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𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 (𝟎𝟐𝟗)

O caminho até Edgewater parecia interminável. As duas horas de estrada no meio da noite pareciam mais longas do que realmente eram, a tensão e o cansaços acumulados pesavam sobre os ombros de cada um dentro da velha picape. O clima de início de outono era frio e úmido, com uma fina camada de neblina se espalhando pelo horizonte à medida que o grupo se aproximavam da cidade. Quando finalmente chegaram a Edgewater, o relógio já passava das três da manhã. A cidade parecia adormecida sob o céu nublado, com poucas luzes piscando à distância. Estavam afastados do centro, longe de onde Natalie provavelmente estava, mas por enquanto, aquele lugar teria que servir. Vera diminuiu a velocidade ao passar por um hotel simples, quase invisível na penumbra. O letreiro piscava, oscilando entre luzes que falhavam e sombras que se estendiam pelo estacionamento vazio. Ela suspirou.

— Vamos parar aqui por enquanto. Precisamos descansar antes de continuar.

— "Descansar" é uma palavra gentil para esse buraco — murmurou Charlotte, olhando o hotel com desprezo. — Se soubesse que estaríamos nos hospedando em um lugar assim, teria trazido minha própria mobília. Sério, eu já vi criptas mais bem decoradas que esse lugar.

— Nem todo mundo pode bancar um hotel cinco estrelas, Charlotte. — Vera respondeu ao estacionar o carro em uma das vagas. — É o que temos até o momento.

A Scatorccio desligou o carro, respirando fundo antes de sair. Ela sabia que o descanso seria breve, mas eles precisavam de um momento para se recompor, reunir forças antes de enfrentar o que viria a seguir. Vera saiu na frente, indo em direção à recepção do hotel decadente. O frio cortante da madrugada não a incomodava tanto quanto o peso da incerteza sobre o paradeiro de Natalie. Enquanto ela lidava com a burocracia do quarto, Greg suspirou, tentando aliviar a tensão.

— Precisamos descansar um pouco e nos preparar. Não adianta nada procurar a Natalie sem uma pista concreta de onde ela está. — Ele sugeriu, embora soubesse que nem todos estavam dispostos a seguir essa lógica.

— Dormir? Nem pensar. — Charlotte bufou, ajeitando a jaqueta de couro que pertencia à Natalie em volta dos ombros. — Como vou fechar os olhos sabendo que minha namorada está em algum buraco dessa cidade?

Cynara sorriu de canto, ela sabia ler a tensão no rosto da vampira mais jovem, no entanto, optou por se manter em silêncio. O desconforto de Charlotte já era o necessário para ela. Quando Vera voltou finalmente com a chave do quarto, os quatro seguiram juntos pelos corredores estreitos e mal iluminados, dividindo o mesmo cômodo, pelo menos até conseguirem alguma pista sólida. Greg passou na frente, abrindo a porta. O interior do quarto era ainda mais deprimente do que o lado de fora: carpetes manchados, um cheiro forte de mofo e paredes cheias de rachaduras. O ambiente parecia ter sido abandonado ao tempo, com móveis gastos e tapetes desgastados. Charlotte lançou um olhar desgostoso ao redor.

— Ah, sim... isso realmente é encantador. — Seu tom gotejava sarcasmo. — Quem diria que um hotelzinho de estrada poderia ter tanto estilo?

Greg soltou uma risada, mas Vera apenas revirou os olhos, cansada. Caminhou até o frigobar e abriu a porta, encontrando apenas garrafas de água e cerveja barata.

— Precisamos de um lugar para planejar o próximo passo. — Ela disse, dando um gole em uma das garrafas de água. — E, por enquanto, isso vai ter que servir.

Cynara se aproximou de uma das camas de solteiro e sentou-se com um ar de indiferença, cruzando as pernas.

— Estamos longe o suficiente do centro da cidade. Sebastian não vai sentir nossa presença... pelo menos por enquanto. — A outra vampira comentou, lançando um olhar rápido para Charlotte.

— Por enquanto. — Charlotte repetiu, cruzando os braços e lançando um olhar desconfiado para Vera. — Você deveria descansar um pouco, Vera. Se precisarmos de você, é melhor que esteja pronta.

Vera hesitou, seus olhos revelando o cansaço e as olheiras profundas que vinham se acumulando desde que Natalie desaparecera. Ela sabia que Charlotte tinha razão, mas não conseguia afastar a preocupação da mente.

— E vocês? — Ela perguntou, arqueando as sobrancelhas, a exaustão começando a pesar.

Greg se acomodou numa poltrona reclinável, que rangeu sob seu peso. Puxou a mochila o velho notebook de lá de dentro.

— Vou pesquisar mais sobre a cidade, procurar locais antigos, talvez encontrar algo que nos aproxime da Natalie. — Ele disse, esticando as pernas com um suspiro.

— Eu confio mais nos meus próprios métodos. — Charlotte se ajeitou em outra cama de solteiro. — Vou tentar sentir a Natalie de novo. Se ela ainda tiver meu sangue, posso achá-la sem dificuldade.

O ar no quarto ficou mais pesado por um instante.

— Isso se, a essa altura, meu irmão já não tiver drenado todo o sangue dela. — Cynara comentou.

Charlotte a olhou com uma raiva contida, mas não disse nada. Havia uma verdade sombria nas palavras de Cynara, uma que todos ali tentavam ignorar. Vera respirou fundo e se deitou lentamente em uma das camas. Sabia que não adiantava insistir em permanecer acordada; o grupo precisava dela, e ela precisava estar em condições para lutar se necessário quando a hora chegasse. No entanto, o medo de que Sebastian estivesse sempre um passo à frente pairava sobre todos como uma sombra.

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Sebastian entrou na cozinha em silêncio, seus passos leves e calculados. Ele se aproximou da cadeira onde Natalie estava, observando-a com um olhar clínico, mas frio. A bolsa de sangue ao lado já estava cheia, pendurada em uma estrutura de metal. Natalie estava pálida e fraca, mesmo assim, tentou erguer os olhos para ele, ainda mantendo um ar de desafio. Ainda que a fraqueza tivesse tomando conta dela, ela não daria a ele o prazer de vê-la ceder.

— Ainda não está satisfeita, Natalie? — Sebastian comentou, a voz baixa, mas carregada de sarcasmo. Ele estendeu a mão para ajustar a agulha em seu braço. — Está pálida... parece frágil. Um pouco mais de sangue não vai fazer diferença, vai?

Ela contraiu os lábios secos, mantendo o olhar fixo no dele.

— Se está preocupado com a minha aparência, pode me soltar e eu resolvo isso rapidinho. — Natalie provocou, o tom de sua voz mais fraco do que gostaria, mas o sarcasmo ainda presente. — Ou está apenas nervoso com algo?

Sebastian riu baixo, mas seus olhos escureceram, frios. Ele ignorou a provocação e puxou outra bolsa de sangue, substituindo a primeira sem pressa. O silêncio entre eles parecia ganhar peso, enquanto ele continuava seu trabalho metódico. Natalie precisava ganhar tempo. Christine não havia voltado, e se ele percebesse isso, tudo estaria perdido.

— É claro que não está nervoso. — Ela continuou, tentando não deixar a fraqueza se infiltrar na voz. — Imagino que esteja ansioso para o ritual, não é? Deve ser... excitante, saber que vai sacrificar um bando de garotinhas transformadas. — Natalie fez uma pausa, os olhos tentando captar a reação dele. — Tudo isso para Lilith. Em troco do quê mesmo, exatamente?

Ele congelou por um segundo, os dedos parando no fecho da bolsa de sangue. O silêncio foi quebrado apenas pelo som do gotejar do líquido, agora mais lento. Sebastian se endireitou, os olhos se fixando nos dela, avaliando o que ela realmente sabia.

— Você está mais curiosa do que deveria estar. — Ele finalmente disse, sua voz baixa e perigosa. — Isso não é da sua conta.

— Claro que é. — Ela retrucou, forçando um sorriso irônico. — Sou parte disso agora, certo? E se você vai me transformar para o grande sacrifício, pelo menos me deixe saber qual vai ser o final da história.

Ele riu, mas era um som vazio, sem humor. Puxou uma cadeira e sentou-se diante dela, cruzando as pernas com uma calma estudada. Os olhos de Sebastian eram penetrantes, como se tentassem ler além das palavras dela.

— O que exatamente você acha que sabe? — Ele inclinou a cabeça, estudando-a, o tom de voz um misto de interesse e ameaça.

— Sei que o sacrifício não é só para 'elevar o poder do mundo sobrenatural', como você diz a todos. — Ela lançou, o olhar desafiador se firmando apesar da fraqueza. — Sei que você está vendendo uma mentira. Charlotte, Christine, Rory... elas são só peças descartáveis para seu joguinho com Lilith. E no final do jogo... Elas morrem.

Sebastian sorriu. Ele se inclinou um pouco mais para frente, os olhos fixos nos dela como se tentasse encontrar qualquer traço de medo.

— Você fala como se soubesse demais. — Ele murmurou. — Isso pode ser perigoso, Natalie. Mas talvez eu tenha subestimado seu valor.

Natalie apertou os punhos, escondendo a dor da fraqueza que já tomava conta de seu corpo. Ela precisava manter Sebastian focado, afastando sua atenção de qualquer outra coisa, especialmente da ausência de Christine.

— Não estou aqui para ser subestimada, Sebastian. — Ela retrucou, mantendo o tom ácido. — Mas é engraçado como todos ao seu redor acreditam em você cegamente. Você conta uma história e eles simplesmente aceitam, não é? É o que você faz de melhor, não é? Torna-se a vítima, para que todos continuem te seguindo como boas marionetes.

A expressão de Sebastian se endureceu, o sorriso desaparecendo.

— Cuidado, Natalie. — Sua voz era quase um sussurro, carregada de veneno. — Você pode estar no centro deste ritual, mas isso não te dá imunidade.

Natalie sustentou o olhar dele, mesmo sentindo o coração bater mais forte, o medo tentando se infiltrar. Sabia que estava brincando com fogo, mas a cada segundo que ganhava, Christine tinha mais chance de alcançar Charlotte e o grupo. E naquele momento, isso era a única coisa que importava. Deixando o silêncio pairar por alguns instantes, Natalie soltou um suspiro cansando, jogando a cabeça para trás. Ela sentia o corpo cada vez mais fraco, mas precisava manter a mente afiada, focada. E, mais do que isso, tinha que sobreviver.

— Sabe, além de tirar quase todo o meu sangue, você é um péssimo anfitrião. — Ela começou, o tom meio brincalhão. — Acho que a essa altura já posso pedir um jantar, né? Ou vai me deixar morrer de fome também?

Sebastian a olhou de canto de olho, ajeitando as mangas do casaco, sem deixar de transparecer o desprezo habitual. Ele deu um passo em direção à bolsa de sangue cheia, completamente saturada com o líquido escarlate que antes corria pelas veias de Natalie.

— Você vai comer quando eu tiver o que preciso. — Ele respondeu com frieza, sua voz soando como uma sentença. — Até lá, seja grata por estar viva.

— Ah, claro, grata. — Natalie soltou uma risada seca. — Porque ser drenada aos poucos é o que há de melhor em hospitalidade. Quando isso acabar, prometo deixar cinco estrelas na sua avaliação, chefe.

Sebastian a ignorou, pegando a primeira bolsa de sangue pesada, e a segurou nas mãos como se estivesse avaliando uma obra de arte. Seus olhos passaram de relance pelo corpo enfraquecido de Natalie, antes de se virar sem mais uma palavra e caminhar em direção à porta.

— Até a próxima dose, Natalie. — Ele disse, sem olhar para trás, enquanto saía da cozinha.

Ela permaneceu sentada, observando-o sair, sentindo o corpo mais fraco, mas sabendo que a cada minuto em que Christine se mantinha fora de vista era uma vitória. Quando a porta finalmente se fechou, o peso da tensão no ambiente diminuiu um pouco. Natalie respirou fundo, mas o sentimento de inquietação não desapareceu. Ela sabia que Sebastian não estava indo simplesmente guardar o sangue; ele tinha um propósito específico em mente.

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Sebastian atravessou o corredor com passos precisos, o som de suas botas ecoando pelas paredes frias do covil. Nas mãos, ele carregava a bolsa de sangue de Natalie, uma relíquia viva que pulsava com a aura sobrenatural da garota. Ele sempre soubera que havia algo especial nela, um poder latente que transcendia o humano. Ser médium era mais do que um dom — era uma conexão direta com o mundo espiritual, e o sangue de alguém assim não era comum. Talvez, ele pensou, pudesse trazer vantagens inesperadas para a transição da nova vampira que aguardava. Ele chegou ao cômodo reservado, onde a garota que ele trouxera estava dentro de uma grande caixa de madeira, coberta por terra de cemitério. A única forma de garantir que a transformação fosse bem-sucedida. O ar ali era denso, quase estagnado, carregado com a promessa de morte e renascimento. Rory estava do lado de fora, seus olhos brilhando com sede, fixados na bolsa de sangue em suas mãos.

— Posso... — Rory murmurou, com a voz rouca e urgente. — Posso provar o sangue dela? Só um pouco...

Sebastian se aproximou da caixa e colocou a bolsa de sangue sobre uma mesa próxima. Ele olhou para Rory com desdém, seus olhos frios cortando qualquer esperança que ela tivesse de saciar sua sede.

— Não. — Ele disse, sua voz firme e imponente. — Somente quando a transição for concluída. Se ela sobreviver, poderá provar o sangue de Natalie. Mas até lá, controle-se.

Rory reprimiu um grunhido de frustração, os olhos famintos se fixando no sangue. Era difícil lutar contra o instinto, ainda mais com o cheiro metálico no ar, mas ela sabia que questionar Sebastian mais do que o necessário seria perigoso. Ele aproximou-se de Rory, que estava ao lado da caixa onde a jovem completava a transição coberta pela terra de cemitério. A vampira parecia tensa, com a insegurança pulsando em seu semblante.

— Sebastian... — ela começou, a voz quase um sussurro. — E se... e se não der certo? — Rory hesitou, mordendo o lábio inferior. — Da última vez... eu não consegui. A garota... — Ela parou, desviando o olhar, o medo do fracasso evidente. — Eu não quero te decepcionar de novo.

Sebastian sentiu que era o momento certo para agir. Ele se aproximou lentamente, deixando seus dedos tocarem delicadamente o queixo de Rory, fazendo com que ela o olhasse nos olhos. Seus movimentos eram calculados, sua expressão cuidadosamente moldada para parecer sincera.

Dragă mea... — Ele disse suavemente, sua voz envolvente, como uma canção sombria. — Não pense no passado. — Ele deu um pequeno sorriso, um que sugeria compreensão e apoio.  — Você é forte. Mais forte do que pensa. A primeira transformação é sempre a mais difícil, mas acredite... você vai conseguir desta vez.

Ela engoliu em seco, ainda incerta, mas o toque de Sebastian em sua pele parecia aquecer algo dentro dela, como se a dúvida começasse a se dissipar. Ele sabia como jogá-la contra seus próprios medos.

— Mas... — Ela começou de novo, lutando contra o que parecia ser um pânico crescente. — E se meu sangue for fraco demais? — Sua voz falhou por um segundo, antes de continuar. — Charlotte... ela foi sua cria. Ela era poderosa, e eu... — Rory hesitou. — Eu sou só uma extensão dela. E se eu não for forte o suficiente para isso?

Sebastian fingiu um olhar falsamente compassivo, e a puxou para mais perto. Seu corpo era quente, apesar de sua natureza fria, e ele usou isso a seu favor, deixando Rory se perder naquele momento, na proximidade deles. A tensão que deixou fluir naturalmente. Aurora era jovem demais. O tipo de garota que ainda acreditava em conto de fadas. Perfeita para que ele pudesse conduzir, diferente de Charlotte.

— Rory... — Ele sussurrou, seus olhos se suavizando enquanto seu polegar acariciava levemente a bochecha dela. — Você não é só uma extensão de Charlotte. Você é muito mais do que isso. Eu vejo em você um poder que nem mesmo ela tinha. — Ele inclinou a cabeça levemente, fingindo uma espécie de afeto. — Confie em mim. Eu... eu acredito em você. E mais do que isso... eu estou aqui com você. Não vou deixar você enfrentar isso sozinha.

Rory piscou, claramente tocada pela declaração de Sebastian, seu rosto levemente corado. Ela nunca havia sentido tanta proximidade com ele antes, e agora, a possibilidade de ser algo mais do que apenas uma de suas vampiras parecia real. O medo, embora ainda presente, começou a ser substituído por uma estranha confiança nas palavras dele. E mais do que isso, um desejo de agradá-lo.

— Você... acredita mesmo em mim? — Ela perguntou, sua voz trêmula, mas com um toque de esperança.

Sebastian sorriu, mas por dentro escondia sua frieza calculada. Ele inclinou a cabeça, aproximando seus lábios do ouvido dela.

— Eu acredito em você, Rory. — Ele sussurrou, e sua voz parecia mais íntima do que nunca. — Eu vejo algo especial em você... algo que só você pode me dar. — Ele recuou apenas o suficiente para que seus olhos se encontrassem novamente, e o olhar que lançou sobre ela era de pura manipulação disfarçada de atração. — Eu não faria isso com mais ninguém.

Rory mordeu o lábio, lutando para manter a calma, mas seu coração acelerou. O medo do fracasso ainda estava lá, mas agora parecia distante, suprimido pela sensação de que Sebastian a via como algo mais. Mais do que apenas uma cria, mais do que apenas uma ferramenta. Talvez, apenas talvez, ele estivesse se apaixonando por ela.

— Eu vou tentar, Sebastian. — Ela disse com uma determinação renovada, embora ainda hesitante. — Por você.

Ele sorriu novamente, satisfeito, enquanto entregava a bolsa de sangue de Natalie para ela.

— Isso é tudo o que peço, Rory. — Ele disse suavemente. — Confie em mim, e logo você verá o verdadeiro poder que podemos alcançar juntos.

Rory pegou a bolsa de sangue, respirando fundo enquanto olhava para a jovem na caixa. O peso da responsabilidade ainda estava sobre ela, mas agora, com o apoio de Sebastian, a confiança parecia um pouco mais forte. Ela não podia falhar. Não quando havia tanto em jogo... e não quando, talvez, ela pudesse finalmente ganhar o coração dele. Sebastian observou, satisfeito. A transformação de Rory estava quase completa – não como vampira, mas como um peão perfeito em seu jogo.

— Sebastian... — ela começou, hesitante, enquanto olhava para a garota na caixa coberta de terra. — Eu estava pensando... — Seus olhos encontraram os dele, e ela perguntou com cautela: — Por que você mesmo não as transforma diretamente? Como fez com a Charlotte? Por que precisa que outro vampiro faça isso por você?

Sebastian parou por um momento, seus olhos se escurecendo levemente. As palavras que ele preparava estavam carregadas de ressentimento fingido, e de uma amargura bem ensaiada.

— Ah, Charlotte... — Ele disse, com um toque de tristeza na voz, como se relembrar aquilo o machucasse. — Eu transformei Charlotte porque, naquela época, eu ainda acreditava que podia confiar plenamente nas minhas crias. Achei que, sendo ela minha obra direta, estaria ao meu lado para sempre.

Rory sentiu o peso nas palavras dele, mas permaneceu em silêncio, curiosa sobre o que viria a seguir. Sebastian continuou, dando alguns passos ao redor da sala, como se aquele momento lhe causasse uma dor genuína.

— Mas Charlotte me traiu. — Sua voz ficou mais fria agora, seu olhar endurecido. — Eu a salvei, dei a imortalidade, e ela se voltou contra mim. Então, aprendi a ser mais cuidadoso. Vampiros que são transformados por outros possuem laços mais... fracos com seu criador. Eles não são tão propensos a se rebelar. — Ele olhou para Rory, com uma expressão que misturava arrependimento. — A última coisa que preciso é de outra cria que me apunhale pelas costas.

Rory ouviu aquilo com atenção, seus medos agora substituídos por uma compreensão errada. Ela achava que fazia sentido. Sebastian não transformava mais diretamente porque havia sido traído por alguém em quem confiava – e isso explicava por que ele precisava dela. Ela não era apenas uma ferramenta; era uma aliada de confiança, alguém que poderia cumprir o que Charlotte não conseguiu.

— Eu entendo. — Rory disse, a voz mais firme. — Você pode confiar em mim. Eu não vou te decepcionar, nem te trair.

Sebastian sorriu, satisfeito com a forma como ela caiu na sua manipulação.

— Eu sei que não vai, meu bem. — Ele disse suavemente, se aproximando dela mais uma vez. — Você é diferente. E é por isso que eu preciso de você agora. Precisamos completar a transformação dessa garota e continuar o trabalho. Juntos.

Rory assentiu, se sentindo fortalecida pela falsa confiança que Sebastian lhe dava. Ela olhou para a garota na caixa e se preparou para quando ela acordasse, determinada a fazer com que dessa vez fosse diferente. Sebastian observou com um leve sorriso. Rory estava exatamente onde ele a queria: envolta em suas mentiras, com os fios de manipulação tão apertados que ela nem percebia. E assim, ele poderia continuar seu plano com Lilith, sem levantar suspeitas.

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Charlotte estava sentada na beira da cama, olhando pela janela do quarto de hotel, o leve brilho da lua filtrando-se pelas cortinas velhas e empoeiradas. O quarto era pequeno, mal decorado, o que já havia provocado seu comentário venenoso quando chegou. Mas agora, o desconforto físico era o menor de seus problemas. Sua mente estava focada em uma única coisa: Natalie. Ela fechou os olhos e respirou fundo, tentando uma vez mais sentir a conexão através do sangue que havia dado à garota. Mas a conexão parecia cada vez mais distante, quase inexistente. Era como tentar segurar areia escorrendo pelos dedos. Charlotte franziu a testa, frustração e ansiedade dominando seus pensamentos.

Do outro lado do quarto, Greg estava afundado no notebook, pesquisando em silêncio. Mapas antigos da cidade, arquivos abandonados, qualquer coisa que pudesse dar pistas sobre o esconderijo de Sebastian. O clima em Edgewater estava úmido e frio, uma névoa baixa invadia as ruas, tornando tudo mais sombrio e desolado. Greg sabia que cada segundo era crucial, e mesmo o leve ranger da poltrona onde ele estava sentado não parecia distraí-lo da missão. Vera estava exausta, e tinha finalmente sucumbido ao cansaço e cochilava em uma das cama do quarto, um cobertor fino jogado sobre seus ombros. O rosto pálido e as olheiras denunciavam as noites em claro e o peso que ela carregava por dentro. O sono dela era leve, inquieto, como se a qualquer momento ela estivesse pronta para despertar de um pesadelo.

Charlotte suspirou, sentindo um aperto no peito, embora fosse impossível dizer que fosse seu coração. Algo estava terrivelmente errado. Seu olhar foi de encontro a Greg.

— Conseguiu alguma coisa? — Ela perguntou em um sussurro, para não acordar Vera.

— Ainda não. — Greg respondeu, sem desviar o olhar da tela. — Tem um hospital psiquiátrico antigo no oeste da cidade, abandonado faz décadas. Pode ser um bom lugar para alguém como Sebastian se esconder. Vou continuar procurando.

— Eles não pareciam está em um hospital, mas sim é uma casa ainda pior que esse hotel. — Charlotte piscou, recordando-se vagamente da visão do lugar que Natalie estava.

Sua frustração era visivel. Não era apenas o local de Sebastian que estava se tornando um problema. Algo estava acontecendo com Natalie. Ela sabia disso. A falta de conexão era um sinal de que o sangue que as ligava... havia desaparecido. Levantou-se abruptamente, andando pelo quarto com passos pesados. Cynara ergueu uma sobrancelha. Ela sabia ler as emoções das pessoas, e a frustração de Charlotte era clara como água.

— Não está funcionando, não é? — Cynara perguntou, se levantando com elegância, sua voz era baixa, mas carregada de uma calma quase perturbadora.

Charlotte parou, virando-se para a vampira mais velha. Seu olhar, normalmente afiado, estava ofuscado pela raiva.

— Não. — Ela respondeu secamente. — A ligação... sumiu. Eu não consigo mais sentir a Natalie.

Cynara deu alguns passos à frente, parando ao lado de Charlotte, avaliando-a com o olhar.

— O sangue que você deu a Natalie... deve ter sido drenado por completo. — ela disse com uma calma fria. — Sebastian sabe o que faz.

Charlotte franziu a testa, raiva queimando em seus olhos.

— Maldito... — ela sussurrou entre os dentes cerrados. — Ele está nos forçando a correr contra o tempo.

— A gente não pode sair por aí sem um plano. Essa cidade é grande o suficiente para esconder ele por tempo demais. Precisamos de algo mais concreto. — Disse Greg, erguendo os olhos do notebook.

O silêncio que se seguiu foi pesado. Charlotte sabia que Greg estava certo, mas a urgência queimava em suas veias. Ela odiava a sensação de não estar no controle. E agora, com a conexão com Natalie rompida, parecia que tudo estava fora do alcance.

Cynara deu alguns passos à frente, observando Charlotte de perto.

— Não adianta insistir nesse laço de sangue. — ela disse, seu tom frio como sempre, mas com um certo tom de autoridade. — O que precisamos agora é de estratégia. O laço foi rompido, mas isso não significa que ele venceu. Só temos que ser mais espertos do que ele.

Charlotte ficou em silêncio por um momento, processando as palavras de Cynara. Ela sabia que a vampira estava certa, mas isso não diminuía sua frustração.

— Precisamos acabar com isso logo. — murmurou Charlotte, sua voz carregada de determinação. — Vou arrancar o coração dele com minhas próprias mãos.

Vera mexeu-se ligeiramente na cama, ainda dormindo, e Greg continuou a pesquisar em silêncio. Eles sabiam que o tempo estava contra eles — e que Sebastian estava jogando com isso.

— Lottie, como era o lugar exatamente que você viu quando se conectou com a Natalie? — Greg quis saber.

— Ela estava em um lugar que parecia... uma casa. Talvez um casarão abandonado. Não era grande o suficiente para ser uma mansão, mas definitivamente antigo.

Greg olhou para Charlotte com renovado interesse, já começando a digitar algo no notebook.

— Isso ajuda. — ele comentou, enquanto suas mãos trabalhavam rápido. — Se for uma casa antiga, posso eliminar os edifícios mais novos e focar em lugares que se encaixem nessa descrição. Pelo menos estreitamos um pouco a busca.

Cynara cruzou os braços, refletindo sobre a informação. Seus olhos brilharam com uma mistura de admiração e cautela.

— Meu irmão nunca foi de se esconder em lugares degradados. — ela comentou — Mas se ele realmente escolheu algo assim, deve ser para não chamar atenção. Faz sentido. Ele está se preparando para o ritual e precisa de discrição. Um casarão abandonado seria o esconderijo perfeito.

— Então, faz mais sentido ainda procurarmos nesses tipos de construções. — Greg concluiu, já imerso na pesquisa.

— Não vou ficar aqui esperando enquanto você faz a busca. Eu e Cynara podemos sair e começar a procurar pessoalmente. — ela sugeriu, virando-se para a vampira mais velha, que ergueu uma sobrancelha em interesse.

Cynara esboçou um sorriso de canto, apreciando a atitude de Charlotte.

— Claro. — respondeu Cynara, pegando sua jaqueta de couro do encosto da cadeira e vestindo-a com um movimento ágil.

Charlotte sabia que tanto ela quanto Cynara podiam resistir ao sol, e era algo que certamente lhes daria uma vantagem em suas buscas pela cidade. Greg olhou para elas com uma mistura de preocupação e cautela.

— Vocês vão sair pela cidade assim, sem saber exatamente onde procurar? — Ele soava cético, mas Charlotte apenas o encarou, decidida.

— Não estamos saindo em uma busca sem direção. — disse Lottie, com um sorriso irônico. — Vamos começar pelos lugares abandonados que você mencionou. Vamos reconhecer o terreno. Não se preocupe, não estamos planejando atacar sem ter certeza de onde estamos pisando.

Cynara assentiu.

— Não estamos agindo por impulso, mas Sebastian está por perto, se chegamos muito perto, vamos sentir. — Cynara completou, quase como se pudesse farejar o rastro do irmão no ar da madrugada. — E se encontrarmos qualquer indício, voltamos para você imediatamente. Além disso, você precisa ficar com a Vera, impedi que ela acorde e venha atrás de nós.

Greg suspirou, sabendo que não tinha como convencê-las do contrário. Vera, ainda cochilando, se mexeu, mas não acordou. Eles precisavam de cada segundo de descanso para quando o confronto real começasse.

— Tudo bem, mas cuidado. — Greg murmurou, voltando ao laptop.

Charlotte e Cynara trocaram um olhar rápido, um pacto silencioso de que fariam o que fosse preciso para encontrar Natalie — e acabar com Sebastian. Elas deixaram o quarto em silêncio, a porta se fechando suavemente atrás delas enquanto a cidade, envolta em névoa, esperava lá fora. A brisa da madrugada carregava um ar gélido típico do início do outono, e as ruas estavam desertas, perfeitas para a busca que planejavam. Charlotte sabia que o tempo era curto — não por elas, mas pela urgência de encontrar Natalie antes que fosse tarde demais.

Cynara respirou fundo, os olhos atentos ao redor.

— Temos poucas horas até o amanhecer. — disse ela, enquanto caminhavam pela calçada quase deserta. — Se Sebastian está mesmo se escondendo em algum lugar por aqui, não será difícil encontrarmos um rastro.

Charlotte assentiu, os olhos fixos na estrada à frente.

— E quando o encontrarmos... vamos acabar com isso de uma vez por todas. — disse Charlotte, com um toque de determinação sombria na voz.

A busca estava apenas começando, e o relógio não parava de correr.

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Christine corria pelas ruas desertas, tentando traçar um caminho pela cidade enquanto o céu ainda estava envolto na escuridão da madrugada. As luzes amareladas dos postes faziam sombras grotescas nas esquinas, e ela não tinha ideia exata de onde estava. Subtamente, ela sentiu uma pressão no peito, tanto pela responsabilidade que carregava quanto pelo tempo que parecia escorregar por entre os dedos. A fome também começava a incomodá-la, crescendo insuportavelmente, como uma força selvagem que ela estava tentando conter. Suas presas estavam à flor da pele, e a sede por sangue não ajudava a clarear sua mente. O vento frio da madrugada batia em seu rosto enquanto ela corria pelas ruas silenciosas, suas botas fazendo eco no asfalto. "Não posso falhar com a Natalie... Eu preciso achar Charlotte e os outros", pensava, tentando ignorar o desconforto crescente em seu estômago.

Christine parou em um beco por um instante, pressionando a mão contra a parede. A cidade ainda estava quieta, mas em poucas horas, a primeira luz do dia começaria a aparecer no horizonte, e ela sabia que não poderia ficar exposta. Seus sentidos de vampira estavam em alerta, e a fome não estava ajudando a focar. "Merda..." murmurou, frustrada. Ela olhou para cima, tentando captar algum som, cheiro, ou qualquer sinal que pudesse indicar o caminho certo para onde deveria seguir. A adrenalina que sentia quando fugiu do covil havia começado a dissipar, deixando uma sensação de desespero tomar espaço em seu peito. O perigo do amanhecer se aproximava, e ela não sabia quanto tempo mais tinha antes de ser forçada a buscar abrigo.

A fome finalmente a quebrou. Seus olhos brilhavam, e ela sabia que se não encontrasse algo para se alimentar, perderia o controle. "Só um pouco... o suficiente para não perder o foco", ela pensou, seus olhos varrendo o beco em busca de qualquer vítima distraída. Mas, antes que pudesse tomar uma decisão precipitada, ela ouviu passos. Christine se escondeu rapidamente nas sombras, seu coração acelerando ao perceber que era apenas uma pessoa qualquer, passando pela rua sem saber do perigo que rondava. Mas, ao invés de atacar, ela se forçou a parar. Precisava focar no que era importante. "Natalie primeiro. Eu posso esperar mais um pouco." A voz de sua própria consciência era mais fraca agora, quase sufocada pela fome, mas ainda lá.

Determinada, ela ajustou sua jaqueta e se preparou para continuar sua busca. "Eu só preciso achá-los antes do amanhecer... só preciso sobreviver até lá."

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Charlotte farejava o ar da madrugada, tentando captar qualquer vestígio do perfume frutado de Natalie, uma pista, por menor que fosse, para levá-la até a garota. As ruas do centro cidade eram estranhamente movimentadas para o horário, mas o cheiro de comida de rua e a fumaça dos carros ofuscavam qualquer rastro da garota que amava. Sebastian estava bem escondido, e a frustração de Charlotte aumentava a cada passo. Cynara caminhava ao seu lado, mas sem dizer nada. Charlotte não conseguia deixar de olhar para ela de tempos em tempos, como se estivesse estudando cada detalhe daquela mulher que um dia havia sido Lily, a garota venenosa que tinha sido tão próxima de Natalie.

— Pergunte logo o que quer perguntar. — Cynara bufou e a encarou.

— Você realmente tentou me matar aquele dia? — Charlotte perguntou, afiada como uma lâmina. — No velório de Joe... quando você me atacou. Era essa a sua intenção?

Cynara olhou para Charlotte de canto de olho, um sorriso leve puxando o canto de seus lábios.

— Eu estava mantendo o personagem — disse ela, sem pressa. — Encarnar uma caçadora em busca de vingança pela morte do pai foi o jeito mais fácil de me aproximar de Natalie. Ela estava próxima de você. Eu sabia que, ficando perto dela eventualmente, seria levada a Sebastian.

Charlotte bufou, processando aquela confissão. Tudo havia sido um jogo, uma encenação para atingir seu verdadeiro objetivo.

— Isso me faz concluir que você é louca. Mentiu sobre tudo, então também é mentirosa. Você é louca e mentirosa. — Charlotte empurrou alguns ombros ao invadir um grupo de jovens.

— Eu precisava manter meu personagem, e eu fiz isso tão bem, que até acreditei na minha própria mentira. Só que vocês perderam o Sebastian outra vez. — Cynara revirou os olhos.

— Espera, você chegou encontrar Sebastian, não foi?

Cynara parou de andar um pouco depois que passou da multidão, cruzando os braços.

— Eu o encontrei, sim. Na noite em que fui capturada por você e Greg, eu me aproximei dele. Foi em uma exposição de arte. Meu irmão estava usando a identidade de Alexandre Owen, vendedor de artes.

Charlotte piscou com a memória vindo como um flash. A noite que capturou Cynara ainda sob a identidade Lily, foi quando ela encontrou pessoalmente Sebastian, na exposição que o manteve ocupado por um dia quase todo. O mesmo dia que Rory tentou completar uma transição fracassada. O dia que seus pais foram mortos porque ela se recusou a partir da cidade com ele.

— Isso explica porque Sebastian quis ir embora da cidade — disse Charlotte, soltando uma risada amarga. — Ele sentiu você, mesmo com o disfarce de Lily. Por isso quando eu falei que tinha uma caçadora na cidade, eu sentir o medo dele. Mas era você, o tempo todo.

Cynara concordou, seu olhar fixo em Charlotte.

— Ele sempre foi esperto, mas não achei que ele sentir minha presença estando na forma de Lilian. Bem, eu estava errada e cá estamos.

A vampira mais jovem respirou fundo. A tensão entre as duas parecia mais amenizado, e algo naquela conversa parecia ter tornado as coisas diferentes. Cynara estava contando a verdade nua e crua, disposta a colocar tudo à mesa. Charlotte decidiu que também não tinha motivos para esconder nada, elas já estavam no mesmo barco, lutando contra a mesma coisa, mesmo carregando princípios opostos.

— Você sabe que Greg e eu pretendíamos matar você quando tudo acabasse, não sabe? — Charlotte perguntou, cortando o silêncio.

Cynara riu suavemente, mas não parecia surpresa.

— Claro. Eu nunca fui estúpida, Charlotte. Mas não se preocupe, quando Sebastian estiver morto, eu vou embora. E vocês nunca mais me verão, e nem guardarei ressentimento desse plano idiota dos dois.

— É claro, tudo que não quero é uma vampira de quase mil anos me seguindo por aí.

Charlotte a observou por um momento, seus pensamentos viajando para todas as mentiras e tradições que haviam marcado suas vidas nos últimos dias.

— E o ritual, você fez porque queria algo, certo? O que era? — Charlotte ergueu uma sobrancelha. — O que Lilith te pediu em troca? Qual foi o preço?

Cynara respirou fundo, e pela primeira vez, sua expressão suavizou de verdade. Não era uma Cynara vingativa, nem uma Lily manipuladora. Era apenas uma jovem mulher que amava alguém profundamente e pagaria qualquer preço por tê-la de volta.

— Eu pedi por Isotta — começou Cynara, com sua voz mais baixa, como se falasse o nome da amada a fez reviver tudo o que havia perdido. — Eu sabia que nunca encontraria outra pessoa para amar. Eu até tentei por muito tempo me relacionar com outras mulheres, mas meu coração sempre foi dela, e só dela. Lilith pediu algo em troca, como sempre faz, valores sempre caros para pedidos complexos. Ela queria o coração de Sebastian, e em troca, ela me daria Isotta de volta dos mortos.

Charlotte ficou em silêncio por um instante, absorvendo aquilo.

— Lilith também me fez o mesmo pedido — disse ela, lentamente. — Quando me trouxe de volta, o preço que ela cobrou foi o coração de Sebastian, porque o meu está com ela, e sem um coração, eu não me sinto... completa.

Cynara levantou o olhar, encarando Charlotte com intensidade.

— Então, parece que nossos destinos estão entrelaçados de um jeito que nenhuma de nós imaginava.

Charlotte apenas concordou, sabendo que no fim, o que importava era pôr um fim em Sebastian — para a própria sobrevivência, para Natalie, para todos que ainda tinham alguma chance de seguir em frente da melhor forma possível.

Galera, estamos entrando na reta final da história.

CAPITULO ATUALIZADO: 01/02/2025 - NÃO REVISADO

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