Nós vamos a festas com pessoas
que você conhece
Nós ficamos de mãos dadas,
mas é só fachada
Porque de segunda a sexta
a gente mal se falou
Eles não sabem, eles
não podem saber

Movies
– Conan Gray

SEXTA-FEIRA DE CASAL

Chrissy abriu as portas do Family Video, olhando ao redor. No balcão, alguma morena bronzeada conversava com o atendente, que ela sabia, era Steve Harrington. Enquanto andava devagar pelo local, a garota olhava para as prateleiras e os filmes disponíveis. Por essa razão, ela deu um sobressalto quando sentiu alguém tocar seu ombro.

— Ah, desculpa! Eu não queria assustar você. Precisa de ajuda?

A Cunningham sabia quem era a jovem oferecendo ajuda. Robin Buckley. Ela se lembrava de tê-la visto nos ensaios da banda da escola.

— Na verdade, sim... alguma sugestão pra uma noite de namorados?

— Uma noite de namorados. – Robin repetiu, pensativa. – É, acho que sei alguns. Vem comigo.

A mais velha começou a caminhar, sendo seguida pela mais nova. Ao chegar em uma prateleira específica, ela pegou um filme e começou a falar:

— Bom, se vocês gostarem de terror, A Hora do Pesadelo com certeza é uma boa opção. Tem tanto sangue, gritos, suspense... eu amo ele, mas fiquei um pouco horrorizada quando vi a primeira vez, sabe, eu era mais nova e não foi uma boa experiência...

— Eu acho que prefiro alguma coisa menos... sangue. Eu não sou fã.

Ela deu um risinho nervoso, e Robin concordou com a cabeça, colocando a fita de volta no lugar.

— Gosta de ação? Temos Indiana Jones e o Templo da Perdição. Até que é divertido, o outro filme dele também é legal.

— Hã... eu acho que vou querer. – Robin assentiu. – Eu também queria um de romance.

— Claro, claro. Em uma noite de casal não pode faltar romance, não é?

As duas foram juntar até uma prateleira e a Buckley pegou dois filmes.

— Acho que o Jason pode gostar de Top Gun ou Gatinhas e Gatões.

Chrissy concordou e ficou pensativa por um curto tempo.

— Acho que vou levar esses três.

— Que bom que seus pais apoiam vocês.

Robin riu e foi até o balcão, mas a líder de torcida tentava entender o que ela quis dizer com aquilo.

Em seu quarto rosa, a garota arrumava as coisas de sua estante quando ouviu a campainha.

— Querida, o Jason está aqui!

— Tá bom, mãe, pede pra ele subir!

Não demorou muito e o jogador apareceu na porta do quarto com um sorrisinho.

— Oi, amor.

— Oi! Vem cá.

Jason andou até a cama e sentou na beirada. Chrissy deu um selinho nele, sentou na cama e mostrou as fitas de filme.

— Olha, eu aluguei alguns filmes pra gente ver hoje. Tem Indiana Jones, Top Gun, e Gatinhas e...

— Desculpa, amorzinho, mas não vai dar pra gente fazer isso hoje.

Chrissy ergueu a cabeça com um olhar triste e encarou Jason.

— Por que?

— Eu já marquei com os rapazes e não posso faltar.

Chrissy abaixou a cabeça e ficou olhando para as fitas na cama. Engoliu em seco e encolheu os ombros.

— Não fica assim. – Jason colocou a mão no queixo de Chrissy, fazendo ela olhar nos olhos dele. – Você sabe como é, tenho que animar eles de vez em quando. Sabe o que você pode fazer? Chamar suas amigas e fazer uma noite do pijama. É perfeito!

— Eu... vou pensar.

Jason beijou a testa dela e sorriu. A garota também forçou um sorriso e o observou levantar.

— Bom, eu só vim dar uma passada rápida aqui. Já vou indo. Se cuida.

O garoto saiu, fechando a porta atrás de si. Chrissy encarou a porta por um longo período de tempo. Olhou para a janela e viu que já estava anoitecendo. Tudo o que ela não queria era ficar sozinha naquela noite, mas não podia fazer nada a respeito. A loira também preferiu não contar pro namorado o fato de que havia algum tempo que não tinha amigas. Ela conversava com as garotas na escola, algumas vezes saíam juntas, mas Chrissy não tinha tanta intimidade com elas e na maioria das vezes não gostava da companhia delas.

Na verdade, Chrissy não gostava de ficar no meio de pessoas e ainda se sentir sozinha. Por essa razão ela não fazia questão de estar com os pais ou com as colegas de escola e preferia ir pra algum lugar sozinha. Estar com Jason era bom, porque ele dificilmente se calava e aquilo trazia segurança pra ela. Entretanto, quando o rapaz ficava em silêncio, era incômodo porque era como se ninguém estivesse ali.

Ela também não gostava de pensar no fato de que o relacionamento com Jason não era como antes. Ele estava mais distante, passava bastante tempo com os amigos e eram raros os momentos que tinham juntos. Mas como foi mencionado antes, Chrissy Cunningham ainda não estava bem o bastante pra terminar com o namoro e ficar meses sozinha. Porque ela não queria e não podia ficar sozinha.

Sem nenhuma outra opção, a garota guardou as fitas de filme no criado-mudo. Foi até a cômoda e tirou da última gaveta, escondida nas meias, um pequeno pacote.

As próximas horas passaram como um sonho, ou flashbacks. O teto do quarto foi a última coisa que Chrissy viu antes de cair no sono.

Esse foi o segundo capítulo! O que acharam?

Ele foi um pouco mais curto, mas necessário. Prometo que tô fazendo o possível pra não alterar a personalidade dos personagens 🙃