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CHAPTER 10

BEATRIZ AMBRÓSIO

Mergulho, balançando minha perna com toda força que tenho tentando ignorar a dor. Hoje, após dois dias, a dor não é tanta, mas ainda sim, existe a parte que incomoda. Sei que estou perto de ficar curada, mas perder um jogo importante, contra o Japão, me deixa frustrada.

Subo para a recuperar meu ar e me espanto quando vejo Gabriela Guimarães sentada na borda da piscina, bem na minha frente. Na verdade, questão de centímetros de mim. Engulo em seco ao ver o seu sorriso de canto. Ordinária.

— Alguém já te falou que você nada muito bem? — a mulher perguntou, balançando seus pés na água, fazendo a água respingar no meu rosto.

— Eu fazia natação há anos antes de entrar no vôlei. — sinto o vento gelado bater em nós, abraço meus braços e logo seu olhar cai para meus seios que ficaram espremidos um no outro. — O que...o que está fazendo aqui?

— Vim te ver. — Gabi deu de ombros — Gosto de olhar pra você. — ela sorriu de forma inocente.

Sinto minhas bochechas queimarem e por isso abaixo meu rosto para que ela não conseguisse ver. Tudo bem que a iluminação da cobertura tá bem propício pra um quarto de motel mas ainda sim, não queria que ela visse o poder que tem sobre mim.

— Eu tenho que nadar bastante esses dias, minha perna está melhorando mas ainda sim, estou incomodada. — suspiro, olhando para seus olhos cheios de compaixão. — Pode me ajudar a subir?

A piscina tinha uma escada, bem longe. Muito longe. Eu que não iria nadar até lá para subir tendo Gabriela Guimarães na minha frente pra me ajudar.

— Precisava nem perguntar. — a mulher murmurou e rapidamente pegou minhas mãos. — No três, beleza?

Concordei com minha cabeça. Contamos juntas e no três, fiz força para subir e ela pra me puxar. Gemi de dor ao esticar minha perna com tanta força. Gabi me agarrou, com certeza com medo que eu escorregasse no chão molhado.

O frio bate novamente, fazendo tremer todas as partes do meu corpo. Gabi percebe e pega minha toalha em cima da cadeira. A mesma se aproxima e joga a toalha em cima dos meus ombros, enxugando levemente meu pescoço e braços. Eu a olho, sem querer disfarçar.

A jogadora está concentrada no serviço, e além disso, no meu corpo. Vejo Gabriela engolir em seco, como se quisesse falar ou fazer algo mas estava se contendo.

— Ainda está com frio? — ela sussurrou, sua voz rouca.

— Estou.

Em um momento inesperado, ela me puxa para um abraço apertado. Seguro uma exclamação de surpresa e demoro para abraçar de novo, mas, eu faço. Passo meus braços ao redor de sua cintura e sinto o tremor em meu corpo diminuir.

— Melhorou? — Gabriela perguntou, posso sentir um sorriso no seu tom de voz.

— Melhorou sim. — devolvo a resposta. — se a Portilho visse essa cena, ela com certeza venderia pra todos os sites de fofoca.

Gabi solta uma risada e eu faço o mesmo inevitavelmente.

— Sério? Por que? — ela pergunta, e eu penso numa desculpa esfarrapada sem deixar claro que eu meio que...gosto dela.

— Ela sempre comentou que nós duas combinávamos bastante. Não sei por que. — quase, só quase, eu solto uma risada diante da minha sonsice.

— Hum...interessante. Até que combinamos mesmo.

Sinto o corpo da jogadora de vôlei tremer enquanto ela ri. Ela está falando sério ou apenas brincando com meu pobre coração? Não sei dizer.

Me separo e olho para Paris embaixo de nós. Um pouco perto, está a Torre Eiffel, sempre linda e iluminada. Ando até o batente da cobertura, me apoiando enquanto aprecio a vista. Não demorou muito pra Gabriela fazer o mesmo. Seu olhar vagando pelos pontinhos brilhantes da cidade.

— Aqui é lindo. Lindo até demais. — sinto seu olhar de canto sobre mim, e sorrio.

— Demais mesmo. — rebato — O que vai fazer depois que as olimpíadas acabar?

Gabi pareceu interessada na pergunta, com sua testa enrugada, deixando claro suas inquietações.

— Irei para a Itália. Fui contratada pelo Conegliano, ainda não anunciaram mas já estamos apalavrados. — sinto um aperto no coração. — Você mora em Madrid, certo?

— Sim. — engulo em seco — Vou ficar um tempo no Brasil e depois, volto pra lá. — a olho, observando seu olhar quente vagar pelo meu rosto.

— Já era difícil da gente se encontrar nos eventos, imagina agora, né? — disse ela, quase em um sussurro.

— É sim. — sorri tristonha. — Obrigada por estar aqui, Gabi. Me dando forças.

Ela sorri.

— É uma honra.

Continuamos olhando para a vista deslumbrante de Paris, sem pensar em treinos, jogos, lesões. Apenas deixando por um momento, nossa mente tranquilizar e relaxar em paz.

Porque de certa forma, Gabriela Guimarães transmite esse sentimento.

Uma calmaria.

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MERRY CHRISTMASSSSASSSASSS

• o capítulo não tá lá essas coisas mas ainda bem que saiu, nao é mesmo? HAHAHAHAHAH

*capitulo não revisado

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