SER A CAPITÃ da Seleção Brasileira Feminina de Futebol não era fácil. Além de sentir o peso do mundo nos meus ombros, a pressão é mais forte do que nunca. É como se estivesse em uma montanha-russa sem fim.

Jogo na seleção há 6 anos. Antes, jogava pelo Corinthians e então fui contratada pelo Real Madrid. Então durante toda a minha carreira sempre tive aquele desejo de ser e de fazer o meu melhor. Esse é o segredo pra atuar em grandes clubes.

Quando entrei pra Seleção, eu não era muita coisa. Pra falar a verdade, demorou muito para eu me soltar mas quando vi que precisava, foi quando me libertei. Não demorou para as especulações sobre roubar o lugar da Marta surgirem.

A jogadora de camisa 10, desde que entrei, ela viu um potencial em mim. Diz ela, que foi algo mágico. Como se olhasse para mim e visse um futuro promissor que a seleção precisava. Então, Marta começou me treinar de vez em quando. Me dando conselhos, me ajudando no campo e aperfeiçoando minhas habilidades.

Todas nós sabemos que a Marta não ficará por muito tempo na seleção e de certa forma, elas precisavam de alguém em quem confiar quando ela fosse embora. Uma mulher que tenha espírito de liderança, que seja única e que voe em campo.

Elas me escolheram. 
Marta me escolheu.

Fui indicada a algumas premiações de Bola de Ouro. Ganhei duas. E estou em busca da minha terceira. Por mim e meu país. Hoje em dia sou considerada a melhor do mundo. Ou melhor, "A filha do Deus do Futebol", como muitos chamam.

Esse é o meu peso.
Não posso falhar. Não quando sei que um país inteiro acredita em mim.

Observo através da janela do ônibus a cidade de Paris. Agitada, festeira e cheia de energia. Vejo as pessoas de verde e amarelo, acenando e gritando quando nosso ônibus passa em direção ao hotel. Solto um sorriso sincero com tamanho apoio e amor. Parece que estamos jogando no Brasil com tantos torcedores por aqui.

Eu aceno, mesmo sabendo que eles não possam ver direito por causa do vidro escuro, mas ainda sim, eu aceno.

— Você sabe que eles não conseguem te ver, certo? — Gabi Portilho fala, chamando minha atenção.

— Eu sei. — solto uma risada envergonhada — É só que gosto de retribuir o carinho de alguma forma.

— Confia em mim, Bia, você já retribui bastante. — Gabi aperta meu ombro levemente em uma forma de apoio.

Gabi Portilho é minha melhor amiga. Desde do Corinthians até hoje. Sempre esteve do meu lado nos melhores e piores momentos, devo muita coisa a essa mulher.

Apoio minha cabeça em seu ombro rezando pra chegar logo no hotel. Nossos treinos já começam amanhã e em poucos dias, os jogos. Sei que estamos preparadas mas, precisamos focar ainda mais para ganhar esse ouro.

Em poucos minutos, o ônibus estaciona e vejo que chegamos. A porta do hotel está lotada, assim como esperado. Espero minhas companheiras de time descerem e assim que restam algumas, me levanto pegando minha mochila.

Gabi faz o mesmo e logo descemos as escadas do ônibus, sendo recebidas por gritos animados.

— Bia! Aqui!

Vou para o lado direito e Gabi pro esquerdo, atendendo os torcedores. Sorrio, autografo camisas, bonés e até mesmo uma bochecha. Tiro fotos e converso com o meu povo. Não sou dessas que passam e nem um sorriso dá. Gosto de fazer o pacote completo.

Após alguns longos minutos de atenção, somos retiradas da frente do hotel e depois de receber nossas informações sobre os quartos, nos dirigimos pra ele. Eu e Gabi sempre ficamos juntas. Minhas amigas de time não reclamam, elas sabem por tudo que eu e Gabi passamos juntas e tudo bem. Meu amor por elas são os mesmos.

Gabi coloca o cartão na fechadura e logo a porta abre, suspiro cansada enquanto me jogo na cama fofa.

— Você está acabada mas não vai nem se animando pensando que vai dormir. — Gabi também se joga na sua cama, parecendo uma estrela do mar.

— Você acaba com a minha felicidade. — murmuro.

Dou leves tapas no meu rosto tentando acordar pra vida.

— O Arthur precisa da gente de que horas mesmo? — minha amiga pergunta.

– Ás 19h. — respondo e não demoro para tirar as coisas da minha mala. — Acho melhor ir acordando pra vida também. Eu indico.

— Você é uma capitã muita chata, sabia? — Gabi resmunga. Solto uma risada baixa.

— E você me ama. — cantarolo para a mulher.

— Preciso que você namore logo. Falando nisso, vai ter coragem de falar com a Gabi Guimarães?

Eu me engasgo com a minha própria saliva, sendo necessário receber tapas nas costas da filha da mãe da Gabrielle.

— Ih carai, que foi isso?! — Gabi parecia atônita mas ainda sim, vejo que ela segurava o riso.

— Sua desgraçada. — murmurei entre cortadas, tentando recuperar o fôlego. — Não fale isso em voz alta.

— Só tem nós duas aqui. — Gabi me olha entediada. — Tô falando sério, é sua chance.

— Ela é só minha crush, Gabrielle. Não o amor da minha vida.

— Ela pode se tornar. — a mulher deu de ombros e eu apenas a olho incrédula.

Tudo bem, eu tenho um GRANDE Crush na Gabriela Guimarães. Capitã do vôlei. A vejo pela televisão e só falto babar de tão hipnotizada que eu fico. Comecei a assistir vôlei quando tinha tempo, era uma forma de distrair dos problemas reais, foi então que eu vi a desgraçada Guimarães.

Infelizmente na época ela namorava, mas quando terminou, eu só faltei soltar fogos lá em Madrid.

Sorri com esse pensamento. Eu e ela estamos na mesma cidade e é claro que uma hora ou outra, iremos nos esbarrar.

Mas a pergunta é:

Terei coragem o suficiente pra chutar a bola no gol?

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'. 🇧🇷 • NOTES  ! .:' ▪︎

oi genteeee, tudo bem com vocês?
hoje dou início a minha FANFIC com a Gabi Guimarães, espero que vocês gostem muito!

curtam e comentem bastante para eu saber que tenho que continuar com essa história <3