
𝐬𝐞𝐯𝐞𝐧𝐭𝐞𝐞𝐧: blue teddy bear
» PAYTON MOORMEIER
Hazel me encarava enquanto permanecia sentada em sua cama. O cômodo estava em um silêncio constante, meus pensamentos estavam em um turbilhão de: "conto ou não?" Droga, minhas mãos estavam suando e só de pensar nesse assunto meu coração salta.
Se eu me importo mesmo com Hazel Willow, ela tinha que saber quem realmente sou. Parece clichê e totalmente meloso meu pensamento, mas ela era uma boa pessoa. Mas eu não sou bom pra ela. Não depois do que eu fiz.
— Você quer uma água? — ela perguntou com cuidado, talvez me passando confiança. Apenas neguei e parei de andar de um lado para o outro.
A garota me olhou e assim que correspondi o seu olhar, Hazel deu leves batidas ao seu lado na cama. Caminhei até o local e me sentei enquanto olhava para minhas mãos.
— Escuta, isso não é uma coisa que gosto de falar muito. Então, sinta-se privilegiada. — encarei a mesma de relance, que tinha um sorriso no canto dos seus lábios.
— Tudo bem, se isso for te fazer melhor, irei me sentir sim. — Hazel sorriu docemente e nesse momento todas as minhas paredes, barreiras e estruturas se destruíram completamente.
Com a porra de um sorriso.
— Eu e Jacob éramos amigos, mas na verdade. Éramos um quarteto. — dei uma breve pausa. — Eu, Jacob, Lindsay e Jannie, irmã do Jacob....Lembra daquele dia que te dei uma carona no meio daquela chuva, viemos pra cá e você me perguntou se eu também me apaixonei? Falei que o mais próximo que cheguei do amor, foi pela minha melhor amiga, no caso, era a Jannie e bom, ela foi embora. Mas não fui honesto com você.
Hazel escutava tudo atentamente enquanto assentia, talvez absorvendo cada palavra do que estava falando.
— Jannie morreu.
Hazel me olhou enquanto sua boca abria várias vezes, talvez tentando procurar algumas frases de conforto mas apenas sorri fraco. Já ouvi tanto isso que estava cansado.
— Jannie era incrível, doce, meiga e sem dúvidas alguma tinha um astral indescritível. Na maioria das vezes, achava que eu era irmão de sangue dela e Jacob ficava extremamente frustado com isso. Era engraçado, ele sempre ficava todo vermelho. Mas adorava passar tempo com Lindsay. — soltei uma risada seca. — Até que um dia fomos em uma festa, eu ainda não tinha carteira de motorista, mas eu sabia dirigir. Minha mãe me deu breves aulas depois de tanta insistência minha. Eu e Jannie vivíamos saindo por aí com o carro da minha mãe. Estávamos prestes a completar 15 anos e queríamos curtir. Jannie bebeu tanto que não estava se aguentando em pé, então a convenci em levá-la pra casa, a coloquei no banco do passageiro, botei o cinto e corri para o do motorista.
Engoli em seco sentindo o nó se formar em minha garganta.
— Ela estava com muita raiva de ter ido embora, mas apenas me mantive calado. Jannie estava bêbada e por isso não estava falando nada com sentido. Até que ela começou a me bater, estava praticamente voando em cima de mim. Eu pedi pra ela parar, mas isso não aconteceu. Na verdade, foi completamente o contrário. Perdi o controle do carro e batemos em uma árvore, o airbag me salvou. Mas quando olhei pro lado, Jannie não estava. Ela tinha sido jogada pra fora do carro e foi quando percebi que ela estava esse tempo todo sem o cinto.
— Payton...
— Desde então Jacob me culpa pela morte dela e sempre fala que deveria ter sido eu, e todos os dias acordo e repito todas as vezes que não foi culpa minha. Mas para ser sincero, eu sei que foi. Poderia ter feito tudo diferente, ela poderia estar aqui. Mas não está. — finalmente eu tive coragem em olhar pra Hazel. — Lindsay era a melhor amiga de Jannie, ela sabe tudo que aconteceu e o que passamos. Ela é uma pessoa boa, apesar de que todos nos afastamos bastante, mas eu tinha esperança de tudo se ajeitar. Então ela começou a namorar Jacob e quando ela o traiu comigo, foi o ápice. Sabia que não tinha mais volta. Se ele já me odiava antes, com certeza odeia bem mais. — soltei uma risada seca. — Ela sabe de tudo que passei, ela presenciou isso junto. Sabe que a única pessoa que me ensinou pelo menos o que significava o amor e esperança, morreu. Bom, até que eu conheci você.
— Payton, eu não sei o que te dizer. — Hazel sussurrou ao meu lado, como se não tivesse forças o suficiente para falar algo. Eu a entendia. Mas se ela queria saber de tudo, eu tinha que contar.
— Não é só isso. — olhei para a mesma. — No dia que sua mãe faleceu, eu fui no enterro dela.
Hazel Willow me olhou confusa e claramente não entendia o que diabos eu fui fazer lá.
— Quando eu tinha 8 anos, minha mãe não tinha dinheiro o suficiente pra me dar uma casquinha de sorvete. E olha só que coincidência, sua mãe estava lá. Bem na minha frente juntamente com você nos braços. Talvez você não se lembre, até porque estava entretida demais conversando com o seu ursinho de pelúcia azul que se chamava Fred. Sua mãe pagou um sorvete de chocolate pra mim aquele dia, foi uma das coisas mais especiais que alguém fez por mim.
Hazel sorriu fechado, ela com certeza sabia a mãe incrível que tinha.
— Sempre achei que nunca merecia, mas nunca tive a oportunidade de agradecer. — sorri de lado. — Quando soube da morte dela, eu tive que ir. Então fiquei observando de longe, quando percebi que a criança que vi anos atrás com o ursinho azul nos braços, estava chorando nos braços das suas duas melhores amigas. E bom, foi a partir daí que passei a prestar atenção em você.
— Payton, eu realmente não imaginava isso. Eu sinto muito, de verdade. E olha, não se culpe pela Jannie, ok? Tenho certeza que ela não quer isso pra você, então tenta colocar na sua cabeça isso, sei que não é fácil mas...posso te ajudar com isso? — assenti com um sorriso extremamente bobo nos lábios. — A morte é uma droga, Payton. Quando perdemos alguém, cada consolo e cada abraço as vezes não ajuda. Por que a única coisa que aquela pessoa deixou na sua vida, foi um buraco que ela costumava estar. E o queremos é apenas sentir o toque dela de novo.
— Você é profunda. — sorri de lado. — Sua mãe tem muito orgulho de você, Hazel.
— E pode apostar que Jannie tem muito de você. — Hazel sorriu fraco.
Para a minha surpresa, a garota me puxou para um abraço. Ao sentir todo aquele toque sem dúvidas meu corpo todo estremeceu. Seus braços ao redor do meu pescoço e sua cabeça enfiada na curvatura dele me fez ter total certeza que Hazel Willow é especial.
Parece tão bobo, mas ela é simplesmente foda. Isso me irrita porque prometi pra mim mesmo que não iria sentir mais nada por ninguém. Mas o coração é um grande filho da puta.
— Hazel, sobre o nosso beijo...sei que não tivemos tempo pra falar sobre isso e eu sinto muito. — murmurei enquanto alisava seu cabelo.
— Não se preocupa com isso, podemos falar depois. — sorri de lado.
— Eu tenho que ir. Preciso me encontrar com os meninos.
Hazel assentiu e logo nos afastou me fazendo xingar vários palavrões que nem sabia que existiam, na minha mente. A loira se levantou e caminhou até uma das suas prateleiras, a mesma pegou uma caixa mediana e retirou algo dela.
Ela tinha um sorriso no canto dos seus lábios.
— Pra você.
Hazel me entregou o ursinho azul que estava em suas mãos. Um sorriso extremamente bobo surgiu em meus lábios.
— Pra você lembrar que merece todas as coisas especiais que ainda vão acontecer. — Hazel sorriu de lado, seus olhos estavam marejados. — Foi a minha mãe que me deu, mas você merece ficar com ele.
— Hazel, eu não posso aceitar. Pode ficar com ele. — estiquei minhas mãos que seguravam o ursinho em sua direção, mas Hazel bufou, empurrando as mesmas de volta.
— Payton, fica com ele. — a garota falou séria e apenas assenti, sabendo que não iria ter outro jeito pra recusar. — E lembre-se que você merece todos os dias um sorvete de chocolate.
Hazel soltou uma gargalhada e aquela com certeza foi a mais doce e linda que já ouvi. Me levantei enquanto caminhava até sua direção, meu polegar alisou levemente sua bochecha mas antes de qualquer coisa, deixei um leve beijo em sua testa. Mas querendo sem dúvidas alguma que fosse na sua boca.
— Até amanhã, Hazel.
Segurei com precisão o ursinho em minhas mãos e saí apressadamente para fora de sua casa. Destravei o carro e adentrei no mesmo enquanto tentava controlar a minha respiração e principalmente, o meu coração.
Posicionei Fred no banco ao meu lado e o encarei. Mas não pude evitar o sorriso em meus lábios.
— Tudo bem, Fred. Acho que temos muitas coisas pra viver pela frente.
E com isso encarei mais uma vez a casa da garota, onde ela estava me olhando através da janela. E assim que retribui o aceno, dirigi para casa de Bryce. Mas ainda sim, o sorriso estava em meu rosto.
É, eu estou fodido.
NOTAS
• Oi gente, quero agradecer imensamente pelos 3K! Estou tão feliz por isso e cada dia vocês me motivam mais. Espero que realmente estejam gostando dessa história, ela tá sendo o meu amorzinho.
• Quero agradecer também á Pano-de-Shawn. Sempre me apoia e me motiva bastante á continuar, além de me ajudar bastante com ideias e tudo mais. Obrigada, Yas. Você é incrível e obrigada por ser tão especial. Ily.
• Enfim, vocês são tudo pra mim, gente. E fiquem calmas, vai ter muito de Hazel Willow e Payton Moormeier ainda!
• Espero que gostem do capítulo, ele mexeu bastante comigo. Essa fic é bastante clichê, eu sei, mas me ajuda bastante no meu dia a dia. Espero que entendam isso!
• Fav e comentem bastante! <3
• Amo vocês. 🤍
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