🕷 19 | o fim é apenas um começo
- Jessamine? - Jeremy questionou ao atender a chamada, sendo encarado por todos da sala. - Filha? - novamente o homem de quase quarenta anos perguntou.
- Oi pai. - Jessamine respondeu e todos da sala suspiraram aliviados. A irmã da garota, Jesselina, foi para perto de seu pai, junto a Peter, James e Johnny, enquanto o restante do Quarteto Fantástico tentava rastrear a ligação.
- É tão bom ouvir a voz dela, meu Deus. - O Harlow comentou. - Parece que faz anos que não ouço a voz de Jessamine.
- Ela não parece machucada. Ainda bem. - O Brock comentou e todos assentiram.
O Parker mechia em suas mãos rápido, nervoso e ansioso. Queria saber onde sua ex-namorada estava, onde sua garota perfeição estava e não deixá-la sair nunca mais de perto de si.
- Você está bem, meu amor? - Jeremy perguntou, preocupado. - Harry e Victor estão te machucando?
- Estamos sendo os melhores sequestradores possíveis. - O Von Doom respondeu brincalhão por ela e Peter pôde jurar que Jesselina e James ficaram vermelha de raiva.
Eddie teve que controlar para que seu parasita, Venom, não saísse de seu corpo e se revelasse ali mesmo. Apesar de se conhecerem a pouco tempo, o alienígena considerava a irmã de seu humano como sua irmã também, uma irmã chata, irritante e que o chamava sempre de "parasita, mas sua irmã.
- Se vocês tocarem num fio de cabelo da minha filha, eu não respondo por meus atos. - Jeremy ameaçou e seus punhos se fecharam, Jesselina agarrou o braço de seu pai e tentou acalmá-lo e a si.
E antes que Victor pudesse responder, Jessamine disse de imediato. - Pai, eu preciso de um favor. - mudou de assunto antes de tudo se esvair e uma confusão se formar.
- Claro, meu amor. O que precisar! - respondeu.
- Você está no viva voz?
- Sim.
- Ela realmente achou que ela ligaria e não estaria no viva-voz? - Johnny perguntou.
- Silêncio, idiota! - Jesselina bateu no ombro do Storm, que logo exclamou um "Aí, sua bruta". Jessamine teve que rir.
- Eu preciso que ligue para meu irmão Eddie.
- Não precisa, eu estou aqui, irmã. - O Brock se aproximou de Jeremy e logo pegou o celular, a respondendo.
A Lewis suspirou, ansiosa e com medo. - Certo, isso é bom. Muito bom. - ela olhou para Victor. - Eu preciso que você, Eddie, venha aqui onde estamos.
- Sozinho. - O Von Doom completamentou. - Sem qualquer herói, principalmente o Homem Aranha e o Quarteto Fantástico.
- E com o parasita. - Jessamine diz.
- Parasita? Que parasita? - James perguntou.
- Parasita? Ela quer trazer um bicho? - O Storm perguntou e Brock, junto ao Richards, se entreolharam. Ele era o único da sala que sabia sobre Venom, exceto Eddie.
- Por favor, irmão. - pediu Jessamine.
- Temos que ajudá-la, Eddie. - Venom disse dentro do corpo do Brock. - Não podemos deixá-la morrer, você ficou muito tempo sem contato com suas irmãs e eu gosto dela, não sinto vontade de comê-la.
- Eu sei. - sussurrou em resposta, logo passando as mãos por seus cabelos em um ato de nervoso. Balançou a cabeça e voltou para a ligação, ignorando os olhares de confusão entre todos, exceto Reeds. - Só me passa o endereço e eu vou estar aí.
- Obrigado.
- Jessamine? - James roubou o celular de Eddie.
- Oi James, o que foi?
- Eu e o restante de nós, te amamos e vamos te salvar. - Afirmou, fazendo Victor rir. - Te prometo.
Jessamine sentiu algumas lágrimas saírem de seus olhos e sua voz ficar trêmula. - Eu também amo vocês. - disse chorosa, com medo de seu plano não dar certo e que ela ou alguém deles morressem. - Todos vocês. Eu amo muito, muito.
Peter sentiu seu coração se quebrar e por um instante quis retribuir o "eu te amo" da Lewis.
Victor revirou os olhos, afastando o celular de longe dela e caminhando para passar onde eles estavam e onde Eddie deveriam se encontrar com o Osborn e ele. O Brock suspirou e olhou para "o Coisa". - Me diz que você conseguiu, me diga que achou ela?
- Eu encontrei ela, porém o que vamos fazer? - olhou para Reeds, que ajudava sua esposa grávida. - Não temos plano e a única coisa que temos é Venom, apenas.
- Temos que ter um plano. - Johnny diz, sem brincadeira. É a vida de sua amiga que estava em risco, não queria perdê-la.
- Um plano muito bom e que funcione. - Peter afirma, tentando pensar em algo e que os ajude. Todos os super heróis da sala ficaram em silêncio e tentando bolar algo, enquanto isso Jesselina se sentou ao lado de James e deitou sua cabeça no ombro do garoto. Juntou sua mão com a do Harlow, seu namorado, pensando em sua irmã, ela odiava estar tão vulnerável assim e se pudesse, estaria no lugar da caçula. A Lewis odiava estar sem saber o que fazer principalmente quando a vida de sua irmã estava em risco.
Odiava saber que Harry e o pai biológico da garota, Victor, estavam pondo a vida dela em um grande perigo e a ameaçando.
Jesselina queria matar o Osborn e o Von Doom.
- Peter parece bem empenhado em ajudar o Quarteto Fantástico. - a Lewis observou, encarando o Parker e seus outros amigos.
- É claro que ele está, ele é o namorado da sua irmã. Está desesperado. - O Harlow afimou, fazendo um carinho na mão da garota ao seu lado. - Eu também ficaria assim caso você fosse sequestrada, mas estou muito assustado e com medo por Jessamine. Estou com medo que ela não...não...não.... - Não conseguiu terminar de falar por que não queria pensar em caso a garota, a sua melhor amiga, a sua irmã caçula, não sobrevivesse e estivesse ao seu lado.
- Não podemos pensar desse jeito, ela vai voltar. - Afirmou com convicção. - Minha irmã vai voltar para a gente, James. - olhou em direção a Peter e o grupo de heróis, todos concentrados. Eles tinham que ter um ótimo plano, se não, a jovem adulta faria o seu plano e faria de tudo para salvar a irmã das garras de Victor e Harry.
Ela não se importava em sujar suas mãos, se sua irmã caçula estivesse a salvo e com ela.
Algum tempo depois, Jessamine estava com seu pai Victor e Harry em um outro lugar, na varanda do prédio de o loiro e da família do Osborn esperando por Eddie. Eles não estavam mais num prédio sem espaço e perto de uma antena. A garota logo reconheceu onde estava, era perto do centro de Nova York, o que instigou sua curiosidade pois a fez pensar em que, qualquer que fosse o plano dos dois, eles esperavam ter plateia, uma audiência para os ver e provavelmente matar seus amigos.
A Von Doom olhou para seu pai, tentando ignorar o aperto em seu peito e pensando nas últimas palavras do mesmo a ela. "- Se me permite perguntar, qual promessa ela te fez? - questionou curiosa. - Ela te fez jurar que seria um empresário e que logo você iria virar um vilão. - brincou com ele.
- Não, mas seria engraçado, não? - A Lewis assentiu. - Bom, o ponto é, que ela me fez jurar que, eu, ao ter uma filha menina, eu daria seu nome em sua homenagem. - a encarou seriamente. - E sua mãe sabia.
- Minha mãe sabia dessa promessa? Uau! - exclamou. - Então ela copiou o nome da sua vó ao me dar meu nome, nossa.
O homem respirou fundo. - Na verdade, ela cumpriu a minha promessa sem eu saber. Ela me deu uma filha e colocou o nome de minha falecida vó nela. - a garota abriu sua boca e arregalou os olhos. - Jessamine Von Doom, a herdeira das empresas Von Doom e minha única filha. - disse sorrindo."
Ela era filha dele. Jessamine não era filha de Carl Brock. Não era irmã de Eddie. Não era filha de Jeremy Lewis. Não era uma Lewis. Ela era uma Von Doom. Filha de Victor Von Doom, o vilão Doutor Destino do Quarteto Fantástico. Filha de um vilão.
A garota suspirou e logo voltou a encarar suas mãos presas por uma corda apertada e bem amarrada. Nessas horas ela queria ter feito um curso de desamarrar nós facilmente.
- Você está estranhamente quieta. - O Osborn comentou, se aproximando da garota e a olhando de cima a baixo. Ela revirou os olhos.
- Não tenho nada para dizer. - respondeu. - E também não é como se eu estivesse aqui, por pura vontade própria e não sequestrada.
Harry riu pela acidez da garota. - Seu papai não te educou que é feio ser uma garota má? - olhou para Victor, esperando uma reação dele, mas não veio nada. Ele estranhou.
- Não sei, Carl morreu e era um péssimo pai, Jeremy sempre me ensinou a lutar pelo o que eu acredito e não levar desaforo para casa e o meu pai biológico... - olhou para o Von Doom. - Eu acabei de descobrir, então, ainda não tivemos tempo de ter aquelas conversas de pai e filha, mas logo teremos.
- Então ele te contou? Interessante. - comentou Harry, sorrindo.
- E o seu, pai? - perguntou. - Ele está falando com você do inferno, Harry? O que ele te ensinou antes de morrer? - perguntou ela, fazendo Harry ficar irritado. Ela sorriu. - Ele te ensinou como ameaçar as pessoas? Ou com quem ele fala quando quer matar alguém....
O Osborn não deixou ela continuar, pois no momento seguinte ele estava com a mão no pescoço da garota, o apertando e a olhando com seus olhos vermelhos e muito furiosos. - Não. Fale. De. Meu. Pai. Jessamine. - ele a ordenou pausadamente, soltando seu pescoço e logo saindo de perto da antiga amiga.
Victor olhou para a filha, com as sobrancelhas arqueadas e muito curioso. Ele não estava entendendo e nem sacando qual era o plano da garota e seus próximos movimentos. - Você é difícil de se ler. - comentou a ela, que sorriu em resposta.
- E você é um péssimo pai. - restrucou.
Um tempo depois Eddie estava no prédio na sala, ansioso e ignorando os comentários de Venom de dentro de si. Ele falava em como estava ansioso para matar Harry e comer toda sua carne, salvar a sua irmã era uma das prioridades da missão e do plano, mas o Brock ainda estava com medo de o que o pai biológico de Jessamine estava tramando.
- Você veio. - O Osborn comentou, o olhando de cima a abaixo e procurando qualquer objeto, vestígio de Venom, o parasita que podia salvá-lo, de acordo com a Lewis.
‐ É a vida de minha irmã em jogo, eu faço de tudo por ela. - respondeu ele com uma falsa confiança.
Harry sorriu, negando com a cabeça e se ajeitando na mesa. - Sabe que ela não é sua irmã legítima né? Ela é filha de Victor Von Doom, o Doutor Destino, um vilão.
- Não importa, ela ainda é minha irmã.
- Um idiota. - ele resmungou, com um pingo de inveja por dentro pois ninguém faria isso e o que estão fazendo por Jessamine por ele. O Osborn balançou a cabeça e logo focou no que estava acontecendo a sua frente. - Então, trouxe o parasita que ordenei? - o questionou.
- Sim, eu trouxe.
- E onde está? - arqueou as sobrancelhas.
- Em meu corpo. Ele não pode ficar em contato com a atmosfera, então fica dentro de mim.
Harry estranhou. - E como vamos tirá-lo de você? Terei que matá-lo também para isso? - O Osborn brincou, e o que fez Eddie ficar mais sério.
- Não, ele sairá por vontade própria.
- E isso é possível?
- Tudo é possível, Harry. Você já deveria saber disso. - Jessamine disse chegando na sala, ao lado de Victor. Ela reparou em Eddie e logo sorriu, com seus olhos cheios de água, e foi em direção a ele, o abraçando apertado. - Eddie! Você veio! - exclamou sentindo o calor do corpo do mais velho com o dela, era como sentir o cheiro de grama e de uma comida recém feita. É um cheiro de conforto, de casa.
- É claro que eu vim, irmã. - ele sorriu em resposta e a apertou em seus braços, olhando para Harry e Victor que os encaravam de volta sem feição alguma e pareciam emburrados. - Você é minha familia, eu vou fazer e faria de tudo por Você.
- Eu te amo, irmão.
- Eu também te amo, irmãzinha.
Harry revirou os olhos e fingiu uma tosse seca, indo até eles dois e os separando. - Então, vamos parar essa cena super melosa de novela e filme de romance e vamos ao mais importante e principal. A minha cura. O parasita. - Eddie e Jessamine se olharam expressando a mesma mensagem, ambos estavam com medo e aflitos do plano dar errado. - O que estão esperando? Façam!
A Lewis assentiu e suspirou, indo até onde o Osborn estava e se posicionando atrás dele. O Brock se aproximou e se posicionou na frente do jovem. - Isso vai doer. - ele avisou ao loiro.
- Mais do que já está, impossível.
A garota olhou para o irmão uma última vez e logo em seguida, olhou para Victor, que os observava e então assentiu para Eddie fazer. E então, o corpo do humano começou a se transformar em uma gosma preta e escura e o rosto do homem começou a ficar diferente. Venom estava tomando forma, na frente de todos eles e assustando os vilões.
A Lewis sentiu que o corpo de Harry, estava a ficar tenso e com medo que ele fugisse e rejeitasse, Jess pegou sua mão e a segurou. - Vai ficar tudo bem. Não vai doer nada, essa é a sua cura Harry. Tudo vai ficar bem. - o confortou, claramente mentindo a ele e logo em seguida, o que aconteceu foi rápido e o que deixou Von Doom sem reação alguma.
O "parasita", Venom, se transformou por completo, sorriu em direção a garota e logo abriu sua boca e arrancou e comeu a cabeça de Harry e logo a cuspiu. - Que humano com gosto ruim! Eu já comi melhores viu, ew. - comentou observando o corpo do rapaz, agora sem vida, cair em sua frente. Jessamine soltou a mão dele rápido e o observou em sua frente.
Ela se agaichou e mordeu seus lábios, não querendo ver aquilo, mas sabia que era necessário ver, infelizmente. - Me desculpe, mas foi necessários Harry. Você ia me matar e matar meus amigos e minha família. - ela se levantou e caminhou ao lado de Venom, encarando seu pai, que batia palmas e sorria. - Por que está tão feliz? Seu parceiro morreu!
- Eu não estou feliz por causa dele, filha, eu estou feliz por que, apesar de não ter a criado, você ainda tem meu sangue e jeito. - se aproximou dela. - Você é muito inteligente e isso tem a ver comigo. Pode se considerar uma boa pessoa, que até agora não tinha feito nenhum mal a ninguém, mas você tem um toque de maldade no olhar, isso é meu.
Jessamine tocou em Venom, o impedindo de atacar o Von Doom e se aproximando do homem. - Quando eu fui até você, em sua prisão, você me disse a mesma coisa. - se lembrou. - "Você tem a feição angelical de sua mãe, mas no fundo, bem no fundo, você tem um pouco de maldade. Isso é de seu pai." - ele concordou. - Já sabia que era meu pai biológico? - assentiu. - Por que não me contou naquele momento? Queria me sequestrar primeiro para depois me contar.
Victor riu, negando com a cabeça. - Por que eu sabia que, se lhe contasse a verdade, você não ia contar a seu amigo sobre a morte dos pais dele. Aliás já pode contar a Susan para parar de esconder eles e os fazer aparecer, eu já percebi que eles estão aqui a algum tempo. - comentou e então Jessamine olhou para Venom, que sorriu sem graça, e então Peter, de Homem-Aranha, e o Quarteto Fantástico apareceram ali na sala onde estavam. A garota arregalou os olhos surpresa, eles estavam ali o tempo todo?
- Como você nos descobriu? - O Parker logo questionou ao homem. - Estávamos quietos.
- Ouvi Johnny xingar quando derrubou algo. - deu de ombros e voltou a olhar para sua filha. - Jessamine.... - tentou tocá-la, mas ela se afastou.
- Você queria que eu descobrisse sobre a morte dos pais de Peter, as mortes de minha mãe e do pai de Eddie, os crimes de Norman e Harry. - assentiu. - Queria que eu soubesse a verdade, a minha verdadeira história, mas porquê? Que lucros isso teria para você?
- Ele ajudou você para tentar ser livre. - O Storm comentou, com raiva e quase indo para cima do mesmo, mas Susan o parou. Não era assunto para eles, era apenas assunto de Jessamine e de seu pai biológico.
- Não, não é isso. - comentou a garota se aproximando dele e ficando a milímetros de distância dele. Ela o observou por um todo e então notou, logo comentando: - Em nenhum momento em que estive aqui, contra minha vontade, e com Harry, você usou seu poder, apenas a sua voz e sua aparência de vilão, por quê?
Victor assentiu, ainda sorrindo. Sua filha tinha alguns traços dele que ela pode não saber ainda, mas tinha. Ela ser observadora era um deles. - Meu tempo de vida neste mundo se acabou, não tenho mais propósitos pendentes aqui. - Afirmou. - Você era a minha última pendência, Jessamine.
A adolescente riu sem humor, balançando a cabeça. Ela estava perdendo o controle sobre si.- Eu sou sua filha, seu sangue, sua herdeira, então por que ajudou ele? - apontou para o corpo do Osborn, sem vida. - Por que ajudaria alguém que matou seu grande amor e ajudou a sequestrar a sua filha?! Me diga, pois não faz sentido. Nada mais faz sentido. - ela gritou sentindo seus olhos se encherem de lágrimas. - Ele matou minha mãe, matou os pais do Peter, matou o pai do meu irmão e mais não sei quantas pessoas. Ele iria me matar! Matar meus amigos! Matar minha família! Minha verdadeira família.
- Ele não iria, eu o impediria...
Jessamine riu sem humor, novamente. - Você em nenhum momento demonstrou isso. Não tinha poder! Você é apenas um fantoche nos jogos sanguinários do Harry, como impediria ele de fazer isso e outras coisas? - perguntou ela incrédula. - Meus pais estão mortos, os pais de Peter e várias pessoas estão sem vida por sua causa e você quer que eu acredite que você iria me salvar e que esse era o seu plano desde o início? Não seja tolo, eu não sou burra. - respirou fundo, olhando uma ultima vez para os seus amigos heróis e deu as costas e saiu dali ignorando qualquer sinal, chamado, de sua família e seus amigos.
Ela queria estar com eles, no começo e quando achou que ia morrer, mas agora, ela só queria sua cama e apenas sua companhia.
Alguns dias haviam se passado e Jessamine não havia feito nenhum contato com ninguém, não por opção deles mas por opção ela, Jess não havia respondido ninguém e nem havia ido ao funeral de seu ex-amigo Harry Osborn. Ele havia a sequestrado e a ameaçado, ela não precisava ir, ela não queria ir e ninguém a obrigaria a ir.
A única pessoa que ela havia falado, no dia que virou as costas a sua família, havia sido seu pai falando que queria ficar sozinha e sem falar com ninguém por alguns dias. O mais velho entendeu e apenas a abraçou forte, deixando ela soltar todo o choro que prendia dentro de si. E apesar de Jesselina e James ficaram chateado, eles entenderam.
A cabeça da garota estava uma grande bagunça, havia descoberto muita coisa a muito tempo escondida e não sabia mais quem era ou quem não era. Ela precisava de um tempo para descarregar tudo o que sentia e que a magoava. Victor após ver sua filha ir embora, se sentiu fraco e suas pernas falharam, ele caiu no chão sentindo-se a pior pessoa do mundo e pensado que podia ter feito escolhas diferente, podia ter sido um pai melhor e por pouco tempo, não ter sido um vilão.
O homem após ser detido pelo Quarteto Fantástico, enviou todas as provas contra o Osborn falecido e os crimes cometidos por ele e seu pai para a polícia e imprensa, inclusive o que ele havia feito com Jessamine, tudo. Expôs tudo. Tudo. E também declarou a garota como sua única herdeira e decidiu que sua hora, realmente, havia chegado, pediu perdão a todos e se matou em sua cela, usando o que tinha ali e surpreendendo a todos ninguém esperava que ele fizesse o que fez, mas Reeds, de certa forma, já imaginava.
Diferente do que pensavam, Jessamine foi até o enterro e funeral do Von Doom, de seu pai biológico. Ela não chorou, não falou com ninguém, apenas deixou uma rosa no túmulo do homem e foi embora, no mais completo silêncio. Sem antes de trocar olhares com seu pai, Jeremy, e o garantir que estava "bem". Ela não estava dormindo em sua casa, ela estava ficando num apartamento de sua mãe adotiva, Samantha, sozinha e não ia para escola pois todos já sabiam de quem ela era filha e o que havia acontecido com ela.
Todo a Internet falava do Osborn, do Quarteto Fantástico, dela e Victor. Ninguém falava de mais nada a não ser aquilo e ela não queria ser o centro de atenção no momento. Jess só queria uma coisa e essa coisa era difícil de se conseguir, paz.
Mais alguns dias se passaram até que ela fosse vista novamente por toda a sua família e seus amigos, era a formatura de sua turma e ela podia ir e também não podia ir, o diretor da escola dela conversou com Jeremy, o pai, e disse que a entendia sobre o tempo que estava tirando para si, mas ela ainda foi até a sua formatura e a de seus amigos para a surpresa e alegria de todos eles, pois além de se formar ela ainda seria a estudante escolhida a falar o discurso final e motivador para seus amigos, familiares e colegas.
Peter quando a notou, ficou de boca caída pois Jess estava linda, usava um macacão azul escuro com os braços transparentes e bolinhas de cor azul, só que num tom mais claro, um cinto de couro marrom e seu cabelo estava solto com tranças na parte de cima da testa. Ela estava muito linda, uma princesa. Ela estava perfeita. A garota perfeição. E naquele momento o coração do rapaz começou a bater mais rápido e ele ter a certeza que a amava mais que tudo e que ele estava com muitas saudades dela e de eles dois juntos. Numa havia passado mais de dois dias sem contato algum com Jess e já fazia mais uma de uma semana sem vê-la e sem ouvi-la. Ele sentia saudade de tudo nela.
Jessamine sorriu sem mostrar os lábios para todos da plateia, seu pai Jeremy, sua irmã Jesselina e seu irmão, Eddie Brock, o Quarteto Fantástico e tia May estavam ali junto a seus colegas de escola, os familiares deles e os professores. Ela ajeitou sua beca e seu chapéu, tentando não bagunçar muito seu cabelo e seu penteado.
- Se você não quiser falar, está tudo bem. A escola entende. - o diretor falou para ela, lhe estendendo o microfone em suas mãos.
- Está tudo bem. - ela assegurou a ele. - Eu posso falar, posso fazer isso, eu tenho esse discurso pronto a alguns meses de qualquer maneira. - E então o homem assentiu e a deu o microfone, dando espaço para ela passar e ficar no centro do palco. Ela respirou fundo e olhou para a plateia, sorrindo. - Boa tarde a todos, eu espero que estejam animados com esse novo ciclo de nossas vidas e que com toda a certeza será cheio de surpresos e de coisas boas. Eu sei que todos pensam que somos imortais. Era para ser assim. Estamos nos formando, mas como nossos vários anos de colegial, o que torna a vida valiosa é não durar para sempre. - disse séria. - O que a torna preciosa é que ela termina. Sei disso agora mais do que nunca. - sorriu triste, se lembrando de seu pai biológico e Harry. - Hoje é especial para nos lembrar que tempo é sorte, então não desperdice tempo vivendo a vida de outro. Viva a sua! Faça a sua valer alguma coisa, lute pelo o que se importa, pelo que acredita e pelo que é, realmente. Seja o que for, porque mesmo que tenhamos dúvidas, não tem jeito melhor de viver. - ela olhou para sua família, de longe e continuou a sorrir. - É fácil se sentir esperançoso em um lindo dia como hoje, mas haverá dias sombrios a nossa frente. Dias em que você se sentirá sozinho, e é nesses dias que precisamos de esperança. Não importa o quão ruim fique ou o quão perdido você se sinta, me prometa que terá esperança. Mantenha-a viva. Temos que ser maiores do que o que sofremos. Meu desejo para você é que se torne esperança. As pessoas precisam disso. - olhou para sua antiga amiga Mary Jane, que estava sozinha por que seus familiares não tinham vindo. Sorriu acolhedora para ela. - E mesmo se falharmos não há forma melhor de viver. - olhou para todos da plateia. - Aqui, hoje, para todas as pessoas que nos ajudam a formar quem somos, e para finalizar, eu sei que parece que estamos dizendo adeus, mas carregaremos cada um de vocês em todas as coisas que fizermos e para nos lembrarmos de quem nós somos e de quem deveríamos ser. Eu passei ótimos anos com vocês, eu vou sentir muito a falta de todos. Tenham uma ótima vida e não percam a esperança! Sejam suas melhores versões de si mesmos! Obrigado.
E então, todos os estudantes, incluindo a Von Doom, jogaram seus chapéus em direção ao céu e comemoraram que haviam se graduado. Uma nova fase havia começado na vida de todos os estudantes, a fase escolar havia se acabado, terminado.
A garota sorriu espontaneamente por ver todos felizes e alegres, estava contente por eles, mas logo saiu de cima do palco, do centro e foi em direção a saída do prédio, não queria se despedir de ninguém pois sabia que ela logo choraria e Jessamine odiava despedidas.
- Jessamine! Espere! - uma voz masculina atraiu a atenção da garota, que franziu o cenho e olhou para trás. Era Peter, vindo em sua direção e ofegante pela corrida. Ele parou a milímetros de distância da garota, se abaixou e colocou as mãos no joelho, respirando rápido. - Nossa, eu cansei! Eu não sabia que estava tao sedentário assim, mas para que tanta pressa? - perguntou a olhando.
- Eu quero ir embora. - respondeu. - Jeremy já tem meu diploma em mãos mesmo, de qualquer maneira. - deu de ombros.
- Eu pensei que você fosse ficar para a festa.
- Não, eu não vou. - respondeu seca. - Não estou com ânimo e nem vontade para festas.
Peter soltou um "Ah!" desapontado e respirou fundo, se levantando e se aproximando mais da garota, que deu um passo para trás. - De qualquer maneira eu queria pedir desculpas por gritar com você naquele dia, sobre a morte de meus pais eu estava fora de mim e você não tinha culpa. - Jessamine assentiu.
- Tudo bem, Peter, eu te perdôo. Eu tinha uma parcela de culpa, eu sabia a algum tempo já e não te contei por medo.
- Você não tinha e nem tem culpa, Jessamine. - afirmou novamente, tocando as mãos da garota e a encarando seriamente. - Você tentou cuidar de mim e sabia que a morte dos meus pais era um tópico sensível, mas isso não importa mais pois já passou. Tudo foi resolvido, certo?
- Sim, tudo foi resolvido, Peter. - Jessamine respirou fundo, soltando suas mãos da dele. - E de qualquer maneira acho que foi bom nós terminarmos pois aquilo era errado e não daria certo.
O Parker arregalou os olhos e abriu a boca surpresa. - O nosso amor não é errado, Jess.
- Sim, ele é. - suspirou. - Você é o herói e eu sou filha de um vilão, isso é errado e não dá certo em nenhuma história. Alguém sempre se ferra no final de tudo e nunca tem um final feliz.
- Você está errada, a nossa história não vai terminar assim. Ela foi escrita nas estrelas, cada detalhe, cada briga idiota, cada palavra, tudo. Estamos destinados desde pequenos. - juntou sua mão com a dela, novamente, e a puxou para mais perto de si e de seu corpo. - Você sabe como nós vamos acabar, eu sei como, juntos. Jessamine nós vamos ficar juntos no final, pois você é a minha garota perfeição e eu sou seu garoto errado, o seu problema e você a minha solução. - Peter sorriu sincero, aproximando seu rosto do dela e o tocando com uma de suas mãos.
- Peter.....
- Nós somos endgame e eu te amo, garota perfeição. Eu sempre te amei e sempre te amarei, Jessamine. Eu sou a letra e você a melodia e nós vamos cantar a nossa música todos os dias. - E então, de repente, o Parker juntou seus lábios ao dela num beijo lento, sem pressa e com muitos sentimentos em jogo. Amor. Paixão. Desejo. Esperança e o término de um capítulo na história dos dois e o começo de um novo capítulo deles dois.
Um capítulo sem mais segredos, mais fortes e sem o passado para interferir no presente e o futuro deles dois.
O amor de Jessamine e o Parker era da cor vermelha e parecia fraco e frágil, em alguns momentos foi, mas ele se renovou, renasceu das cinzas e evoluiu para um amor dourado como a luz do dia, os raios que o sol emana. Indestrutível, poderoso e que sempre esteve ali, nos piores e melhores momentos deles dois.
Quando ambos se soltaram após alguns minutos se beijando, eles se encararam ainda muito próximos e Jessamine juntou sua testa com a dele e fechou seus olhos, apenas sentindo e aproveitando a presença de Peter.
- Eu.... - respirou fundo. - Eu também te amo.
O Parker sorriu, espontâneo. - Eu sei, Jess.
- E por isso, eu sei que não podemos ficar juntos por agora por que não estou em meus melhores dias. - confessou. - Eu estou uma bagunça, eu preciso de um tempo para tudo e eu espero que entenda isso.
O jovem assentiu, a puxando para um abraço apertado e então sussurrou: - Leve o tempo que precisar, não se preocupe, pois quando voltar meu coração ainda pertencerá a você. Ele sempre foi seu de qualquer maneira, Jess.
- Obrigada. - agradeceu apertando o corpo de Peter, ela sentiria saudades dele e de todos, mas sabia que era necessário tirar aquele tempinho para si. Seu corpo estava parecido como uma tempestade de raios em dias nublados e cinzentos. E quando os dois se soltaram, demoraram mais alguns segundos até finalmente se separarem de verdade e a garota sair de sua escola, sem olhar para trás.
Jessamine iria passar algum tempo em Paris com sua mãe adotiva Samantha e seu voo estava marcado para aquela tarde.
Seu pai, sua irmã Jesselina, seu melhor amigo James e todos de importante para a garota já sabiam e esperavam que ela tivesse a melhor viagem de todas e voltasse melhor.
Peter ficou a olhando sair, com um sorriso em seu rosto, até que ela desaparecesse e quando não a viu mais, deu as costas e foi em direção a onde sua tia estava, junto aos outros parentes de seus colegas de escola.
- Como foi? - Johnny perguntou quando viu o Parker chegando até onde ele e sua família estavam. - Conseguiu falar com Jessamine?
- Sim, eu consegui. - sorriu.
- E com esse sorriso em seu rosto, você quer dizer o que a gente imagina que sim? - James perguntou, bebendo uma taça de vinho.
Peter balançou a cabeça positivamente. - Eu e Jessamine vamos ficar bem e juntos. Não é o término de nossa história, é apenas um "até breve" e um recomeço para nós dois. - afirmou.
O Harlow e o Storm sorriram, sinceros e logo bateram palmas. Eles eram os maiores apoiadores de Jester, os maiores shippers.
- Já vou avisar para o meu pai se preparar para o casamento de vocês dois. - Jesselina disse chegando até onde eles estavam e logo abraçando o seu namorado por trás dele.
Peter riu. - Lembra de quando eles dois negavam o amor que sentiam e eram inimigos? - James perguntou. - Bons tempos.
- Inimigos não se beijam na escola para provar para o ex que beija bem. - Peter diz.
Todos assentiram. - Um enemies to lovers de qualidade, eu diria. - O Storm deu de ombros e pegou sua taça. - Um brinde ao dia de hoje, ao recomeço de Jester e para o futuro!
- Um brinde ao futuro e para o futuro de nosso casal favorito, Jester. - todos riram e logo juntaram suas taças para perto uma da outra e beberam o vinho, rindo.
Esse era o fim de uma etapa, de um capítulo, mas o começo de outro da história deles todos juntos.
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