu os olhos acinzentados para encarar Yelena. Elas já haviam conversado superficialmente sobre o reencontro que a Belova teve com sua família antes da queda da Sala Vermelha. Petrova não sabia os detalhes, mas sábia que era complicado.
— Olha eu sinto muito que você nunca experimentou o que eu estou falando, okay?
— Está tudo bem, idiota. Eu não ligo para essas coisas. — Athena murmurou dando mais um gole em seu refrigerante. — Não preciso da Irina agora, como nunca precisei dela ou do Dreykov. — ela murmurou o nome do homem, que felizmente, estava morto. — E também não preciso tentar agir uma adolescente normal. Não depois de ter matado tanta gente em nome deles.
Yelena hesitou por um momento, Athena notou a expressão facial no rosto da mais velha e lançou um olhar ácido que claramente dizia "desembucha".
— Você realmente acredita que Dreykov era seu pai? — Belova perguntou com a voz baixa.
— E não era? É o que todos diziam, e ele nunca desmentiu. — ela se inclinou um pouco mais sob a mesa, mantendo o olhar sobre Yelena. — Por que? Sabe de alguma coisa que eu não sei?
— Não, não sei. — Yelena olhou para Athena, transmitindo seriedade. — Mas essa história me parece muito mal contada, na minha opinião, a Irina deu o golpe no Dreykov.
— E pra que ela iria querer uma filha que não fosse dele? Ela nunca demonstrou o menor talento ou interesse em ser mãe e você sabe disso.
— Talvez ela tenha... Sei lá, engravidado de alguém, mas ele achou que era dele e fez ela manter?
— Ou ela só tenha engravidado dele mesmo. — Athena respondeu dando ombros. — Não faça teorias da conspiração, eu não dou a mínima para quem são meus pais, é só material genético, de qualquer forma.
Yelena deu ombros, já que Athena não se importava não havia muito o que ela pudesse fazer, embora fosse amargo ver a mais nova pensando assim.
A atenção das duas foi atraída pela pequena TV do estabelecimento, onde era noticiado que o Homem-aranha havia lutado com ladrões em um banco. Ladrões com armas muito poderosas, aparentemente.
— Que bizarro. — Yelena disse em um tom que beirava o deboche.
— Trombei com esse homem-aranha hoje, ele realmente é bizarro.
— Eu tava falando das armas. — a loira revirou os olhos voltando a comer. Athena não parecia ter se impressionado com a notícia.
A Petrova olhou pelo estabelecimento até que o olhar dela fincou-se na figura de Peter Parker, comendo acompanhado de uma mulher. Quando Peter a viu, ele acenou discretamente mas Athena apenas revirou os olhos.
— O que foi? — Yelena perguntou notando o olhar da de cabelos preto.
— Nada, só um menino da minha classe que arrancou a porta do meu armário. — Ela bufou. — Eu juro, no Queens só tem gente estranha!
— Deve ser por isso que estamos morando aqui agora. — Yelena forçou um sorriso brincalhão e voltou a comer.
NA MANHÃ SEGUINTE, Athena estava sentada na arquibancada da quadra, enquanto os meninos faziam flexões e um pequeno grupo fazia uma brincadeira idiota de 'casa, beija ou mata' com os vingadores, alguns degraus abaixo de onde a Petrova estava sentada.
Liz, uma garota do segundo ano começou a falar no quão apaixonada ela era pelo homem-aranha e Athena revirou os olhos com tanta força que sentiu a cabeça latejar.
— O Peter conhece o Homem-aranha. — Ned disse do meio quadra atraindo atenção de todos. Parker começou a hesitar, quase apavorado.
— Eu não conheço não. — ele disse se levantando apressado. — Quer dizer... Eu...
— Eles são amigos. — Ned disse, não dando ao Parker chances de se explicar.
— É, o professor Wilson e o Capitão América também são. — Flash debochou se aproximando com um sorriso debochado. Athena continuou observando a cena de onde estava sentada.
— Eu encontrei ele. — Peter tentou se justificar. — Umas duas vezes... Foi... Foi no estágio na Stark. Mas eu não posso ficar falando disso.
— Por que não convida ele para festa da Liz? — Flash o desafiou.
— Pois é, eu convidei um pessoal lá para casa. Você está mais que convidado. — Liz disse, deixando Peter claramente surpreso.
Athena continuou observando a cena com um certo desdém, se perguntando o motivo de se impressionarem tanto com o Homem-Aranha. Ele parecia ser um idiota, e além disso, até onde a Petrova sábia, ele estava do lado errado na Guerra Civil.
Obviamente ela não queria ser raciocinada a nada que tivesse a ver com super-heróis, vingadores ou coisas parecidas, por isso, se levantou deixando a arquibancada antes mesmo do sino tocar. Sua saída foi discreta, sem atrair atenção. E, obviamente, ela também não recebeu nenhum convite para a festa de Liz.
YELENA HAVIA SAÍDO DE CASA, e Athena seguia a regra tácita de não fazer perguntas. Mas era uma sexta-feira à noite, e ela não queria ficar sozinha no apartamento vazio.
Então decidiu ficar sozinha na rua, dando uma volta sem um destino específico em mente. O vento estava frio, mas ela não se incomodava, em partes era até relaxante. E ela apenas se deu conta quando já estava consideravelmente longe de sua casa.
Ela estava com os fones de ouvido enquanto caminhava, não conhecia a música, mas a letra não importava pois a batida e a melodia eram uma trilha sonora agradável. Estava em uma parte afastada, não havia pessoas ali, apenas carros, de qualquer forma, ela não tinha medo.
Foi então que notou, de longe, uma luz atravessar o céu em alta velocidade. Seus olhos acompanharam até que a luz desapareceu. Quando se deu conta, sua curiosidade já estava a guiando para a direção onde a luz sumiu.
Depois de alguns minutos de caminhada, ela chegou ao lugar. E para sua infelicidade o Homem-Aranha estava ali. No entanto, de uma forma diferente: molhado e sem mascara. Athena tirou os fones de ouvido e continuou espiando de uma distância segura e em completo silêncio, discreta do jeito que só alguém que passou pela Sala Vermelha sabia como fazer.
Na frente dele, uma armadura do Homem de Ferro levitava, conversando sobre algo que ela não conseguia entender devido a distância em que estava. Athena deu alguns passos para a diagonal, até que finalmente viu o rosto: era Peter Parker. Athena cruzou os braços, contendo uma risada silenciosa. Se aquilo era um herói, o mundo estava mesmo em apuros.
A de cabelos pretos esperou até que a armadura dourada levantasse voo novamente e desaparecesse na noite escura, deixando Peter para trás, um tanto perdido e desconfortável. Ela, no entanto, sentiu uma onda de diversão a invadindo e não conseguiu se conter.
— Então é aqui que os super-heróis se escondem depois do expediente? — Athena disse se aproximando e cruzando os braços. — Tenho que admitir, Parker, não é exatamente o que eu esperava.
Peter virou-se bruscamente ao ouvir a voz, o rosto pálido sob a luz fraca do poste.
— O quê? Eu... não... não sei do que você está falando. — ele se defendeu com o mesmo tom que usou no outro dia na quadra, hesitante e nervoso.
Athena arqueou uma sobrancelha, dando mais alguns passos em sua direção.
— Ah, claro. Não é você. O Homem-Aranha só passa aqui pela vizinhança, molhado, sem máscara, e conversando com o Homem de Ferro. Coincidência, né?
— Eu não sou o Homem-Aranha, tá legal? Não sei de onde você tirou isso. — Peter ergueu as mãos em um gesto de defesa, o olhar nervoso procurando qualquer saída daquela situação. Athena conteve o riso.
— Sério? Então por que você tá usando a roupa dele? Um cosplay? Tipo, achei que você era mais nerd, mas isso já é outro nível.
— Não é um cosplay... Quer dizer, é um... — ele tentou improvisar mas nada saiu dessa vez.
— E aquele também não era o homem-de-ferro. — Athena disse com a voz carregada de ironia e sarcasmo.
— Não, não, não! Não era o Homem de Ferro! Era só... um protótipo, tá? Só uma... armadura com um comunicador. Tony Stark não estava aqui!
— Então basicamente era uma babá eletrônica high-tech? — ela respondeu rapidamente, como se já estivesse com as palavras na ponta da língua.
— Não é uma babá eletrônica. — Peter murmurou e Athena quase achou que ele estava ofendido.
— Ok, Homem-Aranha. Uma babá eletrônica com wifi. Entendi. — Athena deu de ombros com um sorriso irônico.
Ele revirou os olhos, tentando ignorar o apelido e deu alguns passos na direção dela.
— Você pode parar com isso? — A voz saiu mais baixa, quase um sussurro. — Já tá tarde, e você nem devia estar aqui.
Athena arqueou uma sobrancelha, mas antes que pudesse responder, Peter falou de novo, num tom quase suplicante.
— Por favor, não conta isso pra ninguém.
O sorriso irônico dela desapareceu. A diversão que sentia em provocá-lo foi rapidamente substituída pelo semblante sério e frio que geralmente exibia. Ela inclinou levemente a cabeça para o lado, estudando-o por um momento antes de responder.
— Eu não ligo para algo tão idiota quanto o Homem-Aranha.
Ele piscou, surpreso com a resposta, mas ficou quieto enquanto ela continuava.
— Isso não muda nada na minha vida, Parker. Então se você não cruzar meu caminho, ou me encher com essas bobagens de "protetor da vizinhança", eu não vou fazer nada com essa informação.
Peter abriu a boca para falar algo, mas ela já estava se afastando, colocando os fones de volta nos ouvidos.
— Relaxa, Homem-Aranha. Seu segredo está seguro comigo. — As palavras foram ditas por cima do ombro, sem nenhuma entonação brincalhona.
Ele ficou parado ali por alguns segundos, assistindo Athena desaparecer pela calçada, e soltou um suspiro pesado. Parecia que seu segredo estava a salvo... por enquanto. O Parker ficou parado, observando Athena se afastar, ainda com o fone de ouvido e o mesmo semblante indiferente. Ele franziu a testa, confuso.
— Espera! — chamou, dando alguns passos na direção dela.
Ela não parou.
— Sério, você não acha isso... Sei lá, meio impressionante? — insistiu, levantando os braços num gesto de frustração. — Tipo, eu sou o Homem-Aranha. Isso é grande coisa, sabe?
Athena deu um suspiro audível, tirando um dos fones apenas o suficiente para lançar um olhar de canto para ele.
— Impressionante seria você ficar quieto. — Ela colocou o fone de volta e continuou andando, sem nem diminuir o ritmo.
— Mas por quê? — Peter continuou, agora quase trotando para acompanhar o passo dela. — Por que você acha isso tão irrelevante?
Ela parou abruptamente, girando nos calcanhares para encará-lo.
— Parker, eu acho irrelevante porque não muda nada no meu mundo. — Sua voz era calma, mas carregava uma firmeza inabalável. — Você tá aí arriscando sua vida em fantasias de grandiosidade e adivinha? O mundo continua uma droga.
Peter piscou, surpreso pela franqueza dela, mas antes que pudesse formular uma resposta, Athena já estava virando as costas e retomando seu caminho. Ele respirou fundo, colocou a máscara e foi atrás dela, acelerando o passo até alcançá-la.
— Ei, quer que eu te acompanhe até em casa? — perguntou, com a voz abafada pelo traje.
— Não. — Ela respondeu tão seca que a palavra parecia ter peso próprio.
Ele hesitou, mas antes que pudesse insistir, um brilho peculiar capturou a atenção de ambos. Um pequeno equipamento metálico repousava no chão, com uma pedra roxa pulsando como um coração vivo em seu centro.
— O que é isso? — Athena perguntou, franzindo a testa.
Peter se agachou, pegando o objeto cuidadosamente.
— É... complicado. — Ele girou o equipamento nas mãos, analisando a pedra. — Eu estava seguindo uns caras com armas muito poderosas... Pareciam... Sei lá, armas alienígenas, e parece que deixaram isso para trás.
Athena cruzou os braços, encarando-o com uma expressão que misturava tédio e sarcasmo.
— E você é ótimo em manter segredos, né? — disse ela, o tom carregado de ironia. Visto que ele não fez cerimonia alguma antes de revelar no que estava trabalhando.
O Parker apenas suspirou, balançando a cabeça.
— Eu estou tentando melhorar, ok?
Ela deu de ombros, como se a conversa já tivesse perdido a relevância para ela, mas seus olhos ainda observavam o equipamento com um interesse discreto.
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