
𝐎𝐍𝐄. 𝑻𝒉𝒆 𝒇𝒆𝒆𝒍𝒊𝒏𝒈𝒔
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⌗ 𐙚❤︎ 𝗛𝗘𝗦𝖨𝖳𝖠𝖭𝖳 𝖥𝖨𝗥𝗘⭑
partㅤ ♡ one !!
✩ ᵕ̈ ིྀ ! 𝗧𝗵𝗲 𝗙𝗲𝗲𝗹𝗶𝗻𝗴𝘀 •˙❤︎ ⌗ ⊱
Eu costumava passar as aulas da universidade observando Seishiro Nagi. Não porque ele fosse um exemplo de aluno — na verdade, ele passava a maior parte do tempo com a cabeça apoiada sobre a mesa, os olhos fechados como se o mundo ao seu redor fosse apenas um ruído distante. Mas havia algo nele que me prendia. Não era sua apatia visível, mas a maneira como ele parecia se isolar, criando uma barreira invisível que o tornava intocável, distante, como se nada ao redor tivesse real importância. Eu não conseguia entender o que me atraía tanto. Era uma curiosidade silenciosa, como um eco suave em minha mente que se intensificava cada vez mais a cada aula.
Foi num dia comum, enquanto ele se inclinava para frente, a cabeça quase colada ao livro aberto e os olhos ainda fechados, seu rosto suave como o de um gato branco e felpudo, que ouvi um murmúrio baixo, quase inaudível. Algo sobre aquele som fez com que uma pergunta surgisse sem aviso: “Será que ele está bem?”
Não esperava resposta. De fato, pensei que ele sequer me ouviria. Mas, para minha surpresa, uma voz rouca e preguiçosa se fez ouvir, quebrando o silêncio de uma forma quase desconcertante. “Eu tô bem”, disse ele, sem abrir os olhos, como se fosse uma afirmação tranquila, quase desinteressada, mas com um toque de sinceridade que fez meu coração dar um salto involuntário. Era estranho, mas algo naquele simples “tô bem” me fez querer continuar a conversa, explorar mais daquele enigma silencioso.
Eu não conseguia entender por que aquilo me afetou tanto. Talvez fosse o jeito despretensioso da resposta, ou o tom de voz relaxado que carregava uma paz estranha, um peso sutil que eu mal conseguia identificar. Quando a aula terminou, eu me vi caminhando em direção à saída com a mente ocupada, mais cheia de perguntas do que quando havia chegado. Ele tinha invadido meus pensamentos de forma silenciosa, mas profunda, como se já estivesse enraizado sem que eu pudesse fazer nada a respeito.
Nagi parecia exalar uma aura de indiferença, mas algo em sua solidão me atraía, como uma força invisível que parecia me puxar, mesmo à distância. Era quase cruel — ele, um mistério impenetrável, ocupando um espaço enorme dentro de mim, como se tivesse encontrado um canto escondido da minha mente e decidido se acomodar ali.
O curioso sobre Nagi era como ele parecia estar completamente à parte de tudo e de todos — com exceção de Reo Mikage, o rei da sala, sempre rodeado de risadas e conversas animadas. O contraste entre os dois era quase cômico. Reo, com sua energia vibrante, iluminava a sala inteira, sempre com uma piada pronta ou uma história engraçada, enquanto Nagi permanecia ao seu lado, quase alheio, respondendo com um “tanto faz” ou um aceno quase imperceptível, como se tudo ali fosse secundário, uma distração.
E, ainda assim, Reo parecia adorar isso. Ele não se importava com a apatia de Nagi; ao contrário, parecia se orgulhar de ser o único capaz de atravessar aquela barreira invisível que o mantinha distante. Era como se tivessem uma dinâmica própria, algo que só fazia sentido para eles, como se o mundo ao redor não passasse de um pano de fundo para o que acontecia entre os dois.
Em um desses dias, Reo, com seu entusiasmo incansável, arrastou Nagi para o centro da sala, decidido a puxar todos para a sua história engraçada. A maioria dos alunos riu, interagiu com prazer, mas Nagi permaneceu ali, imperturbável, inclinando a cabeça levemente para o lado, com aquele olhar preguiçoso, quase desinteressado. Ele parecia estar dizendo, sem palavras: “Ai, que saco”. E, ainda assim, ficou. Permaneceu ao lado de Reo até o fim, como se aquele momento fosse importante apenas porque ele estava ali, compartilhando-o com seu amigo. Era fascinante observar, como se houvesse algo mais profundo escondido sob aquela fachada de desinteresse. Talvez Nagi estivesse esperando que alguém conseguisse ver além daquela camada fria e desconectada.
Foi em um desses dias, durante uma aula que se arrastava com a mesma monotonia de sempre, que algo inesperado aconteceu. Minha caneta caiu da mesa, rolando até o chão com um som suave. Antes mesmo que eu tivesse tempo de me agachar, Nagi se curvou com uma calma impressionante, pegou a caneta e estendeu para mim. Quando nossos dedos se tocaram brevemente, uma onda de calor percorreu minha espinha. Meu rosto se aqueceu, e antes que eu conseguisse formular uma resposta, ele disse, com uma suavidade que quase me fez parar o tempo: “Você é a mais bonita da sala.”
Eu tentei disfarçar, agradecendo com uma voz mais trêmula do que eu gostaria, mas, por dentro, tudo estava em um caos completo. Quando a aula terminou, minha timidez me consumia, mas algo em mim se recusava a deixar essa sensação escapar. Algo dentro de mim queria entender mais sobre Nagi.
Com o coração disparado, eu não hesitei. Pedi seu número de telefone. Ele me olhou por um momento, quase avaliando se valia a pena, e então, com um sorriso curto que fez minhas pernas vacilarem, aceitou.
Mais tarde, quando encontrei minhas amigas, não pude conter o sorriso bobo que tomava conta do meu rosto. Eu precisava contar a elas sobre o que tinha acontecido. A primeira coisa que soltei, com uma animação disfarçada, foi que Nagi me deu seu número. A reação delas foi imediata, mas não exatamente o que eu esperava.
“Não sei... ele parece tão... indiferente, o tempo todo”, comentou uma delas, franzindo a testa, claramente desconcertada.
“Acho que ele é meio tedioso... só fala com o Reo, joga bola e videogame”, disse outra, com um suspiro, balançando a cabeça.
Fiquei ali, tentando manter a calma, mas, ao mesmo tempo, algo dentro de mim se aquecia ao ver o quanto elas estavam surpresas. Eu não sabia como explicar, mas algo em Nagi era diferente para mim. Ele não precisava ser o mais extrovertido ou o mais animado da sala para me cativar.
Enquanto minhas amigas discutiam sobre ele, eu me perdi novamente na lembrança das palavras dele, aquelas que ainda ecoavam em minha mente: "Você é a mais bonita da sala." Era como uma marca registrada, uma frase que se repetia involuntariamente, me fazendo sorrir cada vez que surgia em minha mente.
Eu queria entender o que aquelas palavras realmente significavam para ele. Será que havia algum peso nelas? Ou ele as disse sem pensar, como algo trivial? Mas, lá no fundo, eu sabia que não era tão simples assim.
Minhas amigas, sem entender o que me atraía naquele cara, continuaram a me bombardear com perguntas, e, a cada resposta que eu dava, elas ficavam mais perplexas.
“Talvez seja só uma fase”, pensei, tentando me convencer. Mas, por dentro, algo mais forte me dizia o contrário. Eu sabia que Nagi estava apenas começando a fazer parte da minha história, e que, de algum jeito, ele não iria embora tão cedo.
E, de fato, não foi.
Com o tempo, me acostumei com a rotina de trocar mensagens com Nagi todos os dias. O que antes parecia simples, tornou-se o momento que eu mais aguardava. Mesmo nas conversas mais triviais, ele conseguia me fazer sorrir com uma facilidade inesperada. Sua forma direta e reservada me intrigava, mas, com o tempo, ele começou a me ensinar coisas sobre futebol, me dar dicas de jogos de celular, e eu, que mal conseguia sobreviver a um minuto em um jogo sem ser derrotada, começava a me divertir com a maneira como ele ria das minhas tentativas desajeitadas.
“Eu diria que você vai melhorar... mas acho que nunca vai conseguir me pegar”, ele brincava, e eu morria de vergonha, mas ao mesmo tempo adorava seu jeito irreverente e despreocupado.
Foi então que, sem querer, percebi que estava me apaixonando por ele.
Mesmo quando Nagi permanecia em silêncio, havia algo em seus gestos, em seu olhar atento, que fazia eu me sentir única. E quando ele ria, meu mundo parecia aquecer, como se a distância entre nós desaparecesse e tudo ao nosso redor se tornasse mais leve.
Eu nunca fui boa em lidar com meus sentimentos, mas ao ver Nagi sorrir de forma tão natural, comecei a perceber que o que eu sentia talvez não fosse só uma fase. E, por mais que eu tentasse afastar esses pensamentos, minha mente se perdia novamente nele, sem que eu pudesse evitar.
Agora que estou aqui, com o coração acelerado e a cabeça cheia de Nagi, só consigo pensar em uma coisa: como será a festa de sábado à noite. Tudo parece perfeito para aquilo. Sentei-me com minhas amigas no refeitório, pegando o garfo e cortando a comida lentamente, tentando controlar a ansiedade. A comida parecia mais insossa do que nunca. Eu esperava o momento certo para contar o que estava me sufocando por dentro. Após um silêncio prolongado, minha boca finalmente se abriu, quase sem querer.
— Meninas, sabem o Nagi? — minha voz soou mais suave do que eu queria, como se minhas palavras pudessem ser mais pesadas do que eu imaginava.
As meninas me olharam de canto, ainda mastigando com calma, mas com um brilho de curiosidade nos olhos. Como se já soubessem, de alguma forma, o que eu estava prestes a revelar. A mais distraída de todas, com uma sobrancelha erguida, respondeu primeiro.
— Sim, claro. Seishiro Nagi, o preguiçoso. O que tem ele?
Fechei os olhos por um momento e respirei fundo. Não era fácil. A verdade parecia ter um peso maior do que eu esperava.
— Bem... acontece que... eu estou realmente apaixonada por ele. Não consigo tirá-lo da minha mente! — as palavras saíram de forma desajeitada, como se eu estivesse tentando convencer a mim mesma de que aquilo era verdade.
O refeitório, que antes estava cheio de risos e conversas, pareceu se calar por um instante, como se meu anúncio tivesse roubado a energia da sala. O som de talheres sendo colocados sobre pratos desapareceu. As meninas continuaram a me olhar, mas agora com um ar de surpresa, tentando encaixar o que eu acabara de dizer nas suas expectativas sobre o que eu poderia sentir.
A mais falante, que sempre tinha uma opinião sobre tudo, foi a primeira a se recompor. Ela não parecia entender completamente, mas sua voz ainda soava incrédula.
— Sério? Você realmente… gosta dele?
Eu balancei a cabeça, um pouco incomodada, como se aquilo fosse uma constatação óbvia, mas tentei esconder a vergonha com um pequeno biquinho.
— Ah, sério? Só por causa disso? Só porque ele é preguiçoso? — retruquei, tentando parecer mais despreocupada do que realmente me sentia, mas o tom irritado não saiu como eu planejei.
O biquinho que fiz não conseguiu esconder minha leveza nervosa. Elas riram brevemente, mais pelo gesto do que pelo conteúdo das palavras. No entanto, logo voltaram a me encarar com um olhar crítico, como se tentassem entender o que, para elas, não fazia sentido.
Uma delas, que sempre era mais pragmática, inclinou a cabeça ligeiramente para o lado, como se me estudasse.
— Não é só isso! Ele é... sem graça, sabe? Nunca parece se importar com nada além de videogame e futebol. — Ela balançou a cabeça, como se tentasse afastar qualquer ideia romântica sobre ele.
Sua observação pairou no ar, como uma nuvem cinza tentando cobrir algo que estava claro demais para ser ignorado. Eu queria retrucar, mas as palavras pareciam se perder na garganta. Eu sabia o que ela queria dizer, mas Nagi... Nagi não era só isso.
— Acho isso fofo nele. E até sexy… — sussurro, mais para mim mesma do que para as meninas, minhas palavras saindo como um suspiro. Meu rosto aquece um pouco enquanto eu falo, como se uma onda de calor me envolvesse.
Elas ficaram em silêncio, os olhares delas pesando sobre mim. O clima mudou de repente, e o som de talheres e conversas ao redor parecia se desvanecer. Uma das meninas, a mais expressiva, colocou a mão na boca, quase como se quisesse esconder a surpresa, mas não conseguindo disfarçar completamente a incredulidade.
— Você… acha sexy? — ela questionou, a voz mais baixa, como se ainda estivesse tentando processar a informação.
Eu quase pude sentir o peso do olhar delas, a expectativa criando um nó na minha garganta. Respirei fundo antes de continuar, tentando explicar o inexplicável.
— É porque... vocês não o viram treinando! — Eu quase me perco nas palavras, a lembrança de como ele se movia, com uma confiança que eu nunca vi em ninguém, me deixando tonta. — Apesar dele ser preguiçoso… O corpo dele é de arrepiar!
A lembrança ainda me faz engolir em seco, como se o simples fato de ter visto aquele momento fosse o suficiente para me deixar em chamas de vergonha. Meu rosto, sem dúvida, estava vermelho como um tomate.
As meninas ficaram em silêncio por mais um momento, absorvendo o que eu tinha dito. Então, uma delas, com o sorriso mais travesso, inclinou-se ligeiramente para frente, os olhos brilhando com uma malícia divertida.
— Então você definitivamente quer ficar com ele, né? — ela perguntou, a voz de repente mais baixinha, como se estivesse imaginando tudo o que poderia acontecer.
A pergunta pairou no ar, e eu não pude evitar a ansiedade que me deu. O coração começou a acelerar de novo, e eu sabia que estava prestes a revelar mais do que eu queria. Respirei fundo, tentando manter a compostura.
— Sim! Eu estava pensando em ficar com ele na festa de sábado à noite. Consegui milagrosamente convencê-lo a ir. — As palavras saem de forma quase eufórica, minha voz tremendo um pouco. Eu não conseguia acreditar que estava realmente contando isso.
As meninas, por outro lado, estavam boquiabertas. Eu podia ver as sobrancelhas delas se levantando, os olhos se arregalando. O choque estava estampado em seus rostos.
— Espera... você o convidou para a festa... e ele aceitou?! — uma delas, a mais animada, perguntou, a voz cheia de incredulidade e empolgação.
Eu não consegui evitar uma risadinha nervosa, ainda me sentindo um pouco insegura, mas também incrivelmente empolgada.
— Sim! Ele disse que só vai porque eu vou! — eu sorri, sentindo o calor subir novamente, mais forte agora. Talvez eu estivesse ficando um pouco exagerada, mas era impossível esconder minha felicidade.
Elas trocaram olhares rápidos entre si, claramente tentando entender o significado por trás disso. A tensão estava no ar, e eu sabia que elas estavam processando a magnitude de tudo isso. Finalmente, uma delas, com um tom de voz mais baixo e quase espantado, disse:
— Ele vai deixar o celular de lado para ir à festa só porque você vai? Caramba, ele deve realmente estar afim de você... — o sorriso de surpresa não saia de seu rosto, como se ela estivesse tentando digerir o que acabara de ouvir.
Sinto meu rosto queimar de vergonha, e sem pensar, começo a brincar com uma mecha do meu cabelo, enrolando-a entre os dedos enquanto meus olhos ficam vagos, evitando o olhar das meninas.
— E-e-eu espero que sim, né! — minha voz sai um pouco tremida, como se eu estivesse tentando disfarçar a insegurança, mas minha timidez só aumenta o rubor em meu rosto.
As meninas, rapidamente percebendo o quanto eu estava corada, começam a rir de forma leve e divertida, como se estivessem se divertindo com a minha reação. O som das risadas delas parece me fazer encolher um pouco, mas, ao mesmo tempo, há uma sensação de alívio, como se elas estivessem me apoiando sem sequer precisar dizer nada.
— Bem, se ele vai para a festa por você, ele obviamente tem interesse. Só aproveita a noite de sábado e vamos ver o que acontece — uma delas diz, com um sorriso encorajador, mexendo na sua comida enquanto tenta parecer descontraída. Sua expressão transmite uma confiança que eu ainda não sei se tenho, mas gosto de imaginar que, quem sabe, esse sábado será o dia.
Sinto minha respiração se prender por um instante, e o nervosismo volta. Eu me perco por um segundo, pensando no que pode acontecer e no que estou prestes a enfrentar. Meus dedos continuam brincando com o cabelo, quase como um gesto involuntário para acalmar meu coração que bate mais forte.
— Só espero que o pessoal não comece a zombar dele depois... — começo, a voz saindo mais baixa, quase como se eu estivesse lamentando. — Vocês sabem, muitos caras estão na minha... Aff, é um saco!
Minha cabeça baixa e os ombros caem levemente, como se o peso da situação já tivesse me atingido. Sei que vou ter que lidar com as consequências. As meninas trocam olhares, entendendo a situação de imediato, e acenam com a cabeça, concordando.
— Verdade, metade dos caras da universidade tem uma quedinha por você. Eles podem ficar putinhos se você aparecer na festa com alguém como o Nagi — uma delas responde com um tom sério, mas o brilho travesso em seus olhos denuncia que ela está se divertindo um pouco com a situação.
Meu rosto aquece ainda mais, mas uma onda de confiança me toma. Levanto a cabeça, agora mais decidida, e dou de ombros, deixando a insegurança para trás, ao menos por um momento.
— E daí? ‘Tô pouco me fudendo para esses caras! — minha voz ganha força, e o sorriso que aparece no meu rosto é mais atrevido do que eu imaginava.
As meninas explodem em risadas, quase que se apoiando nas mesas para não cair com a reação exagerada que minha frase causou.
— Bem, se é isso que você quer, então nós te apoiamos. Vai lá e dá uns pega no Nagi! — uma delas diz, com a voz cheia de entusiasmo, e todas elas me olham com os olhos cheios de encorajamento, como se já vissem o sábado como uma grande conquista.
Ainda radiante com a ideia da festa de sábado e da chance de finalmente impressionar Nagi, inclino-me para mais perto da mesa, minha excitação transparecendo no brilho dos olhos. As meninas ao meu redor trocam sugestões animadas sobre vestidos, gesticulando com entusiasmo enquanto enumeram modelos que mesclam sensualidade e elegância. Cada ideia é acompanhada por comentários provocativos, dizendo como qualquer escolha poderia facilmente deixar Nagi sem fôlego.
— Tem que ser algo justo, que marque a cintura. Ele vai ficar completamente louco! — uma delas exclama, rindo alto.
— Ou com um decote de arrasar! Ele vai tropeçar nas palavras quando te ver! — completa outra, os olhos brilhando de malícia.
De repente, sem pensar, deixo escapar:
— Mas será que vai ser fácil de tirar depois?
O som da minha voz ecoa por um instante, e então percebo o peso do que acabei de dizer. Minha boca fecha imediatamente, mas já é tarde. O silêncio inicial é rapidamente quebrado por risadinhas e olhares travessos.
— Meu Deus, olha só quem ‘tá cheia de intenções escondidas! — uma delas dispara, colocando a mão no peito como se estivesse chocada, mas o sorriso travesso entrega o divertimento.
— Você realmente quer o Nagi, não é? — outra provoca, inclinando-se para a frente com um brilho de cumplicidade nos olhos.
— Re-re-retiro o que eu disse! Não levem isso a sério!!! — balbucio, balançando as mãos em um gesto de negação desesperado, enquanto tento evitar os olhares delas. Meu rosto está queimando como se estivesse sob o sol escaldante.
Mas minhas palavras só as encorajam ainda mais. Rindo como crianças que acabaram de descobrir um segredo, elas se jogam em cima de mim, me cutucando e bagunçando meu cabelo em um ataque cheio de brincadeiras.
— Tarde demais! — uma delas gargalha. — Você quer o Nagi, sim!
— Aff, já vi que não adianta tentar convencer o contrário... — resmungo, cruzando os braços em uma tentativa inútil de parecer séria, embora meu rosto continue corado. — Mas será que ele vai querer? Ele me disse que é... virgem.
O riso se dissolve no ar, dando lugar a uma expressão de surpresa genuína. As meninas trocam olhares rápidos antes de se virarem para mim, em silêncio, como se precisassem processar a informação.
— V-virgem? — uma delas finalmente quebra o silêncio, piscando várias vezes. — Nossa, ele realmente nunca teve experiência com nada?
Assinto, mordendo o lábio, minha mente vagando até aquele momento em que Nagi, com os ombros ligeiramente curvados, revelou isso para mim.
— Ele disse que nenhuma garota se interessou por ele por acharem ele... desinteressante. — Minha voz sai baixa, carregada de um peso que eu não esperava sentir, enquanto lembro do brilho triste em seus olhos.
O ambiente parece ficar mais pesado por um momento. As meninas se entreolham, e é fácil ver que essa revelação as atingiu de forma inesperada.
— Cara... coitado do Nagi. Ele realmente nunca teve sorte com as garotas. — Uma delas balança a cabeça, a compaixão evidente no tom de voz.
Mas antes que o clima fique melancólico demais, eu sorrio, o rosto se iluminando de repente.
— Pois na noite de sábado ele vai ter essa experiência...
Os sorrisos voltaram, e logo todas estão rindo, como se tivessem recuperado a energia.
— Isso aí! — outra concorda, batendo as mãos na mesa com entusiasmo. — Vai dar a ele a experiência que ele nunca teve. Vai deixá-lo louco!
Meus olhos brilham com a animação delas, embora o nervosismo me acompanhe. O que será que realmente vai acontecer naquela noite?
© kazzwtora 2024
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