𝟒 - 𝑪𝒐𝒓𝒓𝒐𝒅𝒆𝒅 𝑪𝒐𝒇𝒇𝒊𝒏
Eu nunca teria deixado você sozinha
Aqui, sem ninguém
Mexendo no celular
Nunca teria deixado você sozinha
Para que outra pessoa te levasse pra casa
Boyfriend
- Dove Cameron
CAIXÃO CORROÍDO
Chrissy abriu a porta dupla do local, fazendo um sininho tocar. Não era o tipo de lugar que ela estava acostumada a frequentar, e com certeza as pessoas ali não eram do seu círculo social. Por um momento, a garota se sentiu perdida, até ver Eddie em uma espécie de palco com os amigos, montando a bateria e colocando os instrumentos na posição.
Assim que a viu, Eddie deixou os amigos sozinhos e correu até ela.
— Hey! Você veio.
— Bem, sim...
Eddie a observou rapidamente. Ela usava um vestido rosa claro com mangas bufantes e florzinhas pequenas. Já ele usava uma jaqueta sem mangas, com alguns acessórios prateados e desenhos de caveiras e teias de aranha. Eddie olhou ao redor, suspirou e disse:
— Sabe, você parece uma Barbie no meio do cemitério. – Chrissy riu e ele a acompanhou. – Quer beber alguma coisa?
— Hã... um refrigerante diet tá ótimo.
— Ok! Você pode sentar ali.
Ele apontou para uma mesa e Chrissy foi até lá. O Munson se encaminhou para o bar.
— Uma coca diet pra senhorita ali.
Enquanto pegava o refrigerante, o barman olhou rapidamente na direção de Chrissy.
— O que você fez pra uma garota dessas vir aqui?
— O quê?
— Você entendeu, Eddie. Ela parece uma bonequinha de porcelana. Por que ela viria aqui?
— Pra me ver tocar, óbvio.
— Você é tão presunçoso. – O homem entregou a bebida e se debruçou sobre o balcão. – Acho que ela é areia demais pro seu caminhãozinho.
Eddie riu.
— Bom, acho que o namorado dela dá conta.
Ele se afastou satisfeito, enquanto o mais velho tentava entender o que tinha acabado de ouvir.
— Prontinho. – Eddie disse, colocando a lata na mesa de Chrissy. – Agora, vou fazer barulho.
Ele piscou para ela e caminhou até o pequeno palco. Depois que já estavam prontos, Eddie pegou o microfone.
— Bom, eu queria dedicar essa música para nossa convidada especial. – Ele olhou diretamente para a loira com um olhar penetrante. – Chrissy, essa é pra você.
Ele entregou o microfone e então começaram a tocar. A Cunningham não entendia do estilo musical mas tinha certeza que era Master of Puppets. Ela sentiu algo agradável no coração quando Eddie dedicou a música para ela, talvez porque a única pessoa que fazia aquelas coisas era o seu namorado. Ao se lembrar dele, Chrissy se sentiu culpada por mentir e fazer coisas por trás de Jason. Mas ele simplesmente não entendia o que ela estava passando e também não podia ajudar.
Quando o "Caixão Corroído" parou de tocar, Eddie correu para perto de Chrissy enquanto os amigos dele se dispersaram pelo estabelecimento.
— E então? O que você achou?
— Eu amei. Vocês tem potencial.
— Você acha, é?
Eddie sorriu, se sentando na frente dela.
— Sim. Foi demais!
— Então seu gosto musical é eclético?
— Como assim?
Ele sorriu, pegando o refrigerante da garota e bebendo um pouco.
— Eu pago outro.
— Não, tá tudo bem.
— Bom... – Eddie pensou um pouco, desviando o olhar. – Só estou satisfeito porque seu gosto musical não se resume à Madonna.
— Por que você insiste com isso, Eddie?
— Isso o que?
— Em me chamar de princesinha.
— Então prove que não é uma.
Chrissy sorriu, mas não respondeu. Apenas o encarou por alguns segundos e depois levantou. Eddie ficou confuso e levantou também.
— Foi bom te ver, Munson.
A garota estendeu a mão, que logo foi apertada por um Eddie sem palavras. Mas antes que ele abrisse a boca pra falar algo, ela segurou a mão dele, puxando ela de uma forma que Eddie foi virado de costas. Então, ela pressionou o corpo e o fez se debruçar sobre a mesa com o braço para trás.
— Quanta violência, Cunningham!
Chrissy riu e o soltou.
— Talvez eu seja uma princesa, mas eu sei algumas coisas pra me defender.
— Você fez karatê?
— Uh, sim... – Ela colocou uma mecha atrás da orelha. – Mas faz bastante tempo, depois disso minha mãe me colocou no ballet.
— Isso é muito legal. Eu... sei roubar carros.
Chrissy arregalou os olhos.
— O quê? Pra quê, na verdade.
— Emergências. – Ele deu de ombros. – Mas karatê eu não sei, não. Me ensina alguns golpes? Eu quero fazer uma pegadinha com o Wheeler.
— Você é um ótimo amigo.
Os dois riram e Chrissy se aproximou dele. Logo ela começou a falar de exercícios, meditação, respiração e coisas chatas que Eddie quase não tinha paciência pra ouvir. Os próximos minutos se seguiram com risadas e resmungos, pois Eddie não costumava se exercitar e Chrissy tinha dificuldades de ficar séria perto dele.
— Ai meu Deus, que horas são?!
Chrissy puxou o braço de Eddie para perto e olhou a hora no relógio dele.
— Você precisa voltar pra casa.
Chrissy concordou e ergueu o olhar. Por alguns segundos, eles mantiveram seus olhares fixos, até a loira soltar bruscamente o braço do moreno e se afastar.
— Então... nós nos vemos na escola?
— Eu vou te dar uma carona. Não sou louco o bastante pra te deixar ir sozinha a essa hora da noite.
Ela sorriu em agradecimento e saiu, sendo seguida por ele. Quando chegaram no carro de Eddie, eles entraram e Chrissy disse, depois de pensar a respeito:
— Hã... você pode parar um pouco longe da minha casa? Não por você, mas por causa dos meus pais...
— Sem problemas. Eu entendo.
O caminho para a casa dos Cunningham foi silencioso. Chrissy olhava pela janela o céu estrelado, enquanto Eddie assobiava alguma música aleatória. Quando chegaram perto da rua dela, Chrissy e Eddie se entreolharam por alguns segundos.
— Nos vemos amanhã.
O jovem disse, sem desviar o olhar.
— Até amanhã.
Chrissy saiu do carro, mas antes que fechasse a porta, Eddie disse:
— Tenha uma boa noite, princesa.
Ela revirou os olhos, mas logo deu risada.
— Pra você também.
A porta foi fechada e a loira caminhou apressadamente pelas ruas desertas. Eddie continuou parado, com o cotovelo apoiado na janela aberta e a mão fechada, segurando o queixo. Observava com atenção aquele projeto quase concluído de mulher indo embora, certificado-se de que nada aconteceria com ela até que estivesse na segurança de sua família.
Quando Chrissy sumiu de vista, Eddie dirigiu de volta pra casa. Ainda pensava no sorriso doce da menina no Hideout. Ela não era nem um pouco como as outras garotas que ele já havia saído. Havia na filha dos Cunningham uma atmosfera angelical, e ele ainda pensava no fato de que ela realmente foi vê-lo tocar. Definitivamente, ela era uma espécie rara pra ele.
E se a princesinha Chrissy Cunningham decidiu dar uma chance e conhecer o lado legal de Eddie Munson, ele não iria decepcioná-la.
E aí, o que estão achando até agora?
O Eddie é tão precioso 🥺
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro