| • Chapter 23 • |
OLHA SÓ QUEM RESOLVEU DÁ O AR DA GRAÇA
HAUAJAIAJQIKWKWKWKEJJWJW momento para surtar 👉👈 Sim, esse na mídia é o Mike vulgo homem do Alec ;)
Ai gente, nem sei o que dizer direito aqui pra vocês. Mas acho que devo começar com um pedido de desculpas pela demora cansativa, e também agradecer por não desistirem de mim e dessa história. Vocês que me motivaram a querer concluir ela, mas principalmente a SunshineLupin por me fazer enxergar o quanto essa jornada aqui valia a pena. Essa bebê também escreve histórias incríveis, olhem o perfil dela dps que saírem daqui, por favor!
A princípio deixei essa história de lado para poder dar atenção a The Hope Of Our Pack, até pq minha empolgação continua mais voltada a essa obra desde que comecei. Mas então aconteceu algumas coisas na minha vida, que me vi precisando dá uma pausa pra organizar a mente. O que até foi uma boa ideia. Essa história não possuía planejamento nenhum antes. Eu só improvisava e ia postando sabe ( a propósito, sinto falta desse meu eu de antigamente), então quando a deixei aqui nem tinha ideia que o final estava só escondido no fundo dos meus pensamentos. Que coisa né skksksksksk
Eu espero de verdade que gostem do final, e peço desculpas também por infelizmente não poder estender mais um pouco a obra. É que de fato chegou o fim dessa trajetória, porém.. em compensação eu preparei uma surpresa assim que eu postar o cap 24 (Que é o último 👽) vocês vão descobrir. E a Sunny é testemunha de que não tô brincando ahauahhaaha
Agora fiquem finalmente com esse cap tão esperado skskkekkjsj
O cap 24 eu ainda tô finalizando e não aguentei esperar pra postar esse. Logo logo sai, até lá espero que não me matem pela breve demora skskskks minha concentração não é mais a mesma na hora de escrever os caps. As vezes pensamentos desagradáveis aparecem no meio do meu raciocínio.. então fica difícil de continuar na mesma vibe. Mas permaneço me esforçando
PORÉM ISSO NAO VAI ME PARAR
RENASCI DAS CINZAS FEITO A BOA FÊNIX 🌙❤️
Enfim kskskksks Leiam as notas lá em baixo dps se não isso vai ficar enorme kskskskk e peço desculpas desde já se tiver algum erro ortográfico. Revisei rapidinho aqui de tão ansiosa pra mostrar pra vocês
Boa Leitura! 🌙💓🐺
~~~~x~~~~
— Está tudo bem? — Malia veio se aproximando em passos calmos na direção do grupo que carregava uma energia meio tensa e agitada.
— Malia .. depois explico. — Scott apenas disse e se voltou para Liam novamente, ignorando os olhares curiosos dos outros que pararam de comer para prestar atenção neles. O alpha disse mais algumas coisas e então, só viram o beta se retirar em passos lentos, mas com uma leve carranca. Ele foi em direção a casa e entrou sem olhar para trás. A coiote arqueou uma das sobrancelhas.
— Okay, não enrola. Por que ele estava assim? — Malia insistiu mais uma vez e só viu Scott suspirar, os ombros caindo em rendição.
— Digamos que ... temos mais um "pequeno" problema. — Se virou devagar parecendo hesitante em afirmar. Todos ao longe ergueram as cabeças, se entreolhando inquietos.
*
Liam adentrou a cozinha tentando não bater a porta ao fechá-la, seus passos firmes porém cuidadosos ao mesmo tempo em que lutava para conter a raiva que parecia querer lutar consigo para dominá-lo. Ele bufou forte irritando-se com isso, mas ao passar pela bancada que dividia a sala, seu coração palpitou em adoração.
Theo dormia pesado e pacificamente enquanto possuía Alec bem acomodado em seu colo. Ambos inteiramente entregues nos braços um do outro. Dunbar piscou repetidas vezes para ter certeza de que não estava alucinando. De repente toda sua frustração havia evaporado em partes, mas aquela ponta de preocupação ainda pairando em uma sensação incômoda. Estava tão cansado.
Andou devagar até o outro sofá, sentando-se na ponta próxima a eles. Ouviu um breve resmungo vindo de Mike ao seu lado mas por hora resolveu ignorar. Esfregou suas mãos lentamente em agonia enquanto mordia o lábio inferior. Precisava pensar, pois se fosse realmente o que cogitavam. Seu menino poderia estar ainda mais no fogo cruzado. Era terrível demais.
- Aquele idiota não vai tocar em você, Alec. Eu te prometo. - Afirmou em um sussurro quase inaudível, talvez mantendo a palavra mais para si mesmo do que propriamente ao filhote adormecido. Liam abaixou a cabeça por alguns instantes adotando uma pose cansada ao apoiar as cotovelos nos joelhos, escovando os cabelos para trás ainda com os olhos voltados ao chão.
Sentiu instantes depois uma mão pousar em seu ombro, fazendo-o tensionar por um momento antes que reconhecesse o cheiro e voltasse a realidade outra vez. Ajeitou a postura para então virar a cabeça e elevar o olhar. Lydia sorria para ele, daquela maneira gentil e acolhedora embora não mostrasse os lindos dentes bem alinhados. Liam retribuiu inclinando o canto da lábios mas de maneira genuína de qualquer modo. Sentiu saudades da ruiva.
— E então, falando sozinho? A louca do bando se não me engano, sou eu. — Comentou baixinho de modo brincalhão e falsa incerteza, fingindo parar para refletir. Liam riu anasalado, levantando-se do estufado devagar. — Vamos, deixe-os dormir um pouco. — Disse gentil e logo depois estendeu a mão na direção do beta, que não demorou para agarrar o gesto sugestivo.
— Você não é.. a louca. Pelo menos nunca te vi assim. — Liam deu de ombros afirmando em tom sincero a medida que era guiado para o pequeno corredor atrás das escadas na casa do alpha. Lydia virou o rosto lançando um olhar agradecido por cima do ombro, mesmo que em seu semblante ocultasse algo que o beta não conseguiu decifrar de primeira. Ele suspirou. - Onde esteve? Fez tanta falta..
— Eu sei, querido. — Lydia apertou os lábios em um sorriso triste assim que pararam. Ela apoiou as costas na estrutura da escada, cruzando os braços. Liam fez o mesmo, analisando a mulher a sua frente. Havia algo de diferente nela.
— E também sei que sumir não deveria ser opção, mas eu precisava. E agora.. meio que os sentidos de banshee resolveram voltar com tudo.. — Disse a última parte em um sussurro tenso, os olhos voltados para o chão. Não parecia ser aquela garota disposta a ter as habilidades cotidianas de volta. Liam deu dois passos a frente, ficando mais próximo da Martin.
— Quando? — Perguntou cuidadoso, tentando não pressioná-la. Lydia arrumou uma mexa do cabelo atrás da orelha.
— Há dois dias, antes pensei que pudesse ser apenas sonhos sem nexo. Mas então, eles foram se repetindo e.. repetindo. — Ela dizia em meio a um olhar distante, parecendo agoniada ao se lembrar. Mas então voltou-se para o rosto de Dunbar. — Liam, eu preciso ser sincera. Temos que achar aquele bando, e principalmente.. proteger o Alec. — Soou séria na última parte. Liam tensionou de forma automática, segurando um rosnado na garganta.
— Você sabe o que eles pretendem, não é? — Liam questionou de forma neutra mas em sua feição era notório a apreensão. Lydia assentiu minimamente, comprimindo os lábios.
— Digamos que.. se não formos rápidos. Beacon Hills pode acabar se tornando uma cidade fantasma.. — Ela engoliu em seco, desviando o olhar para o chão. Liam franziu a testa, sentindo a respiração engatar.
— Como quando os cavaleiros fantasmas estavam levando todo mundo? — Liam diminuiu o tom por medo de ser escutado. Lydia coçou a nuca ponderando, mantendo sua postura retraída.
— Pior do que isso, Liam.. — Confessou lançando um olhar um tanto profundo para o beta, que sentiu a espinha gelar em nervosismo. — Os humanos vão ser torturados até sabe lá quando, deixando a cidade a merce daquele bando e.. das criaturas que vem com eles..
— Criaturas? — Liam disse em um fio de voz, apertando os lábios em seguida e olhando para o fim do corredor. As imagens dos pichashas passando em borrões pela floresta, o desespero coletivo que causaram em apenas alguns dias. As lembranças do quanto Beacon se tornou um local sem vida assim que os cavaleiros se instalaram. Ele se voltou para Lydia subitamente. — E quais seriam as outras? — Sussurrou a pergunta como se fosse algo proíbido.
A ruiva desviou o olhar do rosto do beta, dando um passo mínimo a frente no corredor somente para checar se estavam a sós.
— Não sei ao certo, pois as visões nem sempre são claras. — Ela disse após um suspiro cansado, tentando reorganizar seus pensamentos. Precisou analisar as lembranças novamente, até que algo lhe chamou a atenção. Liam piscou em um incentivo mudo para que ela falasse logo. — Só sei que é algo grande, e tem muito fogo envolvido.. — Simplificou da melhor maneira, sentindo-se arrepiar de leve nos antebraços assim que se recordou dos detalhes.
— Um inferno em Beacon Hills... — Liam franziu a testa em revolta, assustando-se com o quanto seu raciocínio fazia sentido. — Temos que olhar os livros do Deaton de novo! — Disse afoitamente, ganhando um olhar espantado de Lydia. — Se viu os seres nas visões, pode ter algo que deixamos passar. Alguma fraqueza, qualquer coisa.. — Liam esfregou o rosto tentando controlar os nervos. Ouvindo ao longe o resto do pessoal do lado de fora.
Lydia respirou fundo, segurando as mãos do beta e retirando-as de onde ocultavam a feição aflita. Precisava ser a mais calma entre os dois no momento.
— Vamos olhar. — Ela disse deixando um toque rápido na bochecha de Dunbar, que assentiu notando sua respiração voltando a regularidade. — Ainda temos tempo, e cada minuto conta agora. — Disse determinada antes de se mover para longe de Liam, que não demorou para seguir a ruiva.
Iriam por um ponto final em tudo isso de uma vez se dependesse deles.
*
— Eu devia ter acabado com aquela peste! — Jason gritou enfurecido, batendo as mãos na mesa velha que praticamente cambaleou. Estava caindo aos pedaços a essa altura. Ele rosnou pesado, os olhos vermelhos sangue brilhando sem ele sequer notar. David e Nathan ao longe se entreolharam. Partilhavam da mesma irritação, mas ainda carregavam uma breve apreensão quanto àquela fúria nova vinda do alpha.
Jason havia recebido a informação dos outros pichashas assim que a luta na floresta se encerrou, e para sua satisfação eram bem detalhistas quanto a relatar suas missões frustradas. Foram ao encontro de Michael como ele havia ordenado, rastreando o garoto pelos quatro cantos da mata. Até que finalmente captaram o cheiro do lupino, mas não só o dele como previsto. As criaturas perderam uma quantidade significante de sua espécie nessa realidade, o que não fora uma surpresa. Mas o nome extra envolvido até que agradou os ouvidos de Jason. Era a ferramenta que ele precisava eliminar durante o caos.
— Como pretende pegar o garoto agora que o bando tá mais que atento com relação a gente? — David usou um tom desdenhoso, trocando um breve olhar com seu irmão que apenas escutava tudo com a feição séria. Jason raspou lentamente as garras contra a madeira gasta da mesa, erguendo o olhar carregado na direção do ruivo. A raiva era mais que notória naqueles olhos.
— Não sou um despreparado como vocês. — Jason disse entredentes, executando um vago movimento nas sobrancelhas para enfatizar. Redirecionou a atenção para Nathan em seguida, parecendo menos estressado. O moreno seria essencial. — Pegue meu livro. Não podemos esperar mais, e não se esqueça de ir até o porão conferir a tranca. Não podemos deixar que Ryan saía de lá. — Ditou com certa confiança e calma, embora mantesse a costumeira expressão calculista. — Rápido. — Soou ameaçadoramente baixo. Nathan assentiu meio hesitante, olhando vagamente para David antes de se retirar dali dando alguns tropeços.
David acompanhou os movimentos do irmão com o olhar, até se voltar para o alpha mais velho a sua frente que parecia estar sendo movido não só pelo ódio, mas por alguma coisa a mais. Sempre cogitou que ele escondesse algo, mas agora ao que tudo indicava. Já tinha uma certeza.
— Sabe o que pretendo, não é? — Jason mal piscava, e esboçou um vago porém perceptível sorriso de canto. David estremeceu sem que pudesse controlar a reação, engolindo em seco analisando o outro. Até aquele semblante maníaco estava diferente.
O ruivo simplesmente escolheu se manter em silêncio, dando as costas logo depois. Talvez soubesse, mas preferia esperar para o que viria. Afinal, chegaram até ali para algum propósito. E no fundo algo lhe dizia que não demoraria muito até desvendá-lo por completo.
Jason maneou a cabeça para os lados não dando muita importância para o chimera. Estava ansioso demais para focar em bobagens. Ele sorriu mínimo brilhando os olhos outra vez, e voltando-os para o mapa aberto em sua mesa. Mostrava basicamente todos os pontos da mata densa em Beacon. E um específico encontrava-se circulado com caneta azul. Finalmente faria o que pretendia há dias.
*
— Como assim.. transformar Beacon em um submundo? — Liam murmurou engolindo em seco remexendo-se inquieto, desviando o olhar algumas vezes para o livro a sua frente. Voltou-se para o rosto de Deaton que parecia tão apavorado quanto os demais ao redor ouvindo. Embora o druida tentasse manter uma postura contida.
Passaram as últimas horas folheando os diversos livros antigos e até mesmo as partes que haviam lido, lutando para manter os olhos abertos assim que o sol mostrava-se forte há um tempo. De todos o mais desperto era Liam, sua ansiedade deixando-o cada vez mais agitado. Escutou Deaton atentamente, que explicou sobre uma das criaturas do folclore japonês que até então, não passara pelo raciocínio deles. Um ser poderoso devorador de almas vindo de um antigo ritual até então ilegal na feitiçaria. Eles já não tinham ideia de onde poderiam parar.
O beta apoiou-se na bancada com Scott amparando-o pela cintura. O alpha checou brevemente ao se esticar um pouco afim de ver se Theo e Alec ainda dormiam. E para o alívio de todos não haviam nem dado sinais de que despertariam. Precisavam terminar de analisar o resto da mitologia e Liam não pararia até encontrar alguma solução. E ter que parar para acalmar um dos dois não daria certo no momento.
O beta notou suas pernas quase cedendo uma vez ou outra. Era muita coisa para assimilar. Seu coração palpitava pesado no peito, e para piorar no meio disso tudo. Conseguiram confirmação de um certo palpite que rodeava a cabeça de todos antes como uma incógnita até algumas horas atrás. Um detalhe o qual infelizmente seria de muito interesse para as garras de Jason e sua sede por sangue.
— Eu sinto muito, Liam. Mas assim que ele conseguir despertar o Inugami para nosso mundo.. o único jeito de fechar esse portal será um sacrifício.. — O druida prosseguia seu monólogo com seriedade, mas ao notar o olhar de Scott sobre ele. Não demorou a apertar os lábios se interrompendo. Precisava ser mais breve, mas também manter a clareza. Liam a essa altura não conseguia parar a tremedeira em suas mãos. — O sacrifício consiste em usar um indivíduo cujo tenha uma ligação de mates recente como um elo forte o suficiente para voltar a fortalecer a barreira quebrada entre o submundo e aqui. Então.. Alec teria que ser.. — Sua voz morreu vendo que não precisaria completar o raciocínio, pois já era auto explicativo demais. E levando em conta o modo como Dunbar reagiu. Fechando os olhos e apertando os lábios, como se sentisse dor física.
— Não termina a frase... por favor. — Liam pediu em um tom suplicante e falho, pousando a mão na barriga em reflexo assim que uma ânsia peculiar lhe subiu o estômago. Ele se afastou da bancada devagar. Ignorando os protestos de seu alpha e rumou para fora da cozinha. Atravessou a porta dos fundos executando um barulho um tanto alto assim que a bateu. Precisava de ar puro em seus pulmões, ou então enlouqueceria.
Liam levou as mãos até o rosto, esfregando os olhos com força. Um grito agoniado e dolorido preso em sua garganta. Não, não podia ter só esse método. Tinha que restar outra solução para que tudo isso sumissse da cidade. Não sacrificaria Alec, seu menino. Embora tenha se negado algumas vezes a acreditar. Era seu filhote, e não hesitaria em protegê-lo. Não possuía outro significado, outra razão. E o destino dele não poderia ser esse. Se sacrificar mais do que o necessário por uma cidade e pessoas as quais não o recompensaram de fato. Honestamente, esperar que o universo seja gentil sempre será um tiro no escuro. E saber que o único jeito de tudo voltar aos eixos certos seria.. a morte de Alec. Era revoltante.
O beta suspirou fundo negando com a cabeça continuamente, os olhos azuis marejando aos poucos não importava quantas vezes os esfregasse usando a costa das mãos. O desespero mais que evidente em sua expressão, enquanto encarava a mata diante dele. A visão desfocando por conta das lágrimas. O sol destacava as árvores e dava uma certa beleza ao local. Mas devido a carga que concentrava-se no beta, parecia que nem havia mudado aquele cenário geralmente assustador só durante a noite.
Ele bateu o pé contra a grama de um modo aborrecido, rosnando baixo mas com intensidade devido a frustração. Suas garras saindo sem que ao menos reparasse até senti-las perfurando sua palma. A carne se partindo e liberando o sangue que se acumulava, até pingar uma generosa quantidade do líquido vermelho no chão. Liam ofegou de modo trêmulo notando uma certa pelagem branca querendo sobressair em sua pele. Precisava se manter racional. Queria pensar, raciocinar rápido mas sua mente somente focava na frase dita pelo druida. Nunca sentiu uma dor como aquela.
Ouviu uma movimentação desajeitada atrás de si, seguida de um ruído que indicava a porta se fechando. Reconheceu o cheiro e os batimentos mais depressa do que seu corpo e cabeça agitados foram capazes de processar. Os braços fortes e acolhedores rodeando-o por trás como um escudo protetor em instantes.
Liam abaixou a cabeça no mesmo segundo, uma irritante sensação de impotência corrompendo-o. As lágrimas que tanto quis conter, escorrendo por suas bochechas sem aviso prévio. Ele se virou abruptamente no aperto de Theo. Não ocultando sua agonia ao passar os braços pelo tronco do chimera, que não tardou em abraçar os ombros dele. Escondeu o rosto no pescoço quente do mais velho.
— T-Theo, eles.. — Liam mal distinguiu a própria voz ao falar, tendo que pigarrear algumas vezes para ao menos adquirir firmeza no tom. Embora tenha soado embargado no fim das contas. — Eles vão abrir um portal para o inferno.. — O chimera apertou mais o namorado em resposta, acariciando as costas na área onde residia os músculos tensos. Ainda em silêncio deixando que o mais novo colocasse tudo para fora. Não confiava em si para falar agora. Estava tão chocado e perdido quanto o beta depois de ouvir toda aquela conversa enquanto possuía seu filhote adormecido no colo. Todavia, não iria deixar o mais novo a deriva. — Jason vai finalizar o ritual, e pra fechar essa coisa precisamos... — O beta não conseguiu concluir. Comprimindo os lábios assim que mais lágrimas vieram com força. Um soluço cortando-o antes que cogitasse em continuar a explicação, sentindo um frio horrível dominando sua espinha. A mão fechando-se no tecido da blusa solta do chimera. — Eu não posso.. não posso deixar que façam isso com o Alec! Nosso filho! — Nem percebeu que seu tom subiu algumas oitavas, e muito menos o modo como disse. A agonia mais que perceptível. O que certamente chamou a atenção da alcatéia no lado de dentro. Os corações apertados ao ver um membro da alcatéia tão abalado desse jeito.
Theo ignorou o salto que seu coração deu ao ouvir o termo dito. Apenas silenciou o namorado gentilmente, tentando pensar em alguma solução. Mas seu raciocínio parecia bagunçado demais, e precisava acalmar o outro. O chimera suspirou trêmulo, guiando a mão rumo a nuca do beta choroso, conduzindo-o até que deitasse a cabeça em seu ombro. Tentando trazê-lo a um estado menos agitado afim de regular sua respiração. Dunbar nem notara que estava hiperventilando. E se o caso fosse com alguém comum, sem dúvidas já estaria desmaiado a essa altura.
O resto do pack que ocupava a cozinha aguçaram seus sentidos para verificar Liam, principalmente Scott que se sentiu aliviado por Theo estar colocando essa situação um pouco nos eixos. Há muito tempo que não conseguia tranquilizar seu beta com eficácia. A ligação de mates surtia mais efeito querendo ou não. E nunca presenciou um medo tão fora de controle como aquele.
Os membros se entreolharam ansiosos em busca de alguma ideia para uma possível saída. A única coisa que aumentara fora o desânimo, pois haviam analisado tantas outras formas que chegaram a mente de cada um afim de tentar contornar aquele impasse para então fechar o portal sem precisar de algo deste nível. Não poderiam simplesmente ceder assim às leis demoníacas.
— Vamos dar um jeito. Tem que ter outro. Mas não vão encostar no Alec, me entendeu? — Theo disse após alguns minutos naquele abraço. Seu tom firme próximo ao ouvido do beta, porém mantendo o timbre carinhoso a medida que movia os dedos pela cabeleira bagunçada do menor em uma massagem. Liam possuía os olhos molhados e fechados com força, os lábios pressionados contra o ombro do chimera. Ele assentiu devagar após respirar fundo. Não confiava em seus instintos quando tudo o que conseguia sentir era desespero. — Nós lutamos com aquelas coisas e muitas outras que pareciam impossíveis de vencer. Podemos não ter uma noção exata do que estar por vir, mas sei que somos capazes de driblar isso. — Murmurou com firmeza no ouvido do namorado, ouvindo-o suspirar trêmulo em uma espécie de concordância antes de se agarrar mais nele. Ecoou como um mantra, e um bem-vindo com certeza.
O chimera não percebeu, mas encorajava não só Liam como a alcatéia inteira. Scott não deixou de refletir e concordar com as palavras do aliado. Sentindo uma espécie de esperança. Direcionou um olhar determinado para os outros a seu redor. Derek e Malia retribuindo com a mesma persistência, dizendo silenciosamente estar com ele. Precisavam acreditar na força existente dentro de cada um deles. Se quisessem ganhar agora, esse era o primeiro passo. Sempre foram mais fortes juntos e isso não mudaria.
— Vamos conseguir. — Malia proferiu após umedecer os lábios, a postura ainda tensa mas parecendo menos dominada pelas emoções negativas que a realidade trouxe. Sua mão pousada sobre os livros abertos. Ela redirecionou o foco para Lydia, vendo a ruiva adotar uma postura mais confiante. — Está pronta pra gritar na cara de alguns demônios? — A coiote esboçou um sorriso ladino. A Martin assentiu minimamente.
— Se me explicarem mais sobre as adagas. Posso fazer mais do que gritar. — A banshee cruzou os braços contra o peito em meio a uma feição séria. Algo incomum de se ver naquela garota que antes já fora tão assustada e cautelosa. Realmente certos feitos da vida podem nos mudar drasticamente. A ruiva olhou de relance para a bolsa média esquecida num canto mais ou menos escondido na cozinha. Stiles ao lado do namorado, abriu um sorriso travesso assim que ouviu.
— Deixa que eu cuido dessa parte. — O Stilinski disse não perdendo tempo, deixando um aperto reconfortante no braço de Derek antes de se dirigir até às armas afiadas. O Hale entreabriu os lábios pronto para retrucar mas voltou atrás rapidamente. De qualquer jeito já haviam discutido horrores sobre essa questão que tanto temiam. E querendo ou não, todos iriam se envolver. Até quem não possuía conhecimento do sobrenatural. Injusto ou não, era realidade.
— Também aceito essa aula rápida.
Todos viraram as cabeças na direção da voz rouca, deparando-se com a figura de Mike parada ao lado do sofá. Meio apoiado no estufado e com a feição nitidamente recém desperta, mas isso não queria dizer que não estava ciente de todo o falatório e desespero a alguns minutos.
Theo e Liam adentraram a cozinha após esses longos segundos. O chimera mal conseguindo reparar ao redor. Apenas se importava no momento em acariciar o rosto de Liam com cuidado, secando as lágrimas do namorado ainda agarrado a seu tronco. Recompondo-se aos poucos, pelo menos até notar a expressão preocupada de Scott para com ele. O beta apertou os lábios numa tentativa de sorriso na direção do alpha, porém era visível não estar com energia para fingir nada neste instante. Scott acabou por compreender, executando um aceno breve de cabeça antes de voltar-se a um certo alguém na sala.
Liam seguiu o olhar dele, deparando-se com Mike agora de pé encarando todos. O beta arqueou uma das sobrancelhas não escondendo a surpresa, analisando o garoto. Ao que tudo indicava, estava bem e já curado finalmente. Parecia apenas restar um pouco de sonolência em sua feição.
O garoto respirou fundo a medida que se aproximava, deixando claro sua boa condição por não cambalear. O cacheado checou de canto de olho discretamente Alec que dormia pesado na poltrona parecendo que não despertaria tão cedo. Esboçou um vago sorriso afetuoso ao menor antes de redirecionar a atenção para os mais velhos. Mantendo a cabeça erguida, embora o olhar mortal de Theo em sua direção não fosse muito motivador.
Scott o verificou por alguns segundos em uma consideração silenciosa que chegava a ser intimidante, examinando-o da cabeça aos pés. O alpha afastou-se da bancada para se aproximar. Levantando uma fraca tensão no ar.
Michael engoliu em seco tentando controlar os batimentos ao mover suas pernas. Ignorando a vontade de recuar e olhando de relance para os outros rostos atentos aos dele. Liam com certeza ganhou sua atenção por curtos segundos devido a expressão abatida. E pior, sabia bem o motivo. Seguiu o mesmo ritmo que o moreno na breve caminhada. Ficando cara a cara com Scott McCall que sustentava uma expressão tão séria que nem parecia o rapaz calmo que supôs ser. A altura ou estatura corporal não importando no momento. E sim a hierarquia e o nível de autoridade.
O rapaz cacheado suspirou mantendo as orbes verdes firmes nas castanhas a sua frente. Estas que por curtos segundos adotaram a coloração vermelha brilhante, mas sem aquela atmosfera demoníaca e raivosa que estava habituado a ver nos de Jason. Não se sentia no dever de abaixar a cabeça ou se curvar, mas mostrava respeito de sua maneira.
— Está disposto a lutar contra seu alpha? — A voz carregando um timbre calmo porém sombrio ao mesmo. Precisava da mais pura certeza a essa altura. Scott mantinha aquele olhar profundo direcionado às íris do outro. Mike adotou uma postura diferente após o questionamento. Mais determinado, e sem hesitação na feição.
— Ele nos ensinou muitas coisas. E só sendo esperto o suficiente para não absorver cada uma delas. Ele nunca foi meu alpha. — Mike proferiu tais palavras com certa melancolia, mas certificando-se em mostrar sua honestidade no tom. Não desviando as orbes verdes das de McCall que somente o escutava em uma espécie de análise silenciosa. William não o culpava de qualquer forma. — Estou disposto a qualquer coisa. Parar ele é fundamental para todos agora. — Afirmou num timbre neutro, quase sem emoção se não fosse pelo ar apavorado em seus olhos.
Todos ao longe se entreolharam de acordo, voltando o foco para quem realmente deveria se pronunciar. Scott sentia atenção da plateia queimando suas costas. Ele suspirou fundo com a decisão pairando na língua. Levou a mão esquerda até o ombro do garoto. Deixando um aperto amigável na área.
— Contamos com você. Afinal, esse empenho vai servir para que consiga seu irmão de volta também. — Scott disse cuidadosamente, apertando os lábios numa expressão empática. Mike deu um vago aceno de cabeça olhando rápido para os pés descalços, suspirando fraco ao se lembrar do que foi cenário tenso. Nunca pensou que estaria lutando com Jason. — Vamos nos preparar nesse meio tempo, okay? Eu preciso de foco, nós precisamos. — McCall acrescentou num timbre calmo, direcionando o olhar para o resto do bando afim de indica-los. Mike assentiu veemente, como se estivesse se encorajando.
— Eu vou.. dar uma olhada no Alec. — Liam quebrou o silêncio ao murmurar de repente, desvencilhando-se dos braços de Theo devagar. Ele atravessou a cozinha de cabeça baixa, mal encarando o pessoal ao passar por eles. Ainda que fosse perceptível a onda de tristeza vinda dele, parecia quase que surreal vê-lo assim. Realmente era real, tudo o que Derek havia dito. De qualquer jeito seria bastante coisa para assimilar com calma depois.
— Dêem um tempo pra ele. — Theo disse após um suspiro longo, cruzando os braços contra o peito. O chimera sustentou uma expressão pensativa por alguns instantes, isso antes de focar seus olhos no rosto de Mike novamente. Ele limpou a garganta, analisando o garoto alto de cima a baixo, este que se encolheu sem conseguir disfarçar. Raeken sorriu ladino satisfeito, chamando o híbrido com o dedo. — Vem aqui. — Pediu num tom neutro com o intuito de não transparecer suas intenções. Stiles arqueou uma das sobrancelhas.
— O que vai fazer, criatura? Precisamos do garoto, caso não tenha percebido. — O Stilinski retrucou numa voz óbvia, mirando seu semblante sarcástico na direção do chimera. Theo desdenhou dele silenciosamente. Ao revirar os olhos enquanto assistia Mike se aproximando em passos calmos, tentava não se tremer. Era notório.
— Tive inúmeras oportunidades para matá-lo. Não é agora que vou fazer. — Theo bufou meio cansado ao esclarecer. Ouvindo um resmungo inteligível vindo do filho do Sheriff. O chimera voltou-se a Mike, agora parado alguns centímetros a sua frente. Ele segurou sem muita força o braço do híbrido, guiando-o rumo ao lado de fora.
Precisava certificar-se de algo específico, que gostando ou não. Estava estampado no rosto de Mike. Logo ambos estavam deixando os outros confusos para trás. A porta de tela fechando-se num baque surdo. Mike exalava curiosidade, seu corpo tenso na defensiva apenas esperando para ser solto. Theo os parou no meio do quintal, ficando de frente para o garoto. O híbrido engoliu em seco analisando a expressão do chimera. Poderia ser alguns centímetros mais alto que o mais velho, porém a feição séria dele era de intimidar qualquer um.
— Você sabe porque o Liam tava chorando, não é? — Theo questionou num tom sombrio e rouco, cruzando seus braços parecendo analisar o mais novo. Mike por curtos instantes vacilou a resposta através de uma reação em seu rosto. Os lábios entreabertos em surpresa, a nítida dúvida de como o outro poderia saber. — Eu vi seu olhar pra ele. E também a maneira como checou o Alec. Não sou cego. — Explicou o chimera em impaciência. Seus músculos dos braços tensionados. Mike suspirou fundo comprimindo os lábios, dando um passo a frente.
— Eu sei, okay? E também sei que não gosta de mim perto do Alec. Já entendi. — Mike levantou um pouco o tom de voz, gesticulando minimamente devido ao nervosismo. Theo arqueou uma das sobrancelhas olhando o outro dos pés a cabeça. Rosnando entredentes mostrando de relance as presas superiores. O híbrido engoliu em seco dando uma recuada. Reformulando em sua mente o que queria expressar de fato. — Mas.. estou disposto a fazer o que for preciso pra protegê-lo. O Alec é.. especial. — Disse num tom baixo e calmo dessa vez, olhando para os pés em reflexo. A sensação de estar admitindo isso em voz alta era estranhamente boa, ainda que fosse algo novo. Umedeceu os lábios elevando a atenção para o rosto do mais velho, tentando ao máximo mostrar sua honestidade.
O chimera a sua frente permaneceu calado por alguns instantes. E pelo o que Mike pôde analisar do outro. Parecia estar se segurando para não atacá-lo. Um ponto que ele compreendia até. Porém ao ver os olhos de Theo oscilando rapidamente no clássico amarelo vivo, fora um tanto difícil não se tremer. Mike jura quase ter se transformado para ir rumo a floresta. Mas não era covarde. E muito menos voltaria atrás em sua decisão. Assistiu Theo respirar fundo, buscando se recompor antes de o lançar um olhar atento.
— Ele é mesmo muito especial. Todo mate se encaixa nesse adjetivo.. — Theo concordou rindo anasalado. Deixando a sombra de um sorriso ladino aparecer enquanto analisava devagar o híbrido, que assentiu com a cabeça timidamente. Era visível a certa dificuldade que Mike podia estar sentindo ao lidar com essa novidade, e levando em conta o fato de provavelmente não ser um perito em tal assunto. Raeken bufou se empenhando para manter-se no controle sobre seus instintos. Sendo racional para variar. — Olha, eu sei que é muita coisa pra assimilar. E ainda precisamos de toda atenção possível pro que vem aí. Eu só.. vamos tentar nos unir o máximo, okay? Pelo Alec. — Pediu adotando uma postura e feição menos tensa. Levando as duas mãos para os bolsos da calça. Mike assentiu devagar determinado.
— Pelo Alec. — Murmurou com convicção, passando a mão esquerda pelos cachos bagunçados em um ato de alívio. Ainda que sentisse um certo medo do chimera. Theo deu um último olhar em aviso para ele. Mike concordou veemente, antes que virasse a cabeça na direção da porta da casa. Assim que captou a voz sonolenta de seu mate. Theo seguiu o olhar dele de forma automática. — Ele acordou. — Mike disse não ocultando a certa animação e ansiedade na voz. Querendo mover seus calcanhares dali se não fosse por uma mão em seu ombro impedindo-o de continuar.
— Fica. Liam vai contar a ele sobre a conexão de vocês e.. todo o resto. — Theo explicou o mais paciente que conseguiu, segurando um rosnado em sua garganta. Fora afastando sua mão do híbrido lentamente, vendo-o acenar com a cabeça entendendo. — Exceto, que querem.. matá-lo. — Completou com muito custo, sentindo uma angústia terrível só de pensar na hipótese. Mike rosnou baixo ainda com os olhos voltados para a casa, parecendo partilhar do mesmo sentimento. Raeken não teve como não discordar. — O verdadeiro objetivo da guerra é a paz. — O chimera murmurou pensativo em uma tentativa falha de se convencer que tudo aquilo um dia poderia cessar, quase se esquecendo de que não estava sozinho.
— Acabou de citar Sun Tzu? — Mike arqueou uma das sobrancelhas curioso. Theo suspirou. — Okay, silêncio. Eu consigo. — O híbrido desviou a atenção para os próprios pés. Aos poucos notando o resto da alcatéia finalmente saindo para o gramado. Enfim, as lutas corpo a corpo iniciariam. Mike ergueu a cabeça tentando mostrar confiança, sendo conduzido por Scott que chegou o puxando amigavelmente pelos ombros. Se esforçariam o triplo dessa vez.
Theo moveu os pés minimamente acompanhando o pessoal, olhando uma última vez para dentro da casa antes de se voltar ao falatório. Estava de volta. E cansado de fugir do seus problemas. Ele bufou se apressando para escolher uma dupla após esse pensamento. Felizmente sabia como usar as adagas abençoadas.
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Dentro da residência. A sala encontrava-se num silêncio meio incômodo e quase ensurdecedor pairando. Pelo menos na concepção de Liam que finalizou da melhor maneira possível o relato sobre a situação atual das coisas para Alec, claro que omitindo alguns detalhes por enquanto. O mais novo havia acabado de acordar, então precisava de um certo tempo.
Liam estava sentado na poltrona com o filhote ainda pensativo agora em seu colo. O beta acariciava os cachos bagunçados do menor, que possuía a cabeça aconchegada em sua clavícula. Alec sustentava um olhar um tanto perdido. Afundado em seus pensamentos, enquanto brincava com os dedos da mão livre de Liam em um tique nervoso. Era muita coisa para poucas horas de sono. E isso com certeza todos tinham que concordar.
— Então.. — Alec murmurou após limpar a garganta, mirando devagar as orbes castanhas que ainda sustentavam a sonolência da madrugada perdida. Ele encarou o rosto de Liam. — Ele é m-meu.. meu mate? — Era notório que mal conseguia organizar as informações em sua mente devido ao choque. Embora tentasse disfarçar. O que para ser honesto sempre fora um dos seus pontos fracos. Dunbar assentiu minimamente sendo cuidadoso, piscando um pouco tentando melhorar a feição tensa. Permanecendo com as carícias nos cabelos do menor, tirando alguns dos fios soltos da testa dele. — Agora tudo faz sentido... — Ele resmungou num tom rouco. Comprimindo os lábios num semblante um tanto inseguro. Parecia se lembrar de algo. Ou especificamente dos momentos em que esteve a sós com Michael.
— Hey.. olha pra mim, meu bem. — Liam o chamou num timbre gentil. Guiando a cabeça do menor pelo queixo voltando o foco a ele. O beta acariciou suavemente com o polegar as olheiras um tanto visíveis do mais novo. Alec fechou os olhos de forma vaga se inclinando mais para o toque. Dunbar suspirou, tentando buscar as palavras certas. — Escuta.. sei que é uma notícia e tanta. Passei por isso no início e garanto que é super natural ter medo. Ainda mais quando.. conhecemos nossa outra metade pela primeira vez. — O beta riu fraco meio sem jeito. Engolindo em seco por não estar acreditando que de fato estava tendo uma espécie de "a conversa" com seu pequeno. Ele esboçou um sorriso ladino com esse pensamento, não desviando o olhar de Alec que o ouvia atento. — Mas saiba, que depois não vai ser tão difícil assim. A conexão entre vocês vai abrir a maioria das portas quando menos esperarem. — Disse com convicção e serenidade em seu rosto. Enquanto ainda movia o polegar pela bochecha rosada do filhote.
— Acho que já abriu algumas e eu nem notei.. — Alec murmurou prensando os lábios num sorriso mínimo até que relaxado. Porém dava para notar nos olhos castanhos meio claros toda aquela apreensão interna. Liam suspirou fundo concordando em um aceno breve de cabeça, mantendo aquele carinho constante no rosto do menor em seu colo. O cacheado deixou os pensamentos vagarem longe por curtos segundos, até perceber o olhar do mais velho sobre si.
Liam sempre foi de cuidar muito dele assim como Theo. E com uma certa dedicação que nunca viu alguém ter com ele em anos, e neste momento era perceptível algo a mais naqueles olhos azuis além do carinho. As orbes possuíam um ar amedrontado, junto a uma inquietação. E podia jurar que Liam havia chorado. Alec conseguia sentir isso e nem precisaria ser sobrenatural para ter acesso, ainda mais que o mesmo não desviava o foco de seu rosto. O beta parecia tão cansado, embora estivesse observando-o como se analisasse cada detalhe. Não que fosse de um modo incômodo.
— Por que.. tá me olhando assim? — Alec questionou baixinho, segurando com delicadeza a mão de Liam ainda pousada em sua bochecha. Recostou o rosto mais contra a palma macia. Observando Dunbar em seguida que pareceu sair de um transe longo. Ele piscou diversas vezes voltando a si, tentando disfarçar a tensão em sua feição esboçando um sorriso fechado. Se tinha uma coisa que não podiam fazer mais, essa seria tentar enganar Alec. O mais novo respirou fundo, ajeitando-se melhor sobre as coxas do outro. — Tem mais alguma coisa que queira.. me contar? — Não soou acusatório. Somente incerto e até intrigado por mais que no fundo sentisse aquele medo, como todos ao seu redor. Eles tinham motivo para isso a essa altura, e tentar negar já não era um caminho produtivo.
Liam fez seu melhor para controlar o ritmo cardíaco ao ouvir a pergunta, enquanto observava a expressão curiosa do filhote lhe encarando a espera de algo. Ele mal notou que admirava cada detalhe do rosto do menor, como se pudesse ser.. a última vez que o faria. Logo fechou os olhos apertando-os afim de afastar esses pensamentos. Engoliu em seco, movendo a mão pela bochecha do filhote de volta para os cachos bagunçados. Arrumou os fios de um jeito atencioso. Esboçando um sorriso ladino. Ele não contaria sobre o sacrifício, pois não era opção. E simplesmente não encontrava forças e nem gostaria que seu bebê cogitasse algo assim. Ele não permitiria.
— Não, eu só.. precisamos nos preparar logo com o pessoal. — Liam desviou o rumo daquilo numa facilidade que até ele mesmo não acreditou que o fez. Parecia que seu lobo estava disposto a qualquer coisa, seu instinto protetor alto voltado a Alec indicava isso. — E eu.. acredito em você e na sua capacidade de lidar com tudo tanto quanto nós. — Ele acrescentou com calma, não deixando de reparar na breve surpresa que surgiu no semblante do menor. Alec esboçou um sorriso de canto parecendo acanhado ao concordar com a cabeça, aconchegando-se novamente no colo de Liam, que sorriu esfregando as costas do mais novo. — No fim, tudo vai dar certo se continuarmos juntos. — Assegurou num murmúrio. Abraçando de forma protetora o outro.
Alec passou o braço direito pelo pescoço do beta, escondendo o rosto contra a curvatura quente. Sentiu de maneira instantânea o mais velho intensificando o aperto reconfortante. Ele não sabia bem o porquê, mas sentia que havia algo mais guardado por trás daquelas palavras ditas. Não que o cacheado estivesse reclamando. Porém, parecia muito que o beta estava omitindo alguma coisa junto aos outros. E Liam nitidamente aparentava odiar a ideia de soltá-lo agora. Um ponto bem semelhante a como Theo agia com ele no cotidiano. Okay, talvez analisasse demais as coisas.
Mas de fato o rumo de tudo havia mudado de modo drástico e ele nem notou. E neste instante todos lidavam com o impacto que aquele bando causou na cidade de diversas maneiras. E sem dúvida sentir a clássica manifestação do medo não era negociável a essa altura. Todavia, ele permaneceria quieto. E descobriria sozinho.
— Obrigado. Nunca me encorajaram dessa maneira antes.. — Alec confessou sendo sincero apesar dos rápidos pensamentos desconfiados. Sua voz saindo abafada contra a pele de Liam, que emitiu uma risada fraca. O menor suspirou fundo apreciando o breve silêncio por hora e o carinho, gostando como não conseguia entrar em desespero estando nos braços do Dunbar. — Só espero que depois de tudo isso.. eu possa conhecer direito o Mike sem interrupções de um certo alguém. Se é que me entende.. — O cacheado murmurou num tom risonho ao se referir a um chimera ciumento que residia o lado de fora da casa. Liam estreitou os olhos, afastando um pouco o menino para encará-lo.
— Tem sorte que consigo controlar meus ciumes melhor que ele. Porque olha.. — Dunbar comentou numa espécie de tom de aviso, entortando o canto da boca numa careta descontente. Arrumou os cachos de Alec que caíram na testa do mesmo outra vez. O menor sorriu travesso parecendo comovido com a reação do mais velho, como se não soubesse há tempos. Liam zombou, acariciando a bochecha de Alec com o polegar. — Você realmente é uma cópia quase fiel do Theo, não é possível. — Disse de forma carinhosa ao negar com a cabeça sustentando um meio sorriso. Embora quisesse em partes estapear o menor por possuir o famoso olhar modesto de seu namorado. Alec ergueu as sobrancelhas surpreso.
— Pelo visto não é só a novidade dos mates que vou precisar me acostumar. — Alec brincou esboçando seus dentes bem alinhados num sorriso pequeno e fofo, obrigando Liam a ter que apertá-lo por ser adorável demais até em circunstâncias difíceis. O mais velho segurou com gentileza o queixo do cacheado, beijando a bochecha macia. Alec corou instantaneamente. Se encolhendo um pouco. — Você é muito pegajoso.. — Resmungou num tom teatral de incômodo, retornando a esconder o rosto no pescoço de Liam.
— Você adora. — Rebateu o beta com convicção. Rodeando os braços acolhendo o corpo de seu filho de volta. Os olhos azuis adotaram logo depois uma áurea pensativa, focando em um ponto qualquer na parede do outro lado da sala.
Sentia a ansiedade corroendo seu peito numa sensação sufocante e inquieta, que covidava sua respiração a desregular em curtos intervalos. Embora ficasse menos pior quando segurava Alec junto a ele. Sua mente não parava ainda assim. Constatou que isso de uma maneira notória diminuiu desde que o pequeno se juntou a alcatéia. E refletiu principalmente em seu TEI antes de começar a se aproximar de Theo. Ambos eram sua racionalidade. E não tinha ideia do que faria se algo acontecesse a eles.
Altos e baixos eram uma regra. Uma lei para o universo. Ou como Deaton já comentou uma vez. Regressão a média. Nada fica bom por muito tempo. E se tudo isso ocupava o caminho deles neste instante, possuía um motivo. E talvez equilíbrio não fosse a resposta. Mas tinham o conhecimento de que restava torcer. Para que tudo voltasse a seus respectivos lugares.
O jogo estava começando, e pretendiam ir até o fim para ganhar.
~~~~x~~~~
Eai qual a sensação nos corações?? Hauahauhau a batalha vem aí!
Recadinho
Assim que eu encerrar essa história. Estarei voltando com The Hope Of Our Pack e What Unites Us (Que já tem um cap pronto e outro sendo finalizado, o 5 cap) Peço paciência mais uma vez. Tô no 2 ° ano do ensino então preciso me dedicar tbm mesmo sendo online, o que facilita as coisas.
Logo logo vocês terão suas histórias favoritas em ação, eu prometo ♥ e sabem que não costumo descumprir nada. Amo muito vocês, e agradeço de coração todos esses anos me acompanhando e sempre arrancando sorrisos meus com seus comentários incríveis em geral! A escrita só me trouxe pessoas maravilhosas e apenas consigo sentir gratidão aos deuses por me proporcionar isso.
Até o próximo cap wolfies! ♥
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