Parecia que o tempo sabia o que Peter e Jessamine estavam sentindo, pois no exato momento que se separaram, uma chuva forte e densa começou a cair, surpreendendo a todos que estavam do lado de fora de suas casas. Eles corriam para não se molharem mais e tentavam ir para um lugar que não os enchesse seus corpos de mais gotas de água. A Lewis não se importava em se molhar e nem em correr, suas lágrimas se misturavam com as gotículas da chuva em seu corpo e ela tentava ir em direção a sua casa, queria ficar sozinha e chorar sem ninguém a perguntando o que havia acontecido.

Desejou não ser uma Brock.

Desejou não ter se apaixonado, mas logo se arrependeu pois se apaixonar, apesar de as vezes ser doloroso, era incrível! Era mágico! Era como escutar uma música e só aquela música te fazer feliz, te fazer sentir o que nenhuma música te fez sentir.

É assim como Jessamine se sentia em relação a Peter, ele a entendia, ele a fazia bem e a fazia se sentir em casa.

O jovem era sua casa, que infelizmente em uma grande tempestade, desmoronou e ficou em pedaços.

A Lewis e o Parker eram a casa um de outro e infelizmente essa casa havia se desmoronado e se destruído por um erro.

Um erro de outras pessoas, não deles.

- Eu odeio chorar! - reclamou a garota, ao se ver num reflexo de uma vidraça de uma loja. Sua maquiagem estava borrada e ela estava toda molhada. - Eu odeio estar assim por algo que não tenho culpa, eu sou filha de assassinos. Minha irmã é filha de assassinos. Meus pais são assassinos. - passou a mão por seu rosto. - Eu sou uma assasina então? - se questionou.

- Não, Jessamine. - respondeu uma voz grossa, assustando a garota que não esperava alguem a responder. Um homem saiu de um beco escuro perdo dela, um homem que ela reconheceu e deu alguns passos para tras. - Só porque seus pais são, não quer dizer que você é uma vilã.

- Assasina. - engoliu seco, o olhando. - Eu usei o termo "assasina", Victor.

O Von Doom riu, se aproximando mais dela e ficando muito, muito perto dela. - Sim, o termo foi "assasina", Jessamine.

- O que faz aqui? - perguntou ela, se lembrando de que ele até essa tarde estava em uma prisão de alta segurança. - Você estava preso.....como fugiu da prisão no prédio do Quarteto Fantástico?

O homem sorriu, gesticulando sua mão e a encarando. - Uma pequena ferida pode se tornar uma grande lesão, se cutuca-la, e para uma rachadura é a mesma coisa. - direcionou seus olhos em direção a garota. - Assim como você, Jessamine, uma ferida cutucada, que será de grande ajuda para mim e meu parceiro.

A Lewis arqueou as sombracelhas. - O que quer dizer com isso? - perguntou. - E quem é seu parceiro?

- Eu, Jessamine. - uma outra voz masculina surgiu ali, entre eles dois. Era Harry Osborn, mas diferente, ele usava uma roupa verde e parecia ter saído de um balde de lixo na visão da garota, que se assustou ainda mais e procurou por alguém, mas não havia ninguém perto dela, exceto os dois. - Surpresa, querida?

- O que vocês querem comigo?

- O que toda pessoa quer. - respondeu o Osborn sorrindo ao perceber a garota assustada. - Poder e o fim dos heróis.

- E o que tenho a ver com isso? - Victor e o Osborn se entreolharam, ambos sorrindo.

- Como meu parceiro mesmo disse a alguns segundos atrás, Jessamine. - se aproximou mais dela. - Você é uma ferida cutucada, entreaberta, dos amados heróis, Quarteto Fantástico e do Homem-Aranha.

A garota arregalou os olhos. - Não os machuque! Não façam nadam com eles!

Harry riu, tocando o rosto da garota e logo apertando a bochecha da mesma, forte. - Olha como ela está toda amendrotada, implorando para que não machuquemos seu namorado e seus amigos. - apertou mais forte o rosto dela, a encarando séria. - Eu vou fazer questão de matá-los em sua frente, cada gemido de dor, sangue jorrado e cada membro machucado. Tudo na sua frente!

- Você é um monstro! - cuspiu com dificuldade na face de Harry,  com nojo.

- Não, não, eu não sou um monstro. - riu. - Eu sou o que os pais de Peter não quiseram ajudar, me rejeitando, eu sou o que seus pais mataram e sou o que vai lhe matar e matar seus amigos, sua família e seu namorado. Eu sou o vilão, Jessamine.

Do outro lado da cidade Eddie Brock saia de um beco escuro, após seu simbionte se alimentar de uma pessoa desconhecida. O homem estava a sair quando sentiu um calafrio em seu corpo e uma sensação estranha se apossou do seu corpo.

"Isso não é bom", pensou ele.

- Venom? - ele chamou o alienígena.

- Sim, Eddie, eu estou sentindo isso.

- Isso não é bom. - afirmou o homem, se lembrando que na última vez que teve algo parecido com aquilo foi quando quase perdeu sua vida e seu amigo, Venom,  à alguns meses atrás, quando um doutor se transformou em lagarto, e pela cidade, comecou a atacar pessoas inocentes.

- Ligue para suas irmãs, Eddie. Elas podem estar em perigo. - disse o alienígena, quade saindo do corpo do Brock e ficando ao "seu lado". - Eu espero que elas não arrumem confusão igual você e eu...

- Eu também espero viu, Venom, eu também...- ele respondeu apreensivo e logo pegando seu celular ligando para Jessamine, que não o atendeu e só caia na caixa postal, o que deixou o homem mais tenso e com medo. Foi então que ele ligou para Jesselina, que atendeu no segundo e quase terceiro toque. - Irmã!

- Oi, Eddie! Tudo bem? - perguntou a Lewis.

- Sim, sim, eu estou bem. - riu nervoso e logo respirou fundo. - Olha, eu sei o que vou falar agora parece loucura, mas eu estou com um sentimento ruim e estou preocupado que algo tenha acontecido.

Jesselina ficou alguns segundos sem responder e logo suspirou. - Você também está com um sentimento ruim?

- Merda! - exclamou, mais assustando do que antes. - Onde está Jessamine, irmã? - a garota novamente não respondeu de imediato e o homem pôde ouvir alguns passos que ela dava e ela falar com outra pessoa, não, com outras pessoas e então um silêncio. - Jess? Está aí ainda? Jess?

- Eddie.....Jessamine sumiu.

O Brock e Venom se entreolharam, e logo o sentimento que o humano sentia, havia se piorado e o sentimento de medo que em seu corpo estava, havia crescido, o que não deixou nenhum dos dois mais calmos.

- Jesselina, você e seu amigo, estão aonde? - perguntou Venom usando o humano como seu receptáculo. - Eu vou até aí e nós, junto a seu amigo, vamos procurá-la.

- Certo, irmão. Nós estamos na lanchonete.....

Enquanto isso, perto de onde James e a Lewis mais velha estavam, Peter voltava a onde ele e Jessamine estavam, quando se separaram, correndo o mais rápido que podia. O Harlow havia mandado uma mensagem a ele, perguntando onde eles estavam e o Parker respondeu que eles haviam se separado. Quando o jovem soube que, tanto Eddie quanto Jesselina, estavam com um sentimento ruim sobre a irmã e ele logo também sentiu, começou a correr na direção que a viu pela última vez.

Ignorando a sensação desconfortável cada vez maior em seu corpo, de que algo de muito ruim, havia acontecido com ela.

Peter quando chegou ao ponto onde ele se encontraram pela última vez, olhou para todos os lados e começou a passar as mãos por seus cabelos, nervoso e com medo de que Jesselina pudesse estar ferida. Ou pior.... Foi então que ele notou um beco atrás dele e foi em direção à ele, procurando qualquer rastro da garota e viu.

No começo não reconheceu o aparelho, mas após segundos o encarando, ele o viu e o pegou. Era o celular da Lewis. Quando ele ia tentar desbloqueá-lo, ele recebeu uma ligação de um número desconhecido.

- Jessamine? - perguntou o jovem quando atendeu o telefone, esperançoso de que pudesse ser sua garota perfeição.

- Peter Parker. - disse Harry após o Parker atendê-lo. - Como está meu melhor amigo?

- Harry? - franziu o cenho.

- Surpreso? - riu. - Eu imagino que sua namoradinha não tenha contado a história toda ou não tenha descoberto tudo. Não a culpo, não é todo mundo que sabe usar o cérebro.

- Onde ela está, Harry? - perguntou Peter, fechando seu punho acertadamente, bravo.

- Não, ainda não, Homem-Aranha. - ele o respondeu e logo desligou na cara do jovem.

Peter tentou o ligar mais algumas vezes, com seu celular já que o de Jessamine ele não sabia a senha, mas só caia em caixa postal. Xingou o Osborn de nomes nada agradáveis e logo respirou fundo, tentando manter a calma mas era impossível pois a vida de Jessamine estava em perigo e o antigo amigo dele de infância sabia sua identidade de super herói. Quando ele estava ficando sem esperança, James o telefonou e ele logo atendeu, rapidamente.

- Peter, venha até a lanchonete! - ordenou. - Eu, Jess, Johnny, o restante do Quarteto Fantástico, o irmão de Jessamine estão aqui. Só falta você e Jeremy. - comentou.

- Certo, estou indo. - começou a apontar suas mãos em direção aos prédios e se pendurou em suas teias, para ir mais rápido. - Vocês já sabem alguma coisa?

- Só que Victor Von Doom escapou com a ajuda de alguém e ele planeja vingança.

- Harry Osborn. - disse Peter, rapidamente. - É ele que está o ajudando, ele que o ajudou a escapar, James.

- Como você sabe disso, Peter? - Reed Richards perguntou, do outro lado da ligação e o Parker concluiu que a ligação estava em modo viva voz.

O jovem suspirou. - Ele me ligou e me disse. Harry está com Jessamine, James.

- Merda! - resmungou uma voz que Peter pôde supor que seja o irmão das garotas.

- Espero que você esteja bem....

Três capítulos para o final