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— "A film by Kirk"?
Não era surpresa que o loiro aparecesse atrás da garota de repente, mas ainda sim, sempre a assustava. Beatrice olhou para ele com as sobrancelhas franzidas, e o garoto não demorou para notar os punhos fechados da baixinha.
— Intrometido! — Exclamou brava.
Tristan Dugray riu da situação, dando mais um passo para frente e apoiando as duas mãos no armário, cada uma dos lados da cabeça de Beatrice. A mesma bufou quando o garoto passou a analisar seu armário aberto.
— Decidiu decorar o armário de novo? — O garoto perguntou olhando para as fotos de Polaroid.
A primeira mostrava Rory e Beatrice no quarto da Gilmore, as duas estavam deitadas na cama enquanto sorriam para a foto; A segunda era a placa do Luke's, um estabelecimento que lhe trazia conforto; A terceira mostrava a frase do final do filme, o qual rendeu algumas gargalhadas quando Beatrice e Judy chegaram em casa.
— Estou colocando fotos do que é importante para mim. — Respondeu espremendo-se contra o armário, pois estava muito perto do Dugray.
— Então me empresta a câmera para eu tirar uma foto minha. — O garoto voltou seu rosto para a baixinha.
Beatrice parecia nem prestar atenção no que o loiro falava, concentrada demais em olhar para o chão. O nervosismo da garota fez o mais alto se abaixar até ficar na sua altura, cara a cara com a mesma.
— O que está pensando? — Perguntou.
Porém, quando notou suas mãos encurralando a baixinha se tocou da situação. Tristan Dugray exibiu os dentes brancos, com aquele sorriso perfeito.
— Por que está tão nervosa, Mary? — Falou baixinho, logo encontrando os olhos irritados da Otinger.
Beatrice resolveu não lhe devolver alguma fala que aumentaria a provocação, ainda que no fundo começasse a desconfiar que era aquilo que a deixava cada vez mais envergonhada perto do loiro. Com as duas mãos no peito do garoto, o empurrou o suficiente para que se libertasse.
— Que ignorante! Você não precisa fingir que me odeia quando estamos sozinhos, Beatrice. Eu, por exemplo, diria que você tem uma chance comigo... mas não se anime demais.
— É divertido ver você sendo ignorado. — A garota comentou. — Precisa de todo um monólogo egocêntrico para se sentir suficiente.
— Você é cruel...
O tom de voz de Tristan fez a baixinha ser virar rápido para o rosto sério do garoto. Sua reação foi arregalar os olhos e morder o interior de sua bochecha, deixando o orgulho de lado. Nunca reparou se era grossa demais com Dugray, mas ver sua expressão a quebrou.
— Desculpa. — Falou baixinho.
Então o loiro franziu as sobrancelhas, não estava ofendido, estava apenas fingindo. Beatrice nunca se importou com isso, sabendo que ele estava apenas brincando com ela, mas dessa vez havia culpa em sua voz.
— Tudo bem, era brincadeira. — Falou e Bea sentiu suas bochechas queimarem em constrangimento. Não havia o magoado afinal. — Mas sabe, se quiser se desculpar pode aparecer no meu jogo na semana que vem.
— Não. — Negou, fechando o armário de vez.
— Por quê?
— Eu não entendo nada de basquete, não tem o porquê eu ir assistir o jogo.
— Você vai me assistir jogar. — Sua voz egocêntrica fez Beatrice revirar os olhos. — Aposto que você iria adorar.
— Nos seus sonhos, Dugray.
— Você não vai assistir eu jogando basquete durante o nosso casamento. Ou seja, você está errada, eu sonho bem mais alto que isso. — Um suspiro foi ouvido de Beatrice.
— Tristan...
— Estou brincando. — Falou rápido. — Tudo bem, talvez não muito. Mas por favor, Bea, aparece lá.
A baixinha franziu as sobrancelhas, cruzando os braços. O sinal bateu, deixando claro que sua aula de biologia — A qual estavam fora pois haviam terminado a prova. —, chegou ao fim.
— Que dia e que horas? — Tristan Dugray abriu o maior sorriso que havia visto.
— Quinta-feira que vem, às sete. Deve acabar umas oito horas.
— Minha mãe vai estar trabalhando com o carro. Não vou ter carona. — Contestou. Tristan apenas negou com a cabeça.
— Eu pego você às seis e meia. Dá tempo de achar um bom lugar na arquibancada e eu ainda posso treinar um pouco.
A baixinha assoprou o ar que segurava, ação que nem notou. De repente, lembrou das vezes em que foi excluída, e por mais que fosse Tristan Dugray ali, estava sendo convidada para algo.
— E o que eu deveria usar?
— Qualquer coisa, Bea. Eu gosto da saia — Apontou para o uniforme. —, mas você fica linda de qualquer jeito. — Beatrice cobriu o rosto com as mãos. — O que foi?
— Pare com esses elogios.
— Só estou falando a verdade. — Deu de ombros. — Mas se quer saber, use uma saia preta com aquele suéter verde da detenção. — Indicou.
— Mas não tem nada a ver com as cores do colégio!
— E você acha que eu entendo de roupas? Eu só sei que você combina com preto e aquele suéter verde realça seus olhos.
Beatrice tinha suas bochechas vermelhas quando tirou as mãos do rosto. Tristan desviava seu olhar para o lado, estavam desperdiçando o intervalo inteiro ali e nem notaram.
— Você está perdendo toda a sua postura.
A fala da baixinha o pegou desprevenido, mas seu sorriso nunca oscilou. O mais alto respirou fundo, tornando o ar divertido novamente.
— Só estou sendo um cavalheiro. — Seus olhos encontraram o de Beatrice.
Era como hipnose. Seus olhos continuavam presos aos olhos do Tristan Dugray como se nunca houvesse se irritado com o garoto, mesmo que há pouco tempo estava brava pelo fato de levar um susto. Geralmente milhões de coisas encontravam-se em sua mente, mas a única coisa que pensava agora era como o loiro conseguia ser bonito.
— Já disse para me emprestar a câmera e eu mesmo tiro uma foto. Você está prestes a babar nesse corredor.
Beatrice sabia que Tristan agia diferente dos outros garotos, pelo menos com ela. Porém não é como se fosse a primeira vez em que foi pega observando pessoas. A baixinha negou com a cabeça, pronta para deixar o garoto para trás.
— Vou lanchar com a Rory. — Foi o que falou.
— Beatrice! — O garoto interrompeu sua caminhada. — Preciso do seu número.
Otinger ouviu os passos do loiro atrás de si, logo parando ao seu lado. Ele já puxava seu telefone do bolso, o abrindo pronto para salvar o contato da baixinha. Beatrice sentiu vergonha de pegar o seu ao notar os vários contatos de Tristan — principalmente de garotas. —, quando em seu telefone só havia os contatos dos seus pais e Rory.
Tristan tinha uma expressão séria no rosto ao ver os números salvos da baixinha. Foi rápido ao trocar os telefones, para que cada um digitasse os seus próprios números. No fim, a de cabelos pretos suspirou ao ver os diversos contatos ignorados.
— Não deveria dar esperanças para as coitadas.
— Nunca dei esperanças para ninguém. — Defendeu-se. — Sei que pensa o pior de mim, Beatrice, mas essas garotas me mandaram mensagem enquanto rolavam boatos de que estávamos juntos.
— E você vai simplesmente ignorar as mensagens?
— Por que que eu vou responder se a única que eu quero é você? — Perguntou, voltando com suas gracinhas. Beatrice, por outro lado, revirou os olhos.
— Só acho que ser ignorada é uma sensação horrível para alguém que ainda tenta se encaixar nos padrões adolescentes.
Tristan mordeu os lábios para conter um sorriso diante da fala séria. Concordou com a cabeça olhando para a garota. Era engraçado ver a própria garota que desistiu de se encaixar ser totalmente o tipo do garoto popular.
— Tudo bem, eu respondo.
Beatrice concordou, entregando o telefone do garoto e se afastando de vez do mesmo. Tristan observou a baixinha andar pelos corredores. Nunca pensou sobre ser um bobo por alguém, mas agora via claramente o quão bobo era por Beatrice Mary Otinger.
"I thought I was a fool for no one
But mmh, baby I'm a fool for you
You're the queen of the superficial
And how long before you tell the truth?
You set my soul alight"
SUPERMASSIVE BLACK HOLE - MUSE
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