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𝐟𝐨𝐫𝐭𝐲-𝐧𝐢𝐧𝐞: "that's what the family does"

» THIRD PERSON
terceira pessoa

Após Hazel se jogar no sofá de sua casa, a campainha tocou, fazendo a garota bufar estressada. Colocou uma almofada sobre sua cabeça e se encolheu no aposento enquanto escuta o som estridente da campainha soar altamente pelo local. Hazel grunhiu de raiva e se levantou, andando em passos largos até sua porta. Abriu a mesma e franziu sua testa ao ver o garoto em sua frente.

— Jackson? Oi! — a loira sorriu abertamente mas seu semblante demonstrava a confusão em seu rosto. — O que está fazendo aqui?

— Bom, eu...eu soube. — Jackson Felt coçou sua nuca. Ele estava nervoso, não sabia ao certo se Hazel ficaria brava ou triste através do seu olhar. — E por isso, como um bom meio-irmão, eu trouxe comida.

Sem mais nem menos, Jackson entrou na casa da loira que arregalou os olhos com tamanha audácia. A mesma fechou a porta com seu calcanhar e se virou para o garoto, que tirava as diversas comidas que estavam dentro da sacola plástica, jogando-as no sofá.

— Não precisava vir até aqui, mas obrigada. — Hazel sorriu de lado e logo se jogou em uma poltrona. — Como você soube?

— Eu te disse que no meu colégio Payton não tinha uma boa reputação, e apesar de tudo, ele é bem conhecido, então não foi muito difícil. — Jackson falou e rapidamente jogou uma barra de chocolate na direção de Hazel, que sorriu em forma de agradecimento. — Quer falar sobre?

— Eu falei e pensei tanto sobre isso nos últimos dias, que a única coisa que eu quero é falar sobre qualquer outra coisa. — disse Hazel, suspirando derrotada enquanto balança seus ombros. — Como está Brandi?

— Está ótima, apesar de que ás vezes o Greyson enlouquece a cabeça dela. Mas está bem. — Jackson falou, em seguida pegou uma boa quantidade de salgadinho no pacote e enfiou em sua boca. — Ela fala de você de vez em quando.

— Jura? — a loira franziu a testa enquanto devorava o chocolate.

— Juro! Mas ela se sente culpada, acha que o motivo da sua péssima relação com o Paul é culpa dela.

Hazel começou a tossir assim que se engasgou. Jackson se levantou apressadamente e deu leves batidas em suas costas, fazendo a mesma se recompor. A garota respirou fundo diversas vezes enquanto tentava se controlar.

— O único culpado é ele mesmo. — Hazel respondeu encarando o garoto. — Obrigada, achei que iria morrer depois de ouvir isso.

Jackson soltou uma gargalhada alta.

— É...no fundo ela sabe disso. — Felt respondeu diretamente, dando de ombros. — Eu soube que sua formatura será amanhã. — Jackson falou em um tom pensativo, encarando os quadros da casa de Hazel. Uma boa jogada para mudar de assunto.

— Cacete, você sabe de tudo! — Hazel arregalou seus olhos surpresa, Jackson deu de ombros a direcionando um sorriso debochado. — Mas sim, é amanhã.

— E então, está preparada pra dizer adeus? — ele perguntou ao observar a garota que comia seu chocolate em silêncio.

— Não...na real eu não sei. — Hazel suspirou. — É adeus ao colégio e ''olá'' para faculdade. Não tenho um minuto de paz.

Hazel soltou uma gargalhada fraca.

— Pra onde você vai? — Jackson perguntou curioso.

— Yale. — seu meio-irmão arregalou os olhos extremamente surpreso. — É, eu sei. Mas sou uma aluna extraordinária e a carta de recomendação ajudou.

— Isso é incrível, Hazel! Meus parabéns. —disse ele. — Vou poder dizer que tenho uma meia-irmã que estuda em Yale...será que posso colocar no meu currículo?

Jackson se levantou afobado e se abaixou abraçando a garota que soltava uma risada estrondosa após ouvir o que o garoto tinha dito.

— Obrigada, J. Talvez isso ajude em alguma coisa. — disse Hazel enquanto abafava seu riso em um sorriso fechado.

— Eu espero que você não se esqueça de mim enquanto estiver lá. Mesmo que tenhamos nos aproximado agora. — Jackson falou, sorrindo de lado.

— Não irei.

A loira mordeu seu lábio inferior tentando esconder seu nervosismo ao pensar que estava prestes a fazer uma pergunta.

— Mas vem cá...Você quer ir na minha formatura? Seria bom ver um rosto conhecido pelo menos pra aplaudir quando eu for chamada. — Hazel sorriu. — Minha mãe não está aqui pra fazer isso, então...

— Achei que nunca iria me convidar! — o garoto fez uma dança de comemoração, fazendo Hazel Willow gargalhar alto. — E se duvidar eu vou levar um microfone só pra saber que estou torcendo por você.

— Por favor, não. — Hazel balançou sua cabeça de um lado para o outro com seus lábios comprimidos em uma linha fina. — Já basta os olhares que vou receber depois de tudo que aconteceu.

Jackson a encarou tristonho, apesar da pequena intimidade e conhecimento sobre Hazel, ele sabia muito bem que a garota amava bastante seu colega. Sabia que talvez, ele tenha sido seu amor épico. E sabia que estava quebrada depois de saber sobre tudo que viveu com ele nesses meses.

Ele sabia que Hazel Willow estava machucada.

— Olha...não queria tocar no assunto, mas você sabe que não pode ignorar o Payton pra sempre, né?

Hazel suspirou, se afundando ainda mais na poltrona e se entupindo de chocolate.

— Será? — a garota perguntou e logo olhou para Jackson. — Será mesmo que não posso?

— O que eu quero dizer é, você vai pra faculdade passar um bom tempo longe daqui. Vai por mim, você não vai querer ir embora sem se despedir. — Jackson deu um meio sorriso na direção de Hazel.

— Sabe, até que é legal ter um ''meio-irmão.'' — a Willow falou, fazendo Jackson Felt sorrir alegremente. — Obrigada por hoje, Jackson.

— É isso que a família faz.

Jackson Felt sorriu de lado enquanto observava o pequeno sorriso de canto que surgiu nos lábios rosados de Hazel Willow. Ele sentiu no dever de ir ver como ela estava. Sentiu no dever de comprar doces e salgados para ela. Ele não entendia o que estava se passando dentro da cabeça dela, mas sabia que todos seus pensamentos voltavam á aquele dia.

Apesar de terem se conhecido a pouco tempo, Jackson queria ser presente em sua vida. Queria ser um amigo pra ela. Queria ser o cara que ela pudesse desabafar quando teve uma desilusão amorosa. Ele queria ser um irmão para Hazel. Jackson sabia que ela era fechada demais pra dar o primeiro passo, então, ele fez.

Mas não podia negar que depois da casa da garota, ele foi ver Payton.

— Jackson? Quanto tempo! — Joanne Moormeier falou alegremente ao observar o garoto em sua frente. — Nossa, você cresceu, garoto!

— É um prazer revê-la, Jo. — Jackson abraçou a mulher brevemente. — O Payton está em casa?

— Está no quarto querido, ultimamente ele está vindo por lá! Vê se consegue tirar ele do quarto. — Joanne deu um sorriso fechado e abriu espaço para o garoto entrar.

Jackson agradeceu e não demorou muito para subir as escadas em passos largos. Ao parar em frente ao quarto de Payton, bateu três vezes na porta.

— Mãe, não quero comer agora. Daqui a pouco eu desço!

A voz rouca, cansada e embargada de Payton foi escutada através da porta.

— Sou eu, Jackson Felt.

Jackson respondeu calmamente enquanto aguardava ansiosamente por uma resposta.

— Entra.

Após a permissão de Payton, Jackson abriu a porta lentamente e arregalou seus olhos ao se deparar com a bagunça que estava o quarto do Moormeier. Roupas espalhadas pelo chão, sapatos, calças, livros, quadros, tudo. Estava um caos. O olhar assustado de Jackson caiu sobre o garoto de cabelos bagunçados enfiado em meio as cobertas.

Felt caminhou lentamente até uma poltrona perto da cama de Payton e se jogou nela, permanecendo calado.

— O que está fazendo aqui? — Payton perguntou tirando sua cabeça debaixo da coberta, dando uma visão do seu estado físico.

— Vim ver como você está. — Jackson cruzou seus braços encarando o amigo.

— Acho que já viu demais. — Payton murmurou, se virando com sua barriga pra cima. — Estou péssimo, Jackson.

— É, eu estou vendo. — disse Felt enquanto analisava o garoto. — Eu acabei de sair da casa dela. Ela não está diferente.

Payton permaneceu com seus olhos vidrados no teto.

— Eu a machuquei. Eu prometi pra mim mesmo que nunca faria isso, eu prometi pra ela! Essa era a última coisa que eu queria que acontecesse, Jackson. — disse Payton, o mesmo fungou enquanto tirava um urso azul debaixo de sua coberta. — Eu estraguei tudo.

— Todo mundo erra, Payton. Vai falar com ela, cara. — Jackson falou. — Ainda dá tempo.

— Hazel não está preparada pra me ver e eu não sei quando estará. — Payton alisou o ursinho. — Ela foi a melhor coisa que me aconteceu, e eu a perdi.

— Para com isso, Moormeier. Você não a perdeu. Hazel te ama e se você realmente a ama, você vai salvar o seu relacionamento. — disse Jackson.

— Como salvar o que eu já perdi? — Payton perguntou pensativo.

— O que foi perdido? — Jackson retrucou.

— Ela. — Payton respondeu. — Eu perdi a Hazel, Jackson. Eu perdi a minha garota.

Jackson permaneceu calado, assim como seu amigo, que tinha seu maxilar travado e sua mente em um turbilhão de pensamentos. Ele não queria desistir dela. Não queria aceitar que a perdeu. Ele queria lutar por ela.

Mas na maioria das vezes, nem sempre conseguimos o que queremos.

NOTAS

FELIZ 2021 GENTE!!!!!!!!
espero que esse ano seja bem melhor do que 2020. espero que continuem comigo esse ano! amo vocês, contem comigo pra tudo! <3

• e vei, muito obrigada pelos 138k, isso é tão surreal pra mim! serio, essa história no início era só um passatempo pra mim, mas ao longo do tempo se tornou tão especial. obrigada por isso!

• enfim, como vocês estão? eu to tão sumida q parece q to morando numa caverna KSKSKSKSKSKS, mas ta sendo bom pra mim :)

• espero que gostem dessa aproximação do Jackson com a Hazel! vai ser importante <3

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