𝐭𝐰𝐞𝐧𝐭𝐲: my girl
✺ HAZEL WILLOW
Minha mãe sempre me disse que quando eu crescesse, iria entender algumas coisas que ela não poderia explicar e que somente eu poderia sentir. Mas dias atrás eu me perguntava: o que ela queria dizer com isso? Por quê está me falando?
E foi aí que eu percebi que ela falava do amor. É, amor. Ta aí uma coisa que eu achei que nunca iria sentir. Nunca fui uma pessoa de sair pra vários encontros, de ir em festas e beijar vários. É algo pessoal, uma coisa que coloquei na minha cabeça que o amor é complicado, e não queria complicação para a minha vida.
Mas qual é! A vida já é complicada, querendo ou não. Minha mãe sempre me avisou que uma hora ou outra eu iria encarar tudo sozinha. Seria somente eu contra o mundo, mas ela queria que tivesse alguém do meu lado. Alguém bom, gentil e claro, que me fizesse bem.
Talvez ela esteja com raiva de mim por ter deixado passar tantas chances de me apaixonar, de conhecer pessoas novas e vai que até mesmo "o amor da minha vida." É estranho falar isso, porque eu não acreditava. Não acreditava que um dia o amor iria bater na minha porta e falar: "oi, é a sua vez de me sentir." Ou melhor, quem eu estou querendo enganar? Eu não acreditava que alguém poderia se apaixonar por mim.
Mas por que isso parece ter mudado? Por que todos esses pensamentos estão sumindo vagamente da minha cabeça? Por que?
Depois da pequena festa de sexta-feira, desde da pergunta do Payton eu martelava isso na minha cabeça. Como eu poderia esquecer aquele beijo? Não tinha como porque eu não parava de pensar nele.
Por que eu tinha que beijar logo Payton Jay Moormeier? Por que?
Eu encarava a televisão na minha frente entediada, estava enjoada de filmes e séries. Os meninos estavam ocupados, Savanna tinha ido na casa dos avós, e Sarah estava ajudando a mãe a pintar toda a casa. Parecia divertido até, mas minha cama não me deixava sair nenhum minuto.
E Payton? Bom, eu não sei.
Estava caindo a maior chuva lá fora, as árvores estavam loucas assim como os zumbidos que o vento fazia. Estava um caos, e eu odiava ficar sozinha quando estava assim.
Mordi meu lábios inferior extremamente nervosa.
Vamos lá, Hazel. É só uma mensagem, envia logo.
Certo, enviado. Agora é só esperar.
Joguei o celular ao meu lado e voltei e assistir Grey's Anatomy, mas o celular apitou indiciando que tinha acabado de receber uma mensagem. Peguei rapidamente e sorri de lado ao ler a mesma.
Respondi a mensagem e coloquei o celular pra carregar. Tirei as cobertas que estavam em cima de mim e calcei minhas pantufas, andando para fora do quarto certificando que tudo estava fechado e seguro. Estava me tremendo de medo e nem é brincadeira.
Eu confesso, morro de medo de morar sozinha em uma casa grande, mas não queria ir embora. É a casa da minha mãe, minhas lembranças todas estavam aqui. Mas, não poderia vendê-la. Bom, não agora.
Me joguei no sofá enquanto encarava o teto afim de que o tempo passasse mais rápido. Após alguns minutos, a campainha tocou o que me fez pular do sofá e correr até a porta. Abri a mesma vendo o garoto com uma mochila em suas costas.
— Não consegue mesmo passar uma dia sem me ver, gata? Eu admiro isso, sei que sou irresistível. — Payton entrou na minha casa e fechei a porta, trancando a mesma. — Belo short.
— Cala a boca. — murmurei e o encarei.
— E obrigada pelo convite, estava um tédio lá em casa. — ele disse enquanto olhava ao redor.
— Vamos ficar no tédio juntos. — sorri de lado e andei até as escadas. — E para a sua informação, consigo passar sim. Você que não consegue.
—Por que acha isso? Por causa do beijo? Posso repetir se quiser. — me virei rapidamente me deparando com Payton e um sorriso safado em seu rosto.
— Porque se você não conseguisse passar um dia sem me ver, não teria vindo aqui no meio de uma tempestade dessa.
E antes que ele pudesse responder, a casa toda se tornou um completo escuro o que me fez dar um grito assustada. Agarrei o braço de Payton e o coloquei na minha frente.
— É sério? Quer que eu morra primeiro? — o mesmo me olhou por cima do ombro. — Está com medo de ter monstros embaixo da sua cama?
— Anda logo, garoto. — murmurei.
Eu e Payton continuamos a subir as escadas e logo estávamos no meu quarto. Corri na ponta dos pés para debaixo das minhas cobertas, abri algumas gavetas do criado mudo ao lado da minha cama e encontrei uma das lanternas que ficavam espalhadas pela casa.
A liguei e virei na direção de Payton, que tirava algo da sua mochila.
— O que é isso? — perguntei semicerrando os olhos.
— Bom, se vou passar a noite aqui tive que vir equipado. — o garoto se sentou na minha cama e logo colocou a caixa de donuts sobre a mesma. — Lembro que você disse que gostava de donuts, então eu trouxe.
Sorri animada. Deixei a lanterna apontada na nossa direção e peguei um donuts, e claro que não perdi tempo pra devorar ele.
— Então...por que me chamou? — Payton virou o olhar para mim. — Achei que não iria falar comigo depois da pequena festa.
— Olha, me desculpa por não ter dito nada sobre o nosso beijo. Eu só não sou acostumada com isso e não faço idéia do que fazer. Nunca senti algo assim então é confuso. E bom, eu sei que você vai dizer que foi um erro, eu ja sei disso. — Payton me encarou seriamente.
— Você está sentindo algo? — droga, Hazel! Droga!
— Ahn, ouviu errado. Eu falei "quer assistir algo?" — sorri tentando esconder meu nervosismo.
— Está faltando energia, Hazel. — suspirei. — E olha, só pra você saber, eu posso ter uma péssima reputação, mas não seria capaz de magoar você. Eu gostei daquilo. E eu gosto de estar com você, então isso não foi um erro pra mim.
Meus olhos estavam claramente arregalados e meu corpo estava em êxtase. Eu ouvi isso certo? Payton Jay Moormeier acabou de falar que não se arrependeu, que não seria capaz de me magoar e que gostava de estar comigo? O que deu nele?
— O que quer fazer quando acabar o ensino médio? — perguntei tentando mudar de assunto, o que o fez soltar uma risada fraca.
— Eu quero ser cantor. — Uau, por essa eu não esperava. — Estranho ouvir isso de mim?
— O quê? Não! Pelo contrário, é surpreendente. — sorri de lado. — Se é isso que você quer, saiba que vai ser um cantor incrível.
— Eu espero. — Payton sorriu de lado. — Eu tenho algumas músicas prontas. Talvez eu te mostre um dia.
— Estarei ansiosa até lá. — dei de ombros e peguei mais um donuts.
— E você, o que quer fazer além de conhecer o mundo? — Payton mordeu um pedaço do seu donuts.
— Quero entrar na faculdade. — sorri fraco. — Bom, na real, isso eu sempre quis e minha mãe torcia bastante para que isso um dia acontecesse. Então talvez eu peça para o diretor fazer uma carta de recomendação pra mim. Ele me adora. — dei de ombros e Payton sorriu fraco.
— Quer fazer longe daqui?
— Não é bem esse o plano, mas não vou exigir. O que aparecer pra mim e eu entrar, está ótimo. — Payton assentiu.
— Você vai ter um belo futuro, Hazel Willow. — Payton colocou a caixa de donuts na bancada ao seu lado, já que a mesma tinha acabado. — Vai se formar, viajar o mundo...é uma ótima vida.
— Não gosto de criar expectativas, vai que isso dê tudo errado. — soltei uma risada fraca. — Era isso que a minha mãe queria, então...
— Entendo, quer que ela se orgulhe de você. — Payton sorriu de lado. — Não acredito que cheguei antes de faltar energia. Se eu demorasse um pouco mais, você iria enlouquecer sozinha no escuro.
Soltei uma risada.
— Pode apostar que sim. — o mesmo me encarou com um sorriso no canto dos lábios. — Obrigada por ter vindo.
— Eu te disse que iria te salvar de qualquer coisa. Isso inclui os monstros que você acha que tem embaixo da sua cama.
Payton soltou uma gargalhada o que me fez apreciar mais ainda a sua beleza mesmo com aquela lanterna que estava prestes a descarregar. Seus olhos se fechavam um pouco enquanto estava rindo, e o seu sorriso...como posso explicar esse sorriso?
Talvez eu esteja encarando tanto que ele percebeu, Payton tinha um olhar curioso, como se quisesse saber o que se passa na minha cabeça. Mas se ele soubesse, com certeza iria esfregar na minha cara que estava certo.
Aquele beijo não foi um erro.
— Qual foi, gata? Tem algo no meu rosto? — Payton estralou seus dedos na frente do meu rosto.
— Eu disse que aquele beijo foi um erro. — sussurrei enquanto intercalava o meu olhar com a sua boca. — Seria completamente errado querer errar mais uma vez?
Payton pareceu surpreso e pra falar a verdade, até eu estava. Mas naquele momento não me importei nenhum pouco com isso.
Suas mão direita tocou levemente a minha bochecha enquanto seus dedos se enrolavam em meu cabelo. Minhas mãos pararam em sua nuca perfeitamente, como se tivesse sido o encaixe perfeito.
— Todo mundo erra. E nesse caso, eu quero que você erre quantas vezes for necessário.
Dito isso, nossos lábios se encontraram mais uma vez e naquele momento, como se tivesse uma barreira entre nós dois tinha acabado de se despedaçar. Nada mais estava atrapalhando, nada estava imperfeito.
Pela primeira vez, eu não senti medo. E aquilo foi bom. Foi maravilhoso.
Suas mãos desceram para a minha cintura e me deu impulso para subir em seu colo. Sua mão direita segurava meu rosto enquanto a esquerda apertava levemente minha cintura. As minhas estavam fazendo uma bagunça em seu cabelo mas com certeza, nem eu e nem ele estávamos nos importando com isso.
Finalizei o beijo com uma leve puxada em seu lábio inferior, o que o fez arfar e me olhar incrédulo.
Acabei de beijar ele, de novo! O que está acontecendo comigo?
— Você não tinha o direito de parar. — Payton murmurou contra os meus lábios. Os roçando levemente. — Gata, eu sei que você quer me beijar de novo. E pode ter certeza que é recíproco.
É, que se foda.
Juntei novamente os nossos lábios mas dessa vez com mais desejo e com mais precisão. Era isso que eu queria, era disso que eu precisava. Naquele momento, era dele que eu precisava.
Payton nos separou com alguns segundos enquanto tinha um sorriso em seu rosto.
— O que foi? — perguntei confusa assim que percebi o seu olhar um tanto vitorioso no rosto. Juntamente com um sorriso no canto de seus lábios.
— Minha garota.
NOTAS
• NÃO ME RESPONSABILIZO PELOS MEUS ATOS DAQUI PRA FRENTE!
• amo vocês rs
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